quarta-feira, junho 06, 2012

Portugal: em defesa da língua ucraniana


A Diáspora ucraniana de Portugal organizou no dia 5 de junho em Lisboa a ação denominada “Vive a Língua – viverá Ucrânia”, protestando contra a adoção do projeto da lei № 9073.

A organizada em conjunto pelas diversas organizações da Diáspora ucraniana em Portugal, ação começou na rua Damião de Góis em Algés, passando pelas diversas embaixadas, pela avenida Dom Vasco da Gama, Av. das Descobertas e terminou em frente da embaixada da Ucrânia. Os ucranianos também enviaram uma carta ao presidente da Assembleia da República, aos grupos parlamentares do PSD, PS e CDS-PP, aos deputados portugueses do Parlamento Europeu e à imprensa portuguesa, protestando contra a adoção do projeto da lei “Sobre os alicerces da política linguística estatal” do Partido das Regiões que irá dividir Ucrânia pela questão linguística.

Excelentíssimos Senhores,

Vimos informar as Vossas Excelências dos últimos acontecimentos na vida política da Ucrânia, que podem ter consequências muito graves, podendo mesmo conduzir à guerra civil.

Um grupo de deputados do «Partido das Regiões» propôs uma lei para que a língua russa seja a segunda língua oficial na Ucrânia.

A história das relações russo-ucranianas é longa e complicada. A Ucrânia, durante vários séculos, fez parte do império russo. Os governadores tentaram russificar o povo ucraniano, proibindo várias vezes a língua e a cultura ucraniana. A actual situação na Ucrânia sobre a língua oficial é muito frágil, não sendo, em geral, favorável à língua ucraniana. 70% dos meios de comunicação transmitem programas em língua russa.

Os partidos democráticos, líderes religiosos na Ucrânia e diáspora ucraniana em cerca de 40 países do mundo estão convencidos de que esta proposta de lei tem como objectivo provocar distúrbios na sociedade ucraniana para esconder a falha de um programa social e económico do actual governo, transformar a Ucrânia num país antidemocrático, como o prova o processo de Iulia Timochenko, e ainda recolocar completamente a Ucrânia na órbita russa.

Nestas circunstâncias, os ucranianos de todo mundo estão preocupados que o actual governo e «Partido das Regiões», que controlam o Parlamento ucraniano, possam levar a Ucrânia a um conflito civil. Por isso pedimos à comunidade internacional que tenha em conta este facto nas relações políticas com o actual governo da Ucrânia.

Presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal
                                  Pavlo Sadokha
Presidente do Movimento Cristão dos Ucranianos em Portugal
                                 Ivan Onyschuk
Presidente da Associação dos Ucranianos no Algarve
                                 Ihor Korbelyak
Presidente da Associação cultural “Fonte do mundo”
                                                                                                   Borys Kucheras


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