sábado, janeiro 25, 2025

Mercenário cubano revela como fui parar na guerra contra Ucrânia

Mecenário cubano capturado, verão de 2024

O mercenário Frank Darío Jarrozay (35) é único POW cubano, capturado vivo pelas FAU, revelou como foi manipulado para se juntar à guerra russa na Ucrânia, atraindo pelas falsas promessas de emprego, escreve o jornal americano Diario las Americas

A Assembleia da Resistência Cubana entrevistou o cubano Frank Darío Jarrozay, que explicou que foi levado para Ucrânia sob a falsa promessa de trabalhar na construção civil na rússia. «Entrei na plataforma, mas não para entrar na guerra. Nunca pensei que fosse guerra», disse o jovem. 

Orlando Gutiérrez-Boronat, do Diretório Democrático Cubano, disse que Frank Darío forneceu um testemunho valioso sobre as baixas cubanas e as condições no front. «Ele não tem números exatos, mas seu depoimento é muito importante», disse Gutiérrez-Boronat, esclarecendo que Jarrozay não é um apoiador do regime cubano. 

Frank Dario, 35, de Guantánamo, foi capturado pelo exército ucraniano enquanto lutava do lado russo. Em abril de 2024, em Kyiv, ele revelou como foi enganado por um anúncio nas redes sociais que prometia empregos na construção civil na rússia. 

«Veio como um anúncio, um anúncio dizendo que a rússia precisava de pessoas para construção e outras tarefas», conta Jarrozay. 

O deputado do Parlamento ucraniano Maryan Zablotskiy visitou o mercenário cubano por duas vezes e conta o seguinte:

Mercenário cubano em janeiro de 2025

Spin-off: O prisioneiro repetiu diversas vezes que na prisão ucraniana ele está sendo alimentado muito melhor do que podia se dar ao luxo de comer em casa. Ele ficou especialmente surpreso que mesmo um dos bombardeamentos russos próximos, no dia 8 de julho de 2024, não alterou os horários de serviço de comida no campo dos POW.

Histórico: 35 anos, músico, toca bateria. Na sua terra natal, ganhava a vida junto aos turistas estrangeiros.

Diz (quem duvidaria), ele agora está arrependido, mostrando um grande ódio ao regime cubano (esta é a posição padrão dos cidadãos cubanos), jura que ele próprio não gosta dos russos e, alegadamente, ele só partiu para o ataque depois que um deles colocou uma granada junto à sua cabeça.

O caminho para a guerra: supostamente, descobri a oportunidade de ganhar dinheiro como mercenário por meio de um russo que falava espanhol, que mais tarde enviou uma passagem aérea eletrônica ao seu telefone. Eu tinha um passaporte estrangeiro antes disso porque era músico e sonhava em fazer algum tipo de «turnê» como uma forma de escapar de Cuba para sempre. Cerca de cinco outros compatriotas estavam no voo para Moscovo/ou, mas não se comunicaram entre si. No aeroporto de Moscovo, ele foi recebido por uma pessoa com uma foto sua impressa, alimentado em algum lugar e levado para a cidade de Rostov. Lá, no escritório, assinou um contrato em russo (percebi unicamente que era por um ano), sem entender uma única letra do que estava escrito. Imediatamente foi para a guerra, onde todas as ordens e todas as comunicações também acontecem exclusivamente em russo. Ele conta com horror como os ucranianos (glória às Forças Armadas da Ucrânia!) lhes deram um dia difícil na direção de Donetsk, onde 15 russos e 4 mercenários morreram em consequência de um ataque. Apenas em casos muito excepcionais, os corpos dos cubanos são enviados para casa, mas a grande maioria é simplesmente abandonada nos mesmos locais da sua morte.

Quando perguntado «O que você diria para aqueles que agora estão planeando fazer isso com suas próprias vidas?» — responde que a situação em Cuba é tão crítica e desesperadora que as pessoas estão fugindo para os Estados Unidos pelo mar. E que suas palavras não os convencerão a não procurar uma oportunidade de partir, mesmo com a perspectiva de morrer sob as balas.

Uma citação: «É melhor ficar prisioneiro aqui (na Ucrânia) por 50 anos do que voltar para Cuba». E aí, ele diz, há um medo tão grande do sistema que, mesmo que a democracia prevalecesse agora, ela só passaria em duas ou três gerações.

Para já, o mercenário continua no campo dos POW russos, onde poderá permanecer, caso não ser incluído na troca, até o fim da guerra.

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