A página do Centro de Pesquisa
do Genocídio e Resistência da Lituânia (Lietuvos gyventojų genocido ir rezistencijos
tyrimo centras – LGGRTC) publicou
a primeira Lista dos informadores –
reservistas do KGB.
A lista (primeira das
três) cita 283 nomes, onde aparecem as famosas personalidades da sociedade
lituana: ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e Embaixador na Polônia, Antanas Valionis, o
recente chefe do Departamento da Segurança da República, Arvydas Pocius, a primeira
Primeira-Ministra da Lituânia independente, Kazimira Prunskiene,
ex-vice-chefe do parlamento, famosos cientistas, educadores, políticos, juízes,
ativistas culturais.
A Diretora do Centro, Burite Burauskaite explica
que a meta principal da publicação da lista é mostrar os métodos do
funcionamento dos serviços secretos soviéticos. Pois durante o processo de
lustração, os funcionários do Centro contactavam as pessoas que colaboravam com
KGB, mas não quiseram admitir este fato. Os nomes daqueles que reconheceram a
colaboração, e para isso tiveram um prazo de quase 10 anos, nunca serão
tornados públicos.
“Mas as listas dos
reservistas, agentes e funcionários do KGB é apenas uma pequena parte do nosso
projeto. A meta principal é mostrar os métodos do funcionamento do KGB. Os
serviços secretos soviéticos controlavam diversas formas da vida social. E
faziam isso através dos métodos absolutamente brutais. O Centro tem provas
disso”, explica a diretora Burauskaite.
A diretora conta que o
seu trabalho foi dificultado pelo roubo das centenas de processos dos arquivos
de Centro, além disso, durante a Perestroica, os oficiais do KGB, tentando
ocultar os crimes da sua organização levaram uma parte importante dos arquivos
para Moscovo.
A maior parte de
processos, que testemunhavam as ameaças, maus tratos, perseguições dos artistas,
escritores, jornalistas, membros dos grupos musicais juvenis, pertencentes aos
estilos punk, hippie, jazz ou mesmo aos clubes informais literários, foram
destruídos. Contudo, os documentos que ficaram na Lituânia, permitem mostrar os
métodos desumanos do funcionamento do KGB.
Os lituanos estão convictos
do que a lustração não será um instrumento da vingança ou humilhação das
pessoas que por sua livre vontade ou coercivamente colaboravam com KGB. A
lustração é pensada como um processo de purificação, pois não pode existir a metade
da história ou a metade da verdade, caso contrário estaremos perante a mentira.
Os antigos informadores
– reservistas (diferentemente dos informadores do KGB no ativo) não tem na
Lituânia nenhum tipo de limitação no desempenho de cargos públicos ou na vida
política ativa. O Centro também provou que alguns reservistas nem sabiam que
estavam nas listas dos “ajudantes voluntários” do KGB, eles foram lá colocados
sem o seu conhecimento ou consentimento.
Fonte:
Sem comentários:
Enviar um comentário