“Não me surpreendo em nada com o que aconteceu neste sábado,” afirma, durante uma visita a Viena, o
historiador britânico Timothy Snyder. Ele é professor do Departamento de
História da Universidade de Yale, em Connecticut, escreveu dois livros sobre a Ucrânia e tem
publicado artigos sobre a crise na antiga república soviética em que alertou
para o desfecho de uma intervenção militar.
O livro mais recente de Snyder é “Bloodlands,
Europe Between Hitler and Stalin” (2010), uma elogiada história do genocídio de
14 milhões de civis praticado em nome de duas utopias, a de classe, por Stalin,
e a da raça, por Hitler.
O professor é cauteloso na previsão do desdobramento da decisão de Vladimir
Putin de formalizar a intervenção no parlamento russo mas alerta que a crise
entrou num território em que algo terrível pode acontecer. A seguir, a
entrevista do Professor Snyder ao “Estado”.
Porque o senhor classificou, num
artigo recente, a evolução da crise
ucraniana de uma guerra de propaganda?
O que aconteceu na Ucrânia foi uma revolução popular contra um autocrata,
mas seu governo, com apoio da Rússia, rotulou os manifestantes de fascistas de
extrema direita. O governo foi deposto mas a Rússia continua a propagar esta
ideia. Chamo a sua atenção para o fato de que, em várias cidades russas já
começaram os protestos contra a decisão de Putin. E especialmente destaco o
fato de que uma petição assinada por mais de 70 mil membros da população étnica
russa dentro da Ucrânia pediu a Putin para não invadir país. Então, é uma
falsidade achar que a população que se sente culturalmente ligada à Rússia no
leste da Ucrânia está pedindo uma invasão.
O texto integral da entrevista:
http://blogs.estadao.com.br/lucia-guimaraes/a-crise-na-ucrania-e-seria-demais-diz-historiador-britanico
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