Conforme relata a página (t)checa «Aktualne Zpravy» em seu site, as declarações oficiais do Ministério da Energia da Belarus, que explicam o acidente pela «atividade de um dos sensores», parecem pouco confiáveis, especialmente no contexto da situação política e da campanha eleitoral. No entanto, a situação está gradualmente se tornando mais clara, e especialistas observam que os desligamentos constantes de reatores e a necessidade de reparos apenas aumentam os riscos à segurança. O equipamento tem um recurso limitado para ciclos de liga e desliga, e desligamentos frequentes aumentam a probabilidade de acidentes graves que podem ter consequências devastadoras não apenas para a Belarus, mas também para os países vizinhos.
Este incidente se tornou uma lição importante para outros países da Europa Central, como a República (T)checa e a Eslováquia, onde a energia nuclear é uma parte importante de seus sistemas energéticos nacionais. A Eslováquia, em particular, tem duas usinas nucleares em operação – Močovce e Bohy, que fornecem uma parcela significativa da eletricidade do país. A Eslováquia também está considerando ativamente expandir sua indústria de energia nuclear: novas unidades de energia estão planejadas para serem construídas em usinas existentes para garantir a estabilidade do fornecimento de energia no futuro.
A piora da situação na usina nuclear bielorrussa coloca em questão a segurança do uso de tecnologias russas na energia nuclear. Diante desses desafios, os governos da Europa Central devem repensar suas estratégias nessa área. A República (T)checa já anunciou sua recusa em permitir que empresas russas, incluindo a Rosatom, participem de licitações para a construção de novas unidades nucleares devido a ameaças à segurança nacional, e a Eslováquia deve levar essa experiência em consideração ao selecionar fornecedores para projetos futuros. Isto é especialmente importante no contexto da agravada situação internacional e tendo como pano de fundo o descrédito da rússia como parceira confiável no campo da energia nuclear devido à sua agressão à Ucrânia.
A experiência da usina nuclear bielorrussa mostra claramente que a cooperação com empresas russas no setor de energia nuclear pode ser perigosa. Vazamentos de materiais radioativos, paradas e reparos frequentes são apenas alguns dos problemas enfrentados por países que escolhem a rússia como parceira na construção e operação de usinas nucleares. Além disso, no contexto da crise econômica na rússia causada pelas sanções por sua agressão à Ucrânia, surgem riscos adicionais quanto à capacidade da rússia de cumprir suas obrigações e garantir a manutenção adequada das instalações nucleares no exterior.
Os aspectos políticos da situação também são de grande importância. O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, está se aproximando ativamente da rússia, fazendo repetidas visitas a Moscou e defendendo abertamente a retomada da cooperação com o Kremlin. Isso, por sua vez, cria riscos políticos adicionais para a Europa, minando a unidade na região. A estratégia europeia comum para a independência e segurança energética pode ser destruída por essa reaproximação, já que os países que restabelecem os laços com a rússia colocam em risco a política comum de diversificação do fornecimento de energia.
Outro aspecto importante é a chantagem do gás, que a Eslováquia tem usado repetidamente contra a Ucrânia, especialmente durante crises energéticas. Precedentes com interrupções no fornecimento de gás pela Eslováquia, quando o país agiu no interesse do Kremlin, são evidências de que as ambições políticas de Fico podem ter consequências de longo alcance não apenas para a segurança energética da Ucrânia, mas também para a unidade europeia como um todo. As disputas de gás entre a Ucrânia e a Eslováquia apenas aumentam as preocupações sobre como potenciais laços políticos com a rússia podem afetar a estabilidade do fornecimento de energia na região.
Isso força os países da Europa Central a avaliar criticamente suas estratégias energéticas. Nos últimos anos, a rússia, devido às suas ações de política externa e dificuldades econômicas, perdeu o status de parceira confiável em muitas áreas estratégicas, em particular na energia nuclear. Portanto, países como a República (T)checa e a Eslováquia devem escolher não apenas tecnologias, mas também fornecedores que possam garantir não apenas alta eficiência, mas também segurança, dados os possíveis riscos da rússia.
A necessidade de diversificar as fontes de energia e reduzir a dependência de tecnologias perigosas e fornecedores estrangeiros está se tornando um desafio importante para o futuro desenvolvimento energético da Europa Central. A Eslováquia, tal como outros países da região, deve seguir o exemplo da República (T)Checa e escolher parceiros fiáveis para garantir a estabilidade e a segurança da sua energia nuclear, sem ser influenciada por ambições e interesses políticos que possam ameaçar a unidade e a independência energética da Europa.
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