A proibição de calças para as meninas em instituições educacionais é relatada nos territórios de Khabarovsk e Primorsky, nas regiões de Iakutia, Altai, Voronezh, Rostov, Irkutsk, Penza, Orenburgo e outros. Não existe um sistema: na mesma cidade, numa escola, as meninas podem frequentar as aulas com roupas confortáveis e quentes, mas numa escola vizinha, as alunas são colocadas no histórico escolar por causa das calças e são repreendidas publicamente, em frente dos colegas da escola.
Aplicação ou não da regra talibanizada depende unicamente da opinião do diretor da escola. Nas instituições de ensino onde foi introduzida a proibição, a administração argumenta: isso é necessário para a melhor disciplina e o bom desempenho acadêmico.
Os pais da região de Irkutsk reclamam que as meninas têm que chegar à escola com as temeraturas de -30ºC, usando a saia e meia-calça, razão pela qual algumas delas têm problemas de saúde. Calças não são o único item de roupa proibido. Frequentemente, as escolas russas proibem o uso das roupas quentes - suéteres, cardigãs, jaquetas.
Os médicos criticam duramente essas ordens. Devido às características estruturais do corpo feminino, o risco de adoecer por hipotermia nas meninas é 5 vezes maior. “Isso é nostalgia dos tempos soviéticos”, diz o Professor de Mérito da rússia, Dr. Ievgeni Iamburg, “Estupidez vinda do nada”.
No entanto, a rússia também está numa profunda crise económica e tenta usar os recursos dos seus parceiros de BRICS para conseguir algum apoio financeiro. Embora a única coisa que a rússia consegue oferecer fora portas são os seus recursos naturais: petróleo, gás, diamantes, madeira, etc. Mas o que a federação russa fará quando estes recursos esgotarem? Ou quando as poulações autoctónes das suas regiões petrolíferas ou diamantíferas reclamarem as partilha de justa parte da riquiza extraída do seu subsolo. Será que a população russas está pronta para voltar à década de 1990, cheia de incertezas e certas humilhações para todos aqueles que se auto-identificam com o passado imperial russo? Para evitar a repetição deste tipo de experiências, que seguramente poderão se revelar fatais ao seu status quo atual, a rússia usa e usará mais ativamente os seus espiões, sob o disfarce de diplomatas, para tentar aliciar os representantes dos países de BRICS.
Aqui que os diplomatas e estadistas brasileiros, indianos e sul-africanos devem responder uma pergunta simples: desejam eles de interagir com um país que está mergulhando numa teocracia crescente? Ou que essa talibanização russa é uma ameaça clara às democracias, imperfeitas, mas reais, dos três restantes países de BRICS.
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