Metropolita
Andrey Sheptytsky liderou a Igreja Grego-Católica Ucraniana na época da II G.M. O metropolita Sheptytsky alertava o Vaticano sobre as atrocidades nazis contra os judeus, arriscando a sua vida, na tentativa de evitar o Holocausto.
Os
arquivos de papa Pius/Pio XII [o líder da igreja católica durante os anos da
Segunda Guerra Mundial] no Vaticano, que foram abertos recentemente permitiram
aos pesquisadores alemães descobrir mais evidências de que Pio estava muito
ciente do genocídio dos judeus e tomou pouca ou nenhuma ação contra ele.
Mas
os arquivos também lançaram uma nova luz sobre uma figura menos conhecida, mas
crucial na história: Andrey Sheptytsky, que liderava a Igreja Grego-Católica da
Ucrânia na mesma época.
Alguns
há muito tempo pedem que Sheptytsky se torne um Justo Entre as Nações, o título
de Israel para não-judeus que arriscaram suas vidas para salvar judeus do
Holocausto. Mas Yad Vashem, memorial do Holocausto de Israel, resistiu a isso.
As novas informações sobre Sheptytsky oferecem a seus simpatizantes uma nova
chance de honrar seu recorde histórico.
O
fundo
Sheptytsky
e seu irmão, Klymentiy, que foi reconhecido como justo, abrigaram mais de cem
judeus em mosteiros e organizaram grupos que os ajudaram a se esconder, de
acordo com vários historiadores, incluindo o historiador de Yale Timothy
Snyder. Andrey Sheptytsky também protestou publicamente o assassinato de judeus
e denunciou seus próprios congregantes por participarem da violência.
Nascido
em uma nobre família polaca/polonesa na Ucrânia em 1865, Andrey Sheptytsky se juntou
ao clero, apesar da oposição de seu pai. Klymentiy, quatro anos mais novo que
Andrey, seguiu os passos do irmão mais velho. Andrey falava hebraico
fluentemente e era doador regular de causas judaicas na área de Lviv, onde
morava. [...]
As
novas evidências
Nos
arquivos do Vaticano, os pesquisadores da Universidade de Munster descobriram
que Sheptytsky escreveu ao papa uma carta que falava de 200.000 judeus
massacrados na Ucrânia sob a ocupação alemã “diabólica”.
Escrever
essa carta, cujo conteúdo completo ainda não foi publicado, constituiu um crime
capital sob a ocupação nazi e, portanto, pode ser visto como uma nova
evidência de que o Sheptytsky arriscou sua vida para salvar judeus.
O Secretário de Estado do Vaticano, Angelo Dell'Acqua,
que mais tarde se tornou cardeal, alertou em um memorando na época para desacreditar
um relatório da Agência Judaica sobre o Holocausto porque os judeus “exageram
facilmente”. Ele também descartou o relato de Sheptytsky, dizendo que “os
orientais não são realmente um exemplo de honestidade”, revelou a pesquisa
alemã.[...]
Especialistas
estão “monitorando as notícias que saem do Vaticano”, disse um porta-voz do Yad
Vashem: “Esperamos que, uma vez terminada a crise da saúde, possamos retomar o
trabalho regular e examinar esses documentos em primeira mão”, disse o
porta-voz. “Naquela época, os historiadores terão uma melhor compreensão de
todas as suas implicações”.
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o texto integral em inglês.