Apesar do tabu informático sobre estes acontecimentos, na imprensa russa apareceram os primeiros relatos que contam a aniquilação da coluna motorizada do estado – maior do 58° exército russo na Geórgia.
por: Avraham Shmulevich, 12.VIII.2008
O 58° exército russo, antigamente comandado pelo general Alexander Lebed, é a unidade que provavelmente possui a melhor experiência e a prontidão combativa em todo o exército russo. Essa é a unidade responsável pelo Caúcaso, onde ganhou uma certa experiência militar.
Os soldados e os oficiais do exército estiveram várias vezes na linha do fogo, possuem os conhecimentos adequados e têm uma boa disciplina. O comandante do exército é o tenente – general Anatoliy Hrulev, um dos comandantes russos mais experientes. Foi ele que encabeçou a ofensiva militar do exército russo na Ossétia do Sul.
Até que todo o estado – maior do 58° exército foi surpreendido e praticamente aniquilado pelos comandos georgianos, que apareceram em grande número “não se sabe da onde”. O repórter do jornal russo “Komsomolskaya Pravda”, conta como tudo aconteceu (o seu monólogo original):
“Estávamos no BTR do comandante do 58° exército, íamos à caminho de Tshinvali, numa coluna de 30 carros militares, para desbloquear os pacificadores e jornalistas russos, cercados na Ossétia do Sul. A estrada principal era impiedosamente bombardeada e nos decidimos tomar outro caminho, através da mata. De repente, eu reparei em dois georgianos. Depois olhei melhor: atrás de cada poste estavam os georgianos, com as pistilas-metralhadoras, as metralhadoras pesadas. Avisei o soldado que estava ao meu lado. Ele gritou como um possesso: “Georgianos!” A coluna parou.”
Já que esta era a primeira saída do comandante Hrulev ao teatro de operações, ele deveria ser seguido por todo o seu estado – maior. Torna-se claro, que os georgianos tinham os dados exactos sobre as movimentações da coluna. Embora seja possível que os EUA passem aos georgianos as informações sobre as movimentações da maquinaria da guerra russa (obtidas via satélite), a presença do comandante poderia ser facilmente ocultada. O mais provável, que estas informações chegaram aos georgianos através da rede dos agentes no terreno, que também atesta a qualidade do serviço de inteligência georgiana no território russo.
Apesar de coluna do comandante deva ter uma protecção militar, composta quer pelas tropas terrestres, quer pelos aparelhos VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado, também conhecidos pela sigla UAV, do inglês Unmanned Aerial Vehicle), quer por satélites, os comandos georgianos conseguiram aproximar-se à coluna a uma distância de queima – roupa.
Eles eram numerosos e abriram o fogo contra os russos já praticamente nos arredores de Tshinvali (a capital dos separatistas que era tida naquele momento como completamente livre do exército georgiano).
“Os georgianos queimaram logo dois nossos BMP. Disparava-se de todos os lados, caíam as pessoas, nossas e georgianos. O combate travou-se numa distância de 10 metros uns dos outros, disparava-se à queima – roupa. Depois a coluna começou separa-se em várias direcções, estendendo-se numa distância de cerca de 1,5 km. Decidimos voltar para trás, perseguindo o blindado que se afastava da cidade. O general (Hrulev) corria na frente. De repente, ele desapareceu no fumo. No mesmo segundo explodiu o blindado, que nos pretendíamos alcançar.”
No blogue pessoal do correspondente especial da “Komsomolskaya Pravda” (ver a informação adicional) na Geórgia, Dmitriy Steshin, contam-se os pormenores deste “massacre de inocentes”.
“A coluna caiu na emboscada. [...] O general estava deitado numa valeta, disparava defendendo-se com a sua pistola pessoal”.
É possível que os comandos georgianos pretendiam capturar o general, pois o seu condutor foi abatido, outros ocupantes da viatura foram apenas feridos – situação clássica da captura. Neste caso, o tenente – general simplesmente conseguiu fugir, na confusão do combate a sua identificação já não era possível. Isso também quer dizer que os comandos georgianos controlavam por completo o campo de batalha.
“Depois os atiradores começaram disparar por cima das nossas cabeças. [...] Victor (outro jornalista), saltou e começou a correr em direcção à um BMP meio – abatido que saia da cidade (Tshinvali). Gritou: “Parem, aqui temos os feridos”.
Para onde desapareceram os georgianos, da onde apareceram os atiradores russos e os militares em geral – não se sabe.
“O BMP passou por nos e não parou. Mas logo apareceu um outro BMP. Este parou. [...] Depois nós subimos no BMP e saímos da zona perigosa. Lá foi assistido pelos militares. O major que salvou as nossas vidas não chegou ao hospital. Ele morreu”.
Isso significa, que apesar dos comandos georgianos já terem abandonado a zona de combate e ter passado um certo tempo, pois apareceram algumas forças russas em número considerável, não houve nenhuma ajuda ou pronto – socorro para os feridos, nem a evacuação organizada. Embora estejamos a falar dos oficiais superiores do estado – maior do exército.
“No hospital disseram me, que dos trinta carros de combate, que estavam na coluna, apenas cinco chegaram até o Tshinvali”, — relata o jornalista.
Isso significa que a coluna do estado – maior do comandante do exército russo na Ossétia do Sul foi completamente aniquilada. Os comandos georgianos foram treinados pelos instrutores americanos e israelitas. Parece que os treinaram bem, “ao nível dos melhores exércitos mundiais”.
Fonte (em russo):
http://www.apn.ru/publications/article20625.htm
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