O jogo decorreu no estádio «Zenit» (rua Kerosynna № 24, hoje rua Sholudenko 28/4), entre, a equipa “Start” (oficialmente a “Equipa de [panificadora] «Hlibzavod» №1”), formada pelos jogadores profissionais das equipas ucranianas «Dynamo Kyiv» e «Lokomotiv») e a equipa amadora alemã “Flakele”, formada pelos pilotos e técnicos da Luftwaffe, com a participação dos militares da força antiaérea alemã.
Na equipa ucraniana alinharam os seguintes jogadores: Mykola Trusevich; Oleksiy Klimenko, Ivan Kuzmenko, Mykhaylo Svyrydovskiy, Mykola Korotkih, Fedir Tutchev, Mykhaylo Putystin, Vasyl Sukharev, Volodymyr Balakin, Mykhaylo Melnyk; Makar Honcharenko; Pavlo Komarov, Yuriy Cherneha e Petró Sytnyk. Oito pertenciam ao Dynamo Kyiv e três ao Lokomotiv de Kyiv.
Segundo a propaganda soviética, a equipa de alemã “Flakele” pertencia à elite de Luftwaffe e viajou especialmente da Alemanha para Kyiv para levantar o espírito dos alemães. Alegadamente nunca tinha perdido nos territórios ocupados pelo 3º reich. Na realidade era uma equipa amadora da linha da frente, formada pelos aviadores, técnicos e pessoal da defesa antiaérea.
O primeiro jogo que decorreu no dia 6 de Agosto “Flakele” perdeu por 1 à 5. No jogo “da desforra”, ocorrido em 9 de agosto, os alemães perderam novamente, por 3:5 (e não 0:6, como dizia a propaganda soviética). Assim terminou o famoso «jogo da morte».
Cartaz do famoso "jogo da morte" |
Anteriormente,
decorreram vários outros jogos, sempre ganhos pela equipa «Start»:
Dia
7 de Junho: “Start” contra militares alemães, 4:1, jogo terminou
antecipadamente, pela decisão do árbitro.
17
de Junho: «Start» contra alemã «PZS» (composta pelos militares da divisão de
blindados), 6:0.
19 de Julho: «Start» contra equipa do exército húngaro «MSG Wal», 5:1.
A foto conjunta entre os ucranianos (camisas escuras) e futebolistas húngaros (camisas tricolores) |
26 de Julho: «Start» no jogo de desforra contra a reforçada «MSG Wal», 3:2.
Outro jogo decorreu em 16 de Agosto: «Start» contra «Rukh» (equipa amadora ucraniana, composta pelos operários e funcionários da administração municipal). Também terminou com a vitória do “Start”.
Como contou o participante do jogo/partida, Makar Honcharenko (1912 – 1997), na sua entrevista de 1992, os futebolistas ucranianos não receberam nenhumas ameaças antes do jogo, no final da partida eles abandonaram livremente o estádio e foram para suas casa. No entanto, nove dias depois alguns dos jogadores de “Start” foram detidos pelos alemães devido ao roubo de pão na panificadora, onde todos eles trabalhavam. Três deles fofam fuzilados 5 meses depois, um morreu sob a custódia da polícia alemã.
A campa do Makar Honcharenko em Kyiv |
Os restantes jogadores— Mykhaylo Svyrydovskiy, Makar Honcharenko, Mykhaylo Putystin e Fedir Tutchev sobreviveram a II G.M.
A campa do Fedir Tutchev em Kyiv |
Em 2005, a procuradoria da cidadã alemã de Hamburgo fechou o processo, aberto em 1974, dedicado ao «jogo da morte», sem estabelecer nenhuma ligação entre a morte dos jogadores ucranianos e a sua vitória nos jogos.
O caso tive direito à três monumentos, todos erguidos na cidade de Kyiv. Uma placa memorial de 1971 no estádio “Dynamo”. A composição arquitetónica de 1981 no estádio «Zenit», rebatizado em «Start». E um cubo de granizo, nas proximidades do local, onde os nazis fuzilavam os prisioneiros do campo de concentração de Syrets…
Ler mais @Volodymyr Prystayko “Existiu o “jogo da morte”? Documentos testemunham. - Kyiv: 2005. 168 páginas (ISBN 966-96587-1-3)
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