No dia 20 de maio a cidade de Kyiv testemunhou a primeira parada gay da Ucrânia, embora o seu organizador, o ativista
LGBT Taras Karasiychuk prefere o termo “pride” ou oficialmente, “Fórum – Festival
Internacional LGBT Kyiv-Pride 2012”.
Dado que várias
organizações da sociedade civil e indivíduos declararam a sua firme intenção democrática
de “partir as fuças aos p@neleiros”, o local exato da parada não foi tornado
público. Apenas os participantes, jornalistas, representantes das organizações
internacionais e das embaixadas saberão o local do encontro nas vésperas do
mesmo, tal como nos filmes de espionagem.
Os gays desejosos a
participarem na parada, podiam se registar na página do evento Kyivpride (que tudo indica foi vítima de algum
ataque DDOS), onde após uma verificação minuciosa para saber “quem é quem”
seriam convidados a fazer parte da ação cultural (arte de tatuagens, estilística,
mostra das curtas metragens da temática LGBT), na própria parada (20.05) ou no
fórum político em forma da mesa redonda.
Na parada são esperados
até 90 ativistas ucranianos, 15 belarusos, 6-7 representantes da Letónia, alguns
observadores internacionais, 5-6 diplomatas, até 150 pessoas no total, mais
informação sobre o evento pode ser vista AQUI, AQUI e Kyivpride2012.
As embaixadas dos EUA,
Canadá, Suécia, Holanda, Espanha manifestaram o seu apoio à parada. Os
organizadores acreditam que receberão o apoio da representação da EU na
Ucrânia, Alemanha e França. Se espera a presença dos representantes da Amnistia
Internacional, da ILGA-Europa, “Pais e amigos dos gays” da Espanha e deputados
gays da Alemanha, Polônia e Parlamento Europeu.
A parada terá dois slogans
oficiais “Vamos defender o direito à expressão” (contra os Projetos da Lei 8711 “proibição
da propaganda de homossexualidade” e 10290 “proibição
da propaganda de homossexualidade dirigida às crianças”, ambos apresentados
pelos deputados do partido do poder) e “Pela vossa e nossa liberdade”.
Contra a parada está o
partido VO
Svoboda, igreja, cossacos e outros grupos tradicionalistas que revelam a
sua firme vontade de “se opor à parada em conformidade com a legislação”. As
suas forças se juntam nas páginas Stop
gay pride e Kyiv contra os
pederastas, a última já conta com cerca de 3.000 usuários.
Tudo isso promete alguma
distração aos citadinos, boas fotos e matérias aos jornalistas e uma real dor-de-cabeça
à polícia de Kyiv. Mas nas vésperas do Euro-2012 e após a violência contra
Yulia Tymoshenko, o poder ucraniano não se pode dar ao luxo de ser boicotado por
causa do não respeito aos direitos dos gays.
As fotos de alegados
espancamentos dos ativistas gay em Kyiv (assim ficou o ativista gay Svyatoslav Sheremet após o ataque dos desconhecidos):
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