sábado, setembro 27, 2014

Sanções ocidentais vs distopia patrioteira russa

"Não sinto sanções como as minhas pernas"
"Não sinto as sanções como as minhas pernas"
Na sua genial distopia “1984”, George Orwell descrevia osdois minutos de ódio”, a ocupação diária, durante a qual os membros do partido externo da Oceania deveriam assistir um filme sobre os inimigos do Partido, expressando o seu ódio à eles e aos princípios da democracia.

Embora a atual federação russa ainda não se tornou totalmente a Oceania do Orwell, o país não anda muito longe dos padrões do quotidiano orwellianoPor exemplo, a propaganda patrioteira russa começou a campanha “popular” exaltando as virtudes de ataque nuclear contra os países que aplicaram à federação as sanções económicas e políticas na sequência da sua participação directa na invasão e ocupação da Ucrânia.

Na campanha participam os localmente famosos, casos da atriz Olga Kabo (neta do líder da juventude comunista da Ucrânia, vítima da repressão comunista de 1937) ou a socialité voluptuosa Anna Semenovich, exibindo os T-shirts: “O (míssil) Topol não tem medo das sanções” ou “Sanções? Não fazem rir os meus (mísseis) Isaknder”.

Os designeres ucranianos decidiram auxiliar os seus “big brothers”, criando mais temas patrioteiras, seguindo a mesma premissa ideológica: “Não sinto as sanções como as minhas pernas”, “No caixão eu via as vossas sanções”.
"No caixão eu via as vossas sanções"
Bónus


O famoso quadro do Édouard Manet, “Almoço na relva” (Le Déjeneur sur l´Herbe), fortemente criticado pela sua suposta “imoralidade”, possui diversas variações contemporâneas, uma das quais pertence ao pintor russo Vasilii Shulzhenko, o visualizador da Rússia profana...

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