terça-feira, outubro 18, 2016

A liquidação do terrorista “Motorola”. Cui prodest?

A liquidação em Donetsk de um dos mais famosos líderes dos terroristas russos afetos à “dnr”, suscitou diversas teorias que pretendem explicar quem executou a operação, efetuada com muitíssimo profissionalismo e quem poderá lucrar com a situação, a pergunta clássica que deve ser feita nos casos semelhantes: cui prodest?  


Toda a operação foi organizada de forma muitíssimo profissional. A mina (ou explosivo de plastídio) foi colocada no telhado do elevador, junto aos (ou nos) cabos. Significa que os operativos penetraram no prédio onde vivia o terrorista e de seguida no poço do elevador. “Motorola” era, provavelmente, o comandante do campo mais conhecido entre os terroristas. Anteriormente ele sobreviveu pelos menos duas tentativas da sua liquidação. Dado que o prédio onde vivia possuía vários anéis de segurança, seguramente, estes também controlavam os serviços comunais, são as alicerces do ofício.
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O primeiro anel de segurança controlava a situação em redor do prédio, verificava as pessoas e viaturas que se aproximavam, prestando atenção especial aos desconhecidos. O segundo anel estava na entrada do prédio, o terceiro – no andar ocupado ilegalmente pelo “Motorola” e pela sua concubina (dado que “Motorola” era legalmente casado na Rússia). Todos os guardas pertenciam ao seu bando – “Sparta”. Mesmo assim, os desconhecidos controlavam todos os movimentos do terrorista, a explosão era guiada, aconteceu no exacto momento em que Pavlov, juntamente com um guarda-costas (que também morreu na explosão) entrou no elevador e as portas do mesmo se fecharam.  
Um atentado com auxílio de uma viatura armadilhada e parqueada algures no espaço público seria muito mais fácil de executar. Este esquema foi usado na tentativa anterior de liquidação do terrorista junto ao hospital de Donetsk. Mas o risco de falhar aumentaria em demasia, de última vez “Motorola” sobreviveu, provavelmente perdendo um olho. Desta vez os desconhecidos decidiram jogar pelo seguro, escolheram a tática de efetuar um ataque pontual, mas muito bem calculado e executado.

O desconhecido recebeu acesso ao poço de elevador para a colocação da mina. O fusível de banda rádio era poderoso o suficiente para ser ativado à uma grande distância, para além do perímetro de segurança. A coisa mais interessante é saber como os desconhecidos obtiveram os dados sobre o exato momento de entrada do “Motorola” no elevador. Para isso, eles precisariam acionar o explosivo observando directamente o terrorista, ou teriam que instalar o sistema de vídeo monitoramento e vídeo vigilância, para saber o momento exacto da sua entrada.
Os olheiros, poderiam à qualquer momento, serem detetados e capturados pela contra-inteligência russo-terrorista que poderia controlar a rota habitual do “Motorola”. O risco era enorme, pois tudo indica que o terrorista era observado constantemente e esperado no momento exacto.

A Operação era muito complexa e ousada, que seria preparada por um grupo considerável de especialistas, durante várias semanas. A julgar pelo facto de que toda esta operação complexa não foi detetada e nenhuma detenção foi feita, significa que os autores reais desta ação tiveram o tempo de abandonar o local em segurança. Qualquer força ou agência que executou a operação fez isso de forma absolutamente profissional.

Quem é responsável?
A versão dos terroristas sobre o “grupo de sabotagem ucraniano” até agora só foi confirmada pelo anúncio num fórum de emprego da Ucrânia. A Direção-geral de inteligência militar da Ucrânia (GUR) procurava um especialista em elevadores com salário de 22.000 UAH (850 dólares). À primeira vista parece coisa demais, seguramente haveria na Ucrânia gente que pagaria à GUR para participar numa operação destas.  

O voluntário ucraniano da cidade de Kharkiv, Roman “Skitalec” Donik, avançou com a informação do que “Motorola” foi abatido pela ordem do terrorista russo Akhra “Abkhaz” Avidzba, o líder do bando “Pyatnashka” (“15ª brigada internacional”), a unidade terrorista, dominada pelos militantes originários do Cáucaso.
O casal de "motorolas" na viagem pela Abecásia
A razão da forte inimizade é o comportamento da concubina do “Motorola”, Yelena “Canistra” (Bidão) Kolenkina que durante a sua recente estadia na Abecásia chamou os moradores locais de “f0dilhões de cabras”. Pela informação do voluntário, a operação foi financiada pelo outro terrorista russo de origem abecasa, Stavros Bagatelia, responsável pela “gestão” da rede dos supermercados “ATB”, que foram “nacionalizados” pelos terroristas.

“Abkhaz durante muito tempo pedia a gente do Kremlin a permissão para liquidação. Só agora a permissão foi dada. Após o retorno do “Motorola” de Luhansk, onde participou na limpeza dos alegados golpistas locais”, – escreveu Donik.

Em junho de 2016, a concubina do Pavlov, Elena “Canistra” Kolenkina escreveu na sua página na rede social VK que Abecásia, onde os “Motorolas” passaram as férias era dominada pela “ruína e merd@”, disse também que nem todos os habitantes da região “poderiam ser chamados de gente”. Embora depois apagou a postagem.

Em resposta, os moradores de Abecásia, alguns dos quais participaram nas atividades terroristas no leste da Ucrânia lembram à Elena o seu passado de prostituta barata, a origem da sua alcunha, o seu casamento ilegal, e desejaram ao Donbas a mesma sorte que à Abecásia foi trazida pelo “mundo russo”.
As ferramentas da "Canistra"
“Canistra” recebeu várias ameaças e conselhos nunca mais aparecer no Cáucaso, olhar atrás das costas na rua, pois “o castigo te achará”, como escreveu um usuário. O arménio Ashot Atayan disse à Elena que o seu assim chamado “marido” é um assassino que “veio ao país alheio para matar e saquear”, prometendo que a ex-garota do programa iria responder pelas suas palavras (fonte).

A fuga da “Canistra”

Após a liquidação do “Motorola”, a sua concubina, acompanhada pelos guarda-costas fugiu do prédio, levando consigo apenas algumas pastas e as crianças, escreveu a página ucraniana Dialog.ua
A inscrição popular no "memorial popular": babaca
[Elena] Pavlova trabalhou na brigada Sparta, por ela passavam documentos importantes, ela sabia dos fluxos de caixa dos terroristas, [sabia] quem financia os bandos e assim por diante. Mesmo que ele não seja abatida agora, tal como o marido, de seguida vão limpa-la em silêncio, ou alguém irá atropela-la acidentalmente, explodirá ou abaterá”, – se comenta nas redes sociais.

A versão Lusvarghi

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