O Governo ucraniano
assinou o contrato no valor de 1 bilião de dólares com um alegado cidadão
espanhol, representante alegado da empresa espanhola “Gas Natural
Fenosa” (alias “Gas Natural SDG, SA”; alias “ENAGÁS
SA”).
No dia 26 de novembro,
em Kyiv, na presença do primeiro-ministro da Ucrânia Mykola Azarov e do ministro
da Energia e da Indústria de Carvão Yuriy Boyko, foi assinado o Acordo de Gestão
do Consórcio para construção do terminal de gás líquido no valor de 1,1 bilhões
de USD. Da parte ucraniana o Acordo foi assinado pelo diretor da Agência Estatal
de Investimento e Gestão dos Projetos Nacionais, Vladyslav Kaskiv e pela parte espanhola
por Jordi Sarda Bovehi (nome desconhecido pelo Google), alegadamente, atuando em nome da “Gas Natural Fenosa”.
Os problemas começaram quando a empresa espanhola declarou oficialmente que não
conhece Jordi Sarda Bovehi, não lhe passou nenhuma procuração para agir em seu nome
ou em nome das suas subsidiárias, escreve Pravda.com.ua.
O jornalista do Financial
Times, Roman Olearchyk, escreve no seu blogue
que o alegado representante da contraparte espanhola se expressava em espanhol
durante a cerimónia da assinatura do contrato e que ele foi identificado pelos
governantes ucranianos como Jordi Sarda Bovehi. Abordado na cerimónia da
assinatura do Acordo, o próprio Jordi Sarda Bovehi recusou-se a falar com
jornalistas.
A parte ucraniana
insiste na ideia do que o Acordo foi oficialmente assinado com “Gas Natural Fenosa”,
representada pelo Jordi Sarda Bovehi. Na opinião do Vladyslav Kaskiv “Gas Natural
Fenosa” nega o seu envolvimento no negócio apenas por causa das “tecnicalidades
por resolver”. Kaskiv também informa que os estudos da viabilidade económica do
projeto foram efetuadas pela “Gas Natural Fenosa Engineering (ex-Socoin)”, a
subsidiária da casa-mãe. Vladyslav Kaskiv também desvaloriza a posição da “Gas Natural
Fenosa” e explica que prioridade para Ucrânia está no transporte da plataforma
marítima até a costa ucraniana do Mar Negro e que está operação é assegurada
pela empresa americana “Excelerate Energy LLC”.
Na página oficial do
Governo ucraniano está escrito que o Acordo foi assinado pelo diretor-geral das
relações exteriores da empresa “Gas Natural Fenosa” Jordi Garcia Tabernero (pessoa
real, mas em nada parecida com o assinante do Acordo) e pelo
vice-presidente sénior da “Excelerate Energy”, Edward Scott. Na página da Agência Estatal
de Investimento e Gestão dos Projetos Nacionais está escrito que pela parte
espanhola o Acordo foi assinado pelo Jordi Sarda Bovehi.
Diversos órgãos da imprensa
ucraniana informam que uma delegação conjunta do Ministério dos Negócios Estrangeiros
da Ucrânia e da Agência Estatal de Investimento e Gestão dos Projetos Nacionais
deslocou-se de urgência para Espanha para tentar minimizar os danos desta
história verdadeiramente caricata.
No dia 17 de dezembro
de 2010 Ucrânia criou a empresa “Projeto Nacional do Terminal de Gás Liquido”,
que deveria assegurar a construção de um terminal marítimo com a capacidade de
receber 10 biliões de m³ de gás natural em 2014. No dia 30 de janeiro de 2012 a
empresa “Socoin” concluiu os estudos da viabilidade económica do projeto.
Segundo o estudo, o projeto poderá ser concluído em 49 meses e as primeiras
remessas do gás podem ser recebidas em 2016. O custo aproximado do projeto é de
846 milhões de Euros, a parte ucraniana é de 25% + 1 ação.
Fonte:
Blogueiro
Num país
normal o caso poderia terminar com a demissão do chefe da Agência Estatal de Investimento
e Gestão dos Projetos Nacionais e até do primeiro-ministro. Na Ucrânia, cujo
presidente, Viktor Yanukovych é “académico” de uma academia virtual existente
apenas no papel, isso não deverá acontecer tão já…
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