O
ex-agente especial do FBI, ex-oficial do exército dos EUA e especialista em
segurança cibernética, Clint Watts, oferece um olhar devastador e essencial das
campanhas de desinformação, notícias falsas e operações de espionagem eletrónica,
que se tornaram a vanguarda da guerra moderna russa contra os EUA e contra Ocidente.
De
momento, Clint Watts é o principal perito americano em “higiene digital”, ele chegou
a testemunhar perante a Comissão do Senado no âmbito da investigação sobre o
presidente Trump e da interferência russa nas eleições dos EUA. As imagens são
extraídas do seu livro Messing
with the Enemy.
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Clint
Watts explica como funciona o sistema russo dos hackers, trolls e “medidas ativas”, que neste momento está sendo estudado
por outros países no intuito de o perceber para poder contrariar, usar e se
defender dele.
As
“medidas ativas” russas estão estruturadas em três níveis.
Apoiantes;
“Idiotas
úteis”, que são a maioria.
Os
trolls de Olgino reúnem os apoiantes em
grupos em que estes se comunicam, sem desconfiar que o grupo é organizado pelos
agentes/operativos russos, em seguida, no grupo são despejadas determinadas informações,
os apoiantes partilham a informação pela Internet e o trabalho principal é
feito por “idiotas úteis”, que buscam e distribuem a informação no resto da
sociedade.
Assim
é criado o vírus das determinadas informações que são úteis aos russos.
O
blogueiro Michael Bernadsky
explica
como as táticas russas são usadas na Ucrânia:
“Cria-se
uma conta no FB. A foto de uma pessoa é selecionada, roubada na Internet. À
foto é anexada a bandeira ucraniana. Ou a frase “Free Sentsov!”. A conta é
ativa. Usuário reposta constantemente notícias ucranianas sem qualquer importância.
Faz parte de várias comunidades ucranianas. Desde “Kiev Interessante” até “Amantes
de bordados ucranianos”. Usuário analisa os perfis dos visitantes e/ou dos seus
amigos. Seleciona os “apoiantes”. Comunica com eles em privado. Cria o seu
próprio grupo, por exemplo, “Diga não à corrupção na Ucrânia!” Convida os
amigos e apoiantes à aderir ao grupo, depois convida toda a gente fazer o mesmo.
O mesmo usuário opera várias contas, que se “comunicam” ativamente umas com as
outras. Os usuários deste tipo (trolls
de Olgino) são vários. Todos são amigos uns dos outros, todos se “comunicam”
ativamente. Qualquer tópico escolhido por seus bots e bots de seus
colegas parece uma conversa real. Nela participam os “apoiantes” e até os usuários
desavisados que não percebem que estão envolvidos numa teia de “medidas ativas”.
Eles são o alvo. Os chamados “idiotas úteis”. Eles reagem à qualquer “isca” e a
espalham pela Internet. Além de notícias simplesmente polarizadas e pré-selecionadas,
são lançadas as notícias falsas, as chamadas fake news. Eles também se espalham pela rede.
Fábrica de Lipetsk! Offshores!
Férias nas Maldivas! Alcoolismo! Patronato dos corruptos. Lucrando com a
guerra. Ficou rico em suprimentos militares!
Toda
essa porcaria como um vírus se espalha pela rede”...
A
receita do Clint Watts para combater as fake
news – as refutar imediatamente na Internet para que as notícias falsas não
tenham tempo para ganhar o impeto. Clint Watts também avisa que neste momento o
poder total do sistema usado na Ucrânia está direcionado contra Presidente Petró
Poroshenko.
Como
uma vez disse o jornalista russo Arcady
Babchenko: “a primeira coisa que Ucrânia deveria criar, é o instituto do
estudo da Rússia”...
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