Em 1958, na Expo’58 em
Bruxelas (Bélgica), no inquérito conduzido pela Cinemateca Belga entre 117
críticos e estudiosos do cinema, oriundos de 26 países, o filme A Terra (Zemlia) do realizador
ucraniano Alexander Dovzhenko
foi considerado uma das 12 películas mais importantes de todos os tempos.
No dia 8 de abril de
1930 filme é demonstrado nos cinemas de Kyiv, nove dias depois, em 17 de abril,
é retirado e prescrito na URSS durante 28 anos. Antes de ser exibido ao
público, o filme foi demonstrado em 32 seções oficiais e fechadas, recebeu vários
cortes, originados pela censura soviética. O filme é acusado de “naturalismo e
atentado contra as tradições”. Na sua autobiografia Dovzhenko escreve:
«A alegria do sucesso
criativo foi brutalmente reprimida pelo assustador folhetim de dois fundos do Demyan
Bedny, (conhecido como “poeta do Kremlin”) chamado “Filósofos” no jornal “Izvestia”.
Eu, literalmente fiquei grisalho e envelhecido em poucos dias. Foi um trauma psicológico
real. Primeiro, eu queria morrer mesmo».
Dovzhenko soube com
incredulidade que o filme obteve um sucesso grandioso na Europa, sendo proibido
na URSS. Após a sua estreia em Berlim, a imprensa europeia dedica 48 artigos ao
Dovzhenko, na Itália ele é chamado de “Homero do cinema”. Na URSS o filme foi reabilitado
28 anos depois…
Pôster checoslovaco do filme |
“A terra” também foi
eleito entre dez maiores filmes de todos os tempos pelo Simpósio Internacional
de Críticos de Cinema e ganhou o lugar # 88 entre os 100 melhores filmes do
século, na versão da revista Time Out (1995). “A Terra” é o primeiro filme que
a personagem de Woody Allen vai assistir em “Manhattan”.
Ver o filme no YouTube, 70 minutos
Ver o filme no YouTube, 70 minutos
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