domingo, novembro 24, 2024

A inteligência dos EUA confirma que Viktor Yushchenko foi envenenado pela rússia em 2004

Segundo os serviços de informação norte-americanos, o ex-presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, foi envenenado pelos serviços secretos russos em 2004. Bloomberg escreve sobre isto com referência a um documento dos serviços de informação dos EUA. 

O Kremlin recorre aos serviços secretos no estrangeiro para eliminar aqueles que considera uma ameaça ao regime, refere o Memorando elaborado para o Conselho Nacional de Informaçõessob os auspícios do Conselho Nacional Oficial de Informações para Contra-espionagem. 

Uma análise dos relatórios de inteligência sobre tentativas de assassinato russas conhecidas e suspeitas indica que o Kremlin tem como alvo indivíduos das seguintes categorias:

• Desertores ou dissidentes dos serviços de informação: entre outros Alexander Litvinenko, que acusou publicamente Putin de pedofilia, bem como apresentou acusações de anos em que Putin ordenou os atentados bombistas em apartamentos em Moscovo, em 1999, como pretexto para renovar o conflito com a Chechénia. O empresário russo Aleksandr Perepilichnyy terá sido assassinado com uma toxina biológica no Reino Unido em 2012, pouco antes de ser destacado para testemunhar sobre uma rede de fraude fiscal do Kremlin, de acordo com os relatórios).

Líderes políticos e da oposição nas principais ex-repúblicas soviéticas que são consideradas uma ameaça: entre outros, é referido o envenenamento quase fatal do antigo presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, em 2004. A inteligência russa tinha injectado a dioxina química na sua comida quando ele era um candidato presidencial que defendia a integração da Ucrânia com o Ocidente. 

Separatistas insubordinados na Ucrâniarússia assassinou na Ucrânia, algumas figuras separatistas importantes, que tentaram insubordinação ao Moscovo. Na região do Donbas, um que resistiu às ordens do Kremlin, foi Aleksandr «Batman» Bednov, provavelmente morto ao mando de Moscovo, reflectindo a prioridade da rússia em manter o controlo sobre a região. 

“Batman” Bednov, foi o líder do bando armado “Batman”, liquidado em 1 de janeiro de 2015 nos arredores de Lutugino. A coluna de viaturas de “Batman” foi alvejada com armas ligeiras, morteiros e lança-chamas. Juntamente com o líder morreram cinco terroristas do seu bando. A responsabilidade foi reclamada pela liderança da “lnr”, que acusou Bednov de raptos de pessoas e de atos de bandidagem. Dois dias antes, a “procuradoria da lnr” abriu um processo-crime contra ele, e a “polícia da lnr” informou que Bednov se recusou depor as armas e ofereceu a resistência. 

Os serviços especiais russos cometeram uma série de assassinatos de inimigos políticos do chefe do Kremlin, e Putin autorizou-os pessoalmente.

sábado, novembro 23, 2024

«Bucha»: a sobrevivência e corragem sob ocupação russa

Konstantin Gudauskas é um judeu lituano, cidadão do Cazaquistão, um activista que recebeu asilo na Ucrânia e vivia em Bucha quando a invasão russa começou. Ao salvar 203 pessoas, Konstantin observou em primeira mão os horrores da guerra e as atrocidades da ocupação russa - assassinatos, roubos, violações. 

Sonhava com uma vida tranquila nos subúrbios de Kyiv, mas a invasão russa mudou tudo. O seu passaporte cazaque abriu caminho através dos postos de controlo russos e o seu coração abriu o caminho para a liberdade de centenas de ucranianos.

O drama de guerra «Bucha» conta uma história verídica de coragem e humanidade, que se desenrola tendo como pano de fundo a tragédia. Diálogos baseados em conversas intercetadas dos ocupantes tornam este filme comovente e verdadeiro. É mais do que um filme. É uma recordação, uma dor e um orgulho que todos deveriam viver. Este filme é sobre “compreender, sentir, nunca perdoar”.

quinta-feira, novembro 21, 2024

Operações de minagem das FAU na linha da frente de Pokrovsk

Uma unidade de sapadores ucranianos realiza uma incursão na «zona cinzenta», utilizando um drone terrestre com explosivos detonados remotamente, ao longo da linha da frente de Pokrovsk, perto de Myrnograd. Ucrânia está a tentar impedir o avanço russo nesta secção da frente e está a fazer todos os esforços para impedir que o exército russo avance para a cidade de Myrnograd.

















Fotografias de Kostiantyn Liberov/Libkos/Getty Images, 18 de Novembro de 2024

NOTA: Algumas fotos foram feitas com uma câmara de infravermelhos, pelo que há distorção do espaço de cor da imagem.

quarta-feira, novembro 20, 2024

1.000 dias de uma guerra que muda o mundo

Os ucranianos demonstraram o seu heroísmo, unidade e invencibilidade nos 1.000 dias de resistência à invasão e a agressão russa em grande escala. Os ucranianos demonstraram a sua disponibilidade para lutar pela sua liberdade, independência e valores democráticos. Esta não é apenas a luta da Ucrânia, mas também a protecção de princípios comuns.

As forças ucranianas libertaram mais de 15.000 quilómetros quadrados de territórios ocupados, incluindo cidades e aldeias importantes no leste e no sul do país. As FAU destruiram mais de 19.000 unidades de equipamentos militares russos, incluindo tanques, veículos blindados de transporte de pessoal e sistemas de artilharia. De acordo com o Estado-Maior General das Forças Armadas, em meados de Novembro de 2024, a rússia perdeu cerca de 720.000 soldados (KIA, MIA, WIA, POW, etc).

Os ucranianos pagam um enorme preço pela liberdade – milhares de vidas humanas, cidades e infra-estruturas destruídas. Isto deveria lembrar ao mundo civilizado que a liberdade tem um preço. A agressão russa resultou em milhões de refugiados, milhares de crianças sem casa e sem pais. O mundo deve compreender a escala da tragédia e ajudar as vítimas. Em Novembro de 2024, havia mais de 3,7 milhões de pessoas deslocadas internamente na Ucrânia. Mais de 6,2 milhões de ucranianos partiram para países europeus e ocidentais em busca de segurança.

Sem a ajuda dos parceiros, a Ucrânia não conseguiria resistir com sucesso ao agressor russo. Por isso, apoiar a Ucrânia é um investimento na segurança global. A guerra contra a Ucrânia é um desafio não só para um país. A agressão russa mina os fundamentos do direito e da segurança internacionais, estabelecendo precedentes para outros regimes autoritários. A resistência da Ucrânia tornou-se um símbolo da luta pela liberdade para muitos povos. Dá um impulso à luta contra as ditaduras e os regimes totalitários.

O dano total causado à Ucrânia em resultado da agressão russa é de aproximadamente 800 mil milhões de dólares americanos: os danos infra-estruturais são superiores a 200 mil milhões de dólares americanos, os danos ambientais causados ​​aos ecossistemas ucranianos são estimados em 65 mil milhões de dólares americanos.

A criação de um tribunal internacional para os criminosos de guerra russos é necessária não para o povo ucraniano, mas também para prevenir conflitos no futuro. A Ucrânia procura fazer parte da comunidade europeia. A sua luta pelos valores europeus é mais um passo para uma Europa unida e forte.

segunda-feira, novembro 18, 2024

A educadora de infância que abateu o míssil de cruzeiro russo

Durante o recente ataque russo em massa, a ex-educadora de infância, soldado ucraniana Nataliya Hrabarchuk abateu um míssil de cruzeiro russo com manpad «Igla». Foi o seu primeiro lançamento real de combate.
O Comando Aéreo «Oeste» da Força Aérea da Ucrânia, informa que milhares de militares ucranianos, entre operadores de mísseis, grupos de fogo móveis, aviadores, localizadores, especialistas em unidades de guerra eletrónica e de controlo/e de combate, repeliram o ataque aéreo russo.

Entre eles estava a soldado Nataliya Hrabarchuk. Destruiu um míssil de cruzeiro russo com auxílio de míssil antiaéreo portátil «Igla». Foi o seu primeiro lançamento de combate, precedido por um treino sério. Nataliya Hrabarchuk completou dois cursos de formação com a duração total de 5 meses, dominou vários tipos de sistemas portáteis de mísseis antiaéreos.

- Quando o míssil inimigo esteve na zona de ação, deixei de lado todas as emoções e preocupações. Fiz centenas de treinos em simuladores. Foi por isso que fiz o que estudei”, diz Nataliya. - Não é fácil abater um míssil de cruzeiro. O meu «Igla» pesa cerca de 18 quilos e também sou responsável pelo resultado. Todos querem destruir os alvos sem falhar. Estou muito feliz por ter conseguido. Só após o trabalho de combate é que ela deu rédea solta às suas emoções. O nosso grupo móvel de bombeiros é composto por mulheres militares. Garanto-lhe que protegemos de forma fiável a nossa pátria contra ataques aéreos e damos-lhe todas as nossas forças.

Nataliya no momento do disparo

Nataliya Hrabarchuk na vida civil era professora/educadora de pré-escolar. Desde 2021, é operadora da unidade de mísseis antiaéreos da brigada de engenharia de rádio Galicia-Volyn do comando aéreo «Oeste».

Na foto da direita, Natália está logo após a sua estreia em combate. As ucranianas são incríveis!

Fotos & texto: Comando Aéreo «Oeste».

Bónus

O Ministro da Defesa da Ucrânia Rustem Umerov se encontrou com as defensoras que abateram, com sucesso, o míssil de cruzeiro russo Kh-101, que tentava atingir uma instalação de infraestrutura crítica na região de Rivne.

• A Soldado Natalia Hrabarchuk executou o lançamento preciso, usando o «Igla».

• A Soldado Sênior Valentyna Steblevets operou o tablet, fornecendo as coordenadas do alvo.

• A Soldado Sênior Olga Maksymenko documentou os eventos em vídeo.

Todas as três mulheres foram homenageadas pelo MoD da Ucrânia por suas ações.

domingo, novembro 17, 2024

sábado, novembro 16, 2024

O russo que queimou o seu navio para defender Ucrânia

De dezembro de 2023 à abril de 2024, um marinheiro da frota russa do Báltico, Aleksandr «Goga», transmitiu informações secretas à Ucrânia e, em seguida, ateou fogo ao navio «Serpukhov». A operação da GUR MOU, do projeto “Eu Quero Viver” e da Legião “Liberdade da Rússia” foi chamada de “Rybalka” (Pesca). A DW conversou com o seu herói principal.

O fuzileiro da Frota russa do Báltico com o nom de guerre «Goga» juntamente com um representante da Legião «Liberdade da Rússia» com a participação do GUR MOU começaram a planear a sabotagem do navio «Serpukhov» (projeto 21631 «Buyan-M») e a operação para levar o marinheiro à Ucrânia. Em abril de 2024, Aleksandr e vários outros marinheiros sob contrato do «Serpukhov» foram obrigados a embarcar numa chamada «missão de serviço» à Ucrânia como parte de uma unidade de assalto. Com a ajuda das chamadas do irmão, o marinheiro conseguiu recusar a viagem, mas com a condição de ser transferido para um outro navio. Aleksandr informou o representante da Legião. Assim começou a Operação «Rybalka».

sexta-feira, novembro 15, 2024

Batalão especial «Alcatraz» formado por ex-condenados ucranianos

A 19 de maio de 2024, entrou em vigor a Lei nº 3687-IX sobre a mobilização de condenados. Os condenados por crimes de gravidade leve e média receberam direito a liberdade condicional e à assinatura de contrato em unidades especialmente criadas das Forças Armadas da Ucrânia. Um batalhão especial «Alcatraz» foi criado como parte do 93º OMBr «Kholodny Yar». 

70 recrutas foram submetidos a seleção, treino militar básico e camaradagem. Em agosto de 2024, começaram a realizar missões de combate na direção de Pokrovsky. 

As diferenças com a lei russa: as FAU recebem os condenados por crimes de gravidade leve e média, crimes graves, violentos, crimes sexuais e crimes contra a segurança do estado estão excluídos, as FAU receberam aqueles à quem resta 3 anos e menos para o fim da sua pena efetiva.

quinta-feira, novembro 14, 2024

A segurança alimentar e a colonização russa de África

Foto: NYT

A rússia quase destruiu o sistema de organizações e instituições internacionais. Isto ameaça os países africanos com a perda de apoio internacional sistemático na luta contra a fome. putin está a transformar o fornecimento de cereais numa ferramenta para a colonização russa de África.

Os contactos com a rússia sancionada ameaçam a segurança alimentar dos países africanos, porque os esquemas de abastecimento alimentar estão destruídos, os empréstimos, os investimentos e as tecnologias modernas estão em risco, bem como a implementação de projectos agrícolas com a participação de países terceiros.

A rússia entende que África é vulnerável em termos de segurança alimentar, por isso utiliza este factor para aumentar a sua influência nos países do continente que lhe interessam, especialmente porque os políticos russos dizem abertamente que a rússia deveria controlar totalmente África, como fez há várias décadas, quando parialmente era controlada pela URSS.

A rússia bloqueia constantemente o “acordo de cereais”, o que leva a interrupções no fornecimento de produtos agrícolas aos países africanos. O bloqueio das exportações de cereais da Ucrânia e o fornecimento limitado russo tornaram-se uma ferramenta de influência do Kremlin sobre os países africanos mais pobres, que recebem ajuda alimentar em troca de lealdade política.

O fornecimento de cereais ucranianos aos países africanos desempenha um papel extremamente importante no abastecimento alimentar dos países africanos. Devido à agressão russa em grande escala contra Ucrânia, mais de 70 milhões de pessoas em todo o mundo encontraram-se à beira da fome devido a problemas de abastecimento alimentar, precisamente devido à agressão russa contra Ucrânia.

Desde o lançamento da iniciativa Grãos da Ucrânia, a Ucrânia enviou mais de 255.000 toneladas de produtos agrícolas para África, nomeadamente: Etiópia - 90.000 trigo, Quénia - 25.000, Somália - 25.000, Sudão - 22.265 mil, Nigéria - 25.000 mil, Moçambique - 6.882 mil toneladas de ervilha e milho, 440 mil toneladas de óleo vegetal, RDC - 1.881 mil toneladas de ervilha e 440 toneladas de óleo vegetal.

Durante a invasão em grande escala da Ucrânia, os militares russos roubaram uma grande quantidade de cereais - em certos dias, pelo menos 12.000 toneladas de trigo foram ilegalmente retirados da Ucrânia para a federação russa.

“O comboio mais importante da Ucrânia”

Fotografia de ROMAN PILIPEY/AFP via Getty Images

Para evacuar os soldados ucranianos feridos da frente para a retaguarda, utilizam, entre outras coisas, comboios médicos especialmente equipados. Comboios semelhantes foram utilizados, em particular, durante a Segunda Guerra Mundial. Na Ucrânia, estes comboios (a CNN chamou-lhes “os mais importantes do país” na sua reportagem) apareceram pouco depois do início da invasão russa em grande escala. 

Os comboios sanitários têm prioridade sobre todos os outros participantes no tráfego ferroviário, incluindo os comboios que transportam delegações estrangeiras que chegam à Ucrânia. 

Estes comboios viajam a cerca de metade da velocidade dos comboios regulares de passageiros para minimizar o impacto. “Fazemos tudo em movimento, completamente tudo. Começando pelas habituais injeções intravenosas e intramusculares, terminando com intubações, colocação de cateteres centrais e urinários”, disse à DW a enfermeira militar Victoria, que trabalha neste comboio. 

Os médicos militares com quem os jornalistas da CNN e da DW falaram observam que uma das principais vantagens de tais comboios é a capacidade de evacuar muitos feridos de uma só vez e de lhes prestar cuidados médicos ao longo do caminho. 


A rota destes comboios é mantida em segredo. “É claro que este é um comboio militar, embora médico, mas os nossos adversários na guerra não fazem qualquer diferença se é médico ou apenas militar. É por isso que são aplicadas certas medidas de segurança”, explicou o médico militar Olexander. 

Em março, Ukrzaliznytsia tinha 62 carruagens especiais concebidas para evacuar os feridos até ao final do ano, estava previsto equipar mais oito, escreve na sua reportagem Meduza.io