O regimento «Azov» difere de outras unidades voluntárias da Ucrânia pela
sua aceitação dos estrangeiros. Neste momento, o regimento possui cerca de 20
legionários, a maioria provêm dos Países Nórdicos, mas também da Belarus, Canadá,
Eslováquia, Grécia, França, Itália, Polónia e da Rússia. O jornalista lituano da
edição DELFI tentou perceber as motivações e
razões destes voluntários.
por: Artūras Morozovas, www.DELFI.lt,
versão curta, o título é da responsabilidade deste blogue
Após a verificação matinal na sua base, os militares do “Azov” recebem as ordens
do dia, dirigindo-se para o pequeno-almoço. O tempo esfriou, por isso os
alimentos desempenham um papel importante. Os militares adoraram a vinda de uma
nova equipa profissional de cozinheiros, oriunda de Kyiv. No espaçoso
refeitório existe uma mesa separada, onde se comunica em inglês. Os legionários
contaram por que eles estão prontos à combater por um país estrangeiro.
Nas fileiras de “Azov” há um voluntário da Lituânia. É médico Henrikas
Jankauskas, o seu pai é natural de Vilnius, a mãe é de Luhansk.
«Eu já estive na Lituânia, tenho lá a família, mas não falo lituano», — conta
o médico que nasceu e cresceu na Ucrânia; no «Azov» apenas um mês. O seu pai trabalha
em Londres, a mãe na Líbia. Após terminar o curso de paramédicos, ele decidiu
se inscrever no regimento. «Labas, labas», — o cumprimenta ucraniano Vladislav(as).
«A minha mãe é de Jūžintų, se casou com um ucraniano, tenho a sangue dos dois
povos», — contou Vladislavas que entende lituano, visita Lituânia, embora
nasceu e cresceu em Kyiv.
Mas a maioria dos voluntários são da Suécia. Um deles que se chama Leo, algumas
semanas atrás veio do Malmö. Na sua bochecha se vê a tatuagem do tridente do Posídon, símbolo da
unidade especial de elite do exército sueco, Kustjagarna. Leo conta
que recentemente foi graduado pela Academia Militar sueca, veio a Ucrânia para
lutar contra os separatistas pró-russos, ajudando aos ucranianos.
«Não é me indiferente, quando na Europa do século XXI mudam as fronteiras
nacionais, não é me indiferente, quando um país entra num blindado no território
de outro Estado soberano», – diz Leo e assegura que estará no Donbas tanto, quanto
for necessário.
Para vir a Ucrânia, Mykola de Estocolmo interrompeu os seus estudos universitários.
Ele veio porque estava decepcionado com a tolerância excessiva da Suécia para com
a Rússia: “Estou aqui para lutar contra os separatistas. Me irrita a
neutralidade da Suécia em certos assuntos. Acho que chegará a hora e o meu país
irá tratar a Rússia de outro modo”.
Mikael Skillt |
Em operações militares na Donbas participaram apenas alguns estrangeiros.
De acordo com Leo, eles ainda não podem participar em combates – a não fluência
em russo e ucraniano que gere a incapacidade provável de se entender em um
momento crítico. Os estrangeiros não escondem o facto de que no “Azov” é criada
uma unidade de legionários que deverá ser comandada pelo franco-atirador sueco,
que se tornou lendário na Ucrânia, Mikael Skillt.
O voluntário mais experiente do “Azov” é considerado o instrutor militar de Tessalónika.
“Chegando ao regimento, eu imediatamente entrei nos combates na região de
Donetsk. Nem sequer tive tempo para receber a uniforme”, – se recorda ele. O militar profissional do
exército grego disse que em alguns meses em “Azov” viu as enumeras ações militares.
De acordo com ele, veio aqui por motivos pessoais: «Grécia é um país que apoia
o comunismo, por isso apoia a ação da Rússia. Eu sempre fui uma pessoa pró-ocidental.
No nosso país nós passamos por uma guerra de cinco anos com os gregos das
origens búlgaras, que foram apoiados pelo Partido Comunista e, claro, pela URSS.
Eu não vejo muita diferença entre as ações dos separatistas na Grécia e em Donbas»
– disse o voluntário que já está no «Azov» por dois meses.
O grego, tal como outros estrangeiros, veio à Ucrânia em segredo e protege os
seus dados pessoais. A maioria deles quer evitar atenção indesejada, temendo a
possível perseguição após o retorno aos países da origem.
Fonte e fotos:
Mais fotos do «Azov»:
Blogueiro
O regimento «Azov» é severamente criticado por alguns, acusado de alegado “nazismo”
por causa do uso do símbolo rúnico Wolfsangel como elemento da sua
emblema. Neste caso, as “nazis” também são mais de uma dúzia de municípios na
República Federal Alemã que usam o mesmíssimo símbolo como elemento das suas
brasões municipais.
O futebol, para variar!
Ucrânia ganhou na sua deslocação à vizinha Belarus (qualificação para o
Euro-2016, #BlrUkr) por 0:2. As tribunas dos dois países mostraram uma
solidariedade ímpar: os fãs ucranianos gritavam "Zhyve Belarus!"
(Viva Belarus!), os belarusos respondiam com “Glória à Ucrânia!”, em conjunto os
fãs cantavam o hino nacional da Ucrânia, a composição “Guerreiros da Luz” e a
canção popular ucraniana “Putin – huylo!”
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