quinta-feira, fevereiro 29, 2024

Os resultados práticos da guerra russa contra Ucrânia: 2º aniversário

Legenda da foto: «Mundo russo»

Ucrânia ocupa um lugar de destaque nos planos de putin para restaurar o império russo. Há anos que se preparava para uma guerra de agressão, e os chamados «Acordos de Minsk», em caso de assinatura dos quais o governo ucraniano capitularia perante Moscovo, eram necessários ao Kremlin como uma ferramenta para o ocupação da Ucrânia, sem receber a resistência. 

O dia 24 de fevereiro de 2022 ficará nos livros de história assim como 1 de agosto de 1914 ou 1 de setembro de 1939. A rússia tornou-se o primeiro país que ousou travar uma guerra de agressão no século XXI. A ocupação da Ucrânia foi apenas um objectivo intermédio de putin: ao iniciar a guerra, desafiou o Ocidente numa tentativa de mudar a ordem mundial existente e mostrar a fraqueza e ineficácia das instituições supranacionais do Ocidente. 

A guerra em grande escala lançada pela rússia irá concretizar o fornecimento atempado de armas às Forças Armadas da Ucrânia, porque o Kremlin só entende a linguagem da força. putin está se preparando para um longo confronto que poderá durar enquanto ele estiver no poder. Assim, o fornecimento de equipamento militar, sistemas de defesa aérea, mísseis de longo alcance e munições de artilharia é a contribuição ideal para o futuro pacífico da Europa. Se as FAU não conseguirem deter o Estado terrorista russo, os polacos, os alemães e os austríacos terão de o fazer. 

A maioria dos países do mundo não acreditava que Ucrânia resistiria, dando às FAU alguns dias no máximo, e alguns países solidários com putin sonhavam com a queda da Ucrânia. As tropas russas partiram de 9 direções diferentes do norte, leste e sul. No total, pelo menos 220 mil soldados russos estiveram envolvidos na invasão. Foi uma guerra de agressão cuidadosamente planeada por um Estado terrorista. 

Nos primeiros dias da guerra, as tropas russas, que tinham uma vantagem numérica 10 vezes maior sobre os defensores da Ucrânia, sofreram pesadas derrotas nos arredores de Kyiv, tentando pousar no aeroporto de Hostomel, mas a operação de desembarque foi um fracasso total. Em 25 de fevereiro de 2022, a pista do aeroporto foi destruída e, em 2 de abril de 2022, as Forças Armadas da Ucrânia libertaram Hostomel. 

Já em 27 de Fevereiro de 2022, quando o número de russos mortos ultrapassou os 5.000, e Kyiv resistiu, ficou claro que os planos de putin para uma rápida tomada de poder na Ucrânia tinham fracassado completamente. E no início de Abril de 2022, as Forças Armadas da Ucrânia libertaram as regiões do norte da Ucrânia — Kyiv, Zhytomyr, Chernihiv e Sumy. 

Em Julho de 2022, Ucrânia conseguiu retomar as exportações de cereais em condições extremamente difíceis, contribuindo para a segurança alimentar global. Durante Maio-Julho dde 2022, a maioria das missões diplomáticas que foram evacuadas pouco antes da invasão em grande escala retomaram o seu trabalho na Ucrânia. 

Ucrânia libertou mais de 50% do território ocupado após 24 de fevereiro de 2022. O “Segundo Exército Mundial” revelou-se um mito cultivado pela propaganda russa durante anos. Cada vez mais países do mundo apoiam a Ucrânia. Os apelos à ajuda das Forças Armadas estão a tornar-se comuns no Ocidente, num contexto de consciência da crescente ameaça da federação russa, que se prepara para um confronto plurianual. 

Em meados de Fevereiro de 2024, a perda total de mão-de-obra no exército russo ultrapassou 403.000 pessoas. As forças armadas russas também perderam 14.573 equipamentos militares, dos quais: destruídos: 10.203, danificados: 669, abandonados: 768, capturados: 2.933, incluindo 25 navios e barcos e 1 submarino. Estas são as maiores perdas sofridas pela URSS/rússia pós-soviética em todas as guerras pós 1945.

Após dois anos de guerra em grande escala com a rússia, o exército ucraniano é o exército mais experiente da Europa e o único com experiência de guerra com a federação russa. Ucrânia já fez a coisa mais importante: destruiu as melhores e mais capazes reservas do exército russo, e se o Ocidente continuar o seu apoio abrangente à Ucrânia, a ameaça da expansão russa na Europa será impossível durante décadas. 

Bónus 

— A Rússia tem dois aliados: o exército e Trump.

— Talvez o exército e a marinha?

— Mas que marinha, não diga as piadas.

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