Recentemente, o Senado
dos EUA adotou a Resolução № 466
que “condena perseguição judicial politicamente motivada e a prisão da ex-Primeira-Ministra
da Ucrânia, Yulia Tymoshenko”. A resolução exige a libertação da Yulia
Tymoshenko e pede o Departamento do Estado instituir a proibição de visitar os
EUA à todos responsáveis pela prisão e maus-tratos da Yulia Tymoshenko e de dezenas
de outros dirigentes políticos ucranianos.
A resolução foi adotada
nas vésperas da visita do presidente Yanukovych à Nova Iorque, onde ele discursará
na reunião plenária da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Para que a permanência do
Yanukovych nos EUA seja mais confortavelmente possível, os detalhes da sua
visita foram cuidados pelos lobistas, que anteriormente tratavam da imagem do ex-presidente
egípcio, Hosni Mubarak.
Consta-se que o lobista
– chefe do regime do Yanukovych em Washington D.C., é Anthony Podesta,
considerado com um dos lobistas mais influente dos EUA. Além disso, ele é irmão
do John Podesta, ex-chefe da Administração do presidente Clinton e conselheiro
do Barack Obama.
Os serviços do Anthony
Podesta foram contratados através da companhia belga “European Centre for a
Modern Ukraine”, controlada pelo Partido das Regiões da Ucrânia. As empresas próximas
do Podesta, “Podesta Group Inc.” e “Mercury/Clarc & Weinstock” foram
contratadas pela “European Centre for a Modern Ukraine” logo após o pré-registo
da Resolução №
466 no Congresso. Na rubrica “questões específicas de lobby” está escrito: “questões
ligadas às relações entre Ucrânia e os EUA”. O trabalho de lobistas custou ao
Partido das Regiões (isso é, aos contribuintes ucranianos) 310.000 USD em dois
meses.
Os autores da resolução
foram dois senadores, democrata James Inhofe e republicano Richard Durbin.
Durbin estive na Ucrânia na primavera de 2012, se reuniu com Yanukovych,
primeiro-ministro Azarov e chefe do MNE, Kostiantyn Hryshenko. Após a visita,
Durbin discursou perante o Senado e comparou Yanukovych com o regime do
Alexander Lukashenka:
O atual governo colocou
na prisão a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko pelo contrato de gás,
alegadamente ilegal, com a Rússia. Nós podemos não concordar com as decisões
políticas de ex-políticos, e eu não sei ajuizar até que ponto este contrato é bom
ou não. Mas eu posso dizer que a democracia não implica a prática de colocação
na cadeia de adversários políticos. Isso desencoraja as pessoas de concorrer
aos mandatos.
Eu diria que em tais
ações há um mau gosto da ditadura de Lukashenko da vizinha Belarus, o último
ditador da Europa que no dia seguinte a sua eleição colocou na prisão todos os
seus adversários políticos.
Durbin também informou
que durante os encontros com Yanukovych e Azarov, eles lhe prometeram resolver
a questão da Yulia Tymoshenko “as soon as possible”.
Quatro meses mais
tarde, a questão ainda não foi resolvida. Por isso, “as soon as possible”, a Resolução
foi colocada à votação no Senado. Partido das Regiões enviou para Senado o
Embaixador e vice-embaixador da Ucrânia nos EUA, a oposição ucraniana estava
representada pela filha da Yulia Tymoshenko – Yeugenia Tymoshenko e pelo seu
advogado Serhiy Vlasenko.
A Resolução menciona o vice-procurador-geral
da Ucrânia, Renat Kuzmin, que desde outubro de 2011 acusa Yulia Tymoshenko de
ser mandante de assassinatos sem apresentar qualquer acusação formal.
Único senador com cujo
apoio contava Ucrânia era republicano Richard Lugar, mas ele votou com todo o “chão”
do Senado, condenando Ucrânia.
Além disso, Partido das
Regiões enviou para Washington D.C., a delegação composta pelo Ministro das
Finanças e pelos chefes do Banco da Ucrânia e das Alfândegas. Amigos do filho
mais velho do Yanukovych e próximos à “família” do presidente, eles são vistos
por alguns analíticos como futuro núcleo duro do Gabinete dos Ministros da
Ucrânia. Não se sabe se eles tentaram
influenciar o sentido do voto da Resolução № 466,
mas é certo que chegaram se reunir com o chefe do Departamento da Europa do
vice-presidente americano.
Todo o procedimento de
adopção da resolução e das suas emendas levou um minuto e 17 segundos. O lobby
externo da administração do Yanukovych era um colosso com pés de barro. Milhões
de dólares, dezenas empresas de RP, escritório em Bruxelas, as visitas intermináveis
dos membros do Partido das Regiões à Europa e aos Estados Unidos ficaram impotentes
diante de dois senadores de Illinois e Oklahoma, que compreenderam perfeitamente
a natureza do atual poder ucraniano.
Fonte:
http://www.pravda.com.ua/articles/2012/09/24/6973327
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