Em 1934 o jovem poeta
de Kyiv, pertencente ao grupo literário “Molodniak” (Juventude), vencedor do
prémio do Ministério de Educação da Ucrânia Soviética, Oleksa Vlyzko, foi preso
pelo NKVD. Tinha ele 26 anos. Na cadeia Lukyanivska em Kyiv ele escreveu os
versos “Sam” (Sozinho), que conseguiu passar para liberdade, dando lhes a forma
de carta à sua mãe. Alguns dias mais tarde o poeta futurista foi condenado à
pena capital e fuzilado no mesmo dia…
Sozinho
...Tudo. E concórdia, e
discórdia – Claramente dialética. "Dialética da natureza", Como fosse
a tal elétrica: Foca para cima, atira as profundezas. Para onde quero, para lá
caminho. Amigo ou inimigo. Para turbulência da turbulência (Ao olhar do Karl
Marx). Há amor, há também reclamações. Já se veem as imagens... Através do curto-circuito
O cuspo de alguém não apagou, arde! Não da oração no ambão Me derramo em
bajulação. Em todos os sinos a terra sinala o comunismo – até dá medo. Assim tudo
é claro, basta. Fome? Frio? Passara num piscar de olho... Outubro ao vento transverso
leva à eternidade, a mim também. Digo assim, me parecia, Que serei livre, o facto.
Mas calei, coração parou, veio ao enfarte. Alguém disse... mas “eu passeio”, Para
onde me o arrependimento? Como “submisso”, então ziguezagueio entre a morte e a
vida...
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