A
notória comandante separatista Svitlana “Veterok” Dryuk passou ao lado
ucraniano, e juntamente com os seus filhos foi retirada de Donetsk. Na saída, Svitlana
participou na destruição de 9 blindados
T-72, incluindo do seu pessoal – T-72B3
“Prizrak” (Fantasma).
Na
Donbas ocupada, Svitlana Dryuk (1978), conhecida pelo seu nom de guerre “Veterok” (Ventinho) era vista como símbolo do
movimento separatista, entre 2014 e 2018 ela fez uma carreira brilhante, passando
de uma simples paramédica até vice-comandante do regimento de blindados. As
peripécias da sua vida serviram aos propagandistas russos como guião do
primeiro blockbuster da “novaróssia”, filmado na Donbas com dinheiro russo, e que
deveria ser exibido nos cinemas da Donbas ocupada já no dia 9 de maio de 2019,
informa na sua reportagem a TV ucraniana 1+1
(tsn.ua)
Svitlana Dryuk, 28.08.1978 |
Não
se sabe se o filme ainda será mostrado ao público, já que Svitlana Dryuk fugiu
para Ucrânia livre e já declarou que deseja testemunhar no Tribunal Internacional
de Haia sobre os crimes da guerra russos, cometidos no leste da Ucrânia:
Enredo
do filme propagandista é simples, três
ucranianas de Donbas estão combater Ucrânia e os ucranianos sob a bandeira da “novaróssia”. A
publicidade do filme separatista usava as imagens reais da Svitlana Dryuk.
Quando
a secreta ucraniana SBU retirou Svitlana de Donetsk, ela contava aos seus
ex-comparsas que estava na cidade russa de Rostov, à tratar das feridas da
guerra.
A memória fenomenal e a capacidade
de trabalho
rapidamente elevaram Svitlana até a liderança das unidades mercenárias. Ela ocupou as posições de destaque no assalto russo contra a cidade
de Debaltseve;
passou pelo “batalhão Cheburashka”, “A 9ª” – unidade russo-terrorista
que atacou Shyrokyne. O topo da sua carreira é o posto do vice-comandante do “11º regimento”, a unidade mais combativa dos separatistas.
“Me
dizem – você estava
lutando, você matava as pessoas, sim, por isso me tornei a chefe da divisão de
artilharia reativa em 2014. Não estou se justificando [...] eu fazia aquilo que me diziam” – diz
Svitlana.
Mas
o motivo pessoal forçou-a a mudar completamente sua vida e passar para o lado
ucraniano: “Eu tenho aqui, espero, um amigo, que me está muito próximo. Ele é
um oficial de serviço secreto [ucraniano], e a atitude de todos os envolvidos
no meu presente destino é muito diferente daquilo que eu via lá [na Donbas ocupada].
Não me arrependo”.
Svitlana
Dryuk comandava o blindado russo T-72B3. A versão russa do clássico T-72, que
após uma modificação profunda até o nível de T-90. As forças armadas russas
usam, em grande segredo, os territórios da Ucrânia ocupada para rodagem dos seus
equipamentos militares. Svitlana entregou à Ucrânia os documentos que provam
que os equipamentos mais modernos russos são ilegalmente levados até Donbas
através da fronteira controlada pelas forças russas e separatistas.
O
T-72B3 da Svitlana com código de identificação “Prizrak” (Fantasma) foi lhe
trazido pelo capitão do exército russo Yuri Prilutsky. O capitão deveria
receber a nova patente e se tornar o major. Poderá ficar surpreendido, quando
souber que este blindado e outros oito T-72 “mais simples” foram dinamitados
pela resistência ucraniana em novembro de 2018 no polígono militar nos
arredores da cidade de Chystiakove
(ex-Torez).
Publicado em 19/11/2018 |
A
informação sobre a explosão dos blindados foi publicada na Internet, embora
naquela altura as fontes ucranianas escreviam,
no esforço de proteger os agentes e a rede da resistência, que os blindados
foram perdidos, basicamente, devido ao excesso de álcool no seio dos
separatistas.
Alguns
dias após a explosão, Svitlana já estava fora do território ocupado. Mas seus
dois filhos, Dmytro e
Natália, ficaram em Donetsk. Svitlana colocou apenas uma única condição para cooperar
em pleno com a contra-inteligência ucraniana. Os filhos deveriam ser levados
para Ucrânia livre.
“Realmente
poderiam (matar as crianças). Em primeiro lugar, iriam maltratá-las, fazendo
com que esta informação chegasse até mim, para me atrair novamente ou obter
outra coisa qualquer. Seriam vítimas dos maus-tratos – isso com certeza. Mas se
não conseguissem nada – as matariam”, – explica Svitlana.
A
retirada dos filhos foi feita por etapas. Um erro e quer os jovens, quer os
agentes ucranianos poderiam ser presos e torturados. Mas operação corre bem,
Svitlana se reúne com os filhos já na Ucrânia livre.
Dmytro Dryuk, 24.02.1998 |
Dmytro
também foi separatista ativo, por isso seu perfil está registado na página
Myrotvorets. Zombificado pela
propaganda separatista e russa, ele esperava que será detido, maltratado. Diz
que se souber de início que mãe o chamou para ficar na Ucrânia livre, recusaria.
“Mas a mãe disse – confia em mim”, – conta Dmytro.
Após
a explosão dos blindados, o comando militar russo enviou ao regimento o novo
comandante – alemão étnico Alexey Berngard (1978). Oficial de carreira, ele
participou na ocupação e anexação da Crimeia, no ataque das forças regulares
russas contra Debeltseve. Oficialmente, o tenente-coronel Berngard
é comandante da 810ª Brigada dos fuzileiros navais russos em Sebastopol
ocupada, na realidade, sob o nome fictício de “Tarasov” ele comanda o 11º
regimento separatista de blindados no Donbas. Svitlana era a sua
vice-comandante.
Alexey Berngard, 22.10.1978 |
Svitlana
está pronta para testemunhar no Tribunal Internacional de Haia sobre ele e
diversos outros oficiais russos no ativo, que vieram até Ucrânia ocupada para
não deixar terminar a guerra no leste do país.
O
próprio Berngard é caraterizado pela Svitlana como “um carreirista, interessado
em realizar as tarefas à qualquer custo”, homem que chegou à Donbas com
intenção de subir na carreira militar.
“Chegando
cá [na Donbas], eles imediatamente assinam uma ordem que não tenham o direito
de se comunicar connosco, aborígenes, fora do âmbito do serviço”, diz Svitlana.
Segundo
Svitlana, o exército russo criou o algoritmo secreto para a eventual invasão do
território ucraniano. Em cada unidade ilegal armada da dita “dnr” existe o
departamento de RH. O departamento possui os documentos forjados dos soldados
russos, que serão usados no ataque contra Ucrânia na qualidade dos “cidadãos locais”.
Um único regimento da dita “dnr” em questão de horas, pode se desdobrar em três
regimentos russos. Em toda a Donbas, podem chegar aos cerca de 100.000 militares.
“Todos
os russos da lista são [registados] como locais. Um regimento local desdobra-se
em três – se unidade possuir duas mil pessoas, virão seis mil russos”, explica Svitlana.
Tudo
isso Svitlana está disposta repetir no Tribunal de Haia. Assim como está pronta
para voltar à linha da frente no caso de agressão russa – trajando a uniforme
ucraniana.
Blogueiro:
o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU)
confirma o fa(c)to da passagem aos territórios controlados da Ucrânia da
mercenária das unidades ilegais armadas russas na Donbas, Svitlana Dryuk, a “chefe
do 11º batalhão de tanques do 1º corpo da milícia popular da dita dnr”, com o
nome de código “Veterok”.
O
chefe do SBU, general Vasyl Hrytsak disse: “Esta operação foi uma competição da inteligência e profissionalismo entre os serviços secretos russos e
ucranianos, e o resultado obtido é mais uma prova da agressão armada russa”.
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