domingo, junho 03, 2012

Os informadores do KGB são conhecidos na Lituânia


A página do Centro de Pesquisa do Genocídio e Resistência da Lituânia (Lietuvos gyventojų genocido ir rezistencijos tyrimo centras – LGGRTC) publicou a primeira Lista dos informadores – reservistas do KGB.

A lista (primeira das três) cita 283 nomes, onde aparecem as famosas personalidades da sociedade lituana: ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e Embaixador na Polônia, Antanas Valionis, o recente chefe do Departamento da Segurança da República, Arvydas Pocius, a primeira Primeira-Ministra da Lituânia independente, Kazimira Prunskiene, ex-vice-chefe do parlamento, famosos cientistas, educadores, políticos, juízes, ativistas culturais.

A Diretora do Centro, Burite Burauskaite explica que a meta principal da publicação da lista é mostrar os métodos do funcionamento dos serviços secretos soviéticos. Pois durante o processo de lustração, os funcionários do Centro contactavam as pessoas que colaboravam com KGB, mas não quiseram admitir este fato. Os nomes daqueles que reconheceram a colaboração, e para isso tiveram um prazo de quase 10 anos, nunca serão tornados públicos.

Mas as listas dos reservistas, agentes e funcionários do KGB é apenas uma pequena parte do nosso projeto. A meta principal é mostrar os métodos do funcionamento do KGB. Os serviços secretos soviéticos controlavam diversas formas da vida social. E faziam isso através dos métodos absolutamente brutais. O Centro tem provas disso”, explica a diretora Burauskaite.

A diretora conta que o seu trabalho foi dificultado pelo roubo das centenas de processos dos arquivos de Centro, além disso, durante a Perestroica, os oficiais do KGB, tentando ocultar os crimes da sua organização levaram uma parte importante dos arquivos para Moscovo.

A maior parte de processos, que testemunhavam as ameaças, maus tratos, perseguições dos artistas, escritores, jornalistas, membros dos grupos musicais juvenis, pertencentes aos estilos punk, hippie, jazz ou mesmo aos clubes informais literários, foram destruídos. Contudo, os documentos que ficaram na Lituânia, permitem mostrar os métodos desumanos do funcionamento do KGB.

Os lituanos estão convictos do que a lustração não será um instrumento da vingança ou humilhação das pessoas que por sua livre vontade ou coercivamente colaboravam com KGB. A lustração é pensada como um processo de purificação, pois não pode existir a metade da história ou a metade da verdade, caso contrário estaremos perante a mentira.

Os antigos informadores – reservistas (diferentemente dos informadores do KGB no ativo) não tem na Lituânia nenhum tipo de limitação no desempenho de cargos públicos ou na vida política ativa. O Centro também provou que alguns reservistas nem sabiam que estavam nas listas dos “ajudantes voluntários” do KGB, eles foram lá colocados sem o seu conhecimento ou consentimento.

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