Azerbaijão,
que tem todas as possibilidades de se tornar uma democracia islâmica, ao estilo
da Turquia, aproveitou a sua vitória no Festival Eurovisão-2011 para modernizar
a cidade capital.
por: Azad Safarov, jornalista do 5-to canal, especialmente para Life.pravda.com.ua
Se
geralmente os países limitam a sua preparação à Eurovisão com a construção do
palco, o Azerbaijão transformou no palco toda a cidade capital. Em menos de um
ano Bacu mudou tanto, que os próprios moradores já não o reconhecem.
Em
todas as ruas centrais as pessoas arrumam, regam os relvados, lavam as janelas
e limpam os fontanários. Tudo aquilo que deveria ser construído: hotéis,
supermercados, estacionamentos – foram construídos. Especialmente para os
turistas, todas as paragens de transporte público receberam os mapas
interativos e itinerários dos autocarros. Além disso, existem e-quiosques, uma
pequena estação computorizada que permite ligar ao controlador e pedir ajuda,
navegar na Net, usar Skype e até ouvir a música preferida.
Azerbaijão
encarrou o Eurovisão como a possibilidade de melhorar a imagem do país. Por
isso a capital aumentou a avenida principal em alguns quilómetros, comprou milhares
de novos táxis britânicos e em menos de um ano construiu a luxuosa sala de
concertos “Cristal Hall”. Embora a parte nova da avenida só era acessível às
pessoas que tinham os bilhetes ou trabalhavam para Eurovisão.
Uma
grande quantidade de seguranças à civil está presente na avenida principal e nos
arredores da sala. Eles pedem educadamente aos jornalistas para não os
fotografarem. Para entrar na sala de imprensa, nos primeiros dias os
jornalistas tinham de passar por 5 postos de controlo, que mais tarde foram
diminuindo para 2, embora o detetor dos metais, na entrada do centro da
imprensa, ficou lá definitivamente. O centro fica ao lado do palco principal,
consegue acomodar mais de 1000 jornalistas, que tiveram o acesso facilitado às
aparelhagens, receberam os cartões telefónicos gratuitos e até a comida. A
cozinha ficou no edifício da imprensa, aqui ofereciam os refrescos e canapés
com o queijo azeri, nos mangais da rua faziam as espetadas, também gratuitas. Os
jornalistas, que faziam as filas para comer as espetadas, diziam não se lembrar
de algo parecido, “em Moscovo as pequenas canapés com linguiça custavam 2 Euros”,
- conta um jornalista dinamarquês. Cada delegação também recebeu dos
organizadores um autocarro luxuoso para os passeios na cidade e “comboio”
automóvel para assegurar a rota entre hotel e o “Cristal Hall”.
Chocolate
“Gaitana”
Os
moradores de Bacu sabiam que Gaitana representa a Ucrânia,
só não conseguiam memorizar o seu nome. Nem planeavam votar nela (os favoritos
entre os azeris são Suécia e Turquia). Para ficar (literalmente) na boca do
povo, Gaitana distribuía o chocolate com o seu nome. Na embalagem estava
estampada a foto de uma mulher africana em trajes minimalistas e se dizia “não
é para a venda”. Escondendo o nome da artista, o jornalista levou o chocolate
ao mercado para saber se o povo irá reconhecer a afro-ucraniana. Os vendedores “reconheciam”
na imagem as diversas “divas” soviéticas, outros ficaram ofendidos pois,
afinal, não se tratava de uma “cantora brasileira”. Mas todos os vendedores concordaram
que “moça é bonita”, embora não se veste de acordo com as regras islâmicas e
prometeram votar nela.
Os
lugares cimeiros em frente da tala no centro de imprensa foram ocupados pelos
cerca de 40 jornalistas azeris e turcos. Na avenida, onde foi colocado um outro
ecrã gigante não havia nenhum lugar vazio (os bilhetes para o concerto custavam
entre 100 à 300 USD).
Fonte:
http://life.pravda.com.ua/culture/2012/05/28/103303
Sem comentários:
Enviar um comentário