Deixando fora de equação a personagem do atirador de 71 anos, neste momento a propaganda russa e as sua diversas ferramentas híbridas visam ativamente nos diversos países da Europa e do mundo:
- Cultivar a xenofobia da extrema-direita e extrema-esquerda, a desconfiança dos cidadãos nas instituições governamentais nacionais e nos seus representantes;
- Explorar as fessuras e divisões, radicalizar os sentimentos nas sociedades dos países da Europa;
- Provocar e alimentar confrontos e conflitos internos, com e sem uso de força nos países-alvo.
Não estamos a falar apenas dos ciclos de eleições nacionais deste ano em muitos países europeus, ou das eleições de Junho para o Parlamento Europeu. O esforço russo faz parte da campanha estratégica do Kremlin para desestabilizar a situação nos diversos países europeus (quer nas sociedades euro-otimistas, quer com os eurocépticos no poder), com o objectivo de enfraquecimento não militar máximo destes países.
Do ponto de vista do Kremlin, os países da Europa, enfraquecidos, tanto quanto possível, poderão:
- concentrar-se-ão mais nos seus problemas internos, esquecendo a necessidade de conter a rússia e ajudar Ucrânia;
- serem um alvo muito mais fácil para futuras agressões híbridas/armadas russas contra a NATO/OTAN.
Em qualquer caso, o atentado contra o primeiro-ministro da Eslováquia é mais uma etapa da escalada híbrida russa contra o Ocidente.
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