Durante anos os
melhores cérebros do Partido das Regiões da Ucrânia produziam as ideias
criativas que permitiriam ao seu chefão melhorar a imagem perante a elite
ocidental. Tudo em vão. A imagem do pequeno criminoso agarrado ao poder persistia.
Até que o seu lugar-tenente, o vice-primeiro-ministro Boris Kolesnikov teve uma
ideia brilhante…
Antes disso, Yanukovych
tentou de tudo: aparecia em Bruxelas com sapatos de pele de avestruz, tipo não
é um saloio qualquer, curte as marcas, construiu uma mansão, plagiou um livro,
o publicou em inglês, não resultou.
Os Estados Unidos é outra
coisa. Chicago, os gângsteres. Yanukovych começou gostar dos EUA e do Obama:
ora lhe oferecia urânio, ora pedia para tirar uma foto, ora mandava construir
um gabinete imitando a Sala oval, mais chique, claro.
Obama curtia mas visitar
não convidava, parecia um puto. Tipo os EUA ficavam embaraçados com a imagem
criminosa do poder ucraniano. Quando durante o seu faroeste despachavam os
saloios dos índios, arrancavam propriedades aos proprietários, usavam as
pistolas nos encontros comerciais: quem desparrou primeiro fica com os
direitos, isso tipo foi esquecido?..
Mas hoje em dia Ucrânia
já não está no faroeste, os membros do Partido das Regiões esconderam as
pistolas nos bolos e os negócios arrancam aos “índios” civilizadamente, através
da Procuradoria da República. Por isso Kolesnikov decidiu usar o amor dos
americanos pelas histórias dos gângsteres da época da lei seca. Pois, como eles
explicam aos estrangeiros curiosos, Donetsk é o Chicago da Ucrânia.
“É a lei da vida. Obama
é do Chicago e por isso toda a sua equipa é do Chicago”, - explica Kolesnikov
ao jornalista do «Time
Magazine». É claro, os americanos cultos sabem que Obama não é do Chicago,
é do Havai, mas enfim, durante 20 anos viveu e trabalhou em Chicago. Nessa
“igualdade das circunstâncias” decidiu jogar Kolesnikov.
Pois como iremos ver,
há muita coisa parecida entre os do Chicago e os do Donetsk, entre Obama e
Yanukovych.
Obama se tornou o
primeiro afro-americano membro do Clube dos juristas de Harvard. Yanukovych foi
o primeiro akadémico de Donetsk da Academia
Internacional das Ciências, Educação, Indústria e Arte (do tipo: "como se tornar acadêmico online por apenas 300 dólares"). Em 2004 Obama
venceu 6 adversários nas primárias da Illinois nas eleições para o Senado. No
mesmo ano Yanukovych também venceu as primárias do seu partido, dizem até que
foi às fuças de um dos oponentes.
Obama se tornou senador
em janeiro de 2005, Yanukovych podia se tornar o presidente em 2005, se não for
a Revolução Laranja. Assim, ambos e ao mesmo tempo não se tornaram presidentes
dos respetivos países.
Obama visitou a Rússia
no âmbito da cooperação no domínio de não proliferação das armas de destruição
em massa e Yanukovych visitou a Rússia várias vezes, sem muito proveito. Contra
estas armas Yanukovych lutou como um leão, livrou Ucrânia de todo urânio e informou
Obama, tudo à troca da fotografia conjunta.
Em 2007 Obama foi
acusado de não ser natural dos EUA. Yanukovych na sua juventude duas vezes viu
o céu aos quadradinhos, as mesmas acusações reapareceram em 2004, mais tarde os
processos criminais desapareceram, mas para sempre marcaram negativamente a sua
imagem.
Criticando a política
do Bush sobre Iraque, Obama uma vez disse que as vidas dos militares americanos
foram “gastos em vão”. Depois pediu desculpa e explicou que foi mal-entendido.
Yanukovcyh nunca se desculpa nos casos semelhantes, mas produz os
mal-entendidos de uma maneira tal regular que na Ucrânia já deixaram de rir-se
dele.
E o principal. Nos EUA
foi organizada a campanha de angariação de fundos a favor do Obama. Amealharam
1,3 bilhões de USD. Yanukovych durante três últimos anos amealha os fundos ao
seu próprio favor e não planeia parar este passatempo divertido. Obama com os
seus 1,3 biliões é um pobretão.
Mas isso não é de estranhar.
Os de Donetsk são muito mais machos que os do Chicago.
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