Em 1933, a editora soviética
IZOGIZ * (Editora Estatal de Artes Plásticas), através do seu departamento Utilburo
(Bureau de Utilizáveis), publicou o “Alfabeto antirreligioso”, obra propagandística,
pensada nas crianças.
O autor dos textos e
desenhador do álbum é Mikhail Cheremnykh (1890—1962), gráfico e cartunista, ilustrador
livreiro e prémio Estaline do 2º grau de 1942. Especializava-se na propaganda
antirreligiosa e anticlerical.
Entre os alvos da
propaganda antirreligiosa da época estão diversos sacerdotes, alta burguesia, curandeiros,
Mahatma Gandhi, Henry Ford, entre outros.
A luta sem quartel do
poder soviético contra a religião tradicional é bastante compreensível. O poder
comunista apostava tudo para substituir a fé cristã (e em menor grau a muçulmana
e judaica), por uma nova fé de teor perfeitamente religioso, a fé comunista. Como
tal, todos os “concorrentes” dessa fé eram ferozmente combatidos e de preferência
eliminados.
"Desmascarado por eles, o nome do traidor" |
Curiosos são os aspetos
da propaganda anti-Gandhi, pois a sua política de não-violência não agradava a
liderança da URSS. Por essa razão, na União Soviética, Gandhi passou de “traidor” à “progressista” apenas na década de 1950, já após a sua morte em 1948.
"Fabricante Ford fortaleza do fascismo" |
Não menos interessante é
a propaganda anti-Ford, pois em 1929, Henry Ford aceitou o convite de Estaline para
construir a fábrica automóvel de NNAZ (hoje GAZ), na cidade de Gorky (Níjni Novgorod),
e enviou engenheiros e técnicos americanos para ajudar a instalá-la. Este acordo
foi firmado por nove anos e assinado em 31 de maio de 1929.
Leia também:
* A editora IZOGIZ existiu
entre 1930 e 1938, com sedes em Moscovo e Leninegrado.
Ver as imagens do álbum:
Álbum em PDF:
Sem comentários:
Enviar um comentário