quarta-feira, agosto 17, 2016

A realidade paralela do regime comunista hereditário (80 fotos)

Os operários da construção civil: é proibido fotografa-los
O jovem empresário e viajante profissional lituano, Jacob Laukaičio, visitou recentemente a Coreia do Norte e voltou vivo para contar a «realidade paralela» do país mais fechado do mundo.
O dono da página ChameleonJohn.com (promoções no ramo de hotelaria), se inscreveu como participante na Maratona de Pyongyang que em 9 de abril de 2016 reuniu quase 2.000 participantes estrangeiros (a inscrição para a distância de 10 km custa 50 Euros, as distâncias maiores custam mais caro).

O turista
Os turistas estrangeiros são proibidos de viajar sozinhos na Coreia do Norte. Devem visitar o país através de um voucher turístico, aprovado pelo estado. As viagens oficiais têm a duração entre 2 à 10 dias. Embora é possível conseguir um tour privado maior, mas este também custará muito mais. O tour paga-se com 3 meses de antecedência e pode custar entre algumas centenas e milhares de dólares ou euros. Contando todos os seus gastos, Jacob gastou cerca de 3.000 Euros. Os guias turísticos locais controlam todos os passos dos turistas que, por sua vez, são proibidos de se deslocar sozinhos. Além disso, logo no aeroporto, aos turistas são retirados os seus passaportes, estes são devolvidos apenas no fim, antes da saída do país. 
   
Os “amados líderes” são considerados Deuses
Coreia do Norte possui cerca de 34.000 monumentos que são considerados sagrados. Todos os feriados nacionais são ligados ao clã dos Kim. As pessoas realmente acreditam (ou fazem conta que realmente acreditam) que os seus líderes são lhes enviados pelas forças superiores, nunca erram, são as pessoas mais inteligentes, melhores e sábias do Universo.

As três transgressões do Jacob Laukaičio
Polícias: é proibido fotografa-los
1. Após a viagem ele escreveu vários artigos publicados em pelo menos 7 países do mundo e lidos por cerca de 150.000 pessoas. Aos turistas que deixam a Coreia do Norte é proibido se dedicar à este tipo de “atividades jornalísticas”.
2. Nos seus artigos ele manifestou a sua própria opinião sobre os “queridos líderes”, o poder e quotidiano das pessoas. Embora os seus textos e fotos mostram o lado positivo do país, essa atividade não foi autorizada pelo poder político da Coreia do Norte e como tal é proibida.
3. Após a viagem ele produziu o filme documental onde mostrou algumas imagens «ilegais», por exemplo as pessoas da construção civil ou polícias. Nos seus textos, Jacob revelou os “segredos”: no elétricos são afixadas as frases dos “queridos líderes” e os seus conselhos aos cidadãos.
A maratona nas ruas de Pyongyang
Quem violar as leis da Coreia do Norte entra na “lista negra” que pode ser detido e preso caso voltar ao país. É impossível dizer até que ponto as ações Jacob Laukaičio eram graves. Basta lembrar o caso do estudante americano de 21 anos que levou sem autorização um cartaz da parede do seu hotel e foi condenado aos 15 anos de trabalhos forçados. Em vários países do mundo o caso poderia criar problemas com administração do hotel, em alguns envolveria a polícia, mas praticamente só na Coreia do Norte o culpado acabaria condenado aos 15 anos de prisão.

As regras de ouro para a sobrevivência nas terras de juche
As animadoras da maratona nos trajes nacionais
– Os jornais com as imagens dos “queridos líderes” devem ser dobrados de maneira para não amarfanhar as fotos deles. Atirar um jornal deste no lixo é um delito grave, as fotos dos Kim estão em todos os jornais;
– Junto dos monumentos dos “queridos líderes” é proibido: estar de chinelos, com óculos de sol, com camisola amarada na cintura; é proibido: rir, falar alto, correr, passar e não se curvar; etc.
Não fotografar os operários de construção civil, militares, polícias, construções inacabadas muito grave violar essa regra!) e locais de construção, túneis;
– Não usar a moeda nacional (é possível mas ao seu próprio risco) e não a levar para fora do país; não levar fora do país a música e os filmes coreanos (na fronteira são verificados os telemóveis e os computadores);
– Não trazer ao país a literatura religiosa.
A reta final da maratona de Pyongyang
Fonte e as fotos @aqui; aqui e aqui.

Sem comentários: