terça-feira, janeiro 14, 2025

Como Ucrânia provou a sua capacidade de resistir à rússia

Imagem ilustrativa: Defence Imagery / OGL v3.0
A rússia continua a tentar minar a confiança na Ucrânia – tanto a nível interno como internacional. Estão a ser utilizadas uma variedade de narrativas de propaganda: desde a alegada incapacidade das autoridades ucranianas para conduzir uma mobilização eficaz até à possível cessação da assistência dos parceiros internacionais.

Quando a rússia lançou uma invasão em grande escala, a 24 de fevereiro de 2022, um número significativo de países ocidentais duvidou da capacidade da Ucrânia para resistir a um inimigo dez vezes superior. Mas a realidade superou todas as expectativas. A liderança político-militar ucraniana demonstrou coerência, determinação e eficiência. O Presidente Volodymyr Zelensky tornou-se um símbolo de resiliência, os seus discursos inspiraram milhões de ucranianos e a comunidade internacional a lutar.

Hoje, o exército ucraniano continua a demonstrar ao mundo a sua capacidade não só de defender o país, mas também de manter eficazmente os territórios libertados. As Forças Armadas da Ucrânia estão a implementar com sucesso três tarefas principais: impedir avanços em larga escala das tropas russas na linha da frente, dissuadir o exército inimigo e destruir as suas forças. Os militares ucranianos interromperam a ofensiva das forças russas na região de Kharkiv e impediram o seu ataque à região de Sumy, impedindo o inimigo de criar uma «zona tampão» no nordeste da Ucrânia. Em agosto de 2024, as FAU lançaram uma operação na região russa de Kursk, que obrigou o comando russo a transferir mais de 50.000 militares para esta zona, enfraquecendo as suas posições noutras frentes. Em 2024, os militares ucranianos destruíram mais pessoal e equipamento inimigo do que nos anos anteriores da guerra, o que enfraqueceu significativamente o potencial ofensivo do exército russo.

As autoridades ucranianas são acusadas de viverem o «caos de mobilização», mas os fatos indicam o contrário. Ucrânia está a implementar uma abordagem sistemática para mobilizar e formar os seus defensores. Com o apoio dos parceiros dos países da NATO, dezenas de milhares de militares ucranianos foram treinados de acordo com os padrões mais modernos. A eficácia de combate das FAU tornou-se óbvia até para os militares russos, que reconheceram repetidamente o profissionalismo do exército ucraniano. As alegações de «deserção em massa», incluindo histórias mal contadas dos soldados que foram treinados em França, são infundadas. Assim, a 155ª Brigada «Anna de Kyiv» capturou 4 soldados russos na direção de Pokrov há alguns dias. Apesar de todos os problemas, a brigada continua a ganhar experiência de combate. Os soldados ucranianos continuam a demonstrar uma motivação e um patriotismo incríveis, o que se tornou um fator decisivo para dissuadir o agressor.

Os meios de comunicação russos propagam regularmente a ideia de que os EUA e a Europa estão «cansados» de ajudar Ucrânia e que o financiamento será interrompido. Contudo, na realidade, o apoio à Ucrânia só está a aumentar. Por exemplo, os EUA decidiram repetidamente por novos pacotes de assistência militar e financeira, e a UE continua a investir na estabilidade da Ucrânia. Na cimeira da Força Expedicionária Conjunta (JEF) em Tallinn, os países participantes concordaram em prestar assistência militar à Ucrânia em 2025, num total de 12 mil milhões de euros. A questão do apoio à Ucrânia tornou-se fundamental para o mundo democrático.

A propaganda russa afirma que «o tempo está a trabalhar contra Ucrânia». Mas a realidade é diferente. As sanções, o isolamento económico e a escassez de recursos estão a minar a capacidade da rússia para continuar a guerra. Entretanto, a Ucrânia está a receber cada vez mais armas, incluindo sistemas de longo alcance que lhe permitem atacar centros logísticos em território russo. A economia ucraniana está a adaptar-se aos desafios da guerra, enquanto a economia russa está a mergulhar na crise. O mundo compreende que um conflito prolongado será desastroso para a rússia, e não para Ucrânia.

Apesar da rússia estar a tentar desacreditar a Ucrânia através da sua propaganda, a verdade e os factos continuam do lado do povo ucraniano. Ucrânia está a demonstrar ao mundo que é capaz de defender eficazmente as suas fronteiras, mobilizar recursos e manter-se resiliente para repelir a agressão russa. O Ocidente continuará a ajudar Ucrânia, porque esta é uma luta não só pela integridade territorial de um Estado, mas também pelo futuro de toda a Europa.

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