O
corpo expedicionário do exército russo desembarcou na Síria e participa no
confronto militar contra o Estado Islâmico. Os combates decorrem nas imediações
da cidade de Lataquia ao lado das forças governamentais do Bashar al-Assad.
Essa informação é confirmada pelas várias fontes.
por:
Kirill Martynov, Novaya Gazeta, Moscovo
Ainda
no dia 12 de agosto a página da resistência anti-Assad, Syria.net, afirmou que
os conselheiros militares russos comandam a defesa da Lataquia. No dia 21 de
agosto na Internet foram publicadas as fotos do navio principal de transporte
das tropas aerotransportadas «Nikolay
Filchenkov», à passar pelo estreito do Bósforo com equipamentos militares
no seu convés. No dia 31 de agosto a página israelita Ynet publicou os dados das
fontes diplomáticas ocidentais anónimas segundo os quais Rússia começou a
operação do apoio militar direto do regime do Assade e moveu ao país os
equipamentos militares, incluindo os caças e helicópteros de assalto.
Ao
mesmo tempo o jornal oficial sírio “Al-Watan” informou que Rússia planeia
construir uma base militar na cidade de Jableh, no sul da Lataquia, em acréscimo
ao já existente ponto dos fornecimentos técnico-militares da marinha da guerra
russa em Tartus. Nas redes sociais apareceram as fotos, tiradas pela oposição
síria, neles se vêem as caças em missões de combate, parecidas com as russas.
Possivelmente um Mig-29 (?) |
Possivelmente um Su-27 (?) |
Possivelmente um Su-34 (?) |
No
dia 3 de setembro o jornal “The Times” informou que na reportagem sobre os
combates na região da Lataquia, mostrada na TV oficial síria estava presente o moderno
blindado russo BTR-82А
(número
de identificação 111) e podem se ouvir as ordens em russo.
O
secretário de imprensa do presidente russo, Dmitry Peskov nega a participação
da Força Aérea russa no conflito da Síria e os representantes oficiais da NATO
para já estão em silêncio. A situação em redor da presença militar russa parece
tecnicamente com o início da guerra híbrida na Ucrânia. Por acaso, paralelamente
com os primeiros rumores sobre o aparecimento do exército russo na Síria, os
observadores confirmaram um forte abrandamento do conflito no Donbas. Como se os especialistas
de condução da “guerra híbrida” passaram a sua atenção para um novo projeto.
Para
que Rússia vai à Síria? O significado político da campanha russa é diferente da
crise ucraniana. Nas vésperas da Assembleia-geral da ONU, em que pela primeira
vez em 10 anos participará o presidente Putin, a intromissão no conflito no
Médio Oriente significa que Rússia está pronta para vir aos seus “parceiros
ocidentais” com a nova iniciativa. Moscovo, que contrariamente do Washington
não tem oposição da opinião pública e do Congresso, se compromete com a
aniquilação do Estado Islâmico.
A
Rússia forma uma nova coligação militar contra os islamitas, fornecendo lhe os
meios de inteligência, aviação e assegurando o comando estratégico. Como a
força de assalto para as operações terrestres poderão ser usadas as unidades do
exército do Irão. Em contrapartida Rússia exige as concessões na
questão ucraniana, o fim das sanções e o retorno do país ao clube dos países
ocidentais, que luta contra as ameaças globais, como o terrorismo. Com este pacote
de propostas o presidente russo poderá viajar até Nova Iorque no dia 15 de
setembro.
Se
este plano terá o sucesso, mesmo que parcialmente, o poder russo receberá tudo do que poderia apenas sonhar. Normalização das relações com Ocidente,
perspetiva das negociações sobre o estatuto da Crimeia. E ao mesmo tempo a
demonstração do poder russo no mundo: diferentemente das democracias ocidentais
o país tem a capacidade de atacar os terroristas até no Médio Oriente. O orgulho
pelo país levará o rating do apoio do presidente aos novos patamares.
Existe,
no entanto, um déjà-vu, parece que ninguém calculou profundamente os riscos
deste jogo.
Fonte:
Os
militares russos na Síria em fotos
Os
militares russos novamente auto denunciaram-se, propositadamente ou sendo
incapazes de superar a sua dependência das redes sociais. Além disso, faltam
lhes os conhecimentos técnicos elementares para desativar a geolocalização dos
seus telefones celulares. Como resultado, as redes sociais populares russas, “VKontakte”
e “Odnoklassniki” estão abarrotar de fotos, onde soldados do exército russo pousam
nos diversos locais da Síria: ruas, pontos de interesse, monumentos e posições
militares. Dezenas de fotos similares foram encontrados pelo blogueiro
ucraniano Nikolay
Mahno que simplesmente usou as geolocalizações sírias para a busca
automática.
As
imagens testemunham que cada vez mais militares russos lutam pelo regime do
al-Assad. Eles já não são apenas “instrutores”, mas as unidades inteiras de forças
especiais e fuzileiros navais. A maior parte dos militares russos está passando
pela área de Tartus, mas também aparecem em Homs, em Lataquia, em Damasco, em
Salamia, em Hama, etc. Algumas unidades servem na Síria por 4-6 meses, às vezes
“mascarados” de árabes.
Blogueiro
A
possível decisão russa de entrar, de corpo e alma, na guerra da Síria pode
significar diversas coisas para Ucrânia. Primeiro: cada militar russo morto ou
ferido na Síria significa menos um militar disponível à agressão contra
Ucrânia. Segundo: as intervenções no estrangeiro, geralmente, são mal geridas
pela Rússia, a guerra russo – japonesa de 1904-05 levou à 1ª revolução russa de
1905; a participação russa na I G.M. ditou o fim do império russo e a
intervenção soviética no Afeganistão contribuiu, largamente, para o fim da
União Soviética. Terceiro: a guerra aberta contra o Estado Islâmico e as
forças, que possivelmente estão por trás do mesmo, pode significar a
continuação da queda do petróleo, possivelmente até 20 dólares por baril (e
colapso da economia russa), além do conflito aberto com o mundo islâmico, tendo
em conta os números dos muçulmanos russos: cerca de 14,5 milhões de cidadãos em
todo o país (entre 6% à 14% da população geral) e 2 milhões só na cidade de
Moscovo (FONTE). Quarto: existe a informação do que os militares ucranianos, outrora estacionadas na Crimeia, que traíram o seu juramento, passando às forças armadas russas, neste momento estão sendo colocados na Síria. No caso da sua liquidação pela resistência síria isso diminuirá o trabalho à procuradoria ucraniana e confirmará o já conhecido: ninguém gosta e ninguém tem a consideração mínima pelos traidores.
2 comentários:
Vc esqueceu um quinto fator: gastos com tudo isso. De onde vira o orçamento para custear tudo isso!!!! A Russia vai quebrar! Eles vao falir! A falência da Russa sera muito bom para a Ucrania e outros países vizinhos da Russia.
Exercito de trolls russos:
http://flagelorusso.blogspot.com.br/2015/09/exercito-de-comentaristas-fantasmas.html
http://flagelorusso.blogspot.com.br/2015/09/exercito-de-comentaristas-fantasmas_2.html
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