Cidade de Chernivtsi: "Setor da Direita" se despede do camarada-judeu... |
A propaganda anti-ucraniana que tenta, de alguma maneira vil e ignóbil,
ligar a Revolução ao “fascismo – nazismo – anti-semitismo” não para nem por um segundo.
Apesar disso, uma grande maioria dos judeus ucranianos apoia a Revolução,
diversos ativistas colocaram as próprias vidas ao seu altar...
por: Vyacheslav Likhachev (versão curta)
Na Ucrânia, assim são chamados aqueles que foram mortos na Maydan, “Centena
Celestial”. A Centena é uma unidade estrutural da autodefesa da Maydan,
equivalente à uma companhia militar. As Centenas foram formadas durante os meses
de protestos. /.../ Nem todos os que foram assassinados pelo regime criminoso
eram os membros ativos dessa estrutura, mas o nome ficou. Existe a proposta de rebatizar
a rua Instytutska, onde teve o lugar o massacre do dia 20 de fevereiro, pelo nome
da Centena Celestial, para honrar a memória das centenas caídas. /.../
Todos são iguais no céu, velhos e jovens, intelectuais universitários e
trabalhadores comuns; um rapaz que fugiu para Maydan em segredo da sua família
e foi morto por um franco-atirador, duas horas depois; os ativistas das
autodefesas ucranianas, que eram belarusos, ucranianos, russos, arménios,
georgianos ou judeus.
Joseph Schilling era bem conhecido na comunidade judaica de Drohobych,
província de Lviv. Tinha 61 anos. Com a esposa Ana, criou duas filhas, tinha
quatro netas. Um empreiteiro da profissão, nos últimos anos trabalhava na
Itália, onde também laborou a sua esposa.
Um atirador o matou com um tiro preciso na cabeça, perto do “Palácio de
outubro” (nos anos 1930-1940, as caves do palácio eram usadas pela NKVD para
fuzilar os cidadãos, considerados “inimigos do povo” pelo regime comunista).
Olexander Scherbanyuk foi enterrado em sua Chernivtsi nativa em vyshyvanka
(a camisa bordada tradicional ucraniana). No caixão também foi colocada uma
máscara anti-gás, um capacete e uma quipá. Ele era membro da comunidade “Beit Simkha”
(Casa da Alegria) /.../, foi sepultado com a oração de um rabino.
Milhares de pessoas vieram a despedir-se dele. O centro da cidade foi
fechado para a passagem do cortejo fúnebre. A banda militar tocou no túmulo do
herói, os policiais uniformizados e os militantes do “Setor da Direita”, usando
máscaras (na primeira foto), deram os tiros de despedida.
A sua esposa (eu não posso chamá-la de viúva) disse que tentou dissuadi-lo,
dizendo que as pessoas morrem na Maydan. A sua resposta foi que isso não seria
a pior causa de morte.
Olexander tinha 46 anos, era veterano soviético da guerra no Afeganistão,
da onde saiu ileso. Tive três filhos, um deles estuda na yeshiva (a escola judaica). Era ativista político desde 2004, liderou a célula local do partido “Batkivshchyna”.
Profissionalmente, geria uma empresa de construção – a sua publicidade ainda
está nas ruas, mas eles já não será capaz de atender o telefone.
A primeira bala o atingiu na perna /.../, ele deixou cair o seu escudo, a
próxima – atravessou o seu coração...
Yevgen Kotlyar de Kharkiv tinha 33 anos. Ele era conhecido entre os
ativistas de esquerda e os ambientalistas que lutaram contra a destruição dos
parques da cidade pela prefeitura, administrada pelos mafiosos. /.../ O
atirador o matou na rua Instytutska.
Da direita e da esquerda, jovens e idosos, do leste ou do ocidente, nenhum
deles estava armado. Todos foram mortos por tiros de franco-atiradores
profissionais que escolhiam os seus alvos de uma maneira perfeitamente consciente.
Um regime cínico, que, na verdade, perdeu a guerra contra seu próprio povo,
matando de maneira cruel e sem piedade. Afinal, a etnia e a religião das
vítimas realmente não importam, pois não importa a sua idade, gênero, opiniões
políticas – nada importa, exceto o fato de que todos eles eram ucranianos e
heróis que morreram pela Ucrânia, lutando contra o mal e a injustiça.
No entanto, os propagandistas de Kremlin, assim como os consumidores de
propaganda, presos aos clichês tão profundamente que não conseguem abrir os
olhos e encarar a realidade, ficam repetindo o uivo ritual sobre o “anti-semitismo
dos nacionalistas que ocuparam o poder (em Kyiv)”.
Por favor, esfreguem este texto nos seus rostos.
Glória aos Heróis!
Versão original (em russo):
2 comentários:
A verdadeira identidade do rapaz que arrancou a bandeira ucraniana da sede do governo de Carcóvia e colocou uma russa no lugar:
http://flagelorusso.blogspot.com.br/2014/03/a-russia-de-putin-um-colosso-com-pes-de.html
“Quando milhares de manifestantes pró-russos em Kharkiv invadiram um prédio do governo no sábado, foi um moscovita de 25 anos, hospedado em um hotel ao lado da praça, que escalou o prédio, retirou a bandeira ucraniana e hasteou a bandeira da Rússia. Identificado como Mikhail Chuprikov, funcionários do hotel confirmaram o check-in dele. Com um passaporte russo”, acrescentou Roth.
era de prever que Mika Ronkainen era apenas um pseudônimo, o rapaz gosta de parafernalia nazi, talvez dai o pseudônimo "nórdico"...
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