domingo, setembro 06, 2015

A 2ª guerra híbrida. Para que Rússia vai à Síria

O corpo expedicionário do exército russo desembarcou na Síria e participa no confronto militar contra o Estado Islâmico. Os combates decorrem nas imediações da cidade de Lataquia ao lado das forças governamentais do Bashar al-Assad. Essa informação é confirmada pelas várias fontes.

por: Kirill Martynov, Novaya Gazeta, Moscovo 
Ainda no dia 12 de agosto a página da resistência anti-Assad, Syria.net, afirmou que os conselheiros militares russos comandam a defesa da Lataquia. No dia 21 de agosto na Internet foram publicadas as fotos do navio principal de transporte das tropas aerotransportadas «Nikolay Filchenkov», à passar pelo estreito do Bósforo com equipamentos militares no seu convés. No dia 31 de agosto a página israelita Ynet publicou os dados das fontes diplomáticas ocidentais anónimas segundo os quais Rússia começou a operação do apoio militar direto do regime do Assade e moveu ao país os equipamentos militares, incluindo os caças e helicópteros de assalto.
Ao mesmo tempo o jornal oficial sírio “Al-Watan” informou que Rússia planeia construir uma base militar na cidade de Jableh, no sul da Lataquia, em acréscimo ao já existente ponto dos fornecimentos técnico-militares da marinha da guerra russa em Tartus. Nas redes sociais apareceram as fotos, tiradas pela oposição síria, neles se vêem as caças em missões de combate, parecidas com as russas. 
Possivelmente um Mig-29 (?)
Possivelmente um Su-27 (?)
Possivelmente um Su-34 (?)
No dia 3 de setembro o jornal “The Times” informou que na reportagem sobre os combates na região da Lataquia, mostrada na TV oficial síria estava presente o moderno blindado russo BTR-82А (número de identificação 111) e podem se ouvir as ordens em russo.
O secretário de imprensa do presidente russo, Dmitry Peskov nega a participação da Força Aérea russa no conflito da Síria e os representantes oficiais da NATO para já estão em silêncio. A situação em redor da presença militar russa parece tecnicamente com o início da guerra híbrida na Ucrânia. Por acaso, paralelamente com os primeiros rumores sobre o aparecimento do exército russo na Síria, os observadores confirmaram um forte abrandamento do conflito no Donbas. Como se os especialistas de condução da “guerra híbrida” passaram a sua atenção para um novo projeto.   
Para que Rússia vai à Síria? O significado político da campanha russa é diferente da crise ucraniana. Nas vésperas da Assembleia-geral da ONU, em que pela primeira vez em 10 anos participará o presidente Putin, a intromissão no conflito no Médio Oriente significa que Rússia está pronta para vir aos seus “parceiros ocidentais” com a nova iniciativa. Moscovo, que contrariamente do Washington não tem oposição da opinião pública e do Congresso, se compromete com a aniquilação do Estado Islâmico.

A Rússia forma uma nova coligação militar contra os islamitas, fornecendo lhe os meios de inteligência, aviação e assegurando o comando estratégico. Como a força de assalto para as operações terrestres poderão ser usadas as unidades do exército do Irão. Em contrapartida Rússia exige as concessões na questão ucraniana, o fim das sanções e o retorno do país ao clube dos países ocidentais, que luta contra as ameaças globais, como o terrorismo. Com este pacote de propostas o presidente russo poderá viajar até Nova Iorque no dia 15 de setembro.

Se este plano terá o sucesso, mesmo que parcialmente, o poder russo receberá tudo do que poderia apenas sonhar. Normalização das relações com Ocidente, perspetiva das negociações sobre o estatuto da Crimeia. E ao mesmo tempo a demonstração do poder russo no mundo: diferentemente das democracias ocidentais o país tem a capacidade de atacar os terroristas até no Médio Oriente. O orgulho pelo país levará o rating do apoio do presidente aos novos patamares.

Existe, no entanto, um déjà-vu, parece que ninguém calculou profundamente os riscos deste jogo.

Fonte:

Os militares russos na Síria em fotos
Os militares russos novamente auto denunciaram-se, propositadamente ou sendo incapazes de superar a sua dependência das redes sociais. Além disso, faltam lhes os conhecimentos técnicos elementares para desativar a geolocalização dos seus telefones celulares. Como resultado, as redes sociais populares russas, “VKontakte” e “Odnoklassniki” estão abarrotar de fotos, onde soldados do exército russo pousam nos diversos locais da Síria: ruas, pontos de interesse, monumentos e posições militares. Dezenas de fotos similares foram encontrados pelo blogueiro ucraniano Nikolay Mahno que simplesmente usou as geolocalizações sírias para a busca automática.
As imagens testemunham que cada vez mais militares russos lutam pelo regime do al-Assad. Eles já não são apenas “instrutores”, mas as unidades inteiras de forças especiais e fuzileiros navais. A maior parte dos militares russos está passando pela área de Tartus, mas também aparecem em Homs, em Lataquia, em Damasco, em Salamia, em Hama, etc. Algumas unidades servem na Síria por 4-6 meses, às vezes “mascarados” de árabes.

Blogueiro

A possível decisão russa de entrar, de corpo e alma, na guerra da Síria pode significar diversas coisas para Ucrânia. Primeiro: cada militar russo morto ou ferido na Síria significa menos um militar disponível à agressão contra Ucrânia. Segundo: as intervenções no estrangeiro, geralmente, são mal geridas pela Rússia, a guerra russo – japonesa de 1904-05 levou à 1ª revolução russa de 1905; a participação russa na I G.M. ditou o fim do império russo e a intervenção soviética no Afeganistão contribuiu, largamente, para o fim da União Soviética. Terceiro: a guerra aberta contra o Estado Islâmico e as forças, que possivelmente estão por trás do mesmo, pode significar a continuação da queda do petróleo, possivelmente até 20 dólares por baril (e colapso da economia russa), além do conflito aberto com o mundo islâmico, tendo em conta os números dos muçulmanos russos: cerca de 14,5 milhões de cidadãos em todo o país (entre 6% à 14% da população geral) e 2 milhões só na cidade de Moscovo (FONTE). Quarto: existe a informação do que os militares ucranianos, outrora estacionadas na Crimeia, que traíram o seu juramento, passando às forças armadas russas, neste momento estão sendo colocados na Síria. No caso da sua liquidação pela resistência síria isso diminuirá o trabalho à procuradoria ucraniana e confirmará o já conhecido: ninguém gosta e ninguém tem a consideração mínima pelos traidores.

2 comentários:

Anónimo disse...

Vc esqueceu um quinto fator: gastos com tudo isso. De onde vira o orçamento para custear tudo isso!!!! A Russia vai quebrar! Eles vao falir! A falência da Russa sera muito bom para a Ucrania e outros países vizinhos da Russia.

Anónimo disse...

Exercito de trolls russos:

http://flagelorusso.blogspot.com.br/2015/09/exercito-de-comentaristas-fantasmas.html
http://flagelorusso.blogspot.com.br/2015/09/exercito-de-comentaristas-fantasmas_2.html