quinta-feira, setembro 07, 2023

Mercenários cubanos da guerra russa contra Ucrânia

Hackers ucranianos do grupo Cyber Resistance divulgaram as evidências únicas de recrutamento, treino e transferência para a rússia, para participar na guerra contra Ucrânia, de centenas de mercenários cubanos.

Os analistas militares observam mais uma vez que a rússia quer evitar novas medidas de mobilização interna. Um ano e meio de invasão russa em grande escala custou caro ao agressor, mas a rússia, habitualmente não costuma se importar com as perdas humanas. O regime russo ainda têm recursos de mobilização suficientes, mas os cidadãos já começam tentar evitar de serem arrastadas ao exército. É óbvio que isto é possível conseguir através de uma nova onda de mobilização. No entanto, é uma medida cada vez mais impopular, especialmente nas vésperas das eleições presidenciais russas marcadas para 2024. Consequentemente, o regime russo tenta procurar a «carne para o canhão» entre os cidadãos estrangeiros. Os imigrantes, os refugiados pobres dos países-aliados, parecem a saída mais lógica. Assim, a exploração de cidadãos estrangeiros permite ao Kremlin atrair recursos humanos adicionais para as suas operações militares, mesmo face às perdas crescentes.

Perfil social dos mercenários cubanos

Após analisar o despejo da caixa de correio do major Peryevozchikov (desde maio de 2023 ele é o chefe do escritório de contratação para o serviço militar na cidade russa de Tula), foi possível estabelecer os nomes, apelidos/sobrenomes, datas de nascimento e dados de passaporte de 199 mercenários, 198 deles cubanos, com a exceção do Diaz Romero Juan Pablo, um cidadão colombiano.

Olivia Fernandez Lázaro, o mercenário mais velho

A mercenário cubano mais velho é Olivia Fernando Lázaro. Ele nasceu em dezembro de 1955 e se sobreviver, em dezembro deste anos completará 69 anos. O mais novo é Mena Alvarez-Builla Yoender Raul, comemorou 18 anos em março deste ano. No entanto, a rússia não é exigente - os vovós e os putos também podem servir na linha da frente/front.

Mena Alvarez-Builla Yoender Raul, o mercenário mais novo

Os indivíduos identificados entraram na rússia entre julho e agosto de 2023 em grupos entre 10 à 30 pessoas, usando o aeroporto Sheremetyevo, provenientes da Belarus. Geralmente eles tiram uma foto do passaporte imediatamente após a chegada ao solo da federação russa. O motivo da visita à rússia é indicado como “turismo”. Possivelmente, durante o interrogatório, caso tiverem a sorte de serem capturados pelas FAU, dirão que “se perderam numa caminhada turística”.

A paragem/parada final é a Tula, onde os mercenários recebem um pacote completo de documentos, que são preparados antecipadamente em espanhol: tanto o questionário, como os dados para pagamento de dinheiro, o contrato, etc. O major Perevozchikov processa os dados dos cubanos, traduz a informação dos seus passaportes, entrega-lhes um contrato e promete as “montanhas douradas”. 

Segundo os documentos, aos cubanos é garantido um pacote social completo, semelhante ao que é fornecido aos militares contratados russos. O Estado russo oferece a um mercenário cubano cerca de 2.000 dólares mensais. É simplesmente impossível ganhar tanto dinheiro em Cuba.

Vejamos o retrato do mercenário cubano que vai para a guerra na Ucrânia: baixo status social, família numerosa, um entre muitos irmãos e irmãs, ou ele próprio pai de vários filhos.

A vida familiar quotidiana do mercenário Yasser Galindo Ruvalcaba

A legislação cubana proíbe as atividades mercenárias. Ao mesmo tempo, um cubano comum não pode chegar à rússia ou à Belarus às suas próprias custas - ele teria que trabalhar vários anos para conseguir o custo de passagem. Para chegar lá, um cubano precisa de financiamento das entidades e/ou autoridades, cubanas ou russas. Se ficar provado que o governo cubano está “emprestando” os seus cidadãos à rússia, isso significará que violou a sua própria legislação e prejudicará as relações oficiais de Havana com muitos países da região, para não mencionar os EUA.

Os dados dos mercenários cubanos foram entregues às agências de aplicação da lei e ordem da Ucrânia, e os seus nomes e fotos foram inseridos na base de dados Myrotvorets. Ucrânia procurará levar à justiça todos aqueles que apoiam os mercenários na agressão contra Ucrânia. Aos mercenários, Ucrânia e ucranianos garantem a recepção muy caliente...

Reação da Cuba

Em Cuba foi noticiado oficialmente que os agentes da lei expuseram uma rede de tráfico de seres humanos que envolvia a participação de cubanos na guerra contra Ucrânia, ao lado russo. Esta declaração foi publicada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros / das Relações Exteriores de Cuba.

Trata-se da inclusão de cidadãos cubanos que viviam na rússia e em Cuba em formações militares. A polícia cubana relata que está «trabalhando para neutralizar a rede».

💬 Cuba não participa da guerra na Ucrânia. Atua e atuará de forma decisiva contra aqueles que, no território nacional, participem em qualquer forma de tráfico de pessoas para efeitos de emprego ou recrutamento, refere o comunicado.

No entanto, Ucrânia tem suspeitas fundadas de que as autoridades cubanas estão a agir desta forma, tentando encobrir a sua cooperação com a rússia na questão de fornecimento dos mercenários para a guerra contra Ucrânia. Afinal, numa sociedade autoritária e controlada pela polícia secreta, há uma probabilidade muitíssimo pequena de que as autoridades cubanas não tenham percebido o fluxo de pessoas que de repente, pela primeira vez na vida, obtiveram o passaportes, emitido apenas na capital de Cuba. Tal como as visitas de Patrushev e Lavrov a Cuba, bem como a formação dos cubanos em Belarus – tudo isto pode fazer parte do mesmo puzzle.

2 comentários:

Anónimo disse...

Veja essa foto! Zaluzhny, Shaptala, Budanov e Ze! Que quarteto. Faltaram somente o Syrsky e o Yarosh.
https://www.pravda.com.ua/eng/news/2023/09/7/7418809/

Anónimo disse...

Com certeza há relação do governo cubano nessa história. Creio que o Kremlin tenha dado algum dinheiro pelo aluguel dos mercenários.