No meio: Yevhen Konovalets (1891-1938), o fundador da OUN, assassinado pelo NKVD na Holanda |
O filme “Serviço da Segurança
da Organização dos Nacionalistas Ucranianos. Portas fechadas” do realizador
ucraniano Vitaly Zahoruyko é a primeira película documental ucraniana sobre o departamento
mais secreto da OUN. SB
OUN deixou pouca informação sobre o seu funcionamento, espaço que a
propaganda soviética apressou-se à preencher com diversos boatos malignos.
Uma grande parte dos
documentos sobre SB OUN desapareceu para sempre nos arquivos soviéticos, outros
foram destruídos pelos próprios operativos da SB, nos últimos momentos das suas
vidas, para que estes não caírem nas mãos do NKVD.
O filme conta com o
depoimento de um antigo operativo do SB OUN, uma resistente que servia de
correio clandestino do Exército Insurgente da Ucrânia (UPA) e o guarda-costas
pessoal do general
Roman Shukhevych, um dos mais conhecidos líderes e comandantes do UPA.
O realizador e autor do
guião Vitaly Zahoruyko é natural de Donbas e já realizou alguns filmes documentais
e programas da TV. A equipa de produção foi consultada pelo Centro de Estudos
dos movimentos da libertação e pelo Arquivo estatal da secreta ucraniana SBU.
Nas filmagens participaram cerca de 70 membros da sociedade da procura das
vítimas da guerra “Memória”,
foram usadas diversas viaturas e blindados, empregues os efeitos da pirotecnia. As filmagens decorreram
no Museu nacional-memorial das vítimas dos regimes de ocupação “Cadeia na Lonckoho”, outros locais da cidade e da
região de Lviv.
Ver
o filme no YouTube (55 minutos):
www.youtube.com/watch?v=kpHE7AYz5iw
SB OUN vs NKVD
“O
Serviço de contra-inteligência dos nacionalistas ucranianos conseguiu rastrear,
bastante rapidamente, algumas casas seguras do NKVD em Lviv. O método da sua técnica
de vigilância foi extremamente simples; eles começavam ao lado do edifício do
departamento do NKVD da cidade e acompanhavam todo mundo que de lá saía com as roupas
civis e (calçando) as botas, o que denunciava neles um militar: os membros do
NKVD ucraniano escondiam o seu fardamento debaixo dos casacos, esquecendo um “pormenor”
como o calçado. Eles, aparentemente não tiveram em consideração que na Ucrânia
Ocidental as botas eram usadas apenas pelos militares. No entanto, como é que
eles poderiam saber disso, quando na parte da Ucrânia soviética todos calçavam as
botas, pois não era possível arranjar nenhum outro calçado?” (Pavel Sudoplatov, Operações
Especiais: Lubyanka e Kremlin: 1930-1950).
Ou
seja, em Lviv e nas outras cidades da Ucrânia Ocidental, os homens, normalmente
calçavam os sapatos. E apenas os militares, polícia e membros da secreta soviética calçavam
as botas de kirza que pouquíssimo condiziam
com os seus fatos e casacos ocidentais, “libertados” pelas forças soviéticas algures
na Europa Ocidental, no final da II G.M.
Bónus
Na
cidade russa de Krasnoyarsk,
recentemente foi erguido o monumento ao alcoólico anónimo que certamente
representa alguma coisa na psique da populaça local ou se calhar não (FONTE)...
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