quarta-feira, dezembro 21, 2005

APELO ÀS REPRESENTAÇÕES DIPLOMÁTICAS E AOS CIDADÃOS DA UCRÂNIA NO ESTRANGEIRO

CONGRESSO MUNDIAL UCRANIANO * UKRAINIAN WORLD CONGRESS
СВІТОВИЙ КОНҐРЕС УКРАЇНЦІВ * CONGRÈS MONDIAL UKRAINIEN

145 EVANS AVENUE, #207, TORONTO ON M8Z 5X8 CANADA • TEL. (416) 323-3020 • FAX (416) 323-3250, e-mail: congress@look.ca • WEB: www.ukrainianworldcongress.org
225 E. 11th STREET, NEW YORK NY 10003 USA • TEL. (212) 254-2260 • FAX (212) 979-1011, e-mail: Askold@verizon.net

Como é conhecido, as eleições legislativas decorrerão na Ucrânia em Março de 2006. As representações diplomáticas da Ucrânia no estrangeiro, deveriam preparar as listas dos eleitores para este acto.
No dia 11 de Novembro, o Congresso Mundial Ucraniano (CMU), solicitou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia (MNE), a publicação destas listas, nas respectivas páginas na WEB para a verificação. Já que até agora, não recebemos nenhuma resposta, apelamos às representações diplomáticas da Ucrânia no estrangeiro, para que coordenam este trabalho com o MNE da Ucrânia, o mais rapidamente possível.
Também, o Congresso Mundial Ucraniano, informa os cidadãos da Ucrânia residentes no estrangeiro, que o Artigo 22 da Lei eleitoral, prevê, que nos casos excepcionais, a assembleia do voto, poderá ser constituída fora do recinto das representações diplomáticas da Ucrânia, informando MNE e a Comissão Central de Eleições, não mais tardar do que 55 dias antes da data das eleições. Essa assembleia do voto, poderá ser constituída apenas nas grandes cidades, onde residem pelo menos 1000 cidadãos da Ucrânia, que tem o direito de votar.
Apelamos às organizações filiadas no Congresso Mundial Ucraniano e as comunidades locais, para que preparem as listas dos cidadãos da Ucrânia, que vivem nas tais cidades, mandando as listas para o MNE e para CMU.
Queridos concidadãos! Lembrem-se, que o direito de voto – é o tesouro mais precioso da sociedade democrática. Sejam participantes activos da construção do Estado Democrático Ucraniano!

Toronto – Nova Iorque, 9 de Dezembro de 2005

Pelo Congresso Mundial Ucraniano

Dr. Askold S. Lozynskyj, Presidente
Yevhen Choliy, Chefe da Comissão Eleitoral do CMU

Ucrânia, procurando o seu lugar na Europa

("Die Welt", Alemanha)

Escritor ucraniano Yuriy Andrukhovych fala sobre o futuro da Ucrânia

Die Welt / jornalista Beate Pinkerneil: Você recebeu uma bolsa (literária) para um ano de permanência em Berlim e pretende escrever aqui o seu novo romance. Alemanha tem mais encanto para você, do que a sua própria pátria?
Andrukhovych: No estrangeiro tenho mais calma. Na Alemanha eu já escrevi dois romances. Para me é uma segunda casa.

Die Welt: A Europa Ocidental sempre imagina que a Ucrânia é dividida entre o Leste pró – russo e o Ocidente pró – Europa. Alguma coisa mudou nestas “duas Ucrânias”, desde a Revolução Laranja de Dezembro de 2004?
Andrukhovych: A divisão da nossa nação em duas partes é uma coisa passageira. Ucrânia agora se muda bastante. Ocidente e Leste aproximam-se. Porque eles são bastante diferentes. Leste tem afinidades para com a Rússia, Ocidente para com Europa. Isso é uma verdade. Outra verdade consiste em que Ocidente muda-se influenciado por Leste e vice – versa. Como resultado, agora nasce uma nova unidade ainda instável, inclusivamente na mentalidade de toda a Ucrânia. Os vestígios primários deste processo, eram visíveis ainda durante a Revolução Laranja. Um dos principais slogans da Praça de Independência era: “Ocidente e Leste são unidos”. Nisto eu vejo o principal potencial do meu país.

Die Welt: Quem tem a maior parte do apoio entre os ucranianos: Presidente Viktor Yuschenko ou ex – Primeira – Ministra Yulia Timoshenko?
Andrukhovych: As últimas sondagens dão 60% para a Timoshenko e mais de 50% para Yuschenko. São indicadores de confiança mais altos, alcançados por qualquer governo ucraniano desde proclamação de Independência em 1991.

Die Welt: Será que os funcionários políticos do antigo regime simplesmente desapareceram? Caso sim, para onde?
Andrukhovych: Os principais criminosos estão nas listas de pessoas procuradas pela polícia e pelos serviços secretos. Muitos outros funcionários foram presos, estão aguardar o julgamento. Eles dizem que sofrem as “repressões do novo poder”. Eles não querem admitir que transfeririam milhões ou bilhões para as suas contas privadas, roubando ao seu próprio país, que eles são simplesmente criminosos. Corrupção é uma doença que é muito difícil de curar rapidamente. Die Welt: Depois do desaparecimento do jornalista oposicionista Georgiy Gongadze (Георгій Гонгадзе), depois da vitoria do Viktor Yuschenko, havia casos dos suicídios dos antigos funcionários (do Estado). Agora já se sabe que forças eram metidos nisso? Andrukhovych: A primeira pessoa que suicidou-se no fim de 2004, foi o ministro de transporte Georgiy Kirpa. Ele foi metido em vários casos sujos, passeava num limusina de luxo de marca “Maibach”. O seu sucessor, fiz um leilão e vendeu a viatura, que foi avaliada em meio milhão de Euros, isso foi algo parecido como a devolução da propriedade, aos ucranianos roubados.

Die Welt: Os organizadores dos alegados assassinatos, parece que queriam impedir que estes políticos falassem?
Andrukhovych: Sim, parece. Depois do suicídio do ministro de transporte, foi encontrado na sua casa de campo, ex – ministro do interior Yuri Kravchenko. Um pouco antes disso, foram divulgadas as gravações feitas pelo guarda costas do ex – presidente Kuchma, onde Kuchma dizia que ministro do interior deve tratar do Gongadze. Penso que suicídio do ministro do interior foi encenado. Na fotografia se vê que ele disparou duas vezes na cabeça. Parece que ele próprio fiz o “tiro de segurança”.

Die Welt: Em que estado agora se encontra a Ucrânia depois da Revolução Laranja – em depressão ou em esperança morna?
Andrukhovych: Eu posso avaliar este estado como os restos da euforia, porque a experiência totalitária ou pós – totalitária é um fardo pesado que ainda domina a sociedade. Ainda temos bastantes ucranianos que deixam o país.

Die Welt: Porque a situação económica é má?
Andrukhovych: Sim. As pessoas procuram a vida melhor. Para a maioria, a vida melhor significa os patamares económicos mais altos.

Die Welt: As condições económicos são mais importantes do que a liberdade?
Andrukhovych: Eu não gostaria de contrapor estas coisas. Eu não conheço nenhum sistema político, sem as liberdades para a sociedade, onde existiriam as altas condições económicas. Mas é possível que minha opinião baseia-se unicamente nas experiências dos países civilizados.

Die Welt: O que tem que ser feito, para que as pessoas não emigrem?
Abdrukhovych: A vida aqui tem que melhorar. De qualquer maneira, depois da Revolução Laranja, nós temos uma diferença nas relações entre o poder político e a sociedade. Englobo aqui as média livres.

Die Welt: Você de novo deixa a Ucrânia, e de novo volta, para que estando longe, poder melhor entender a situação no seu país?
Andrukhovych: Sim, é uma das razões. Desde começo das mudanças profundas, no início dos anos 90, eu viajo muito. E eu gosto deste sentimento de separação e retorno, embora gosto mais é de voltar, do que separar-me. Alem disso, para escrever, eu tenho que ver as paisagens novas, tenho que reviver os novos sentimentos, novos encontros com as pessoas. Sou a pessoa, do tipo Ulisses. Ulisses muito tempo estava na viagem, mas um dia voltava sempre.

Die Welt: Que papel desempenham os intelectuais na Ucrânia?
Andrukhovych: Na Ucrânia, temos muitas mentes brilhantes, muitos especialistas famosos em sociologia, psicologia, filosofia, em silencias exactas. E talvez, a Ucrânia, não se encontraria no lugar onde esta, se os intelectuais não conseguissem criar o modelo da Revolução Laranja, quer dizer pacifica, sem a violência. É um modelo intelectual brilhante. Por isso, eu sou muito optimista quanto ao futuro.

Die Welt: Ucrânia, traduzindo, quer dizer “na beira” e ao mesmo tempo “país, na extremidade”. Muito estranho, quando o país se considera como estando “na beirada”.
Andrukhovych: Nem tudo é tão simples com a palavra “Ucrânia”. Esta palavra tem o significado duplo. É um “país na beira”, mas a “beira” esta no centro. Isso é bastante paradoxal. Isso é a parte ocidental da Europa, mas ao mesmo tempo é o centro geográfico da Europa. E centro fica em Dyliv (entre as cidades de Tiachiv e Rahiv nos Cárpatos ucranianos). Muito interessante, que em Dyliv temos três monumentos. Em 1887 um monumento branco e azul aqui foi montado pela monarquia Austro – Húngara. Cerca de 100 anos depois, uma placa metálica foi colocada pelos soviéticos. Depois de proclamação da Independência nacional, no fim das contas, os próprios ucranianos colocaram o seu monumento.

Die Welt: Quer dizer, três países pretendiam ser o centro da Europa. Porque apenas o monumento ucraniano, não tem nenhuma placa? Significa isso, que a Ucrânia ainda esta a procura da sua identidade nacional e geopolítica?
Andrukhovych: A Ucrânia procura a si própria, o seu próprio centro. No plano geopolítico, país procura a sua pertença a Europa, que hoje para ela é o mais importante. Eu penso que a Europa não pode existir sem o centro. E o centro da Europa esta aqui, na Ucrânia. Por isso a Europa sem a Ucrânia, é apenas o corpo.

Die Welt: Isso dá a Ucrânia o direito de ser o próximo possível candidato a entrada na União Europeia?
Andrukhovych: A Ucrânia tem uma tradição cultural europeia de muitos séculos, bastante ligada à historia da Europa. Mesmo, se os eurocratas em Bruxelas não queiram de ouvir disso. Eu penso, que como membro da UE, a Ucrânia consegue mudar a tradicional inércia europeia. A Europa precisa do movimento e do desenvolvimento. Caso contrario, isso significará a morte da Europa.

Die Welt: O duplo “não” à constituição europeia (da França e da Holanda) significa que a Europa neste momento esta em agonia?
Andrukhovych: Para mi, o duplo “não” é mais um sinal positivo. O modelo actual da UE é tecnocrático, burocrático, estéril no plano cultural. Contra isso protestaram os franceses e holandeses. No que toca a Ucrânia, então nas cabeças dos euro - arquitectos de Bruxelas, enraizou-se por alguma razão, uma ideia estranha do que a Ucrânia, Belarus, Geórgia ainda continuam pertencer à esfera da Rússia, que eles são “uma Rússia grande”, “Rússia № 2”, quer dizer a zona da influência da Rússia. Claramente, isso é bastante triste. Porque os estrategos europeus esqueceram a nossa Revolução Laranja, que primeiro aclamaram tanto. Talvez eles apenas olham para traz.

Yuri Andrukhovych é o escritor e poeta ucraniano contemporâneo, mais conhecido ao nível mundial. A editora alemã “Zurkamp” publicou recentemente o seu romance “Doze anéis”. Em 2004, o polaco Andrzej Stasjuk e Yuri Andrukhovych publicaram em “Zurkamp” uma colectânea dos ensaios, intitulada “Minha Europa”.

Fonte: http://www.welt.de/data/2005/07/09/742534.html (em alemão)

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Moçambique: Dia Internacional de Direitos Humanos

Liga Moçambicana de Direitos Humanos e Social Watch farão o lançamento do Relatório Internacional sobre o cumprimento das Metas do Desenvolvimento do Milênio.

Esta atividade organizada e coordenada pela Liga Moçambicana de Direitos Humanos, terá lugar no dia 9 de Dezembro no auditório do Hotel Íbis em Maputo pelas 08h30 e enquadra-se nas celebrações do dia Internacional dos Direitos Humanos, 10 de Dezembro.
Para compor a mesa estão convidadas diversas individualidades governamentais e não governamentais, incluindo agências das Nações Unidas, representantes da sociedade civil, intelectuais e políticos.
A Social Watch é um movimento comprometido a acompanhar e a reportar sobre a implementação por parte dos governos e das organizações internacionais dos compromissos por si assumidos no ciclo social da ONU, concretamente na Cúpula de Desenvolvimento Social em Copenhague e na Conferência da Mulher em Pequim.
Os resultados desse monitoramento têm sido apresentados em relatórios anuais da Social Watch, que neste ano de 2005 tem como titulo “Rugidos e Sussurros”, em inglês e espanhol.
Este relatório sobre as Metas de Desenvolvimento do Milênio está sendo lançado na sua décima edição, englobando a realidade social de cerca de 50 países nos seguintes aspectos: o desenvolvimento humano, os níveis de pobreza e a questão do gênero.
Esta edição é de extrema importância para Moçambique, por ser a primeira vez em que o país participa com um relatório da sociedade civil sobre a realidade nacional, embora as metas do milênio tenham sido estabelecidas há cerca de 10 anos.
Pretende-se com este evento promover o debate em torno da questão relacionada com a implementação das Metas de Desenvolvimento do Milénio, envolvendo as mais diversas áreas de actuação, de saber e de reflexão no país.
Pretende-se também, a partir deste lançamento, mobilizar a sociedade civil a participar na apresentação de propostas concretas para a implementação dessas metas.
Embora os Estados apresentem planos e relatórios muito bem intencionados na luta contra as desigualdades e na erradicação da pobreza, a sociedade civil pouco se tem mobilizado, para o efeito as conferências internacionais tiveram um papel muito importante na mobilização dessa sociedade o que mais tarde gerou iniciativas como o Fórum Social Mundial e a Chamada Global para a Ação contra a Pobreza, espaços onde tem sido possível examinar com mais profundidade e persistência o desempenho dos governos na concretização das metas sociais apresentadas nas conferências, bem como formular propostas mais avançadas no ataque as causas da pobreza e da desigualdade em todos os aspectos.
Assim o lançamento deste relatório no nosso país representa o nosso cometimento com a causa social, representa o nosso compromisso como sociedade civil forte e organizada em contribuir na implementação dessas metas e na apresentação de relatórios anuais sobre a matéria.
Com certeza esperamos que o próximo relatório seja mais abrangente e apurado tendo em conta que a contribuição de cada organização representada no lançamento se fará sentir no sentido de contribuir na implementação dessas metas.

MARIA ALICE MABOTA,
PRESIDENTE DA LDH

Liga Moçambicana de Direitos Humanos
Av. Maguiguana 2219 R/C
Telefone: + 258 21 405951/ 21 401256
Fax: + 258 21 406022

terça-feira, dezembro 06, 2005

Leonardo Adamowicz e a sua obra em Moçambique

Professor Doutor Leonardo Adamowicz, mestre da Liga dos Escuteiros de Moçambique (LEMO), nasceu aos 24.06.1945 em Kiejdani na Lituânia. Aos 4 anos da idade, junto com a sua família, foi deportado para os campos de trabalho forçado na Sibéria, onde viveu até 10 anos de idade. Mais tarde, a sua família conseguiu o repatriamento para a Polónia, onde Leonardo Adamowicz estudou no liceu das Artes Plásticas em Gdynia – Orlowie. E depois na Universidade da Varsóvia, especializando-se na arqueologia do Mediterrâneo.
Neste momento o Dr. Leonardo Adamowicz é professor da Instituto Superior Politécnico e Universitário (ISPU) em Maputo, é mestre da Liga dos Escuteiros de Moçambique (LEMO), presidente do Comité ICOMOS em Moçambique, Vice – Presidente do Conselho das Religiões em Moçambique (COREM), membro do Clube ROTARY de Maputo. Fala alemão, francês, inglês, lituano, português, russo e ucraniano.
É casado, pai de três filhos e já tem um neto – Leonardo – Júnior

No fim do Fevereiro de 2000, Moçambique, RAS, Botswana e Zimbabwe sofreram do efeito das cheias. Moçambique foi o país mais castigado por esta intempérie. Em Maio de 2000, a Acção Humanitária Polaca (Polska Akcja Humanitarna), junto com a União dos Estudantes e Licensiados Africanos em Trójmieście (Związok Studentów i Absolwentów Afrykańskich w Trójmieście), organizou em Varsóvia o concerto para ajudar às vitimas das cheias. Foram colectados 3.500 PLN, que foram aplicados em Moçambique, graças ao Leonardo Adamowicz.

O texto integral deste artigo, assim como a entrevista do Dr. Adamowicz podem ser lidos em polaco neste endereço:
http://www.pah.org.pl/62509.html

Mais informação sobre os escuteiros moçambicanos: www.scouting.org.za/africa/jamboree

Página da Acção Humanitária Polaca: http://www.pah.org.pl/8675.html (em espanhol)

Endereço do PAH: - rua Szpitalna 5/3, 00-031 Warszawa tel: +48 (22) 828 88 82 e-mail: pah@pah.org.pl
Conta bancaria: konto: Bank BPH SA o/W-wa 56 1060 0076 0000 4011 0000 1906

P.S. O Conselho das Religiões em Moçambique, em cooperação com o Programa Conjunto das Nações das Nações Unidas (ONUSIDA) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), organiza entre dias 6 e 9 de Dezembro de 2005 um seminário de capacitação dos líderes religiosos na Provincia de Nampula. O evento tem como principal objectivo formar uma rede integrada de parceiros, para a formulação de propostas intersectoriais, voltadas à prevenção das DST/HIV/SIDA, assistência e apoio humano/espiritual às pessoas vivendo com HIV/SIDA.
O Seminário vai decorrer na Universidade Católica de Moçambique (Faculdade de Direito) com uma abertura solene às 9:00 horas (6/12/06) e conta com a participação do Presidente do Minicípio da Cidade de Nampula Castro Namaqua, Arcibispo de Nampula Dom Tomé Makwela, Lideres do Conselho Cristão de Moçambique, do Conselho Islâmico, da Comunidade Hindu, Bahai, religiões tradicionais africanas e Ivo Correia, Coordenador do Projecto de Apoio as Organizações Religiosas, ONUSIDA. A delegação do Conselho das Religiões em Moçambique, que coordena o encontro, será chefiada pelo Vice-Presidente do COREM Prof. Doutor Leonardo Adamowicz.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Informe do Congresso Mundial Ucraniano, № 12 (28), Dezembro, 2005

145 EVANS AVENUE, SUITE 207 ● TORONTO, ON M8Z 5X8, CANADA ● TEL. (416) 323-3020 ●FAX (416) 323-3250, e-mail: congress@look.ca ● WEB: www.ukrainianworldconress.org
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DIASPORA COMMUNITIES COMMEMORATE FAMINE 1932-33

Ukrainian communities outside Ukraine commemorated the 72nd anniversary of the Great Famine during the month of November. In New York City, an annual ecumenical Requiem was held at St. Patrick’s Cathedral. The US House of Representatives passed legislation enabling the government of Ukraine to establish a monument to the Great Famine victims on public lands in Washington, DC. In Windsor, Canada the community unveiled a monument to the victims. Requiems and candle lighting marked the anniversary throughout Australia. The Lithuanian parliament passed a resolution condemning the Ukrainian Famine as genocide against the Ukrainian people. Additionally, Lithuanians and Ukrainians marked the anniversary throughout Vilnius and, in particular, at the site of the Genocide Museum with public rallies.

UWC URGES UKRAINE’S FOREIGN MINISTER TO FACILITATE ELECTION PROCESS

In a November letter to Ukraine’s Foreign Minister Borys Tarasiuk, the UWC urged that voter lists outside Ukraine be published on the official websites of Ukraine’s diplomatic missions thereby facilitating access to the lists without travel. We await a response.

ELECTION APPEAL TO OUR NATIONAL CENTRAL REPRESENTATIONS

In accordance with Ukraine’s election law, additional polling precincts abroad may be established where there is a concentration of at least one thousand citizens of Ukraine in a particular locality. Inasmuch as current voter lists as published abroad do not establish the current location of voters on the list, it is incumbent upon organized communities to establish numbers and location. Our national central representations are urged to become involved in compiling such lists for Ukraine’s Ministry for foreign affairs.

EUROPEAN CONGRESS OF UKRAINIANS CONVENES IN KOSICE

The European Congress of Ukrainians held its annual session near Kosice, Slovak Republic, 11-13 of November, 2005 electing new leadership headed by Jaroszlava Hаrtyányi from Hungary. The following communities were present: Belgium, Croatia, Czech Republic, Estonia, Hungary, Greece, Poland, Serbia and Montenegro, Slovak Republic, Spain and the United Kingdom. UWC General Secretary Victor Pedenko attended the session and offered greetings from the UWC. A more complete report is available at http://www.eukrainian.net/.

UKRAINIANS OF KAZAKHSTAN VISITS THE UNITED STATES

Mykhailo Parypsa, the chair of the Association of Ukrainians in Kazakhstan visited the United States from November 3-17, 2006. His itinerary included a visit to Capitol Hill in Washington, DC, attendance at various Ukrainian events, meetings with communities in New York, New Jersey and Philadelphia, including the leadership of various Ukrainian organizations, in particular, Self Reliance (N.Y) Federal Credit Union, the Ukrainian American Federal Credit Union New Jersey office, the United Ukrainian American Relief Committee etc. Mr. Parypsa stressed the viability of the Ukrainian community in Kazakhstan and solicited assistance for the publication of a Ukrainian newspaper there.

IV UKRAINIAN WORLD FORUM TO BE RESCHEDULED FOR AUGUST 2006

The Ukrainian World Coordinating Council met in Kyiv for an extraordinary session November 19-20, 2005. The UWCC decided to request that Ukraine’s President convene the IV World Forum of Ukrainians sometime in August 2006 on the occasion of the fifteenth anniversary of Ukraine’s independence. The UWC was represented at the UWCC session by General Secretary Victor Pedenko and Ukrainian Canadian Congress Chair, Orysia Sushko. Others in attendance, included representatives from Armenia, Belarus, Estonia, Hungary, Latvia, Poland, Russian Federation, Ukraine and Uzbekistan.

UKRAINIAN CENTRAL REPRESENTATION IN ARGENTINA ELECTS NEW LEADERSHIP

The UCRA held its Congress on October 29, 2005 in Buenos Aires, Argentina. Jorge Balanda, a third generation Ukrainian from Missiones was elected President and Jorge Danylyshyn from Buenos Aires was elected Chair of its advisory Council.

SEASON’S GREETINGS

In Christian Ukrainian tradition, on the eve of the birth of Our Lord Jesus Christ, we offer best wishes for all humanity, in particular our Ukrainian brothers and sisters throughout the world, our clergy, political leaders, especially Ukraine’s President Victor Yuschenko and the leaders of those countries that have manifested friendship towards the Ukrainian people. On the threshold of a New Year we appraise last year’s accomplishments and deficiencies. As always expectations are greater than reality, glaringly more so following the heroic events of the Orange Revolution. Nonetheless, the foundation for a better Ukraine has been laid and we need to stay the course. Deficiencies are grave particularly, in the national sphere. Ukrainian spiritual and cultural affairs remain ignored, history is selectively forgotten and heroes are disrespected. We urge the Ukrainian people to persevere. May this annual birth of Our Lord and the New Year mark the renaissance of our Christian Ukrainian spirituality and culture. Christ is born. Let us praise Him!

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Ucrânia recebe o estatuto da economia do mercado

União Europeia atribuiu à Ucrânia estatuto da “economia do mercado”, disse na quinta - feira o Primeiro – Ministro británico Tony Blair, falando na conferência da imprensa em Kyiv, comentando os resultados da cimeira UE – Ucrânia.
"Temos as esperanças, que a cimeira será não apenas um encontro proveitoso, mas também acreditamos que no futuro, o Reino Unido, outros países da EU, serão os vossos parceiros", - disse ele.
Por sua vez, o Presidente ucraniano, Viktor Yuschenko disse que os procedimentos jurídico – formais, do reconhecimento da Ucránia, como о país da “economia do mercado”, vão ser concluídos num ou dois meses no máximo. "O mais importante, é que hoje nós tomamos uma decisão política clara. A mudança do estatuto (da Ucrânia) puxa atras de si, uma “corrente” lógica – mudança nas tarífas aduaneiros, nos pagamentos. E outra coisa - hoje os nossos relacionamentos passaram para um nível qualitativo novo e diferente – e isso, é o mais importante", - disse Presidente ucraniano.

Fonte: ProUA

segunda-feira, novembro 28, 2005

Os carros do Yanukovich Jr

O filho do líder do Partido das Regiões, Viktor Yanukovich Jr, troca os carros de luxo como se fossem “chinelos usados”. Pode-se chegar a esta conclusão, observando a lista dos carros, usados por ele nos últimos tempos, citada pelo site ucraniano Internet - repórter, que escreve o seguinte:
“Usando a autoridade do Yanukovich - pai na província de Donetsk, os seus herdeiros permitem a si mesmos, muita coisa. Por exemplo, os carros do Viktor Yanukovich Jr, foram conhecidos na província de Donetsk por qualquer polícia – trânsito. Um destes polícias, chateado por ser obrigado bater as continências aos “chefões marginais” e os seus filhos - “juventude de ouro”, denunciou a situação”.
Internet – repórter publicou a lista dos carros, usados pelo Viktor Yanukovich Jr, de 23 anos da idade:

- Chevrolet Suburban (matrícula antiga 000-09 ЕО, depois recebeu uma matrícula nova) – preço, cerca de 68000 USD;

- Audi A6 (matrícula pessoal, P A X 28) – 35000 EUR;

- Hummer H2 (matrícula 002-01 EO) – cerca de 86000 USD;

- JEEP Wrangler (matrícula 002-03 EO) – cerca de 40000 USD;

- AUDI A8 (matrícula 000-09 EE) – 40000 USD;

- AUDI RS6 – cerca de 54000 EUR;

- JEEP Cherokee (matrícula 028-xx EO) – cerca de 30000 EUR.

Fonte: http://novosti.dn.ua/details/19558/
Autor: editor@novosti.dn.ua

Blogger: Lembro me muito bem do barulho, que se levantou em todo o mundo, quando o filho de Viktor Yuschenko, foi acusado de ter UM carro de luxo e possuir UM telemóvel bastante caro. O filho do líder da oposição (que já antes vivia no salário do funcionário público), aos 23 anos da idade possui uma frota de viaturas e alguém diz alguma coisa? Nem por isso! Porque? Aí talvez podemos chegar à um ponto interessante: uma maquina de propaganda grande e impiedosa, lubrificada por dinheiro vindo além fronteira – Leste, renovou o seu fulgor, com aproximação das novas eleições na Ucrânia. E única coisa que podemos fazer, é estar vigilantes, para publicamente denunciar a situação.

quinta-feira, novembro 24, 2005

Ucrânia comemora sua maior catástrofe nacional

A Ucrânia irá comemorar no dia 26 de Novembro, o Dia da memória das vitimas da Grande Fome e das repressões políticas, recordando as pessoas que morreram durante o Holodomor – Grande Fome artificial, que abateu-se sobre a Nação em 1932-33.

Causas da Grande Fome: A primeira fome de caracter artificial, castigou a Ucrânia em 1921, depois da ocupação do país pelo exército da Rússia bolchevique e de liquidação do Estado ucraniano, em 1919. A fome sentiu-se em províncias do Sudeste da Ucrânia: Zaporizhia, Donetsk, Katerynoslavl (Dnipropetrovsk), Mykolaiv e Odessa. As suas principais causas eram: a prática agriculta socialista, diminuição dos campos cultivados em consequência das políticas do “comunismo militar”, as directrizes compulsivas do Partido – Estado, que dividia os recursos alimentares existentes, favorecendo os grandes centros urbanos, em primeiro lugar, fora da Ucrânia.
A Grande Fome de 1932 – 33, que afectou todas as regiões da Ucrânia, tinha as raízes basicamente políticas, era o resultado do acto voluntário do poder político da URSS, um genocídio em forma da fome artificial, dirigido directamente contra a Nação ucraniana.
O extermínio em massa dos camponeses ucranianos, através da Grande Fome, foi um acto do terror direccionado, vindo de todo o sistema político da URSS, contra a população civil, que tive como consequência o desaparecimento de não apenas da uma classe dos camponeses auto-suficientes e prósperos, mas algumas gerações do campesinato. Foram destruídas as bases sociais da nação ucraniana, as suas tradições, a sua cultura e a sua peculiaridade.
O historiador americano, James Meis, que dedicou-se ao estudo da Grande Fome, escreveu: “A colectivização compulsiva foi a tragédia de toda a sociedade soviética, mas para os ucranianos isso foi uma tragédia particular. Em consequência da destruição de facto das elites urbanas, ela (colectivização) significava a sua destruição como um organismo social e factor político”.
Analisando cerca de 30 Directrizes, publicadas nos anos 1929 – 30, pelo Comité Central do Partido Comunista da URSS e da Ucrânia Soviética, Conselho dos comissários do povo da União e Ucrânia Soviética, podemos facilmente perceber que a Grande Fome de 1932 – 33 foi uma acção construída e planeada! Os documentos demostram, que nestes anos, a Ucrânia não tinha a carência do trigo e de outros cereais, mas estes cereais foram retirados à força.
Os documentos do Bureau Político do Comité Central do Partido Comunista da Ucrânia demostram que no Outono de 1932, os comboios especiais retiravam vários produtos alimentícios, para fornecer a alimentação às grandes centros urbanos da Rússia, para as festas do aniversário da Revolução Bolchevique, celebrada em Novembro. Da Ucrânia retirava-se não apenas o trigo, impossibilitando a semeadura futura, mas até os conservas de pepinos, couve, tomates, deixando as pessoas morrer da fome.
Em 1932 o Governo soviético proíbe qualquer comércio alimentar nas zonas rurais, o abastecimento alimentar destas zonas é “interrompido temporariamente”, qualquer uso do pão como moeda do pagamento era sentenciado com a ordem da prisão de 10 anos ou fuzilamento (nas zonas que não entregassem todo o pão requisitado pelo Governo central).

Consequências da Grande Fome: Os historiadores e especialistas em demografia até hoje não conhecem os números exactos das pessoas que morreram em consequência da Fome, fala-se entre 3 à 10 milhões de vitimas mortais! Usando como a base o Censo populacional da Ucrânia de 1937 e contando com os envenenamentos por alimentos impróprios (pessoas comiam raízes silvestres), suicídios, repressões, actos de canibalismo e todo o colapso social, podemos chegar a conclusão, que as perdas da Ucrânia em população foram de pelo menos 7 milhões de pessoas.
A catástrofe nacional da fome, que durou dois longos anos e castigou uma nação de 40 milhões de habitantes, tinha a causa não natural, mas criada pelo homem. A marca, deixada pela Grande Fome na Ucrânia, entra na linha das outras tragédias que o povo ucraniano suportou no século XX: guerra civil e fome de 1921 – 23, repressões comunistas de 1937 – 38, II Guerra Mundial e ocupação nazi, fome de 1946 – 47. Mas as consequências humanitárias da Grande Fome não podem ser comparadas com mais nada! Na sua direcção anti – ucraniana e na amplitude do uso, a Grande Fome foi o principal arma de destruição em massa e do escravidão social do campesinato ucraniano, usada pelo o regime totalitário soviético na Ucrânia.
[Pelos cálculos dos especialistas em demografia franceses, uma das consequências directas da Grande Fome na Ucrânia é o não nascimento de cerca de 1 milhão de crianças. (Os registos cíveis da época, foram interditos pelo Estado soviético de registrar as mortes das crianças com idades inferiores a 1 ano). Ainda, já que neste período, morriam em primeiro lugar as crianças e os jovens, os cientistas chegaram a conclusão, do que a esperança média da vida entre os ucranianos em 1933 era de 7,3 anos para os homens e 10,9 para as mulheres. Algo, até então nunca visto em toda a historia da humanidade! (Fonte: Agência de informação Media International Group, 27.11.2003)]

Reacção da comunidade internacional sobre a Grande Fome: os países estrangeiros sabiam da existência e da amplitude da fome na Ucrânia, informados pelos seus consulados de Kyiv, Odessa e Kharkiv. O Governo da Ucrânia no exílio, sediado em Paris (França) e encabeçado pelo Professor Oleksander Shulgin, informava sobre os acontecimentos terríveis na Ucrânia a Liga das Nações, a Cruz Vermelha Internacional, as organizações comerciais. Mas os políticos e empresários ocidentais observavam a tragédia ucraniana calados, ou pior ainda, não reparavam a sua existência, iludidos pela maquina poderosa da propaganda estalinista. Podemos citar o Primeiro – Ministro da França Eduard Errio, o escritor britânico Bernard Shaw ou o correspondente do “New York Times” em Moscovo Walter Duranti, que pura e simplesmente negava a existência da fome na Ucrânia.
[Temos que admitir, que o próprio termo “genocídio” foi introduzido no campo do direito internacional apenas no dia 11 de Dezembro de 1946, através da uma resolução da ONU que determina: “Genocídio é crime, condenado pelo mundo civilizado e pela prática do qual, os seus principais responsáveis devem ser castigados”. Às 9 de Dezembro a Assembleia Geral da ONU votou unanimemente a “Convenção sobre prevenção do crime do genocídio e o seu castigo”, que entrou em vigor a 12 de Janeiro de 1951].
A Diáspora ucraniana nos EUA, conseguiu que o Congresso americano criasse uma comissão do inquérito, encabeçada pelo Senador James Meis, que classificou mais tarde a Grande Fome na Ucrânia de 1932 – 33 como genocídio. Uma outra Comissão internacional, encabeçada pelo Professor Sandberg do Instituto do Direito Público Internacional (Suécia), foi criada nos anos oitenta. Em Novembro de 1989, a Comissão do Sandberg publicou o seu veredicto, identificando as causas directas da Fome: armazenamento do trigo em excesso. Por sua vez, como condições previas da Grande Fome foram identificadas: colectivização compulsiva, a política das nacionalizações no campo e o desejo do governo soviético de esmagar “o nacionalismo tradicional ucraniano”. Os juristas identificaram nesta Grande Fome, o desejo claro do Kremlin em definir a segmento nacional do terror. Outra vez, a Grande Fome na Ucrânia foi classificada como genocídio.

Nesta óptica, decorreram as comemorações do 70-ssímo aniversario da Grande Fome em 2003. O seu início foi dado pela secção especial da Varkhovna Rada (Parlamento Ucraniano), dedicada a memória das vitimas da Grande Fome (secção boicotada pelo Partido Comunista). Parlamento ucraniano aprovou o apelo ao povo ucraniano que dizia: “Grande Fome foi artificialmente criada pelo regime de Stalin e deve ser publicamente condenada pela sociedade ucraniana e pela comunidade internacional, como um dos maiores genocídios na história universal da Humanidade”. Em Setembro de 2003, o Presidente da Ucrânia, apelou aos participantes da 58-va secção da Assembleia Geral das ONU, para apoiarem a iniciativa ucraniana da condenação da grande Fome na Ucrânia, como acto do genocídio. Divulgado como o documento oficial da Assembleia Geral das ONU, o Comunicado conjunto das delegações – membros da ONU sobre 70-ssímo aniversario da Grande Fome na Ucrânia em 1932 – 33, pela primeira vez na história da ONU, classificou a Grande Fome de 1932 – 33 como a tragédia nacional do povo ucraniano, apresentou as condolências às suas vitimas, apelando à todos os países – membros da ONU, as organizações especializadas da ONU, organizações internacionais e regionais, FAO, fundos e associações, pagar o devido tributo à todos aqueles, que morreram neste período trágica da história.
A Declaração dizia entre outras coisas:
[Na ex – União Soviética milhões de homens, mulheres e crianças foram vitimas dos actos desumanos e da política do regime totalitário. Holodomor – a Grande Fome de 1932 – 1933 na Ucrânia, ceifou a vida de entre 7 à 10 milhões de pessoas inocentes e tornou-se a tragédia nacional para o povo ucraniano].
36 países – membros da ONU, foram co-autores desta Declaração, nomeadamente: Argentina, Azerbaijão, Bangladesh, Belarus, Benin, Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Egipto, Irão, Kasaquistão, Canada, Qatar, Kirguisia, Kuwait, Macedónia, Mongólia, Nauru, Nepal, Emirados Árabes Unidos, Paquistão, Peru, República da África do Sul, Coreia do Sul, Moldova, Rússia, Arábia Saudita, Síria, EUA, Sudão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Timor Leste, Uzbequistão, Ucrânia e Jamaica. A resolução foi também apoiada pela Austrália, Israel, Sérvia e Montenegro e todos 25 países – membros da União Europeia.
A Rússia, embora juntou-se a Declaração conjunta, fiz um esforço considerável para bloquear a iniciativa ucraniana de obter o reconhecimento internacional desta fome artificial. Assim, o MNE russo, manifestou por escrito a sua posição de encerrar a questão da Holodomor, considerando que “analise posterior deste tema na ONU é contraproducente”.
Ao mesmo tempo, o resto do mundo livre, produziu várias iniciativas em comemoração da tragédia, que abateu-se sobra a Ucrânia e a sua Nação, considerando a Grande Fome como acto do genocídio contra o povo ucraniano, posição defendida pelo:
Parlamento da Estónia (20 de Outubro de 1993);
Senado da Austrália (Resolução № 680 de 31 de Outubro de 2003);
Conselho Legislativo da província australiana New South Wells (Resolução de 20 de Novembro de 2003);
Senado da República da Argentina (Setembro de 2003);
Assembleia Legislativa da República da Hungria (24 de Novembro de 2003);
Director – Geral da UNESCO (16 de Dezembro de 2003).

Alem disso, o Senado da Canada apelou ao Governo canadiano para reconhecer o facto da Grande Fome de 1932 – 33 e condenar quaisquer tentativa de esconder a verdade histórica sobre o facto do que esta fome era um genocídio (19 de Junho de 2003). O documento canadiano prevê a comemoração desta data trágica, no último sábado do mês do Novembro em todas as escolas da Canada. A Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA adaptou a resolução № 356 de 20 de Outubro de 2003 e preparou um projecto da Lei sobre a construção em Washington D.C. de um monumento em memória das vitimas da Grande Fome, no seu 75-to aniversário (em 2008).
Em várias países do Mundo, foram colocados monumentos dedicados a memória das vítimas da Grande Fome, nomeadamente em: Austrália, Áustria, Argentina, Bélgica, Estónia, Kasaquistão, Canada, Rússia (região da Tumen). Outros monumentos em Canada, EUA e Hungria serão construídos nos próximos tempos.
Discursando no plenário da Assembleia Geral da ONU, no dia 15 de Setembro de 2005, o Presidente da Ucrânia, Viktor Yuschenko disse: “Estimados lideres do mundo actual, temos a nossa capacidade de impedir as crimes contra as pessoas e contra a humanidade. Eu vós falo em nome da nação que perdeu dez milhões de pessoas por causa do Holodomor (Grande Fome) – genocídio, organizado contra o nosso povo. Naquela época, os governos de muitos dos países fecharam os olhos à nossa tragédia. Nós exigimos: o Mundo tem que saber a verdade sobre todos os crimes cometidos contra a humanidade. Apenas desta maneira nós todos teremos a certeza – indiferença nunca mais poderá compensar os criminosos”.

Agradecimentos especiais na preparação deste texto para a Embaixada da Ucrânia em Angola e pessoalmente para o Embaixador, Sua Excelência Sr. Volodymyr Lakomov.

Contacto da Embaixada:

Chancelaria: Rua Companhia de Jesus, 35 – Bairro Miramar – Luanda
Horário: de Segunda à Sexta – Feira das 9-00 às 16-00
Telefones: +244 222-447492, +244 912-337287, +244 912-340426
Fax: +244-222-448467

Ucrânia promove igualdade do género

O Presidente da Ucrânia, Viktor Yuschenko assinou o Decreto – Lei “Sobre as garantias dos direitos e oportunidades iguais das mulheres e dos homens”.
O serviço da imprensa do Presidente ucraniano, informa que o Decreto – Lei tem como seu objectivo: “alcançar a situação de paridade entre as mulheres e os homens em todas as esferas da actividade social, através da providência dos direitos e oportunidades iguais das mulheres e dos homens, liquidação da discriminação na base do género e aplicação das políticas temporais especiais, para corrigir o desequilíbrio entre as oportunidades das mulheres e dos homens, em realizar os direitos iguais, a que eles tem o direito pela Constituição e pelas leis da Ucrânia”. A nova lei entrará em vigor aos 1 de Janeiro de 2006.

Fonte: ProUA

terça-feira, novembro 22, 2005

Ucrânia comemora primeiro aniversário da Revolução Laranja

No dia 22 Novembro de 2004, começou a Revolução Laranja na Ucrânia, a Nação ucraniana levantou-se em protesto contra a falsificação brutal das quartas eleições presidenciais no país.

Historiadores, geralmente, começam a contagem do cada século, à partir de um acontecimento histórico, que influenciou sobremaneira o desenvolvimento póstumo da sociedade. Assim, o século XX foi marcado pela I GM e Revolução Bolchevique na Rússia.
Na Ucrânia, o terceiro milénio começou com a Revolução Laranja, que era uma acção de protestos em massa dos cidadãos comuns, contra o regime antidemocrático. Hoje, dois terços dos ucranianos consideram a Revolução como o momento mais brilhante do ano passado. Pode-se afirmar, que toda a nova história da Europa se abrirá com a página ucraniana.
A principal causa da Revolução Laranja foi a tentativa do poder anterior de negar os principais direitos constitucionais aos ucranianos. Os resultados das eleições foram falsificados, para o exercício do usurpação do poder, algo que provocou a indignação das centenas de milhares dos cidadãos, que saíram às praças das suas cidades, para defender os seus direitos. Essas pessoas, não estavam preocupadas com as coisas materiais, antes pelo contrário, eles estavam dispostos a defender a sua dignidade, liberdade, justiça, democracia e Independência do seu próprio país. O povo ucraniano provou que é melhor e mais forte do que alguns dos seus governantes.
Saindo para o Maydan (Praça da Independência de Kyiv), o povo ucraniano conseguiu anular a tentativa do regime autoritário de usurpar o poder, mostrando o seu direito e capacidade de defender a liberdade e democracia. Maydan também provou, que na Ucrânia formou-se e funciona uma nova classe média: trabalhadores, elite intelectual, estudantes, proprietários das PME, que levantaram-se contra a injustiça. Ucrânia recusou-se continuar a consentir e tolerar a existência do sistema da oligarquia (junção do grande capital com o poder político, baseado na base criminal).
Em 2004, a degradação do poder anterior chegou ao seu apogeu: assassinatos brutais dos oponentes, corrupção, pressão sobre as média, chocaram a Ucrânia. O poder pisou o risco do aceitável e como consequência – foi castigado pelo seu próprio povo.
Depois dos longos anos da ausência de um líder espiritual, a Ucrânia recebeu um Presidente forte – Viktor Yuschenko – um crente com elevadíssimos princípios morais. Ainda dirigindo o Banco Nacional da Ucrânia, Viktor Yuschenko tornou-se uma figura carismática, o político mais popular da Ucrânia. Mais tarde, ele tornou-se o Primeiro – Ministro da Ucrânia, mas uma teia de intrigas hostis, ditou a demissão do seu governo em Maio de 2001. Mas a carreira do político da oposição apenas começa, assim como começa o trabalho da preparação das bases para a futura Revolução Laranja.
Em 2004, Viktor Yuschenko toma a decisão de participar nas eleições presidenciais. O poder corrupto começa exercer uma pressão brutal sobre a sua candidatura, usando todo o arsenal do recurso administrativo. Foram usadas as tácticas de tecnologias políticas sujas (RP), geralmente desenvolvidos pelos especialistas estrangeiros, pensadas para criar uma opinião pública negativa sobre a figura de Viktor Yuschenko, tentando “namorar” o eleitorado russófono, especulando sobre o estatuto da língua russa, mentindo sobre os dados biográficos do Viktor Yuschenko e da sua família, tentando comprometer a sua força política. O cumulo destas tecnologias sujas, foi o envenenamento do Viktor Yuschenko, exactamente no meio da campanha eleitoral.
No dia 31 de Outubro de 2004, na primeira volta das eleições presidenciais, Viktor Yuschenko obteve 39,90% dos votos dos ucranianos, contra 39,26% de V. Yanukovich, o seu principal oponente, candidato apoiado pelo forças ligadas ao poder. A votação decorreu com significativos violações dos direitos eleitorais dos cidadãos, situação detectada e denunciada pelas organizações ucranianas e estrangeiras, como: Comité dos eleitores da Ucrânia, OSCE, Conselho da Europa. Depois da primeira volta, Viktor Yuschenko conseguiu alcançar alguns importantes acordos políticos, sobre o apoio da sua candidatura com representantes das outras forças políticas, nomeadamente com o Partido Socialista do Oleksander Moroz. Ainda antes do início da campanha eleitoral, um acordo idêntico foi celebrado com o partido da Yulia Timoshenko.
Segunda volta das eleições, que tive lugar aos 21 de Novembro de 2004, foi conduzida com violações brutais da lei eleitoral e dos direitos humanos, usando as tecnologias de falsificação dos resultados ao nível central do Estado, inclusivamente a violação do sistema electrónico da contagem dos votos, instalado na Comissão Central de Eleições. No dia seguinte, logo quando os resultados falsificados das eleições foram divulgados, começou a Revolução Laranja. O movimento popular contra as falsificações das eleições foi encabeçado pelo Viktor Yuschenko. O Tribunal Supremo da Ucrânia, no processo judicial histórico: “Viktor Yuschenko contra a Comissão Central de Eleições”, provou as acções criminosos do poder, anulou os resultados da segunda volta e marcou uma nova segunda volta para o dia 26 de Dezembro de 2004. Ao mesmo tempo, as populações das varias províncias no Leste e Sul da Ucrânia, foram isoladas da informação real, através das guerras informativas e intrigas políticas. A Ucrânia estava à beira de uma crise política e económica sem precedentes, que foi evitada graças aos esforços cuidadosos e construtivos dos principais intervenientes, assim como dos mediadores estrangeiros.
A nova segunda volta das eleições presidenciais, considerada muito mais democrática, do que duas anteriores, foi ganha pelo Viktor Yuschenko, que obteve 51,99% dos votos, contra 44,20% de Yanukovich.
Mas o fim da campanha eleitoral na Ucrânia, foi apenas um início dos processos da recuperação, que irão conduzir à cura completa e aparecimento de um mecanismo estatal estável, livre da corrupção, autocracia, censura, qualquer violações dos direitos humanos. Revolução Laranja demonstrou que a Ucrânia pertence a Civilização europeia – não apenas geograficamente, mas ao nível de valores, politicamente, espiritualmente e ao nível mental.
Como consequência, mudou a política externa da Ucrânia, as palavras sobre a escolha europeia e euro – atlântica, foram substituídos pelas medidas concretas.
No dia 21 de Fevereiro de 2005, em Bruxelas, a Ucrânia e a União Europeia aprovaram o Plano de acções, cuja implementação demorará cerca de três anos e oferecerá ao país o mecanismo estruturado da cooperação pratica com a UE, em primeiro lugar no domínio económico – social. A UE, por exemplo, aumentou os níveis da ajuda técnica à Ucrânia, em 30%, à partir do ano 2005, alem disso Ucrânia espera obter muito brevemente o estatuto da economia do mercado, inserido na legislação anti – dumping da União.
Neste momento, a Ucrânia e UE, preparam o plano calendarizado conjunto de condução do processo negocial, sobre a criação de uma zona do comércio livre entre a UE e a Ucrânia.
Seguindo o Plano de acções, a UE preparou o projecto à apresentar na Comissão Europeia, para negociar com a Ucrânia os mecanismos de facilitação do regime de vistos, que por sua vez prevê que os cidadãos da Ucrânia, poderão obter os vistos para a UE mais facilmente, alem de obtenção dos vistos gratuitos, introdução gradual do regime dos vistos de longa duração e de isenção de vistos para os cidadãos, portadores de passaportes diplomáticos.
A Ucrânia e UE também acordaram o mecanismo de subscrição da Ucrânia das Declarações da UE, em primeiro lugar sobre as questões ligadas à democracia e à defesa dos direitos humanos. Começando aos 17 de Maio de 2005, a Ucrânia subscreveu cerca de 95% das declarações, resoluções e posições conjuntas com a UE. Assim a Ucrânia reviu a sua posição durante a votação na Comissão da ONU sobre os direitos humanos, apoiando as resoluções da UE e dos EUA sobre a Cuba e Belarus.
A Ucrânia pretende se tornar o membro da NATO, começando o dialogo intensivo com a Aliança Atlântica. As declarações do Presidente Viktor Yuschenko em Bruxelas em Fevereiro de 2005, sobre o plano do país juntar-se à NATO, ganharam os contornos reais quer na Ucrânia, quer na Aliança.
No contexto da integração Europeia e Atlântica, continuam a desenvolver-se as relações com a Rússia, que conheceram a revisão qualitativa: o desenvolvimento das relações da parceria estratégica com a Federação Russa, será a parte integrante da política da integração europeia da Ucrânia. Alem disso, as relações russo – ucranianas, mostraram a tendência de entrar no caminho pragmático, salvaguardando o princípio de não ingerência nos assuntos internos de cada um. Ao mesmo tempo, a Ucrânia concretizou os limites da sua participação nos projectos de integração nos terrenos pós – soviéticos – CEI / Zona Económica Unida, chamando a atenção do que em primeiro lugar estará interessada em criação da zona do comércio livre entre os membros destas formações.
Últimos meses mostraram o nível estratégico das relações Ucrânia – EUA. Foi assinado “O protocolo de parceria estratégica Ucrânia – EUA no novo século”. Os EUA mostraram o seu apoio a ideia ucraniana de se filiar na NATO e outras estruturas transatlânticas. Alem disso, as partes concordaram em intensificar a cooperação em domínios da defesa da democracia no Mundo, luta contra o terrorismo e resolução pacífica dos conflitos.
Desde a entrada da Polónia na NATO (1999) e na UE (2004), a Varsóvia se transformou num dos parceiros mais importantes da Ucrânia na arena internacional, o “padrinho” dos seus desejos europeus e transatlânticos. Polónia despende um esforço considerável, para formar uma concepção da política externa da UE “à Leste”, favorável à Ucrânia, chamando a atenção de Bruxelas e principais capitais europeus, à problemática ucraniana.
A parte inseparável da realização do seu curso à integração nas instituições europeias e transatlânticas, foi a nova política regional da Ucrânia. A sua meta é criar um bloco de estabilidade e da segurança, compatível com a UE, de Belarus à Azerbaijão. Um dos passos práticos nesta direcção foi a participação da Ucrânia na resolução dos conflitos, ditos “congelados”, em primeiro lugar em Transnistria (Prydnistrovye, território separatista que tencionava se tornar independente da Moldova).
Escolhendo o caminho e as ideais da democracia, Ucrânia considera que divulgação mundial destas ideias é a garantia da estabilidade e desenvolvimento estável. Pensando exactamente nisso, os presidentes da Ucrânia e da Geórgia proclamaram a ideia da “Escolha democrática”. Existe uma grande simbólica, que ideia será realizada no aniversário da Revolução Laranja, quando no dia 2 de Dezembro de 2005, Kyiv será palco do Fórum Fundador da Comunidade Regional da Escolha Democrática.
A diferença fundamental da nova política externa da Ucrânia, está na sua previsibilidade, continuação e transparência. Não apenas em Bruxelas ou em Washington, mas também em Moscovo, a Ucrânia diz claramente e abertamente: nossas prioridades estratégicas estão na entrada na NATO e na UE.
A Ucrânia, pela terceira vez na sua história, fiz a passagem do poder de modo civilizado à um presidente democraticamente eleito. Não para um herdeiro escolhido por alguém, não usando a violência sangrenta, mas pacificamente, transparentemente e democraticamente. A democracia venceu, apesar da sua vitoria custou bastante aos ucranianos.
A Revolução Laranja abriu uma nova página na história da Ucrânia. Revolução terá a sua repercussão no desenvolvimento dos processos políticos na Europa. A Praça da Independência transformou-se no símbolo da liberdade, luta pela justiça e vitoria pacifica do povo sobre a violência e falsificações. Início do século XXI se transformou numa época cor da laranja.

Agradecimentos especiais na preparação deste texto para a Embaixada da Ucrânia em Angola e pessoalmente para o Embaixador, Sua Excelência Sr. Volodymyr Lakomov.

Contacto da Embaixada:

Chancelaria: Rua Companhia de Jesus, 35 – Bairro Miramar – Luanda
Horário: de Segunda à Sexta – Feira das 9-00 às 16-00
Telefones: +244 222-447492, +244 912-337287, +244 912-340426
Fax: +244-222-448467
E-mail: embucr@nexus.ao

segunda-feira, novembro 21, 2005

Ucrânia abre a embaixada em Angola

Numa ofensiva diplomática sem precedentes, a Ucrânia voltou a sua atenção para a África, abrindo várias novas embaixadas no continente: em Angola, Etiópia e Quénia. Hoje queremos apresentar a embaixada em Angola, a primeira, num país africano lusófono.

A Embaixada começou funcionar em Setembro do 2004 e no dia 30 de Setembro de 2005 o Embaixador Plenipotenciário e Extraordinário da Ucrânia, Sua Excelência Sr. Volodymyr Lakomov, entregou as cartas de acreditação ao Presidente angolano Eng. José Eduardo dos Santos. Infelizmente, neste momento o pessoal diplomático ucraniano está extremamente reduzido. Com a chegada no dia 8 de Outubro de 2005 de uma pessoa que se ocupará dos assuntos consulares, o número dos diplomatas ucranianos passará apenas para três. No próximo ano, a embaixada tem os planos para passar a funcionar num edifício próprio, já que neste momento, todas as actividades decorrem na residência do embaixador.
A comunidade ucraniana em Angola divide-se em dois grandes grupos: os especialistas que trabalham no país sob contractos duradouros e os membros das famílias mistas, que foram constituídas entre as cidadãs ucranianas e os angolanos que estudaram na Ucrânia.

Quem é o 1º embaixador da Ucrânia em Angola
Volodymyr Lakomov, atualmente o Embaixador da Ucrânia em Paquistão
Volodymyr I. Lakomov nasceu em 1958 na cidade de Luhansk (Ucrânia) numa família de classe média, o pai era engenheiro - geólogo e a mãe medica oftalmologista.

Em 1981 foi graduado pela Faculdade das Relações Exteriores e do Direito Internacional da Universidade Nacional Taras Shevchenko de Kyiv (Ucrânia), especializando-se em relações económicas internacionais.

Entre 1981 à 1995 trabalhou no sistema do Comité Estatal ucraniano do turismo estrangeiro e no escritório central do Banco Estatal Agro-pecuário “Ukrayina”.

Desde 1992 é funcionário do Comité Estatal do apoio ao empreendedorismo e da Agência do desenvolvimento e investimento estrangeiro.

Em 1995 – 1996 tornou-se o Vice – Director da Agência da ajuda técnica à Ucrânia, em 1996 – 97 era Chefe do Departamento de Investimentos da Agência Nacional da Ucrânia de Reconstrução e Desenvolvimento.

Entre 1997 à 2002 é Conselheiro das questões da cooperação económica da Embaixada da Ucrânia no Brasil, onde se ocupava das questões ligadas a cooperação bilateral nas áreas da indústria aeroespacial, maquinaria pesada e energia.

Entre Abril de 2002 à Março de 2003 – trabalhou nas estruturas centrais do MNE da Ucrânia – era Vice – Director do Departamento da cooperação económica, Embaixador para as questões especiais.

Em Março de 2003 foi nomeado como Embaixador Plenipotenciário e Extraordinário da Ucrânia na República de Angola.

As metas da sua Embaixada são: desenvolvimento do dialogo político entre os governos da Ucrânia e da Angola, o apoio ao desenvolvimento comercial e económico, apoio à realização dos projectos Join Venture em Angola nas áreas da construção automóvel e naval, aviação, agro-pecuária, cooperação técnico – militar, educação, medicina, cultura, defesa dos interesses dos cidadãos ucranianos, que vivem e trabalham na República de Angola.

Volodymyr Lakomov é Conselheiro diplomático da 1ª classe.
Os seus hobbies: ski, estudos históricos.
Casado, pai de dois filhos.

Neste momento as funções do Cônsul e do Encarregado de Negócios da Ucrânia em Angola e Moçambique são desempenhados pelo Sua Excia. Sr. Pavló V. Kostetskiy. 

EMBAIXADA DA UCRÂNIA NA REPÚBLICA DE ANGOLA
Chancelaria: Rua Companhia de Jesus, 35 – Bairro Miramar – Luanda
Horário: de Segunda - à Sexta – Feira das 9-00 às 16-00
Telefones: +244 222-447492, +244 912-337287, +244 912-340426
Fax: +244 222-448467
E-mail: emb_ao@mfa.gov.ua

terça-feira, novembro 15, 2005

Comunidade ucraniana de Paraguai

No verão deste ano, o Presidente do Congresso Mundial Ucraniano (SKU), Dr. Askold Lozynskyj *, visitou a comunidade ucraniana de Paraguai, nomeadamente às províncias de Encarnacion e Fram, onde vivem cerca de 10.000 ucranianos. (A cidade de Incarnacion possui o monumento do escritor Taras Shevchenko, o maior poeta ucraniano de todos os tempos).
 
A vida da comunidade ucraniana no país, é muito ligada as igrejas: Igreja Autoquefálica Ortodoxa Ucraniana, Igreja Ortodoxa Patriarcado de Kyiv, Igreja Católica Ucraniana e União Evangelista Ucraniana. Embora também, entre a comunidade, funcionam várias organizações laicas, como “Prosvita” (Educação), organização encabeçada por um jovem, Osyp Remezovskiy. A juventude ucraniana, também dedica-se às danças tradicionais, musica e ao desporto. A equipa de futebol ucraniana, patrocinada pela “Prosvita” na província de Encarnacion, representa o Paraguai nos jogos da Taça Americana.
 
Entre os pontos negativos, podemos citar o facto do que entre a juventude, pouca gente fala, ou mesmo entende a idioma ucraniano, embora os padres das igrejas Católica e Autoquefálica, são jovens brasileiros que dominam a língua na perfeição. A igreja ucraniana consegue unir as pessoas de diferentes origens, assim na Igreja Ortodoxa Patriarcado de Kyiv, esta servir um irmão brasileiro, de origem síria!
 
Entre os ucranianos, que chegaram à um estatuto considerável na sociedade paraguaia, podemos citar o exemplo do juiz Miguel (Myhailo) Khudyk.

O Cônsul Honorário da Ucrânia em Paraguai é um jovem empresário paraguaio, da origem ucraniana, que tenta com muito esforço, criar os laços da cooperação económica entre os dois países (assim no momento desta reportagem, ele se encontrava na Ucrânia, de visita à indústria de enchidos ucraniana).
 
Paraguai não é um país pobre, mas os seus 6 milhões de habitantes queixam-se da corrupção generalizada, que trava o desenvolvimento normal da sua economia. A comunidade ucraniana, também reclama desta situação desfavorável.

Consulado ucraniano em Paraguai: http://www.consulucra.org.py  

Monumento às vítimas ucranianas do terror vermelho
Em 1997, a organização russa dos direitos humanos, “Memorial”, descobriu a existência da tragédia acontecida na década de 1930 nas florestas e pântanos de Sandarmokh, Rússia. A policia política soviética, NKVD, assassinou lá mais de um milhar dos prisioneiros políticos, trazidos das ilhas famigeradas de Solovki (cerca de 500 destes prisioneiros eram ucranianos).
 
Já que os ucranianos tinham a maior porcentagem entre as vítimas, a comunidade ucraniana de Carélia (Norte da Rússia), resolveu colocar uma cruz memorial especial, em memória das vitimas ucranianas. Trabalhando em conjunto com antigos prisioneiros políticos ucranianos: Vasyl Ovsienko e Nadiya Svitlychna, o Congresso Mundial Ucraniano, conseguiu juntar o dinheiro necessário para cobrir vários custos, relativos a essa cruz memorial, que foi inaugurada aos 6 de Setembro de 2005.

Informação adicional: Sra. Larysa Skrypnikova (mail).

quarta-feira, novembro 09, 2005

Míssil ucraniano lançou o satélite Inmarsat-4

A plataforma flutuante Odyssey, baseada no Oceano Pacífico, serviu de rampa do lançamento para o míssil ucraniano “Zenit – 3SL”, que levou a orbita terrestre o satélite Inmarsat-4, actividade, inserida no programa internacional «Sea Launch».
O lançamento foi efectuado na hora prevista, às 16.07 (hora da Ucrânia) e decorreu na total normalidade. A preparação para o lançamento, durou cerca de 72 horas, que serviram para que a plataforma, recebesse uma carga de lastro, que pudesse garantir o calado de 20 metros, necessários para o lançamento do míssil.
No comunicado, a empresa “Sea Launch”, responsável pelo projecto homónimo, informou que o primeiro tanque de combustível separou-se do míssil dois e meio minutos depois do lançamento e o segundo tanque foi separado cinco minutos depois. Apôs disso, o motor do míssil funcionou duas vezes: durante quatro minutos e meio e sete minutos, para fazer uma correcção do seu trajecto. Cerca de uma hora e meia depois, o míssil ucraniano “Zenit – 3SL”, entrou na orbita terrestre e meia hora mais tarde, começou a imitir um sinal.

Fonte: ProUa

Blogger: No dia 10 de Novembro, a cidade de Maputo faz 118 anos. Parabéns a capital moçambicana!

Combatentes da luta de libertação nacional aguardam o reconhecimento

Abençoada seja a África, que apôs as suas independências, não tinha duvidas algumas, em definir quem era o herói da luta anti – colonial e quem não passava do aliado do colonialismo estrangeiro. Infelizmente, uma parte da Europa Central, não tem este privilégio. Se nos Países Bálticos tudo é mais ou menos claro, então o que dizer da Ucrânia: durante a Segunda Guerra Mundial, os ucranianos combateram em pelo menos seis(!) exércitos diferentes. Quem é o herói e quem é o vilão?
Neste momento, um veterano do Exército Soviético / NKVD, que perseguia os nacionalistas ucranianos, deportava os ucranianos para os campos de concentração do GULAG, era membro dos “batalhões de extermínio”, que em soma, lutava contra os interesses da Ucrânia, é considerado veterano legitimo e recebe uma reforma de velhice regular do Estado ucraniano. Por sua vez, um homem, que fiz parte da guerrilha nacionalista, que combateu primeiro os nazis, depois os invasores soviéticos, depois foi preso e deportado para a Sibéria, e se tiver a sorte de sobreviver, não é reconhecido pelo Estado ucraniano como veterano, não tem o direito à reforma, nem recebe os apoios na velhice e ainda é apelidado de fascista, pela imprensa ligada aos partidos da esquerda.
Vocês conseguem imaginar alguma coisa parecida em África? Penso que é algo inimaginável, pois as pessoas lembram que a independência custou a ser conquistada.

Letónia apoia os seus veteranos

O Gabinete dos Ministros da Letónia, aprovou as mudanças na legislação, que asseguram os benefícios adicionais aos antigos combatentes da resistência anti – bolchevique, conhecidos como “Irmandade da floresta”, que lutavam contra os invasores soviéticos na Letónia entre 1944 – 1953. Os combatentes da resistência nacional e as pessoas que sofreram as repressões soviéticas, que recebem a reforma do Estado, irão beneficiar de um único pagamento anual de 456 LAT (775 USD) e as pessoas que não recebem nenhuma pensão, vão receber 840 LAT (1428 USD) .
Os combatentes da libertação nacional, devidamente identificados, também são abrangidos pelos benefícios fiscais, no pagamento do imposto de rendimento e um desconto de 50% no imposto predial e no imposto sobre a construção. Os benefícios que entrarão em vigor, no dia 1 de Janeiro de 2006.
Alem disso, o Ministério da Defesa da Letónia, paga aos combatentes nacionais, uma pensão mensal no valor de 50 LAT (85 USD).

“Irmandade da floresta”

Os combatentes da resistência anti – bolchevique, conhecidos como “Irmandade da floresta”, combateram os soviéticos entre 1944 – 1953. Eram jovens patriotas, vindos de todas as camadas sociais do país, alunos dos liceus, universitários, médicos, advogados ou simples operários e camponeses, que defendiam a sua pátria, contra a ocupação soviética, que em 1944 substituiu a ocupação nazi.
Numa cerimonia anual, que tive lugar nos meados de Outubro deste ano, no cemitério comum em Lestene (Letónia), onde foram enterrados os legionárias do batalhão letão “Latvija”, o padre Jurijs Baldonis disse: “Companheiros, os heróis da Letónia, que estão sepultados no cemitério de Lestene, unem-nos e recordam-nos as nossas aspirações”.

Os veteranos da resistência na Estónia

A vizinha Estónia, também tomou várias medidas em reconhecimento dos seus heróis da “Irmandade da Floresta”, que participaram na luta de libertação nacional, combatendo os invasores soviéticos entre 1944 e 1956. Um projecto da Lei, neste sentido, foi preparado pela “União da Pátria” e partido “Res Publica”, e tem como seu objectivo, dar uma avaliação política, ao contributo dos estonianos, que lutaram durante a II GM, contra a ocupação soviética, nas várias formações militares da época, incluindo a resistência nacional. Alem disso, no dia 20 de Outubro, o Governo da Estónia apoiou o projecto da Lei, que proclama o dia 22 de Setembro, como o Dia do Luto Nacional. Neste dia, em 1944, a capital da Estónia, Tallinn foi invadido pelo exército vermelho e reocupado pela a URSS.
Nessa altura, o Governo da Estónia, encabeçado pelo Primeiro – Ministro Otto Tief e apoiado militarmente, pela legião “Estónia”, voltou a proclamar a Independência nacional (Estónia foi invadida pela URSS em Junho de 1940). Infelizmente, o Governo estoniano foi deposto apenas quarto dias depois, pelos invasores soviéticos e seus membros foram obrigados a emigrar para os países nórdicos ou foram presos pala NKVD e deportados para os GULAG’s siberianos. O próprio Otto Tief, foi preso e deportado às campos de concentração. Otto Tief tive a sorte de os sobreviver e voltar a Estónia, onde morreu no início dos anos 70, quando era professor do Instituto Politécnico de Tallinn.
“Irmandade da Floresta”, tinha entre 14.000 à 15.000 homens armados, que divididos em pequenos grupos, sem a existência de um comando central, apenas com apoio e ajuda das comunidades locais, conseguiu resistir a ocupação soviética, até 1956, embora último guerrilheiro estoniano conhecido, suicidou-se cercado, em 1978(!), para não cair nas mãos do inimigo.

Links úteis da Estónia:

http://www.estonica.org/ - Enciclopédia da Estónia
http://en.wikipedia.org/wiki/Republic_of_Estonia - República da Estónia
http://en.wikipedia.org/wiki/Estonia - Estónia
http://www.valitsus.ee/peaminister/?lang=en - página do Primeiro – Ministro da Estónia (em inglês)
Endereço para a correspondência do Primeiro – Ministro da Estónia:

Stenbocki maja
Rahukohtu 3,
15161 Tallinn
e-mail: peaminister@riik.ee
Telefone: 693 5555
Fax: 693 5554
Kirjuta peaministrile

Ucrânia ainda é reticente em reconhecer os seus heróis

Em Outubro, a capital ucraniana Kyiv, foi o palco de alguns confrontos da rua, entre os veteranos da guerrilha anti – comunista UPA e os sipaios filiados no Partido Comunista Ucraniano (UKP) e no Partido Socialista Progressivo da Ucrânia (PSPU).
No dia 15 de Outubro, uma coluna de veteranos da Organização dos Nacionalistas da Ucrânia – Exército Insurgente da Ucrânia (OUN – UPA), afectos a Irmandade dos combatentes da OUN – UPA, numa acção conjunta com a União dos oficiais da Ucrânia e a Autodefesa Nacional da Ucrânia (UNA – UNSO), planeavam efectuar uma marcha solene na avenida Khreshatyk, a principal artéria de Kyiv. A marcha era dedicada a festa religiosa de Pokrova e aos 63 anos da criação da própria UPA, que entre 1942 e 1956 lutou contra dois maiores impérios autoritários do século XX: soviético e nazi.
No meio do caminho, a marcha foi atacada pelos marginais: jovens e “quarentões”, afectos a partido comunista (que nas eleições presidenciais de 2004, fiz a campanha de voto “contra todos”) e a PSPU (que apoiou o Yanukovich, contra o chamado “fascismo ocidental”).
Em consequência dos confrontos, varias organizações ucranianas, emitiram comunicados, exigindo a proibição e prescrição de ambas as organizações anti – ucranianas, cujos actos são lesivos aos interesses nacionais da Ucrânia. Assim, o Partido dos cidadãos PORA (principal “motor” juvenil da Revolução Laranja), exige a “proibição do Partido Comunista e Partido Socialista Progressivo, como herdeiros das actividades do NKVD – MGB – KGB, pessoas que difundem a inimizade e desunião na sociedade”. Alem disso, PORA apoia: “as exigências justas dos veteranos do UPA, em serem oficialmente reconhecidos, como combatentes pela liberdade e independência da Ucrânia”.
Um dos lideres comunistas, Adam Martinyuk (vice – chefe do Parlamento ucraniano), disse na entrevista à agência de notícias UNIAN, que “a culpa dos confrontos recai sobre o Ministro do Interior” e que ele próprio, “dá razão aos comunistas”.
Lembramos, que o Ministério do Interior da Ucrânia, separou os dois lados do conflito, não permitindo que o centro de Kyiv se transforme num campo de batalha, detendo seis homens com idades entre 18 à 30 anos, multando estes, por violação das regras administrativas.
Alem disso, na Verkhovna Rada (Parlamento da Ucrânia), os grupos parlamentares do Partido Popular da Ucrânia, Partido “Rukh”, “Nossa Ucrânia” e Partido “Reformas e Ordem”, exigem que seja votada favoravelmente uma lei, que reconhece os veteranos da OUN – UPA, como parte combatente na II GM.
Deputado Yuri Yukhnovskiy, chamou a atenção dos deputados ao facto, de a Comissão Estatal, que estudou o assunto, chegou a conclusão do que: “combatentes da OUN – UPA, não tem rigorosamente nada a ver com os militares da Vaffen SS Galizia alemã e realmente combateram pela Independência da Ucrânia”.

Fonte: http://www.obozrevatel.com/news/2005/10/18/53041.htm

Até o partido do Yanukovich, “Regiões da Ucrânia”, promete votar pelo reconhecimento oficial dos veteranos da OUN – UPA. Deputado do Parlamento, Petro Pysarchiuk, disse que o seu grupo parlamentar, votará favoravelmente o reconhecimento (http://novosti.dn.ua/): “Tenho a confiança que consigo me encontrar com os veteranos do UPA, que fizeram muito para que a Ucrânia seja independente e baixarei a minha cabeça em sinal do seu reconhecimento”.
Por sua vez, o ex – vice Primeiro – Ministro dos Assuntos Humanitários da Ucrânia (no primeiro Governo Laranja), Mykola Tomenko, disse que: “não acredita na possibilidade da reconciliação entre os veteranos do UPA e do exército vermelho, pois nem eles, nem a sociedade sabem toda a verdade sobre a II GM”. O politólogo Tomenko, também disse que o Parlamento da Ucrânia, ainda não esta pronto, para tomar uma decisão política ao nível nacional, reconhecendo os mesmos direitos entre aqueles que combateram pela Ucrânia e aqueles que combateram pela a URSS (SIC!). Em contrapartida, Tomenko propõe, que nas regiões, onde a maioria da população considera os combatentes da OUN – UPA como heróis, (pelo menos três províncias da Galiza), as autarquias locais paguem as suas reformas, usando os orçamentos autárquicos.

Links úteis sobre a OUN – UPA:

http://www.upa.com.ua/ - a página principal dedicada a OUN – UPA
http://upa1.netfirms.com/army0uk.htm - página em ucraniano
http://upa1.netfirms.com/index.htm - página em inglês
correio electrónico: contactus@upa.com.ua / link1@upa.com.ua

Blogger: A posição do partido de Yanukovich, neste aspecto toma um rumo bastante interessante. Perdendo estrondosamente as eleições de 2004 na região da Galiza, neste momento, o partido prepara-se para as autárquicas de 2006. Apoiando os veteranos da OUN – UPA, Yanukovich pretende “babar” os eleitores no ocidente do pais, para “roubar” os votos aos partidos, que tradicionalmente apoiam Viktor Yuschenko. Uma prática bastante comum, já que a Yulia Timoshenko, a “primeira dama” da Revolução Laranja, proclama que gosta bastante da “cor azul” (cor de Yanukovich) e que apoiantes do proffessor Yanukovich, afinal também (!), são pessoas que “querem sentir as mudanças”! O Leste e Ocidente da Ucrânia, finalmente juntos!

sexta-feira, outubro 28, 2005

Ucrânia: Kryvorizhstal finalmente privatizado

Lakshmi Mittal, empresário da origem indiana e um dos homens mais ricos da Grã – Bretanha (a sua fortuna pessoal é avaliada em 25 bilhões de USD), é o novo dono do complexo metalúrgico ucraniano de Kryvorizhstal.

Companhia alemã "Mittal Steel Germany GMBH" (cidade de Duisburgo), tornou-se a legítima proprietária do pacote das acções do Estado ucraniano (93,02%) da Sociedade Aberta das Acções "Kryvorizhstal", quando pagou por este, uma quantia de 24,200 bilhões de UAH (4,7921 bilhões de USD). Espera-se que todas as formalidades do negócio, poderão ficar concluídos em 36 dias.
No concurso internacional, promovido pelo governo da Ucrânia, participaram Mittal Steel Germany GmbH, fundada pela família indiana Mittal, Smart – Group LLC (um consórcio de capitais mistos suíço – russo – britânicos) e Consórcio "Industrial group" (Індустріальна група), onde 60% do capital pertence à Arcelor e 40% à corporação ucraniana de Donetsk, "ISD" (ІСД).
A luta principal, pela posse de Kryvorizhstal, tive lugar entre "Industrial group" (baseada em Kyiv) e "Mittal Steel Germany GMBH" (Duisburgo).
Kryvorizhstal é o maior complexo industrial metalúrgico do "ciclo completo" da Ucrânia. As suas capacidades da produção, permitem fabricar mais de 20 milhões de toneladas da chapa metálica, aço e ferro fundido por ano. Em Junho de 2004, 93,02% das acções do "Kryvorizhstal", foram vendidas, apenas por 4,26 bilhões de UAH ($803 milhões de USD), à "União do investimento metalúrgico" (Інвестиційно - металургійний союз), criado pelas empresas controladas por Rinat Ahmetov (mentor e patrão de Yanukovich) e Viktor Pinchuk (genro do presidente Kuchma). Mais tarde, após a vitoria da Revolução Laranja, essa venda foi considerada ilegal e declarada nula pelo poder judicial ucraniano.

Leilão de Kryvorizhstal, durou cerca de uma hora e foi transmitido em directo pela TV estatal da Ucrânia. O preço inicial era de 10 biliões de UAH (1,98 biliões de USD), no total foram feitos 78 lances e no final, o grupo Mittal pagou 24,2 biliões de UAH (4,7921 bilhões de USD) e foi proclamado pelo chefe – leiloeiro, Viacheslav Shevchenko, como justo vencedor.

Luta renhida

- A empresa Mittal Steel Germany Gmbh, possui activos próprios e alheios, suficientes para fechar este negócio, - disse no fim de leilão, numa conferência da imprensa em Kyiv, o PCA da Mittal Steel, Sr. Lakshmi Mittal.
«Até o dia de 30 de Julho deste ano, nós possuíamos cerca de 2,7 bilhões de USD de activos próprios e na semana passada fechamos o acordo com Citigroup, sobre a concessão do crédito de mais de 3 bilhões de USD».
O PCA do Arcelor, Guy Doul justificou a sua derrota pelo preço alto, que a Ucrânia pediu pelo complexo. Terceiro participante, «Smart – group» (Ucrânia, cidade de Dnipropetrovsk), que representava os interesses dos proprietários da Empresa de concentração de minérios de Inhuletsk, maior da Ucrânia, desistiu da corrida, quando a soma de lance ultrapassou os 17,7 bilhões de UAH. (Cerca de 65% do «Smart – group» pertence a empresa russa «Lukatl – Noroeste», do empresário de São – Petersburgo, Vadim Novinskiy.

O preço do negócio

A importância em dinheiro, que a Ucrânia arrecadou pela venda de Kryvorizhstal, foi considerada por todos os analistas do sector, como bastante alta. Para comparar, a família de Kuchma, apoderou-se deste conjunto industrial em 2004, por uma quantia irrisória de 800 milhões de USD e a previsão da ex - Primeira – Ministra da Ucrânia, Yulia Timoshenko, de arrecadar os 3 bilhões de USD na sua venda, foi considerada “demasiado optimista”.
“De facto, é bastante difícil imaginar este preço, - disse vice – chefe do Fundo da Propriedade Estatal, chefe da Comissão do Concurso, Dmytro Parfenenko.
– Este preço e fantástico e quase irreal. Mas eu considero que nós fizemos tudo da maneira mais correcta e segundo a legislação vigente. Caso surgir alguma pretensão de nós mover qualquer processo judicial, o nosso Fundo defenderá o novo proprietário e a legitimidade absoluta da sua compra, - disse Dmytro Parfenenko decididamente.
Oleksiy Reznikov, advogado de Ahmetov e K°, disse em entrevista a Reuters: «temos o processo no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, que consideramos como base para o futuro processo no Tribunal Supremo da Ucrânia». (Menos de um ano atras, as mesmas pessoas apelidavam a União Europeia e todas as suas estruturas e instituições de “fascistas” e “neocolonialistas”. Nervoseira os atacou, depois de ver a sua fraude eleitoral, desmascarada pelos observadores da UE).
Por sua vez, os compradores russos, potencialmente interessados em Kryvorizhstal, («EurazHolding» e Severstal), não entraram na corrida, porque o preço do lote era demasiadamente alto para o seu bolso. O preço inicial do gigante metalúrgico ucraniano constituía quase metade do capital financeiro do «Severstal» (4,47 bilhões de USD), assim como «EurazHolding» (4,4 bilhões de USD). Por isso, os russos não tinham a capacidade financeira de entrar neste leilão.
Os analistas dizem, que o preço alto de Kryvorizhstal foi ditado pelo rápida diminuição dos grandes activos metalúrgicos em todo o mundo. Kryvorizhstal é uma peça única, por isso os investidores estão dispostos a pagar o qualquer preço, mesmo sabendo que o retorno do capital só será possível daqui à 10 – 15 anos, sem contar com os gastos necessários para modernizar a empresa, pondo esta, ao nível das exigências laborais e ambientais, compatíveis com as normas da União Europeia.
Alem disso, o Governo da Ucrânia, impôs aos novos donos do Kryvorizhstal algumas “regras do jogo”: não baixar o nível das encomendas em menos de 2,2 bilhões de USD por ano, fazer o investimento em fundos principais e preparar a empresa para o fabrico do produto da qualidade superior.

Como gastar o dinheiro

O Fundo da Propriedade Estatal, validou os resultados do leilão, numa nota especial, emitida aos 24 de Outubro. Isso originou a demissão da Chefe do Fundo, Valentyna Semenyuk, que justificou a sua atitude da seguinte maneira: “sou adepta da propriedade estatal dos grandes objectos económicos”. Uma posição semelhante, é defendida pelo Partido Comunista da Ucrânia (UKP), que exige que a Verkhovna Rada (Parlamento ucraniano) vote a não confiança ao Governo. Razão? O líder do UKP, Petro Symonenko acredita que: “novos donos não vão conseguir salvar a empresa da bancarrota, nem vão salvar os trabalhadores dos despedimentos em massa”. (Já o mesmo partido e o mesmo homem não ficaram com medo algum, quando o complexo foi “adquirido” pela família do Kuchma. Bem, parece que a Revolução Laranja encheu os comunistas ucranianos da coragem e determinação!)
O Presidente da Ucrânia, Viktor Yuschenko ficou muito contente com os resultados da maior privatização da história da Ucrânia. “Neste objecto, nós recebemos 20% fundos a mais, do que durante todos os anos das privatizações na Ucrânia”, - disse Presidente.
O Ministério das Finanças, já tem o plano de como gastar este dinheiro. Na entrevista a Reuters, o Ministro, Viktor Pynzenyk disse: “Os recursos recebidos da venda de Kryvorizhstal, podem ser usados no próximo ano, para cobrir o défice do orçamento do Estado de 2006”.

Blogger: Ex – Primeira Ministra da Ucrânia, Yulia Timoshenko comentou a situação com Kryvorizhstal, com uma frase algo bombástica: “A Revolução Laranja pagou a si própria”. E de facto há uma boa razão nisso, economicamente falando, valeu a pena fazer a Revolução Laranja, nem que seja para vender os bens da Nação a um preço justo e compensador. Repetimos o valor outra vez: 4,7921 bilhões de USD ou seja, 20% a mais, do que durante todos os anos das privatizações na Ucrânia. É uma obra!
E por fim, uma anedota com barba:

Cidade de Lviv (bastião do patriotismo ucraniano). Hora da ponta. Num autocarro superlotado, entra de rompante um velhinho com a caçadeira nas mãos e grita:
- Que horas são?!!!
Um jovem africano, salta do seu banco, todo amedrontado e responde num ucraniano perfeito:
- Meio dia e trinta, vô!
E o velho todo contente:
- Senta lá, netinho, eu bem vejo que você não é nenhum moscovita...

E já agora, mais uma:

Cidade de Lviv. Hora da ponta. Num autocarro superlotado, ouve-se uma voz fanhosa em russo:
- Dirscurpem lá, mas onde é que fica a rua Stepan Bandera? (Líder histórico da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN), assassinado aos 15 de Outubro de 1959, pelo agente do Kremlin em Munique, na Alemanha Federal).
Várias vozes:
- Daqui a duas paragens, mas tu moscovita já chegaste a sua...

sexta-feira, outubro 21, 2005

Ucrânia solicita ajuda do NATO contra piratas

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, solicitou a ajuda da Grã – Bretanha, França, EUA e da OTAN, para localizar o cargueiro maltês “Pagania” e libertar a sua tripulação ucraniana, sequestrados pelos piratas ao largo da Somália.
MNE ucraniano também pediu às suas embaixadas em Quénia e Etiópia para fazer as diligéncias necessárias, no intuito de descobrir o paradeiro do navio e da sua tripulação.
No dia 18 de Outubro, os piratas provenientes da Somália, atacaram o navio registado em Malta, quando este vinha da África do Sul em direcção a Europa, com uma carga de jazidas de ferro. A tripulação ucraniana foi sequestrada, quando este aproximou-se a menos de 90 milhas marítimas da costa somáli.
Não é a primeira vez, que os piratas da Somália atacam os navios em âguas internacionais. Há mais de tres meses, piratas atacaram e sequestraram a tripulação do navio fretado pela Cruz Vermelha Internacional, que até hoje encontra-se detida e um resgate foi pedido pela sua libertação.

Fonte: ProUa

quarta-feira, outubro 19, 2005

Hector Babenco – ucraniano que venceu a morte

Apaixonados pelo trabalho do Hector Babenco, desde os primeiros dez minutos do filme “O beijo da Mulher – Aranha”. Desde ai, nunca paramos de pensar no Babenco: um verdadeiro génio da cinema, praticamente desconhecido na terra dos seus antepassados, a Ucrânia. E no resto do mundo, são quase desconhecidas as suas raízes ucranianas. Morreu, em São Paulo, no último dia 13 de junho, tinha ele 70 anos. Aqui vem a homenagem à este grande ucraniano.

HECTOR EDUARDO BABENCO (Filmes e Prémios)

Nascido na Argentina, na pequena cidade de Mar del Plata (outros dados apontam Buenos Aires) em 7 de Fevereiro de 1946 (1948?), filho do pai ucraniano-argentino, Jaime Babenco e da mãe judia de origem polaca. Hector Babenco se inicia no cinema como figurante no filme Caradura, de Dino Risi, filmado na Argentina em 1963. Viveu na Europa entre 1964 e 1968, onde viajou muito e exerceu vários ofícios (pintor de prédios, lavador de pratos, figurante em filmes dos directores espanhóis: Sérgio Corbucci, Giorgio Ferroni e Mário Camus). Em 1969 Babenco chegou ao Brasil para se instalar em São Paulo, em 1972, funda a HB Filmes e dirige curtas – metragens como Carnaval da vitória e Museu de Arte de São Paulo. Obteve a nacionalidade brasileira em 1977 (outros dados em 1970).

Aos 16 anos Hector Babenco estreia-se no teatro com as madeixas pintadas de branco, tentando convencer o público, no papel do chefe da família na peça naturalista "Em família", do uruguaio Florencio Sánchez. "Não convenci: eu queria apenas sair da minha timidez crónica, quase patológica, e acabei descobrindo o meu lugar", comenta. Mas o teatro nunca ficou definitivamente de lado. Foi ele quem encenou pela primeira vez no Brasil um texto do americano Sam Sheppard, Fool for Love, com sua mulher, Xuxa Lopes, e o novelissímo Edson Celulari. Segundo Renata Sorrah, "o (Hector) Babenco - que vem do cinema - apontou caminhos novos de interpretação, como o de conseguir fazer uma pergunta vital ao outro personagem olhando para uma xícara de café, em vez de jogar a pergunta de forma dramática, olho no olho". 

Em 1975, dirigiu sua primeira longa - metragem, O REI DA NOITE, que retractava a trajectória de um boémio paulistano, com a participação de Paulo José e Marília Pêra. Com seu segundo filme, LÚCIO FLÁVIO, O PASSAGEIRO DA AGONIA, inspirado em factos reais, conseguiu uma das melhores bilheterias do cinema brasileiro (5,4 milhões de pessoas). Em 1981, dirigiu PIXOTE, A LEI DO MAIS FRACO, sobre as crianças abandonadas do Brasil. Graças à interpretação inesquecível de Fernando Ramos da Silva (10 anos na época do filme; assassinado pela polícia em 1987), descoberto no subúrbio de São Paulo, o filme foi um sucesso mundial e recebeu vários prémios internacionais. Pela Associação dos Críticos de Los Angeles e Nova York, foi considerado o melhor filme estrangeiro (1981) e Marília Pêra recebeu menção de melhor actriz do ano pela Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema nos Estados Unidos. No final dos anos 80, PIXOTE foi eleito pela revista "American Film" como um dos filmes mais marcantes da década, apenas atrás de RAN, de Akira Kurosawa, e FANNY & ALEXANDER, de Ingmar Bergman. Com o filme O BEIJO DA MULHER ARANHA (1984), adaptado do romance do escritor argentino Manuel Puig, Hector Babenco trabalhou com parceiros internacionais, um modelo seguido depois por diferentes produções brasileiras. Interpretado por William Hurt e Raul Julia, o filme foi apresentado no Festival de Cannes, em que William Hurt recebeu o Prémio de Interpretação Masculina. O BEIJO DA MULHER ARANHA também teve quatro indicações ao Oscar daquele ano (melhor filme, melhor director, melhor adaptação e melhor actor) e levou o de melhor actor, para William Hurt. Em 1987, Hector Babenco dirigiu IRONWEED, segundo o romance de William Kennedy (Prémio Pullitzer), com Jack Nicholson e Meryl Streep, indicados para o Oscar de Melhor Actor e Melhor Actriz, respectivamente. Em 1990, Babenco dirige AT PLAY AT THE FIELDS OF THE LORD (Brincando nos Campos do Senhor), outra adaptação, desta vez do romance de Peter Mathiessen. O filme foi produzido por Saul Zaentz (VÔO ACIMA DE UM NINHO DE CUCOS, AMADEUS, O PACIENTE INGLÊS). Inteiramente filmado na Amazónia, AT PLAY AT THE FIELDS OF THE LORD foi interpretado por Tom Berenger, Daryl Hannah, Aldann Quinn e Kathy Bates. Dois anos após ter se submetido a um transplante de medula óssea, para se curar de um câncer do sistema linfático, Babenco dirige CORAÇÃO ILUMINADO, seu projecto mais pessoal, inspirado em suas lembranças de adolescência.

O beijo da Mulher - Aranha
Numa cadeia no Brasil, dois prisioneiros dividem a mesma cela. Um é homossexual, o outro é um prisioneiro político da esquerda. O primeiro, para fugir da triste realidade que o cerca, inventa filmes cheios de mistério e romance, o outro tenta se manter politicamente o mais firme possível, em relação ao momento que vive. Esta convivência faz com que os dois homens se compreendam e se respeitem.

Elenco: William Hurt (Luis Molina), Raul Julia (Valentin Arregui), Sônia Braga (Leni Lamaison / Marta), José Lewgoy (Warden), Mílton Gonçalves (policia bruto), Mirian Pires (mãe), Nuno Leal Maia (Gabriel), Fernando Torres (américo), Patrício Bisso (Greta), Hérson Capri (Werner), Denise Dumont (Michelle), Miguel Falabella (tenente nazi), Ana Maria Braga (Lídia), Cláudio Curi, António Petrin.

Prémios arrecadados pelo filme

- Ganhou o Oscar de Melhor Actor (William Hurt), além de ter recebido outras 3 indicações: Melhor Filme, Melhor Director e Melhor Roteiro Adaptado;
- recebeu 4 indicações ao Globo de Ouro: Melhor Filme, Drama, Melhor Actor de Drama (Raul Julia e William Hurt) e Melhor Actriz Secundária (Sônia Braga);
- ganhou o Prémio de Melhor Actor (William Hurt) no Festival de Cannes.- Ganhou um Prémio especial do Independent Spirit Awards.

Curiosidades

- O actor Burt Lancaster, que recebeu um agradecimento especial ao término dos créditos finais, foi quem iniciou o projecto de “O Beijo da Mulher – Aranha”, quando ainda tinha o nome "Molina" como título provisório.

Filmografia completa do director Hector Babenco

2003
Carandiru: longa - metragem baseado no livro “Estação Carandiru”, de Drauzio Varella, com distribuição internacional da Sony Pictures Classics.
1998
Coração Iluminado: com Xuxa Lopes, Maria Luisa Mendonça, Miguel Angel Sola e Walter Quiroz. 1998 - Selecção Oficial no Festival Internacional do Filme (Cannes) França.
1991
Brincando nos Campos do Senhor: produzido por The Saul Zaentz Company, Berkeley, EUA, com Tom Berenguer, Daryl Hannah e Kathy Bates. Baseado em livro de Peter Matthiessen. 
1987
Ironweed: longa – metragem com Jack Nicholson e Meryl Streep. 1988 - Indicação para o Oscar de Melhor Actor: Jack Nicholson; 1988 - Indicação para o Oscar de Melhor Actriz: Meryl Streep.
1985
O Beijo da Mulher Aranha: baseado no livro de Manuel Puig, com William Hurt, Raul Julia, Sônia Braga e José Lewgoy. William Hurt recebeu o prémio de Melhor Actor no Festival Internacional de Cannes (85) e o Oscar (85) por seu trabalho. 1985 - Melhor Actor: William Hurt - Cannes Festival - Palme d'Or; 1985 - Melhor Actor: William Hurt - Academy of Motion Picture Arts and Sciences - Oscar; 1985 - 4 indicações para o Oscar – Melhor Director: Hector Babenco; Melhor Filme; Melhor Roteiro Adaptado; Melhor Actor.
1980
Pixote, a Lei do Mais Fraco: baseado em livro de José Louzeiro, com Marília Pêra, Jardel Filho e Fernando Ramos da Silva. Vários prémios internacionais. 1981 - Melhor longa - metragem: New York Critics Association; 1981 - Melhor longa - metragem: Los Angeles Film Critics Association; 1981 - Grande Prémio: Biarritz Film Festival (França); 1981 - Segundo Prémio: Locarno Film Festival – Leopardo de Prata (Suíça); 1981 - Melhor Actriz: Marília Pêra - Film Critics National Association (EUA); 1981 - Terceiro Melhor Director: Hector Babenco - Film Critics National Association - EUA; 1981 - Melhor Actriz: Marília Pêra – “Air France Cinema Festival” (São Paulo);1981 - Melhor Filme Brasileiro – “Air France Cinema Festival” (São Paulo); 1981 - Grande Prémio: XIX Festival de San Sebastian (Espanha); 1989 - Terceiro Melhor Longa - metragem da Década: Film Critics National Association (EUA).
1977
Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia : baseado em livro de José Louzeiro, com Reginaldo Farias, Ana Maria Magalhães e Paulo César Pereio.
1975
O Rei da Noite: primeiro longa - metragem dirigido por Hector Babenco, com Paulo José e Marília Pêra.
1975 - O Fabuloso Fittipaldi (documentário)

Fonte: http://www2.uol.com.br/hectorbabenco

Coração Iluminado

O filme "Coração Iluminado" é mais pessoal e intimista, o filme promete surpreender o público por se diferenciar, e muito, da linha seguida pelo cineasta. Numa das entrevistas, Babenco disse que o filme o manteve vivo na época em que se curava de um câncer no sistema linfático. "O facto de ter terminado o filme vivo foi uma dádiva. Achei que este seria o meu último filme ", disse em tom de desabafo.

O director ucraniano, nascido na Argentina e naturalizado brasileiro, é um dos poucos do cinema brasileiro que possui uma produção consistente e real projecção internacional. Dos seis longas - metragens que realizou, dois foram consagrados: "Pixote" (1981) e "O Beijo da Mulher Aranha" (1984).

O “Coração iluminado” mistura realidade e ficção e traz duas partes bastante distintas. A primeira conta a história de Juan (representação do próprio Babenco, feita pelo argentino Walter Quiróz), um jovem de 17 anos que mora em Mar del Plata e sonha em ser cineasta, e seu envolvimento com Ana (Maria Luísa Mendonça), uma mulher mais velha, confusa e com um passado de internações em hospitais psiquiátricos. Juntos eles vivem uma grande paixão, um pouco inconsequente, um pouco complicada.

A segunda parte do filme é mais simbólica e traz Juan com 40 anos (interpretado pelo argentino Miguel Angel Solá), já cineasta em Hollywood, seu retorno à cidade natal para uma visita ao pai moribundo e sua procura pela antiga paixão. Prepare-se: o desfecho de "Coração Iluminado" é, no mínimo, desconcertante.

Acompanhe entrevista que o director Hector Babenco concedeu ao Diversão e Arte.

O que o levou a fazer um filme tão pessoal?
Quando eu havia acabado o "Brincando nos Campos do Senhor", em 1991, estava um pouco saturado de filmar histórias dos outros. Tinha vontade de fazer um filme pessoal, só não sabia o quanto. Sabia apenas que não queria fazer algo totalmente autobiográfico, mesmo porque não tenho idade suficiente para contar a história de minha vida. Queria utilizar algumas lembranças, polaroides de minha adolescência, para construir uma história. Pensava apenas em estruturar um filme a partir dessas lembranças, não queria fazer um exercício de memória e resgatar meu passado. Por isso, "Coração Iluminado" é ficção também. Abri mão do realismo em nome da ficção.

Tendo escolhido um tema tão pessoal, por que deixar o filme na fronteira entre realidade e ficção?
Resolvi trabalhar com dois extremos muito opostos que não dialogam entre si e deixam para o espectador a complementação da história. Quando fiz o filme, estava vivendo um momento de fronteiras, de extremos. Vivi um transplante de medula, passei por uma situação extrema e o resultado não poderia ser diferente. O homem que escreveu, filmou e concluiu "Coração Iluminado", era um homem num extremo, cuja única opção era a radicalidade.

Fazer "Coração Iluminado" foi uma espécie de exorcismo para você?
Quando estava doente, pensava no filme como um testamento. Como achava que aquela seria a última produção de minha vida, imaginava o filme como a obra pela qual eu seria lembrado. Coloquei o polegar na tinta preta e marquei o papel. Pela minha situação, eu não tinha outra escolha a não ser fazer "Coração Iluminado". Eu me sentia culpado em relação a algumas memórias e tive que revisitá-las. Agora, por ter passado a limpo essas lembranças, posso me dar ao luxo de esquecê-las.

Por tudo o que esse filme representa para você, qual foi o tipo de prazer que você sentiu ao vê-lo pronto na tela?
O facto de ter terminado o filme vivo já era uma dádiva. Entre o nascimento da ideia e o começo das filmagens, houve um hiato de 3 anos, no qual "Coração Iluminado" ficava germinando na minha cabeça. Acho que me mantive vivo por esse filme. Ele era vida para mi e eu queria ficar vivo para fazê-lo. "Coração Iluminado" havia se tornado uma obsessão para mi. Como, no fim das contas, fiquei bom, me questiono: e agora?

Num primeiro momento, "Coração Iluminado" teria um elenco internacional, com Irene Jacob, William Dafoe e Nastassja Kinski. Como a mudança de actores reflectiu-se no resultado final do filme?
Faltando seis ou sete semanas para o início das filmagens, decidi que ele não poderia ser falado em inglês. Ele seria postiço e não verdadeiro. Tinha que ser em castelhano. Liguei para os actores, que entenderam a situação e chamei dois actores argentinos (Walter Quiróz e Miguel Angel Solá) e duas actrizes brasileiras (Xuxa Lopes e Maria Luisa Mendonça). Em termos de mercado, seria óptimo se ele fosse em inglês. Mas o filme ficou o que ele nasceu para ser. Decidi e tive que aguentar as consequências à base de muito Lexotan. Perdi todos os contratos de distribuição e dei sorte por não ter sido processado por ninguém.

Você acha que "Coração Iluminado" se encaixa no contexto actual do cinema brasileiro?
Sempre fui à parte no cinema brasileiro, não por opção mas por gosto. Apesar disso, sempre quis fazer parte do movimento do cinema brasileiro até que percebi que ele não existe. O que existe são vozes separadas aqui e ali. Às vezes, essas vozes tentam cantar juntas, mas a coisa fica sem graça. A beleza está no desigual.

Como você encara o que se tem chamado de "renascimento do cinema brasileiro"?
Acho que está havendo uma produção muito maior de filmes. Sobre esse aspecto, é um renascimento. Temos coisas boas, alguns erros, mas a batalha maior é a reconquista do público. Nós já o tivemos e o perdemos. Agora, não acredito em um movimento de renascimento do cinema brasileiro. Movimento é coisa para historiador. Acredito em bons filmes e maus filmes.

Fonte @http://www2.uol.com.br/hectorbabenco/entrevista.htm

Carandiru
Fascinado pela figura do médico que chegava a cadeia para cuidar da saúde dos detidos à moda antiga - com estetoscópio, sensibilidade e muita conversa, Hector Babenco via imagens cinematográficas em cada história narrada no livro "Estação Carandiru – Registro Geral", de seu médico e amigo, Drauzio Varella. Assustava-se porque são histórias inexistentes na literatura universal. Onde já se viu o caso de um preso condenado a 600 anos que entra em crise existencial porque não consegue mais matar, a única coisa que sabia fazer?

"Me interessou muito poder explorar a possibilidade de contar a histórias de homens que estão no limite extremo que um ser humano pode estar, privadas de todas suas funções básicas, e que mesmo assim tem de lutar para estar vivo. Não adianta estar preso, não adianta estar humilhado - ele ainda tem de lutar para estar vivo. Eu estava vendo os primeiros sequências do “Carandiru” quando percebi que estava fazendo um filme sobre os personagens do “Pixote” 25 anos depois. Essa sensação foi reforçada ao me encontrar na filmagem com o Chicão" (o actor Zenildo Oliveira Santos, que fez o papel de Chicão em “Pixote” e que reencontrou Babenco no “Carandiru”).

Cerca de 2.700 actores e actrizes fizeram testes para participar no "Carandiru". Num atendedor electrónico, cada um deixou seu recado, dizendo por que queria estar no filme. Desse total, cerca de 400 foram chamados para participar dos workshops com o preparador Sérgio Penna, o mesmo de "Bicho de Sete Cabeças". Os workshops aconteceram de Setembro de 2001 a Janeiro de 2002 na Oficina Oswaldo de Andrade, em São Paulo. Segundo Penna, foram fundamentais para o processo de preparação dos actores. No final, 120 actores dessas oficinas participaram das filmagens, abastecendo o elenco principal, secundário e os figurantes.

"Nós fazíamos jogos subjectivos de disputa de poder ou de estratégia de sobrevivência, confinávamos muitas pessoas em espaço pequeno, dávamos papéis de opressor a alguns e de oprimido a outros e assim por diante", conta Penna. A partir da reacção dos actores, Babenco percebia que eles se encaixavam no perfil de determinados personagens.

Fonte: http://carandiru.globo.com/ - o site do filme “Carandiru”
e-mail: carandiru@procultura.com.br - acessória de Imprensa Pró - Cultura
e-mail: columbia@carandiruofilme.com.br - distribuidor do filme no Brasil (Columbia Tristar)

Entrevista colectiva com Hector Babenco no chat do AOL

O filme que viu recentemente e recomenda?Magnolia. E brasileiro vem aí Eu, Tu, Eles.

A sua participação na Academia de Hollywood?
Eu acho que é uma conquista profissional fazer parte dela. Mas não acredito que seja uma honra.

O que você acha desta invasão nos anos 90 de cineastas "ratos de vídeo" como Tarantino?
Será que o Tarantino é um rato de vídeo? Eu acho que você se engana. Ele é um rato de história em quadrinhos. Pulp Fiction são romances baratos em quadrinhos e policiais de segunda. Eu acho Tarantino um reflexo muito contundente e muito legal, porque conseguiu fazer uma narração, utilizando todo o vocabulário que alimentou sua imaginação durante a juventude.

Diga qual a grande diferença entre a direcção para o teatro e para o cinema?
A diferença básica é que em teatro o espectáculo muda todo dia porque é feito por pessoas. O cinema já tem um registro em película que a única coisa que você precisa para o fenómeno acontecer é o escurinho de um cinema.

"Estação Carandiru" seja um filme de denúncia?
Este não é um filme – denúncia.

Qual a recomendação que você daria a quem está começando a escrever roteiros?
Ler muito livros e ver muitos filmes. Incessantemente. E viver. E ouvir as pessoas.

Que recomendação você dá em relação a direcção de actores?
Deixá-los actuar antes de você dizer o que espera deles.

É possível viver como cineasta no Brasil?
Não. Eu sou uma excepção.

Parece que a sua relação com William Hurt em "O Beijo da Mulher Aranha" foi conturbada, inicialmente, devido a ele estar transformando o personagem em algo que você não desejava. Como esse conflito de entendimentos dos personagens melhorou (ou prejudicou) o trabalho de ambos?
Eu acho sim, que houve uma fricção. Porém, totalmente aceitável. Pois se tratava de um jogo limpo onde o objectivo era um só. Fazer o melhor possível.

E os conflitos de ego entre você e os actores americanos durante as filmagens de "...Campos Do Senhor"?
Conflitos de ego? Eu acho que nenhum.

Você se preocupa em atingir as mesmas pessoas retractadas em alguns de seus filmes, ou seja, você tenta ser popular?
Adoraria ser popular. Só que quem escolhe é o outro, e eu não sei quantos são, nem onde estão, nem do que eles gostam, nem por que se interessariam em mi. Enfim...

Você sofreu algum problema com a censura?
Sim, com "Lucio Flávio" em plena ditadura. Foi muito complicado.

Por que não fazer um filme que exalte o patriotismo dos brasileiros, como por exemplo sobre a participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial, algo sobre os pracinhas?
Meu Deus, coitados dos pracinhas! Se eles tivessem tido a opção, teriam ficado em casa. Detesto falar de patriotismo. É uma palavra que representa um conceito fascista. Abomino guerras. Quem você é?

Como foi a experiência de voltar à Argentina em "Coração Iluminado"?
Veja o filme, está tudo lá.

Quais seus directores favoritos?
Eu acho que ser director de cinema já é tão complicado, que ainda você me pedir é muito difícil para mi responder. Mas, digamos, Visconti, Michael Powel, Mário Peixoto, e tantos outros...

Fonte @http://chat01.terra.com.br:9781/entrevistas/2000/05/hectorbabenco.htm

Mais informações sobre o Hector Babenco podem ser encontradas no Museo del Cine em Buenos Aires, museodecine.gov.ar onde existem cerca de 108 registros de materiais compilados dos jornais, revistas, etc.

Agradecimentos especiais na preparação deste artigo ao Sr. UBALDO RODRIGUEZ da Biblioteca Leopoldo Marechal em Mar del Plata, República da Argentina (Tel: 499-7884), e-mail: marechal@cultura-mgp.com.ar

Blogueiro: Estamos perante mais um caso típico, quando a origem étnica de um ucraniano (quando este é uma grandeza indiscutível na cultura, desporto ou arte) é abafada. Faz-se de tudo, para não mencionar a Ucrânia, como o seu país da origem. Mas quando um cidadão não ucraniano, originário da Ucrânia, é conhecido por algo negativo, algum crime, ai sim, toda a gente precipita-se a escrever que este é UCRANIANO! Se alguém pensa que estamos a exagerar, basta lembrar o seguinte: os pugilistas ucranianos Vitali e Volodymyr Klichko são constantemente chamados de russos, assim como a actriz Mila Yovovich. Mas um russo natural de Lviv, que matou o filho do comediante americano Bill Cosby foi imediatamente “identificado” como ucraniano, assim como é “ucraniano” para a imprensa internacional, o Dmitriy Piterman, proprietário de 51% das acções no clube espanhol de futebol “Alaves” (parece que o tipo é detestado por toda a gente na Espanha).