Cruzador auxiliar da Kriegsmarine HK Komet |
Em agosto de 1940, já
após o início da II G.M., a URSS providenciou três dos seus mais potentes navios
quebra-gelo: “Lenine”, “Estaline” e “Kaganovich”, ao dispor do corsário cruzador auxiliar
nazi Komet
que se dirigia ao Pacífico para se dedicar à pirataria.
O cruzador auxiliar era
um eufemismo alemão para designar a forma de guerra naval afim da pirataria. A
Kriegsmarine teve em ação nove destes navios mercantes armados, que navegavam
sob bandeira e nomes falsos e tinham por missão afundar ou aprisionar, à má-fé,
navios mercantes aliados.
Como as águas do
Atlântico eram intensamente patrulhadas pela marinha britânica, a marinha alemã
achou mais prudente enviar o Komet para o Pacífico através da mais improvável
das rotas: a Passagem Nordeste, ao longo da costa norte da Sibéria e entrando
no Pacífico pelo Estreito de Bering. A missão do corsário seria colocar as minas navais junto à
Austrália e atacar a navegação no Pacífico.
Para abrir passagem
para o Komet através dos mares de Barents, Kara, Laptev e da Sibéria Oriental,
a União Soviética pôs à disposição dois quebra-gelos, o “Lenin” e o “Estaline” – na fase
final da viagem, foi escoltado por um terceiro quebra-gelos, o “Kaganovich”,
mas o gelo não se revelou suficientemente espesso para requerer a intervenção
deste.
Pacto entre Alemanha nazi e a URSS: Molotov, Estaline e von Ribbentrop em Moscovo |
A viagem teve vários
contratempos, mas a 2 de setembro de 1940 o Komet tinha pela sua frente águas
livres de gelo, pelo que dispensou o “Kaganovich” e seguiu viagem sozinho –
três dias depois cruzava o Estreito de Bering e começava a busca as vítimas
incautas. Afundaria sete navios e apresaria um, num cômputo total de 52.130
toneladas. O auxílio dos quebra-gelos soviéticos não foi totalmente desinteressado: o 3º
Reich pagou 950.000 marcos (130.000 dólares da época) pelos seus serviços.
Curiosidade: em
1941, na sua caminhada de volta à Alemanha, o corsário Komet, tinha assumido a
identidade falsa do cargueiro português “São Tomé”.
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