Arseniy Yatsenyuk, o primeiro-ministro ucraniano pensa que a arma do Putin agora
é tentar se aproveitar dos movimentos sociais que surgiriam na Ucrânia, a fim
de submeter o país ao ditado do Kremlin. Na entrevista ao jornalista francês Renaud Girard, publicada no “Le Figaro”
em 14/12/2014 (o trecho em português).
Putin: “Agora a sua arma é tentar se beneficiar de movimentos
sociais, que devem surgir na Ucrânia, para subjugar o país ao ditado do
Kremlin, à sua visão de uma grande esfera de influência e ao grande “mundo
russo”. Yatsenyuk não acredita no sucesso deste plano e confia que Ucrânia irá “sobreviver
... como uma nação independente”.
Situação na Ucrânia: “Se amanhã Putin retirar os seus soldados e agentes do
FSB do território ucraniano, se ele deixar de interferir nos assuntos internos
da Ucrânia, o problema das regiões orientais desapareceria. [...] Ucrânia ... já
cumpriu a sua parte das obrigações inscritas no Acordo de Minsk. [...] Embora a
ideia do Acordo de Minsk pertence ao Putin, de seguida, ele fez uma viragem de
180 graus e se recusou a implementa-lo. [...] Putin não deixa de se comportar de
maneira contraditória, já que para ele Ucrânia é apenas um campo de batalha
contra o Ocidente. O seu objetivo estratégico é recriar o império soviético e a
sua antiga “esfera de influência”, que pertencia à URSS”.
Anexação e ocupação da Crimeia: foi a parte do plano global para ocupar
Ucrânia e também um meio para “mostrar, quer à opinião pública russa, quer ao Ocidente que
ele é um político forte. [...] Putin está na corrida desesperada de novas e
novas conquistas, para demonstrar o seu poder, tanto dentro do país, como no exterior.
O problema é que ele não é um Super-Homem. [...] Putin sabe que ele caiu na
armadilha do nacionalismo russo, para cuja criação ele próprio contribuiu. Ele
quer sair desta (armadilha) mas não sabe como”.
Donetsk e Luhansk: “Putin não precisa dos estados independentes em Donetsk
e Luhansk, porque sabe que esses estados, dependerão depois do dinheiro russo.
Ele não quer arcar com estes custos. Ele só quer deixar essas áreas como uma
espécie de zonas cinzentas, onde ele muito facilmente poderia aumentar a tensão
quando isso seria lhe conveniente”.
Leste da Ucrânia: para resolver o problema do leste da Ucrânia “não deve haver
os soldados russos no território ucraniano. Não temos nenhuma dificuldade em oferecer
uma maior descentralização às nossas províncias do leste, aprovamos uma lei que
vai nesse sentido, eu fui lá para lhes oferecer isso. Eu não foi ouvido, porque
a minha voz foi abafada pelo barulho da artilharia russa”.
Ler em francês (o conteúdo pago): Arseni Iatseniouk: «Poutine a changé de
tactique!»
Os russos capturaram a herança da Ucrânia em seu próprio benefício
A resistência nacional ucraniana: anos 1940-50 (UPA) e em 2014 |
Entrevista ao jornal francês “Liberation” (dezembro de 2004) do Daniel Beauvois,
historiador especializado na história da Ucrânia e da Polónia, que explica como
Rússia, declarando Kyiv (Kiev) como o seu berço nacional, reescreveu a
história, recusando à Ucrânia a sua própria identidade distinta.
Ler em francês: “Les Russes ont capté l'héritage de l'Ukraine à leur profit”
Ciborgues como guias turísticos (linguagem +16)
Os ciborgues, defensores do aeroporto de Donetsk, conduziram uma excursão em
vídeo (9'29''), pelo antigo terminal destruído, que no dia 1 de dezembro chegou
à cair nas mãos dos terroristas. É de lembrar que no seu último relatório
especial, a missão de monitoramento da OSCE tinha afirmando que um dos terminais
do aeroporto internacional “Prokofiev” foi absolutamente destruído.
Ver no YouTube, canal The Medvedova:
https://www.youtube.com/watch?v=Rvq8hWUR8wU
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