No
dia 29 de julho de 2016, segundo o Decreto presidencial № 311/2016, promulgado
pelo Petró Poroshenko, pela primeira vez na história das Forças Armadas da Ucrânia,
é comemorado o Dia das Forças de Operações Especiais das FAU.
O
3º regimento de spetsnaz, parte integrante das novas Forças de Operações
Especiais (SSO) das FAU não comemorou o novo dia, em respeito pela memória dos
camaradas que caíram no campo de batalha no decorrer da guerra russo-ucraniana
em julho de 2014. A bandeira nacional da Ucrânia foi colocada à meia-haste e
todo pessoal do regimento estive presente na praça d'armas para recordar os que
tombaram pela Ucrânia.
No
dia 29 de julho de 2014, nos arredores da aldeia de Latyshevo, na região de Donetsk,
decorreu a maior tragédia dos comandos ucranianos. As unidades russas detetaram
e aniquilaram duas unidades dos comandos do 3º regimento ucraniano. Naquele dia
morreram 10 e foram capturados em combate 7 militares ucranianos. São maiores perdas
dos comandos ucranianos, no mesmo combate, em toda a guerra. No total, o 3º regimento,
em mais de 2 anos da guerra russo-ucraniana teve 43 companheiros mortos, 3 desaparecidos
em combate e dois: Serhiy Hlodnar e Oleksandr Korinkov até hoje estão no
cativeiro terrorista.
Hoje,
os seus companheiros e os comandantes do regimento visitaram as famílias dos que
morreram em 29 de julho, recordando os que não voltaram do campo de batalha.
Isto é feito no aniversário da morte em combate de todos os comandos.
No
dia 23 de julho, nos arredores da aldeia de Dmytrivka, junto à fronteira
ucraniano-russa, os sistemas de fogo antiaéreo russo abateram dois Su-25 ucranianos.
Uma unidade de spetsnaz, composta por dois grupos, comandados pelos capitães
Kirill Andrienko e Taras Karpa, reforçados pelo oficial operativo, Serhiy
Lysenko foram enviados para o resgate dos pilotos. Os grupos eram compostos por
elementos experientes e valentes.
A
sua tarefa era encontrar o piloto que deveria procurar pelo local seguro na
aldeia de Latyshevo na região de Donetsk. Os grupos não possuíam o transporte
próprio, usando dois camiões militares “Ural”, não podendo contar nem com
reforços, nem com apoio aéreo. O inimigo também procurava capturar os pilotos
ucranianos. Infelizmente, o piloto não foi encontrado e os agentes do inimigo avisaram
as forças russas. Os documentos de planificação da operação não foram
encontrados, os responsáveis que contactavam as chefias morreram. Os comandos
ucranianos estavam cientes de todos os riscos, mas mesmo assim foram para
efetuar a sua última tarefa militar...
Os
russos lançaram contra os comandos ucranianos um grande grupo de infantaria,
apoiada pelos blindados ligeiros BMP e BTR, os comandos ucranianos simplesmente
não tinham meios antitanque para se defender das forças do inimigo. O grupo
avançado ucraniano não teve tempo de avisar sobre a chegada do inimigo russo, e
os blindados atacaram a fazenda, em que estavam os ucranianos, de dois flancos.
A
posição dos ucranianos cercados na fazenda era impossível. Não havia, por
perto, nem as forças de apoio, nem as
reservas. Os terroristas sabiam quantos ucranianos eram, sabiam da sua própria superioridade.
À oferta de se entregar, os comandos ucranianos responderam com o fogo. Nestas
circunstâncias, isso foi um ato do autêntico heroísmo e auto-sacrifício. Os BMP
e BTR dos mercenários russos começaram metralhar a fazenda de todas as direções.
O tiroteio foi quase à queima-roupa, o combate foi curto. Até o fim, estava
disparar o operador da metralhadora, o sargento Oleksiy Hlobenko. Até o fim, disparava
um dos melhores franco-atiradores das FAU, um dos soldados mais respeitados do 3º
Regimento, o sargento da companhia, Andriy Shershen. Ele cessou o fogo apenas
depois de vários ferimentos graves. Como contam os seus camaradas, irritados com
as perdas, os terroristas russos o mataram, já ferido. Morreram no local, mas com
as armas nas mãos, o coronel Lysenko e o capitão Andrienko. O capitão Taras Karpa,
gravemente ferido foi capturado. Ele também foi morto à tiro pelos mercenários russos,
já em cativeiro (segundo os dados oficiais Karpa foi morto em 30 de julho, mas
testemunhas dizem que isso ocorreu logo após o fim da batalha, ainda no dia
29).
Os
7 militares sobreviventes, parte deles feridos, foram feitos prisioneiros. De
dois grupos, apenas 4 militares escaparam. Os prisioneiros foram libertados na
troca com os separatistas pró-russos ou terroristas russos, capturados pela
Ucrânia.
A
Procuradoria-geral militar abriu um processo criminal da morte de grupos de
forças especiais, foi considerada a responsabilidade das chefias militares e dos
próprios comandos. Foram detatados os erros no planeamento e na organização da
operação, as violações da “Instrução de inteligência especial”. Uma
investigação daquilo que aconteceu será feita pelo comando do 3º Regimento de
Forças Especiais. A publicação online Censor.net também investiga o caso,
recebendo os acessos oficiais aos arquivos.
O
3º Regimento nunca irá celebrar o dia 29 de julho, para nós este dia será para
sempre, o dia da morte de nossos camaradas; iremos comemorar o nosso feriado profissional
em 7 de setembro – o Dia da inteligência militar da Ucrânia, disse um dos
oficiais do 3º regimento, inquirido pela publicação Censor.net.
No
dia 29 de julho de 2014, tiveram a morte heróica, fieis até o fim ao juramento
militar para com o povo da Ucrânia:
Tenente-coronel Serhiy Lysenko
Capitão Kirill Andrienko
Capitão
Taras Karpa
Sargento
Andriy Shershen
Sargento
Oleksiy Hlobenko
1º
soldado Yaroslav Shymchik
1º
soldado Lev Pankov
1º
soldado Serhiy Hryshyn
Sargento
Anatoly Buzulyak
Um
soldado ucraniano continua ser considerado desaparecido. O seu corpo ainda não foi
identificado positivamente, apesar do exame da ADN.
Acho
que agora, todos os anos, temos que começar o Dia das Forças de Operações
Especiais em todas as unidades militares das Forças Armadas com a menção de
heroísmo e da morte heróica de 10 comandos nos arredores de Latyshevo. 29 de
julho é um dia para comemorar os camaradas caídos, para pensar sobre o
significado do profissionalismo, para prestar homenagem à coragem e ao heroísmo
daqueles que receberam o primeiro golpe da agressão russa (por Yuriy
Butusov).
Glória
eterna aos Heróis que caíram na batalha pela Independência da nossa Pátria!
Blogueiro
O
piloto de um dos Su-25 foi resgatado com sucesso com ajuda da rede de
inteligência ucraniana. Hoje, nem todos os detalhes dessa operação podem ser
revelados ao público. Quando aos heróis ucranianos tombados, todos eles de
diversas origens étnicas e das regiões ucranianas, só é póssivel dizer uma
coisa: “Todos iremos morrer um dia, importa a maneira como isso acontecerá”.
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