O
casaco azul, gorro preto, mãos geladas e um olhar um pouco distante, são as últimas
imagens do ciborgue Ihor Branovytskiy nas ruínas do novo terminal do aeroporto
de Donetsk, filmadas pelos terroristas em 21 de janeiro de 2015.
Toda
a noite nas vésperas, Ihor tratava os camaradas feridos, arranjava lhes o
último cigarro, segurava os, quando eles davam o último suspiro. Acalmava os
seus nervos, quando eles pediam mata-los, sofrendo de dores. Naquela noite, após a segunda explosão do terminal, lá ficaram nove ciborgues
feridos. Até a manha metade deles morreu. Ihor, levou com um estilhaço no seu
colete prova-de-bala e apenas sofria de contusão. Ele deveria sobreviver. Mas não
conseguiu...
Os
terroristas do bando “Sparta”, após tomarem os restos do segundo terminal do
aeroporto, levaram Ihor e outros prisioneiros ucranianos para a cidade de
Donetsk. Ihor não sabia que aquela será a sua última viagem e que ele tinha apenas
7 horas para viver. Em Donetsk os prisioneiros ucranianos foram levados à cave
de um edifício, onde foram submetidas às interrogações. Para salvar os amigos,
Ihor disse que ele é operador da metralhadora (os terroristas procuravam os franco-atiradores
e operadores das metralhadoras para se vingar das suas baixas) e que veio para
defender o SEU país.
Ihor Branovytskiy (de casaco azul) no cativeiro terrorista, à sua frente é o terrorista "Givi" |
O
ódio dos terroristas tornou-se incontrolável. Ihor foi espancado durante horas,
aos pontapés, com as barras de ferro, era obrigado à se ajoelhar. Quando
recusava faze-lo, os terroristas disparavam nas suas pernas com as armas
traumáticas. As balas deste tipo ficaram para sempre cravadas no seu corpo, vistas
pela mãe, quando ela recebeu os restos mortais do Ihor, no fim de março de
2015. Quando o seu corpo se tornou uma massa sangrenta, quando o Ihor já estava
à morrer, o terrorista “Motorola” veio “curar” o militar ucraniano, disparando na
cabeça do ciborgue...
O
processo criminal contra os assassinos do Ihor Branovytskiy ficou ao cargo do
SBU. O caso se baseia no artigo 115º do Código Penal da Ucrânia, “assassinato premeditado”.
Passou um ano. A sua mãe espera pela justiça aplicada aos carrascos do filho.
Um ano, que ela leva as flores à campa do filho no cemitério de Berkovtsi em
Kyiv.
Se
recordem os últimos dias das defesa do Aeroporto de Donetsk (15.01-21.01.2015) que durou 242
dias. Se recordem do soldado ucraniano do 90º Batalhão da Brigada
aerotransportada das FAU que deu a vida pela Ucrânia. Se recordem do ciborgue que
disse na cara dos russo-terroristas: “Eu luto pela MINHA terra!” (fonte).
A
primeira baixa ucraniana de OAT
Dois
anos atrás, no dia 13 de abril de 2014 começou a guerra russo-ucraniana, a
guerra pela independência da Ucrânia. Dois anos atrás, às 9h00, nos arredores
de Slovyansk, começou o primeiro combate das forças ucranianas contra os
russo-terroristas. Embora a iniciativa da emboscada pertencia aos terroristas, as forças
ucranianas repeliram o ataque. Naquele combate, morreu heroicamente o oficial
do grupo especial “Alfa” da secreta ucraniana SBU, capitão Gennadiy Bilichenko
(41).
De
jure, no dia 13 de abril de 2014 começou na Ucrânia a Operação Antiterrorista
(OAT), que dura até hoje, mas cuja fase mais quente se deu no verão de 2014,
quando exército regular russo entrou em confrontos com as unidades ucranianas
nos arredores de Ilovaysk.
Nas
vésperas do segundo aniversário do início de OAT, o Chefe do Serviço de
Segurança da Ucrânia, Vasyl Hrycak prestou a homenagem aos heróis do SBU que deram as
suas vidas nos primeiros dias de combates contra a agressão russa.
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