sábado, novembro 30, 2024

O regime de Assad na Síria está se desmoronando em pedaços

A cidade de Aleppo rendeu-se quase sem luta, a segunda cidade, Hama, também caiu quase sem resistência. O grupo americano lançou uma ofensiva a partir do sul, os curdos estão a atacar e a própria Damasco cheira a rebelião.

 

Depois de tomarem a cidade de Hama, os rebeldes de Idlib, apoiados pela Turquia, dirigem-se agora para sul, em direcção a Homs, a terceira maior cidade da Síria, com uma população de 800.000 habitantes. A Al Jazeera relata o início de um motim na 47ª brigada da 11ª divisão das forças governamentais na área de Hama.

Situação na Síria em 27 de Novembro de 2024

Há batalhas de rua na capital da Síria. A televisão estatal síria deixou de emitir. A ofensiva continua. Israel e os Estados Unidos estão a realizar consultas em antecipação da queda do governo de Assad, informa o 12º TV canal do Israel. 

O comandante do contingente militar iraniano na Síria morreu na sequência de um ataque rebelde. Durante os confrontos entre o exército sírio e grupos armados da oposição, o chefe do serviço de segurança militar síria em Aleppo, o general Ahmad Khudra al-Ali, foi morto. 

Possivelmente a embaixada russa é avacuada do Damasco

Comandante das forças russas na Síria, o tenente-general Sergey Kisel (o mesmo responsável pela derrota russa na batalha de Kharkiv em 2022) foi demitido. Os blogueiros militares russos, alinhados com Kremlin, receberam as deixas de momento: «as derrotas do Assad são da sua própria responsabilidade, rússia não pode ser culpada disso, rússia não precusa e nunca precisou da Síria». Significa que as mesmas deixas serão defendidos por todas as «cabeças falantes» russas e pró-russas: de Portugal ao Brasil. 

Um meme ucraniano

Damasco em três dias, como se costuma dizer.

Faleceu a jurista ucraniano-moçambicana Dra. Lioudmila Macassele

Jurista formada na Ucrânia, pela Universidade Nacional de Kyiv «Taras Shevchenko», trabalhou 27 anos no sistema jurídico moçambicano, deixou o cargo em 2019 como a Procuradora-Geral Adjunta de Moçambique para a tutela do Ministério Público. 

Vídeo do «1º Canal» russo (2004), que escolheu a história da Dra. Lioudmila por ela nascer em Leninegrado, na URSS.

Ela nasceu na cidade de Leningrado aos 29 de janeiro de 1951. Ucraniana de origem. O seu pai - Pavel Slovokhotov era descendente dos cossacos de Orenburgo. A avó de Lyudmila era prima do poeta ucraniano Pavlo Tychyna. Na década de 1970, viveu na Letónia (Daugavpils), onde nasceu o seu filho mais velho. Em 1979, mudou-se para Kyiv. 

Maputo, 2006: Dra. Lyudmila, 3ª à esquerda

Em 1985, formou-se na faculdade de direito da Universidade Estatal/dual de Kyiv (hoje Universidade Nacional de Kyiv «Taras Shevchenko»). Durante os estudos, apaixonou-se por um moçambicano, com quem se mudou para Moçambique em 1988. Nessa altura, Lyudmila era apenas a oitava mulher da URSS a viver no país. Divorciou-se logo depois. 

No início, lecionou jurisprudência e direito na então única Universidade estatal «Eduardo Mondlane». Para ganhar experiência e aprender português a fundo, trabalhou gratuitamente num escritório de advogados durante um ano. Em 1992, os seus filhos juntaram-se a ela. 

Maputo, 2007: Drª Lyudmila 3ª à esquerda

Em 1993, foi-lhe oferecido um emprego no Ministério Público da capital Maputo. Trabalhou em vários departamentos do Ministério Público (desde infracções penais aos casos domésticos). Lioudmila Macassele trabalhou aqui durante 22 anos. Estava casada com um português local. 

Entre 2016 à 2019 desempenhou as funções da Procuradora-Geral Adjunta de Moçambique para a tutela do Ministério Público. 

Faleceu de causas naturais aos 29 de novembro de 2024 na sua casa em Maputo.

A missa do corpo ardente terá o lugar no dia 2 de Dezembro às 9h00 horas na capela do Hospital Central de Maputo e às 10h00 será efetuado o enterro no cimiterio de Muchafutene.

domingo, novembro 24, 2024

A inteligência dos EUA confirma que Viktor Yushchenko foi envenenado pela rússia em 2004

Segundo os serviços de informação norte-americanos, o ex-presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, foi envenenado pelos serviços secretos russos em 2004. Bloomberg escreve sobre isto com referência a um documento dos serviços de informação dos EUA. 

O Kremlin recorre aos serviços secretos no estrangeiro para eliminar aqueles que considera uma ameaça ao regime, refere o Memorando elaborado para o Conselho Nacional de Informaçõessob os auspícios do Conselho Nacional Oficial de Informações para Contra-espionagem. 

Uma análise dos relatórios de inteligência sobre tentativas de assassinato russas conhecidas e suspeitas indica que o Kremlin tem como alvo indivíduos das seguintes categorias:

• Desertores ou dissidentes dos serviços de informação: entre outros Alexander Litvinenko, que acusou publicamente Putin de pedofilia, bem como apresentou acusações de anos em que Putin ordenou os atentados bombistas em apartamentos em Moscovo, em 1999, como pretexto para renovar o conflito com a Chechénia. O empresário russo Aleksandr Perepilichnyy terá sido assassinado com uma toxina biológica no Reino Unido em 2012, pouco antes de ser destacado para testemunhar sobre uma rede de fraude fiscal do Kremlin, de acordo com os relatórios).

Líderes políticos e da oposição nas principais ex-repúblicas soviéticas que são consideradas uma ameaça: entre outros, é referido o envenenamento quase fatal do antigo presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, em 2004. A inteligência russa tinha injectado a dioxina química na sua comida quando ele era um candidato presidencial que defendia a integração da Ucrânia com o Ocidente. 

Separatistas insubordinados na Ucrâniarússia assassinou na Ucrânia, algumas figuras separatistas importantes, que tentaram insubordinação ao Moscovo. Na região do Donbas, um que resistiu às ordens do Kremlin, foi Aleksandr «Batman» Bednov, provavelmente morto ao mando de Moscovo, reflectindo a prioridade da rússia em manter o controlo sobre a região. 

“Batman” Bednov, foi o líder do bando armado “Batman”, liquidado em 1 de janeiro de 2015 nos arredores de Lutugino. A coluna de viaturas de “Batman” foi alvejada com armas ligeiras, morteiros e lança-chamas. Juntamente com o líder morreram cinco terroristas do seu bando. A responsabilidade foi reclamada pela liderança da “lnr”, que acusou Bednov de raptos de pessoas e de atos de bandidagem. Dois dias antes, a “procuradoria da lnr” abriu um processo-crime contra ele, e a “polícia da lnr” informou que Bednov se recusou depor as armas e ofereceu a resistência. 

Os serviços especiais russos cometeram uma série de assassinatos de inimigos políticos do chefe do Kremlin, e Putin autorizou-os pessoalmente.

sábado, novembro 23, 2024

«Bucha»: a sobrevivência e corragem sob ocupação russa

Konstantin Gudauskas é um judeu lituano, cidadão do Cazaquistão, um activista que recebeu asilo na Ucrânia e vivia em Bucha quando a invasão russa começou. Ao salvar 203 pessoas, Konstantin observou em primeira mão os horrores da guerra e as atrocidades da ocupação russa - assassinatos, roubos, violações. 

Sonhava com uma vida tranquila nos subúrbios de Kyiv, mas a invasão russa mudou tudo. O seu passaporte cazaque abriu caminho através dos postos de controlo russos e o seu coração abriu o caminho para a liberdade de centenas de ucranianos.

O drama de guerra «Bucha» conta uma história verídica de coragem e humanidade, que se desenrola tendo como pano de fundo a tragédia. Diálogos baseados em conversas intercetadas dos ocupantes tornam este filme comovente e verdadeiro. É mais do que um filme. É uma recordação, uma dor e um orgulho que todos deveriam viver. Este filme é sobre “compreender, sentir, nunca perdoar”.

quinta-feira, novembro 21, 2024

Operações de minagem das FAU na linha da frente de Pokrovsk

Uma unidade de sapadores ucranianos realiza uma incursão na «zona cinzenta», utilizando um drone terrestre com explosivos detonados remotamente, ao longo da linha da frente de Pokrovsk, perto de Myrnograd. Ucrânia está a tentar impedir o avanço russo nesta secção da frente e está a fazer todos os esforços para impedir que o exército russo avance para a cidade de Myrnograd.

















Fotografias de Kostiantyn Liberov/Libkos/Getty Images, 18 de Novembro de 2024

NOTA: Algumas fotos foram feitas com uma câmara de infravermelhos, pelo que há distorção do espaço de cor da imagem.

quarta-feira, novembro 20, 2024

1.000 dias de uma guerra que muda o mundo

Os ucranianos demonstraram o seu heroísmo, unidade e invencibilidade nos 1.000 dias de resistência à invasão e a agressão russa em grande escala. Os ucranianos demonstraram a sua disponibilidade para lutar pela sua liberdade, independência e valores democráticos. Esta não é apenas a luta da Ucrânia, mas também a protecção de princípios comuns.

As forças ucranianas libertaram mais de 15.000 quilómetros quadrados de territórios ocupados, incluindo cidades e aldeias importantes no leste e no sul do país. As FAU destruiram mais de 19.000 unidades de equipamentos militares russos, incluindo tanques, veículos blindados de transporte de pessoal e sistemas de artilharia. De acordo com o Estado-Maior General das Forças Armadas, em meados de Novembro de 2024, a rússia perdeu cerca de 720.000 soldados (KIA, MIA, WIA, POW, etc).

Os ucranianos pagam um enorme preço pela liberdade – milhares de vidas humanas, cidades e infra-estruturas destruídas. Isto deveria lembrar ao mundo civilizado que a liberdade tem um preço. A agressão russa resultou em milhões de refugiados, milhares de crianças sem casa e sem pais. O mundo deve compreender a escala da tragédia e ajudar as vítimas. Em Novembro de 2024, havia mais de 3,7 milhões de pessoas deslocadas internamente na Ucrânia. Mais de 6,2 milhões de ucranianos partiram para países europeus e ocidentais em busca de segurança.

Sem a ajuda dos parceiros, a Ucrânia não conseguiria resistir com sucesso ao agressor russo. Por isso, apoiar a Ucrânia é um investimento na segurança global. A guerra contra a Ucrânia é um desafio não só para um país. A agressão russa mina os fundamentos do direito e da segurança internacionais, estabelecendo precedentes para outros regimes autoritários. A resistência da Ucrânia tornou-se um símbolo da luta pela liberdade para muitos povos. Dá um impulso à luta contra as ditaduras e os regimes totalitários.

O dano total causado à Ucrânia em resultado da agressão russa é de aproximadamente 800 mil milhões de dólares americanos: os danos infra-estruturais são superiores a 200 mil milhões de dólares americanos, os danos ambientais causados ​​aos ecossistemas ucranianos são estimados em 65 mil milhões de dólares americanos.

A criação de um tribunal internacional para os criminosos de guerra russos é necessária não para o povo ucraniano, mas também para prevenir conflitos no futuro. A Ucrânia procura fazer parte da comunidade europeia. A sua luta pelos valores europeus é mais um passo para uma Europa unida e forte.

segunda-feira, novembro 18, 2024

A educadora de infância que abateu o míssil de cruzeiro russo

Durante o recente ataque russo em massa, a ex-educadora de infância, soldado ucraniana Nataliya Hrabarchuk abateu um míssil de cruzeiro russo com manpad «Igla». Foi o seu primeiro lançamento real de combate.
O Comando Aéreo «Oeste» da Força Aérea da Ucrânia, informa que milhares de militares ucranianos, entre operadores de mísseis, grupos de fogo móveis, aviadores, localizadores, especialistas em unidades de guerra eletrónica e de controlo/e de combate, repeliram o ataque aéreo russo.

Entre eles estava a soldado Nataliya Hrabarchuk. Destruiu um míssil de cruzeiro russo com auxílio de míssil antiaéreo portátil «Igla». Foi o seu primeiro lançamento de combate, precedido por um treino sério. Nataliya Hrabarchuk completou dois cursos de formação com a duração total de 5 meses, dominou vários tipos de sistemas portáteis de mísseis antiaéreos.

- Quando o míssil inimigo esteve na zona de ação, deixei de lado todas as emoções e preocupações. Fiz centenas de treinos em simuladores. Foi por isso que fiz o que estudei”, diz Nataliya. - Não é fácil abater um míssil de cruzeiro. O meu «Igla» pesa cerca de 18 quilos e também sou responsável pelo resultado. Todos querem destruir os alvos sem falhar. Estou muito feliz por ter conseguido. Só após o trabalho de combate é que ela deu rédea solta às suas emoções. O nosso grupo móvel de bombeiros é composto por mulheres militares. Garanto-lhe que protegemos de forma fiável a nossa pátria contra ataques aéreos e damos-lhe todas as nossas forças.

Nataliya no momento do disparo

Nataliya Hrabarchuk na vida civil era professora/educadora de pré-escolar. Desde 2021, é operadora da unidade de mísseis antiaéreos da brigada de engenharia de rádio Galicia-Volyn do comando aéreo «Oeste».

Na foto da direita, Natália está logo após a sua estreia em combate. As ucranianas são incríveis!

Fotos & texto: Comando Aéreo «Oeste».

Bónus

O Ministro da Defesa da Ucrânia Rustem Umerov se encontrou com as defensoras que abateram, com sucesso, o míssil de cruzeiro russo Kh-101, que tentava atingir uma instalação de infraestrutura crítica na região de Rivne.

• A Soldado Natalia Hrabarchuk executou o lançamento preciso, usando o «Igla».

• A Soldado Sênior Valentyna Steblevets operou o tablet, fornecendo as coordenadas do alvo.

• A Soldado Sênior Olga Maksymenko documentou os eventos em vídeo.

Todas as três mulheres foram homenageadas pelo MoD da Ucrânia por suas ações.

domingo, novembro 17, 2024