A recente participação da
cantora russa Zemfira no
festival georgiano Tbilisi Open Air
2015, conseguiu provocar a ira mais que aguda e a indignação quase genuína
dos diversos compatriotas seus.
Os russos famosos e
anónimos já chamaram a ação da Zemfira de “exercício das relações públicas”; de
“especulação baseada no sangue pelo honorário”; pediram o “boicote total da
cantora”; sugeriram à “não deixar a cantora voltar para Rússia, obrigando a
viver em Tbilissi” e até exortaram o público russo nos seus concertos à atirarem
contra ela os “tomates e ovos”.
Tudo isso pelo facto da
Zemfira empunhar no palco georgiano a bandeira nacional da Ucrânia, a bandeira
do país que a propaganda russa continua à classificar de “país-irmão”, país habitado
por “praticamente mesmo povo” (comparado com o russo), na versão do
presidente Putin. Nesta ótica o tratamento dado aos símbolos nacionais do “país-irmão”
é altamente incompreensível, ou se calhar, até é absolutamente esperado...
Zemfira
com a bandeira da Ucrânia:
https://www.youtube.com/watch?v=jSB0mUXuV38
Em contrapartida, os
mesmíssimos usuários russos não viam nenhum problema na situação em que o ator
russo Mikhail
Porechenkov a) entrou ilegalmente na Ucrânia; b) usou ilegalmente as vestes
(capacete e o colete prova-de-bala) com a inscrição “imprensa”; c) inserido numa
unidade russo-terrorista participou num “safari” humano, disparando contra as
posições ucranianas, usando para isso uma metralhadora pesada.
Ator russo Mikhail Porechenkov em Donetsk |
Este tratamento
dispensado aos cidadãos do “país-irmão” não suscitou nenhuma crítica, ira, nem
mesmo qualquer incómodo da sociedade russa ou da sua blogosfera. Matar os
ucranianos na Ucrânia pela culpa de pretenderem ser ucranianos? Este que é espírito
do verdadeiro “mundo russo” na luta sem quartel conta o “fascsimo-nazismo
ucraniano”.
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