segunda-feira, abril 16, 2012

Ucranianos na batalha de Iwo Jima

Toda a gente conhece a fotografia icónica de colocação da bandeira americana na montanha de Suribachi durante a Batalha de Iwo Jima. Mas poucos sabem que um dos marines presentes é o sargento ucraniano – ruteno (rusyn) Michael Strank.

Mykhaylo Strank nasceu em 10 de Fevereiro de 1919 na região de Priakhiv, Eslováquia atual. Quando Mykhaylo tinha três anos, o seu pai, Vasyl Strenk emigrou para os EUA, onde mudou o nome para Charles, a sua mãe é Marta Grofikova. A família viveu na pequena cidade de Franklin em Pensilvânia (no ano 2000 lá moravam apenas 442 habitantes).

Em 1937 Michael terminou o secundário, trabalhou na construção das estradas. Em 1939 ele se alistou no Corpo dos Marines, como soldado da 1ª classe faz a preparação militar na base de Guantánamo. Em Janeiro de 1942 Michael se torna o sargento. Participa nas diversas batalhas de Pacífico, em Fevereiro de 1944 visita os EUA durante as curtas vacâncias. O pai o pede para ficar, mas Michael se recusa abandonar os marines.

Depois de um treino adicional, Michael Strank é designado como chefe de pelotão e é enviado para a ilha de Iwo Jima. No dia 23 de Fevereiro o grupo de marines comandado pelo Michael recebe a ordem de içar a bandeira americana gigante, para levantar o moral das tropas. Essa foto é conhecida em todo o mundo…

Os subordinados adoravam Michael, o recordando como a pessoa muito simples. Nas memórias que James_Bradley reuniu para o seu livro “As bandeiras dos nossos pais”, Michael é descrito como “o maior marine entre os marines”, verdadeiro combatente e líder, que sempre contagiava os soldados com o próprio exemplo. Ele costumava dizer aos subordinados: “Follow me, and I'll try to bring you all safely home to your mothers” (Seguem-me e eu tentarei trazer vós todos para casa em segurança às vossas mães).

Michael Strank morreu atingido pelo “fogo – amigo” da artilharia americana… Primeiramente Michael foi sepultado na Iwo Jima, segundo o rito católico. Em 1949 o seu corpo foi transladado para EUA, onde foi sepultado no Cemitério Nacional de Arlington (túmulo № 7179, 12ª secção). Só naquele momento a sua família soube que Michael estava na foto, conhecida por todos os americanos. O seu irmão Petró, também participou nas batalhas de Pacífico durante a II G.M., como marinheiro de porta-aviões USS Franklin.

Durante a II G.M. Michael Strank recebeu os seguintes medalhas e condecorações: Coração Purpuro (à título póstumo), Estrela de Bronze, Citação Presidencial com uma estrela (pela Batalha de Iwo Jima), Medalha pelo Serviço da Defesa da América (America Defense Service Medal), Medalha American Area Campaign Medal, Medalha Asiatic-Pacific Area Сampaign Medal com quatro estrelas, Medalha pela Vitória na II Guerra Mundial (à título póstumo).

Apenas em 2008 se soube, que Michael juridicamente não possuía a cidadania americana. Ele se tornou americano em 1935, após a naturalização do seu pai (a mãe se naturalizou em 1941), mas nunca chegou a receber os documentos oficiais. No mesmo 2008, a certidão da cidadania americana foi recebida pela sua irmã mais nova, Mary Pero, em cerimónia solene no Memorial Militar do Corpo de Marines.

Michael Strank foi retratado no filme de Clint Eastwood “As bandeiras dos nossos pais”, pelo ator canadiano Barry Pepper (o franco – atirador no filme “O Resgate do Soldado Ryan”).

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