O papel higiénico, afinal, pode perfeitamente servir de índice sócio-económico
e de liberdade individual, gozada pelos cidadãos de uma determinada sociedade.
Os países socialistas, totalitários e/ou autoritários, sentem, geralmente, um grave
desconforto nesta matéria delicada.
Vejamos a URSS dá época do Estaline, os cidadãos iam presos se os seus
vizinhos dos apartamentos comunais os denunciassem ao NKVD pelo uso indevido
dos jornais soviéticos. Isso é, toda a gente os usava nos retretes, pois o
socialismo real só começou fabricar este luxo burguês em 1969 (!),
embora o défice foi sentido até os meados da Perestroica, a tal traição do
socialismo, como acreditam muitos. Só não explicam para que serve o socialismo
real sem o papel higiénico. Mas adiante, todos usavam, mas nem todos passavam por
“espiões da Letónia” à conta disso. Os verdadeiros agentes do capitalismo eram
aqueles que usavam os recortes com as fotos dos queridos líderes, principalmente
do “caro líder”, camarada Estaline. Os restantes até se safavam...
A compra do papel higiénico na URSS |
Já nos dias de hoje, o mesmo produto se tornou imensa défice na terra do
socialismo bolivariano, Venezuela. Sabe-se lá o que fazem os inimigos do povo
para inflamar a sua procura...
O défice do papel higiénico na Venezuela, nossos dias... |
Na Crimeia, durante os longos 23 anos da ocupação independentista ucraniana,
o bom povo russófono foi poupado dessa tortura. Ironicamente, já após ficar
livre da ameaça do Sector da Direita, as coisas mudaram de figura.
Os moradores da cidade de Sebastopol estão indignados e recusam à usar o
papel higiénico que atenta contra o bom nome e a imagem do Vladimir Putin. A
indignação é dirigida ao papel higiénico que se chama “V. V.” e se produz na cidade de Simferopol (a capital regional). A foto da provocação capitalista, isso é, nazista-ocidental, foi enviada à redação
do jornal “Notícias de Sebastopol”, por uma cidadã atenta, mas indignada que pediu a divulgação
deste facto atentatório, escreve Crime.in.ua.
A mulher contou que encontrando-se no lugarzinho íntimo, as suas mãos desconseguiram
fazer o sacrilégio, ela foi incapaz de usar o produto da «Fábrica de papel de
Simferopol», Lda. A sua indignação se prendeu à silhueta da península e ao nome
do produto.
«Não há nada para desenhar no papel higiénico?! Para que sob a silhueta da
Crimeia aparecem as letras maiúsculas «V. V.» – se interroga a cidadã vigilante.
No rolo do papel higiénico é desenhada a silhueta da península da Crimeia,
aparece o número da norma estatal da Ucrânia (DSTU), e também o slogan
publicitário: «Compre da Crimeia!»
Já no nome comercial do produto, «V. V.» (B.B.), os cidadãos de Sebastopol
deslumbraram a alusão aos iniciais do presidente da Rússia, Vladimir Vladimirovich
Putin.
Enfim, redobrar a vigilância, camaradas!
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