No longínquo ano de 1966,
na Argentina, foi publicado o livro “Guerrillas
tras la cortina de hierro” (Instituto Informativo – Editorial Ucranio), da
autoria do jornalista e estudioso de assuntos de inteligência Enrique Martínez
Codó (1926-2013). O livro é dividido em 12 capítulos que ao longo das 419
páginas analisam três principais períodos da luta do Exército Insurgente
Ucraniano (UPA): 1941-1944 (contra Alemanha nazi e contra a URSS), 1944-1950 (contra
URSS, Polónia, Hungria e Checoslováquia) e 1950-1963 (na clandestinidade).
No prólogo da obra, o
General Luis García Rollán, professor principal da Escola Superior do Exército espanhol
escreveu o seguinte:
“A resistência
ucraniana constitui uma força potencial à disposição do Mundo Livre, mas necessita
a compreensão e o apoio moral e material deste, para levar a cabo com êxito seu
cometimento. […] Agradeço ao Martínez Codó, um trabalho que … expõe a História
do povo ucraniano, que luta com toda esperança pela sua liberdade”.
Nos princípios de abril
de 1959, apareceram nos jornais de Buenos Aires as lacônicas notícias que informavam
sobre a detenção na URSS de cinco pessoas acusadas de pertencerem ao UPA, guerrilha
ucraniana que atuava na Ucrânia Soviética; bem no interior da prisão de nações que
se chamava União Soviética. A notícia surpreendeu quer um argentino médio, quer
o jornalista profissional Enrique Martínez Codó, que procurando pelas mais
informações chegou ao Instituto Informativo Ucranio de Buenos Aires, onde descobriu
a verdade “assombrosa e inédita”: a União Soviética não constituía um bloco monolítico,
mas era habitada por diversos povos que ansiavam pela sua libertação nacional.
Na introdução à sua obra
Enrique Codó escreve:
“O objetivo desta
modesta obra, livre de toda pretensão literária, é servir de documento
esclarecedor e testemunhal da luta organizada de um grande povo contra os
imperialismos totalitários que o oprimiram. Assim mesmo, tem por missão denunciar
os erros trágicos cometidos até o presente, assim como desvirtuar a insistentemente
repetida e aceite propaganda soviética que pretende fazer crer no mito do “grande
patriotismo soviético”.
Antes de concluir este livro,
Enrique M. Codó escreveu um artigo específico sobre UPA, intitulado “La Guerra de
Guerrillas en Ucrania” que fui publicado na revista mensal da Escola de Comando
do Estado Maior do Exército dos Estados Unidos, “Military Review”, na edição de
novembro 1960. Neste artigo o jornalista desmistificava o mito soviético que
pretendia provar do que todo o movimento da guerrilha na Ucrânia durante a II
G.M. era comandado à partir de Moscovo.
Unidade de UPA no descanso |
O artigo foi reproduzido
em várias coletâneas e publicações de especialidade, entre outras, Revista
Militar del Perú № 660-1960 ou Revue Militaire Géneral № 5-1963.
3 comentários:
Eu encontrei um livro escrito pelo autor disponibilizado em pdf pela Biblioteca da Diáspora:
https://diasporiana.org.ua/ukrainica/13234-codo-e-m-guerrillas-tras-la-cortina-de-hierro/
No entanto, eu não achei outro livro chamado "La Resistencia en Ucrania".
Por acaso, você conhece outros autores do mundo hispânico, lusófono ou anglo-saxão que se especializaram no UPA? Pelo que li, o Enrique Codo simpatizava com a resistência ucraniana. Eu quero um livro mais ou menos nessa linha para enriquecer meu conhecimento sobre a UPA.
Ainda, eu fico muito triste ao notar a escassez de livros sobre a história da Ucrânia.
Este é o livro que todo estudioso em História Militar deveria ter lido antes de ter anunciado a vitória da Erefii contra a Ucrânia em 2022.
Ucrânia deveria apoiar São Paulo contra o Brasil. Brasil é a CCCP sul-americana.
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