O micro-distrito «Nevsky», que putin visitou, foi comissionado pelos construtores no início de setembro de 2022 – Mariupol estava sob ocupação das tropas russas há vários meses. Algumas semanas depois, os chamados «referendos» foram realizados nos territórios ucranianos ocupados pela rússia, e as autoridades russas anunciaram que os residentes remanescentes da Ucrânia queriam se juntar à rússia. Antes da guerra, quase 426 mil pessoas viviam em Mariupol. Durante o cerco russo, pelo menos 25 mil pessoas morreram. Outros 350 mil tornaram-se refugiados.
Os combates em Mariupol terminaram em maio de 2022 e, já em junho, foi montado um canteiro no sudoeste da cidade para a construção de novos complexos residenciais. A construção de novas casas em Mariupol é realizada por meio da fundação «Pobeda», que não divulga informações sobre receitas e despesas. Quanto custará a restauração de Mariupol à cidade de São Petersburgo é desconhecido. As autoridades russas não especificam os valores que estão gastando na cidade ucraniana sob ocupação. O arquiteto holandês, cofundador da coalizão Ro3kvit para a restauração das cidades ucranianas, Fulk Treffers, disse no outono de 2022 que as obras na cidade custariam de 12 a 18 bilhões de euros.
Em fevereiro de 2023, o «prefeito» de Mariupol, Oleg Morgun, nomeado pelas autoridades ocupantes, disse que 1,5 mil apartamentos foram entregues aos moradores. No total, 2.000 apartamentos devem ser construídos em 2023, não foi especificado quantos prédios serão construídas. Até o final de 2023, devem ser demolidos 400 prédios danificados pelos ocupantes russos e 32.500 casas particulares foram total ou parcialmente destruídas.
Um bloco de prédios de cinco andares na rua «Alexander Kuprin» foi construído em 80 dias. O empreiteiro geral é a «Companhia militar de construção», pertencente, desde 2003 ao Ministério da Defesa da federação russa.
Infiltração de água no prédio construído pelos ocupantes e visitado pelo putin |
Roman (os nomes de todos os personagens foram alterados para sua segurança) tem cerca de 40 anos. Antes da guerra, ele morava com a família em Mariupol, trabalhava como eletricista em uma das empresas. Seu apartamento foi completamente destruído. Roman e sua família sobreviveram, foram levados para a rússia para um dos centros de acomodação temporários, para onde os ucranianos foram levados após o início da guerra russa na Ucrânia.
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Apenas um dos conhecidos de Roman, que morava em Mariupol antes da guerra, recebeu o apartamento, mas a família não recebeu documentos de propriedade, embora o apartamento destruído do amigo fosse da sua propriedade. A publicação The Village escreveu anteriormente que os apartamentos construídos no local dos bairros destruídos não estão sendo transferidos para a propriedade dos moradores de Mariupol, mas são entregues sob o contrato de arrendamento social – como resultado, as moradias não podem ser alugadas ou vendidas.
Segundo Roman, os apartamentos são atibuidos apenas para quem tinha propriedade em Mariupol e essa propriedade foi totalmente destruída. Se houver uma moradia não apenas em Mariupol, mas na Ucrânia livre, ou se houver pelo menos uma parte da propriedade algures na rússia, os russos não entregam o apartamento. Para resolver os problemas de moradia, os cidadãos precisam ir pessoalmente a Mariupol. Nenhum dos funcionários russos se importa que as pessoas morem muito tempo em outras cidades, tenham um emprego, que tenham família – crianças e idosos, e devem ser deixados ou arrastados com eles para resolver a questão da moradia.
“Mesmo que Mariupol seja restaurada, não sei como ela sobreviverá”, argumenta Roman. – Era uma cidade industrial de meio milhão de habitantes, e agora querem transformá-la em resort, mas o resort vive sazonalmente. Num ano, junto com a rússia, meu sentimento sobre o que está acontecendo mudou muito. Acontece que na Ucrânia nem tudo estava tão ruim ... E todos olhávamos para o nosso vizinho (rússia), dizem, as maçãs do vizinho são mais saborosas, e talvez, no começo fossem mais saborosas, só então eles acabaram por ser podres”.
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