O campeão do boxe e líder do partido UDAR, ucraniano Vitali Klitschko faz parte dos 67% dos ucranianos que consideram Holodomor como genocídio da Nação ucraniana. Eis o depoimento inédito do pugilista.
Pela primeira vez me contou sobre Holodomor a minha avó, Yevdokia Pylypivna. Meninos, eu e meu irmão pensamos que com as histórias terríveis avó simplesmente nós tentava assustar. Eu tinha 9 anos, Volodymyr ainda era pequeno mesmo, mas ambos lembramos até agora aquelas recordações assustadoras.
Avó Dusya recordava como ela, juntamente com as irmãs recolhia a erva Malva sylvestris, como os seus pais escondiam os alimentos dos pelotões de requisições, como gritou a mãe dela, quando estes levavam o trigo. Avó sempre chorava quando se recordava disso, e nós não conseguíamos acreditar que tudo aquilo era verdade. Na grande família da avó havia 8 crianças. Naquele Inverno assustador os seus país e todos os irmãos e irmãs morreram. A pequena Dusya foi salva pelos vizinhos, ela foi única que sobreviveu.
Nos nossos manuais soviéticos da história não havia nenhuma linha sobre a terrível fome de 1932-1933. Mas quase todas as famílias ucranianas ouviram falar sobre este acontecimento. E odiavam em silêncio Stalin, pois sabiam que aquela fome foi o seu plano horrível.
Para mim, o dia 26 de Novembro é o dia da memória da minha avó, dos seus irmãos e irmãs. O dia quando nós recordamos a história da nossa família, a história da Ucrânia, para também poder conta-la aos nossos filhos.
Hoje (26.11) à noite eu acenderei a vela da memória. Pelos todos assassinados sem culpa nenhuma...
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