Niamey, Níger, 3 de agosto de 2023. Foto: Djibo Issifou / Picture Alliance / DPA / Scanpix / LETA |
Mil milhões de dólares provenientes da venda da riqueza africana acabam nos bolsos dos oligarcas russos e reabastecem o tesouro russo, enquanto os países africanos recebem pouco dinheiro e são assolados pela fome, epidemias e conflitos internos, embora tenham um potencial significativo. A rússia pretende utilizar a África para construir as “esquemas cinzentos” para contornar as sanções.
putin chama à rússia um “baluarte contra a neocolonização do Ocidente”, mas, ao mesmo tempo, o Kremlin comporta-se como um típico colonizador que tenta obter acesso aos ricos recursos de África. Procurando controlar e apropriar-se de depósitos minerais estratégicos, o que impedirá os países africanos de desenvolverem economias de alta tecnologia. A rússia considera os países africanos como um mercado único para os seus produtos em condições de encerramento de outros mercados.
Os contactos na Conferência Ministerial «Fórum de Parceria Rússia-África» com responsáveis russos «tóxicos» - o Ministro dos Negócios Estrangeiros Lavrov e outros podem ter consequências negativas para a imagem e posições políticas dos líderes dos países africanos.
A rússia não poderá ajudar activamente África, porque o orçamento russo está cada vez mais «afundado» devido à guerra contra a Ucrânia.
A rússia oferece activamente ajuda militar aos países africanos, incluindo através de empresas militares privadas como a EMP «Wagner». O envolvimento das forças russas poderá contribuir para a escalada de conflitos em regiões que já sofrem de instabilidade, aumentando os riscos para os civis e as violações dos direitos humanos. As actividades das empresas militares privadas (EMP) russas estão a atiçar as chamas do separatismo e do extremismo religioso, minando a confiança no governo e contribuindo para a instabilidade regional. As relações com as EMP russas esgotam os recursos naturais dos Estados africanos, ao mesmo tempo que aumentam o papel dos mercenários na política estatal.
A rússia no panorama internacional está a nivelar o princípio da inviolabilidade das fronteiras. Para África, isto poderá tornar-se uma fonte de novas guerras. A rússia está empenhada em destruir o sistema de organizações e instituições internacionais. Isto ameaça os países africanos com a perda de apoio internacional sistémico na luta contra a fome e as alterações climáticas.
Um número significativo de países africanos mantém laços económicos e diplomáticos estreitos com a UE e os EUA. A cooperação com a federação russa poderá gerar tensões nas relações com os parceiros ocidentais, que poderão reduzir a ajuda ou introduzir sanções, o que afetará a economia.
A rússia oferece alguma assistência financeira e técnica aos países africanos, em particular nos domínios da segurança e da energia. No entanto, esta assistência pode aumentar a sua dependência económica e política da rússia. Isto pode limitar a liberdade de acção dos países na arena internacional e incentivá-los a apoiar a política externa russa.
Moscovo acredita que pode criar um “cinturão golpista” nos países da África Ocidental, Central e Oriental, que garantirá a influência da rússia e empurrará o Ocidente para fora do continente. A rússia segue as tácticas da URSS, tentando apresentar-se como um combatente contra o colonialismo ocidental, de forma a obter acesso aos recursos africanos.
O Kremlin procura expandir as oportunidades económicas através de projectos empresariais que prometem o desenvolvimento de infra-estruturas, o desenvolvimento do sector mineiro e agrícola, ao mesmo tempo que cria a dependência política de África em relação à rússia.
Moscovo utiliza o Fórum para enfatizar a influência russa no continente africano e para fingir que não existe isolamento internacional do regime de putin.
A rússia está a atrair países africanos para projectos de investimento com condições de crédito rigorosas e dívida pesada. Isto torna os Estados africanos dependentes de Moscovo, particularmente nas indústrias extractivas, onde o controlo russo significa a exportação de recursos e a poluição ambiental, o que já é observado na própria federação russa.
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