domingo, abril 07, 2024

A rússia causa sofrimento e dor, deportando as crianças ucranianas

Crianças ucranianas repuperadas pela Ucrânia dos territórios ocupados

No contexto de uma invasão russa em grande escala da Ucrânia, o Kremlin está a deportar as crianças ucranianas em massa dos territórios temporariamente ocupados (TOT) da Ucrânia. São levados para a Crimeia, rússia, Belarus e até para a Ossétia do Sul, supostamente para melhoria da saúde ou para descanso em campos. 

A rússia está a utilizar cenários sofisticados para levar as crianças ucranianas ao seu território, disse Daria Herasymchuk, conselheira do Presidente da Ucrânia para os Direitos e Reabilitação das Crianças. Um deles é o diagnóstico médico fabricado. Além disso, os sequestradores russos não hesitam em usar outros métodos:

  • matando os pais e depois levando os filhos ao seu território;
  • as crianças são retiradas diretamente da sua família biológica;
  • separando as crianças das suas famílias na passagem para os campos de chamada filtragem;
  • as instituições inteiras de acolhimento de crianças ucranianas vulneráveis foram transferidas para a federação russa;
  • criando as condições de vida anormais para as crianças nos territórios ocupados e depois propor aos pais que enviem os seus filhos, alegadamente voluntariamente, para a chamada melhoria da saúde ou descanso, dos quais não são devolvidos a casa. 

Desde 24 de fevereiro de 2022, os ocupantes russos retiraram à força cerca de 20 mil crianças ucranianas. Podemos acrescentar aqui pelo menos mais uma centena de crianças da Crimeia ucraniana ocupada, deportadas e adoptadas ilegalmente por cidadãos russos no âmbito do programa Comboio da Esperança durante 2014-2022. Estas são apenas estatísticas oficiais que refletem os casos registados de deportação, e os dados reais podem ser muito mais elevados. No momento, a Ucrânia conseguiu devolver apenas 387 crianças das vinte mil mencionadas... Mas e o resto? O que os espera? 


As crianças ucranianas têm frequentemente os seus apelidos mudados, são enviadas para famílias de acolhimento, são reinstaladas em regiões remotas e economicamente atrasadas da federação russa e tudo é feito para impossibilitar o seu regresso a casa. A rússia pretende melhorar a sua situação demográfica através da deportação forçada de crianças ucranianas. Regra geral, as crianças são levadas para as regiões da federação russa onde a população eslava está a morrer ou para regiões economicamente débeis, - Chechênia, Chuváchia, Sibéria, Extremo Oriente. As crianças ucranianas são submetidas a lavagem cerebral de propaganda, são ensinadas a odiar a Ucrânia e são incutidas nos valores da ideologia agressiva do chamado “mundo russo”. São levados não só para a rússia, mas também para a Belarus, onde foram criados pelo menos 4 chamados “campos de saúde”. 

O Kremlin está a realizar o seu trabalho “sujo” entre as crianças deportadas para a rússia e a geração mais jovem nos territórios ocupados da Ucrânia. A rússia estabeleceu um enorme sistema de “militarização” de crianças ucranianas raptadas e está a prepará-las para a guerra, inclusive para a participação em novas agressões contra a Ucrânia. Os “educadores” do Kremlin estão a trabalhar activamente com crianças ucranianas dos 4 aos 5 anos de idade, apagando a sua identificação nacional com a propaganda russa. Isto acontece nos jardins de infância e nas escolas e também na educação extraescolar. Os russos criam uma realidade para as crianças onde elas devem morrer “pela mãe-rússia”. Muito dinheiro é atribuído a programas “patrióticos” especiais, particularmente na Crimeia. A igreja ortodoxa russa (IOR) está envolvida no processo de indoutrinação das crianças ucranianas, com eventos supostamente religiosos são realizados sob o controlo/e das autoridades de ocupação (há exemplos da “bênção” dos mísseis, que é então usado contra a Ucrânia, e isso acontece na presença de crianças). 

Recordemos que a deportação de crianças ucranianas foi o motivo de um mandado de prisão dirigido à Comissária do Presidente da federação russa para os Direitos da Criança, Maria Lvova-Belova, e ao próprio Vladimir Putin, emitido pelo Tribunal Penal Internacional de Haia em 17 de março de 2023. 

O Estado terrorista russo deveria ser alvo de sanções adicionais e encontrar-se em completo isolamento internacional. Este será um passo lógico em resposta ao sequestro que legalizou. Todas as crianças ucranianas devem regressar a casa e a rússia deve responder por todos os casos de deportação ilegal de pessoas, por crimes contra a Ucrânia.

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