segunda-feira, maio 21, 2012

A parada gay em Kyiv


No dia 20 de maio a cidade de Kyiv testemunhou a primeira parada gay da Ucrânia, embora o seu organizador, o ativista LGBT Taras Karasiychuk prefere o termo “pride” ou oficialmente, “Fórum – Festival Internacional LGBT Kyiv-Pride 2012”.

Dado que várias organizações da sociedade civil e indivíduos declararam a sua firme intenção democrática de “partir as fuças aos p@neleiros”, o local exato da parada não foi tornado público. Apenas os participantes, jornalistas, representantes das organizações internacionais e das embaixadas saberão o local do encontro nas vésperas do mesmo, tal como nos filmes de espionagem.

Os gays desejosos a participarem na parada, podiam se registar na página do evento Kyivpride (que tudo indica foi vítima de algum ataque DDOS), onde após uma verificação minuciosa para saber “quem é quem” seriam convidados a fazer parte da ação cultural (arte de tatuagens, estilística, mostra das curtas metragens da temática LGBT), na própria parada (20.05) ou no fórum político em forma da mesa redonda.

Na parada são esperados até 90 ativistas ucranianos, 15 belarusos, 6-7 representantes da Letónia, alguns observadores internacionais, 5-6 diplomatas, até 150 pessoas no total, mais informação sobre o evento pode ser vista AQUI, AQUI e Kyivpride2012.

As embaixadas dos EUA, Canadá, Suécia, Holanda, Espanha manifestaram o seu apoio à parada. Os organizadores acreditam que receberão o apoio da representação da EU na Ucrânia, Alemanha e França. Se espera a presença dos representantes da Amnistia Internacional, da ILGA-Europa, “Pais e amigos dos gays” da Espanha e deputados gays da Alemanha, Polônia e Parlamento Europeu.

A parada terá dois slogans oficiais “Vamos defender o direito à expressão” (contra os Projetos da Lei 8711 “proibição da propaganda de homossexualidade” e 10290 “proibição da propaganda de homossexualidade dirigida às crianças”, ambos apresentados pelos deputados do partido do poder) e “Pela vossa e nossa liberdade”.

Contra a parada está o partido VO Svoboda, igreja, cossacos e outros grupos tradicionalistas que revelam a sua firme vontade de “se opor à parada em conformidade com a legislação”. As suas forças se juntam nas páginas Stop gay pride e Kyiv contra os pederastas, a última já conta com cerca de 3.000 usuários.

Tudo isso promete alguma distração aos citadinos, boas fotos e matérias aos jornalistas e uma real dor-de-cabeça à polícia de Kyiv. Mas nas vésperas do Euro-2012 e após a violência contra Yulia Tymoshenko, o poder ucraniano não se pode dar ao luxo de ser boicotado por causa do não respeito aos direitos dos gays.

As fotos de alegados espancamentos dos ativistas gay em Kyiv (assim ficou o ativista gay Svyatoslav Sheremet após o ataque dos desconhecidos):


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