Tudo começou na cidade de Khmelnitskiy, onde um veterano ucraniano, de origem étnica russa, embora isso pouco importa, entrou na igreja UPC-MP e fiz a pergunta retórica: «Quantas mortes precisa ainda para que vocês parem de ir à igreja subordinada à Moscovo?»
O momento de agressão em que padre mostra a sua habilidade em artes marciais |
O veterano ucraniano foi atacado pelo padre local, sofrendo algumas agressões. O sucedido de tal forma indignou a absoluta maioria dos paroquianos, que em questão de horas eles reuniram mais de 1.000 assinaturas para a passagem da sua Sé Catedral, o palco deste acontecimento, para a jurisdição da PCU.
O Metropolita Antóniy (Patriarcado de Moscovo em Khmelnitskiy) aceitou a vontade da comunidade e entregou voluntariamente as chaves da Catedral. Ele pessoalmente disse que está mais que pronto para aderir à Igreja Ucraniana (no mesmo dia foi oficialmente destituído pela hierarquia do Patriarcado de Moscovo).
De seguida foi formada a comissão conjunta da UPC — MP e da Igreja Ucraniana que estava realizando um inventário dos bens da igreja e, enquanto isso, a primeira oração foi efetuada na Catedral de Khmelnitskiy em língua ucraniana e em preces pelos defensores da Ucrânia.
É de notar que UPC — MP desencoraja o uso da língua ucraniana na liturgia (Sic!), até muitos recentemente em muitas das suas igrejas da sua congregação as missas eram ministradas em russo (Sic!!) e mais recentemente passaram para o uso do antigo-eslavo, a língua morta, incompreendida pela absolutamente maioria dos fiéis.
Um bom exemplo da igreja moscovita UPC — MP aconteceu hoje na aldeia de Zadubrivka na região de Chernivtsi. A mãe do um militar ucraniano chora, às portas da igreja, pedindo humildemente, para que o pároco local deixe que o corpo do filho seja velado na igreja. O pároco, da igreja moscovita não deixa, mantendo as portas fechadas.
Razão? O militar ucraniano morreu defendendo Ucrânia, logo «desobedeceu» a exigência disfarçada do pedido do patriarca russo Cirilo, dirigido ao exército ucraniano logo no início da agressão russa em depor as armas e não resistir ao avanço da armada russa... Parece uma má piada, mas não, simplesmente a realidade ucraniana e da igreja, supostamente ucraniana, que continua ser subordinada ao moscovo.
Ainda em 2004, no auge da Revolução Laranja, o spin-doctor russo Marat Gelman tinha dito que «Igreja Ortodoxa Ucraniana — Patriarcado de Moscovo é a última e única força pró-russa, legal e de relevo na Ucrânia».
Assim como o aristocrata francês, Astolphe-Louis-Léonor Marquis de Custine, no seu livro “La Russie en 1839”, descreve a rússia como a antítese histórica e geográfica da Europa, uma anti-Europa, onde a vida e o destino dos leigos e do clero, dos senhores e dos cidadãos, depende única e exclusivamente da vontade despótica do seu soberano. O texto foi publicado pela primeira vez em 1843, mas parece que descreve a rússia actual: “Os clérigos ortodoxos moscovitas nunca eram e nunca serão nada mais do que a polícia vestida em uniformes algo diferentes dos fardamentos do exército laico do império. Os popes e os seus bispos formam um regimento clerical sob o comando do imperador. Nada mais”.
4 comentários:
Como a Ucrânia ainda tolera isso em seu próprio território? Os tais "monges" já desocuparam a igreja histórica em Kiev?
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/04/pf-suspeita-de-uso-sistematico-do-brasil-para-formacao-de-espioes-da-russia.shtml
É a "tserkov do zlo".
https://twitter.com/LP1080pi/status/1642584529616490507?cxt=HHwWlsC-lan70MstAAAA
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