segunda-feira, maio 31, 2010

Coroa de flores ataca Yanukovich II


http://www.youtube.com/watch?v=oowdk2Xqhbg


O vídeo que mostra a coroa de flores com as cores nacionais da Ucrânia a “atacar” o ainda presidente ucraniano Viktor Yanukovich, já recebeu mais de 1.810.000 visualizações.

No entanto, como informa a organização Bratstvo (em 2004/05 apoiantes e em 2010 opositores de Yanukovich), a coroa foi vendida no seu internet – leilão por 42.000 UAH (5303 USD) para um anónimo conhecido pela alcunha NikolayPavl.

A organização promete usar os fundos arrecadados no leilão na defesa dos seus activistas, Oleksiy Markov e Vitaliy Krasnoshok, detidos dois meses atrás em Odessa, por causa da sua acção anti – novo regime.

Fazenda de avestruzes ucranianos

Desde 2001 funciona na Ucrânia a fazenda de Yasnohorodka (arredores de Kyiv), que se dedica à criação industrial de avestruzes.

A melhor maneira de chegar à fazenda é de carro: via vila Vyshneve, saindo da auto-estrada junto à estação de serviço Mukhomor; outra possibilidade é ir pela auto-estrada Kyiv – Zhytomyr. Na própria vila de Yasnohorodka existem vários sinais que indicam a direcção, perder-se é bem difícil.
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Na fazenda existem um mini – zoológico, parque infantil e um restaurante, onde você pode saborear pratos de carne e ovos de avestruz. A excursão com a duração de 30 minutos custa 25 UAH (3,2 USD) para os adultos e 15 UAH (1,9 USD) para as crianças, os horários podem ser consultados na página da fazenda. Antes de participar na excursão os visitantes recebem uma aula sobre de segurança pessoal, pois os avestruzes facilmente podem se tornar perigosos.

Omeleta de apenas um ovo de avestruz equivale à omeleta de 8 ovos de galinha, o seu preço no restaurante é de cerca de 20 UAH (2,5 USD), o bife de avestruz já é mais caro, custa cerca de 70 UAH (8,4 USD). A carne tem um sabor parecido com o do peru.

Ler o texto integral & ver fotos:
http://community.livejournal.com/ua_travels/1375437.html

quinta-feira, maio 27, 2010

Arte mural ucraniana

O duo de artistas ucranianos Interesni Kazki (Contos Mágicos Interessantes), formado pelos jovens Waone (Volodymyr Manzhos) e AEC (Oleksiy Bordusov) tem um trabalho impressionante, com um estilo que lembra o surrealismo das obras do polaco Jacek Yerka, principalmente pela paleta de cores usada. Uma comparação inevitável, mas que não tira nenhum brilho da arte dos ucranianos.

Ver outros trabalhos do Interesni Kazki

Obrigado ao Cláudio Zasycki

segunda-feira, maio 24, 2010

Flit: o punk rock ucraniano

Apresento vós o grupo ucraniano de “punk rock inteligente”: Flit. Gostei francamente a música do grupo, que posso definir como, sem dúvida a de qualidade.

Ver e escutar a banda no YouTube
Página oficial da banda (em ucraniano)

Obrigado ao Val Ch. (actualmente na Ucrânia).

Foto: Wiki, concerto em Varsóvia.

quinta-feira, maio 20, 2010

Katyn em exibição em Maputo

Sexta-Feira, 21 de Maio; CCFM às 17h00 e 20h00
Quarta-Feira, 26 de Maio; UEM: Faculdade de Letras e Ciências Sociais às 15h00


O mestre Andrzej Wajda oferece-nos “Katyn”, um filme que deve o seu título à região florestal da Rússia actual, onde 21.768 oficiais e civis polacos foram executados pela polícia secreta de Estaline, a NKVD.

“Katyn” empenha-se em dar mais clareza a um acontecimento que foi durante um longo período deliberadamente encoberto de mistério. Durante os cinquenta anos da influência soviética, os relatos oficiais sobre o Katyn culpabilizaram nesta tragédia o regime nazi da Alemanha. Na altura em que Mikhail Gorbachev e posteriormente Boris Yeltsin assumiram a culpabilidade soviética, a verdade sobre Katyn já era um segredo aberto.

Ver o filme no Vídeo Google (versão integral legendada em português):
http://video.google.com/videoplay?docid=-2080155985610903776

Katyn / Ficha Técnica
Co-produção: Polónia – União Europeia
Realizador: Andrzej Wajda
Drama, 115 min, 2007, com legendas em inglês
Com: Andrzej Mijewski, Maja Ostaszewska, Andrzej Chyra

Bónus
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p.s.
Na secção de 20h00 do Katyn estavam presentes cerca de 80 - 100 pessoas, o que é muitíssimo bom, pois na entrada do Centro estava funcionar um festival cultural. Apenas duas pessoas abandonaram a sala. Chorei. É uma tragédia que não deve ser esquecida...

terça-feira, maio 18, 2010

Coroa de flores ataca Yanukovich

O vídeo que mostra uma coroa de flores com as cores nacionais da Ucrânia a “atacar” o ainda presidente ucraniano Viktor Yanukovich, recebeu até agora mais de 1.660.000 visualizações.

Além das visualizações que o vídeo recebeu no YouTube, existem na Web vários outros “vídeos – espelhos”, informa watcher.com.ua.

No entanto, algumas redes sociais e motores de busca da Rússia eliminaram parcialmente este vídeo da Internet russa. Se o Google mostra cerca de 1.870 resultados sobre incidente, na pesquisa em português (por exemplo, aqui Coroa-de-flores-cai-na-cabeca-de-lider-ucraniano), já às 14h00 do dia 18 de Maio, os utilizadores da rede social russa VKontakte colocaram mais de 1000 cópias do vídeo nos seus blogues, mas quase todas estas postagens foram eliminadas pelos administradores da rede.

Na rede Twitter, três horas após a queda da coroa, apareciam 5 – 6 postagens sobre o sucedido, a cada novo minuto.

O administrador do projecto watcher.com.ua, Maxim Savanevski, constata que a página russa VKontakte foi censurada pelo poder político da Rússia. Maxim Savanevski também faz um prognóstico, que até o fim-de-semana o vídeo será visto por 5 – 6 milhões de internautas.

Ver vídeo e não esquecer de o compartilhar com os amigos!
http://www.youtube.com/watch?v=oowdk2Xqhbg
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Bónus

A coroa de flores heróica (ou se calhar, estamos falar de um arranjo meio floral, meio do pinheiro), foi adquirida pela organização ucraniana Bratstvo, que promete usar os fundos provenientes do leilão para libertar os patriotas ucranianos presos em Odessa.

A data do leilão foi marcada para o dia 27 de Maio, o preço inicial é de 8.000 UAH (1010 USD / 808 Eur). Os pedidos de participação no leilão podem ser enviados para este e-mail: bratstvo@bratstvo.info

Informaremos sobre mais desenvolvimentos…

FEMEN contra urso russo

O movimento feminino ucraniano FEMEN expressou o seu protesto contra a política pró – russa do presidente da Ucrânia Viktor Yanukovich, cujas prioridades não são “os direitos e liberdades dos cidadãos ucranianos”, mas os interesses do “odioso irmão mais velho”.

O protesto foi organizado no âmbito da visita de Dmitry Medvedev a Ucrânia, no clima do forte receio que essa conduzirá a uma maior “russificação” política e económica do país. FEMEN receia que “as síndromes totalitárias e patriarcais do Viktor Yanukovich e da sua equipa”, demonstradas imediatamente após as eleições presidenciais, bem como a recente “negociata de Kharkiv” ameaçam “o futuro da democracia ucraniana”. FEMEN também compara os recentes acordos com a Rússia, ao casamento “no estilo asiático”, quando “procuram para a Ucrânia um marido rico”, preparando o país para um “papel decorativo e não decisivo”.

FEMEN acredita que a aproximação da Ucrânia à Rússia é uma ameaça aos interesses das mulheres ucranianas, que estão apenas começando a sentirem-se como mulheres europeias livres. Toda a dinâmica de relações russo – ucranianos demonstra, no entender do FEMEN, que Yanukovich “não está preocupado com as liberdades de mulheres ucranianas”, mas é “fascinado por ambições predatórias dos homens do Kremlin”.

“A expansão da Rússia na Ucrânia é preocupante não só pela perda de direitos e liberdades civis, mas também é um retorno do despotismo patriarcal soviético. Para as mulheres ucranianas a liberdade tem o cheiro de perfume francês, não cheiro de botas militares. Nós não permitiremos que o nosso país e as mulheres ucranianas fiquem à mercê do urso russo!" – disse Anna Hutsol, a líder do movimento.

Mais informação, fotos e vídeo no blogue do movimento.

domingo, maio 16, 2010

Campanha: Tornaremos a Ucrânia melhor!

Na Ucrânia iniciou-se a campanha da sociedade civil Tornaremos a Ucrânia melhor!, destinada a recordar todos aqueles que deram a sua vida pela Ucrânia.

Diz o manifesto bilingue (ucraniano e russo) da campanha

Em lembrança dos que lutaram pela Ucrânia e pelo futuro conjunto – a nossa iniciativa:

Faixa por faixa

Temos diferentes gostos políticos. Falamos as línguas diferentes. Mas a Ucrânia é única para nós. Não tenha medo de afirmar isso. Não tenha vergonha. Não esquece.

Coloque a bandeira no seu apartamento. Acrescente a faixa à sua roupa – do dia-a-dia e à festiva, de toda.

Tu queres fazer a vida na Ucrânia melhor? Faz. Qualquer coisa. E pensa sobre mais.


Será que você quer fazer mais, do que simplesmente colocar a faixa na sua roupa? Você não está sozinho :-)

Existem variadíssimas questões que necessitam a resolução, e as acções de podem e devem ser feitas. Por exemplo, temas de hoje para a resolução da sociedade civil:

1) a procura da visão conjunta de história – como a base para o entendimento na sociedade;
2) as acções de organização da sociedade civil;
3) a acção contra a corrupção estatal e as porcarias pessoais dos responsáveis estatais e políticos (sim! eles também devem viver respeitando a lei e se comportar decentemente);
4) o apoio à cultura (e não à pimba);
5) o apoio às franjas fracas e prejudicadas da sociedade;
6) etc, etc, etc…

Podem propor as suas acções, podem apoiar as dos outros. Para mais informações visitem a comunidade online Tornaremos a Ucrânia melhor! Lá são feitas as discussões, lá são organizadas as acções. Porque não?

Você pode ajudar à nossa acção de seguinte maneira:

1) Colocar um dos banners propostos no seu blogue / site (escolher aqui)
2) Mandar nos as suas fotos bonitos com as faixas, organizar uma secção de fotografias, envolver a gente famosa, enfim, a nossa acção permite o seu RP pessoal :-)
3) Criar o design original da faixa, os banners originais ou outros materiais promocionais
4) Popularizar e divulgar a nossa iniciativa na imprensa, na Internet, nos blogues, etc…
5) Compartilhar connosco as suas ideias. Escrevem, não tenham a vergonha in(arroba)lentaua.org.ua ou juntem-se a comunidade Tornaremos a Ucrânia melhor! ou visitem o site da campanha Faixa por Faixa

quinta-feira, maio 13, 2010

O Herói de Cruz Machado de Guto Pasko

Convido os meus leitores brasileiros assistir a nova curta-metragem do realizador ucraniano – brasileiro Guto Pasko, director do documentário Made in Ucrânia.

Conheça neste domingo (dia 16), no programa Casos e Causos da Revista RPC, um farmacêutico que fez história em Cruz Machado, sul do Paraná. Antiocho Pereira, sabendo da epidemia de tifo que atingia o interior do Paraná, resolveu atender os doentes. Na região viviam diversas famílias de origem polonesa que viviam em condições precárias, sem comida suficiente, vivendo em cabanas, passando frio e convivendo com muitos doentes. Comovido com a situação, Antiocho decide mudar o rumo desta história.
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O Herói de Cruz Machado foi dirigido por realizador ucraniano – brasileiro Guto Pasko e tem participação de Licio Ferreira, como Antiocho e Nice Novak como Ruzia. “Usei as pessoas da própria comunidade polonesa de Cruz Machado e União da Vitória que são os descendentes dos imigrantes salvos pelo Antiocho Pereira, ou seja, se não fosse o acto heróico dele, aquelas pessoas simplesmente não estariam ali. Creio que, com isso, consegui imprimir uma maior veracidade e autenticidade na história”, diz Guto Pasko. Está é mais uma co-produção de GP7Cinema e de RPCTV.

quarta-feira, maio 12, 2010

Curso de ucraniano em Brasília

A Universidade Católica de Brasília, em parceria com a Embaixada da Ucrânia, promove de 15 de Maio a 22 de Junho o II Curso de Língua e Cultura Ucraniana.

O curso tem carga de vinte horas e nele os participantes poderão obter o conhecimento básico da língua, bem como entender os aspectos culturais, políticos, sociais e económicos da Ucrânia. O idioma ucraniano é baseado no alfabeto cirílico, que passou a ser o terceiro alfabeto da União Europeia ao lado do grego e do latino. Desde que se tornou independente da União Soviética, em 1991, a Ucrânia tem obtido grande crescimento económico e tecnológico. Recentemente, o país firmou acordo de cooperação com o governo brasileiro para desenvolvimento de pesquisas aeroespaciais.
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As aulas serão ministradas no Campus da Asa Sul da UCB por diplomatas ucranianos e profissionais da Secretaria de Cultura da Embaixada da Ucrânia. A Participação é gratuita e as inscrições podem ser feitas até 14 de Maio, sexta-feira, na secretaria do curso de Direito da UCB (Campus Taguatinga) e na Secretaria Académica do Campus da Asa Sul. Os interessados podem buscar mais informações pelo telefone 3226-8218 e 3356-9158.
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Obrigado ao sombra-ucraniana

terça-feira, maio 11, 2010

Salvar a Ucrânia agora!

No dia 12 de Maio a oposição ucraniana prepara o comício junto ao edifício do Parlamento (Rada Suprema) em Kyiv, para exigir a demissão imediata do presidente e do actual governo ucraniano.

Além disso, a oposição ucraniana criou hoje o Comité Popular de Defesa da Ucrânia, que integra sete partidos representados no Parlamento ucraniano, além de outras forças políticas e sociais, que representam um amplo leque da opinião pública ucraniana.
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Na cerimónia de assinatura da acta constituinte, os participantes consideraram que é urgente defender o país das políticas do “não presidente” Yanukovich, que se comporta não como o presidente ucraniano, mas como o governador de uma província russa, o que pode levar à perda da Independência nacional.

O nosso objectivo é a defesa da integridade territorial e da soberania da Ucrânia, a defesa das liberdades e da dignidade dos cidadãos, a luta pela opção euro – atlântica da Ucrânia”, afirmou o escritor ucraniano Dmytro Pavlychko.
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Um dos principais motores do novo movimento é Yulia Tymoshenko, ex-primeira-ministra ucraniana e líder do bloco parlamentar BYuT.

A nossa força política disse, de forma precisa e clara, que estamos prontos a unir-nos sob qualquer formato: com todos aqueles os que se preocupam com a Ucrânia”, – declarou Tymoshenko.

O ex – Presidente ucraniano Viktor Yushchenko não esteve presente na cerimónia de assinatura da acta, mas o seu partido “Nossa Ucrânia” aderiu à iniciativa, escreve no seu blogue José Milhazes.

A reacção nervosa do poder é quase uma cópia das acções dos seus antecessores nas vésperas da Revolução Laranja em 2004 (escreve blogueiro yanek-ua):

Em Kyiv, junto ao edifício do Parlamento na rua Hrushevskiy, a polícia começou montar as barricadas. Na região de Lviv a polícia de trânsito bloqueia ilegalmente a saída de autocarros com os simpatizantes de BYuT em direcção à Kyiv. Na cidade de Kremenchuk desde 14h00 de segunda – feira última, foram cancelados todas as ligações regulares de mini – autocarros entre Kremenchuk e Kyiv.

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Além disso, existe a informação do que a PGR da Ucrânia notificou a Yulia Tymoshenko para comparecer às 10h00 no dia 12 de Maio nas instalações da Procuradoria, para receber a ordem judicial sobre a “abertura de um processo criminal”. A PGR não informa sobre o teor do processo.

Mais tarde, o serviço de imprensa da PGR informou que não tem a informação sobre nenhuma notificação contra a Yúlia Tymoshenko, escreve a agência UNIAN.

Militares ucranianos em Moscovo

Apenas o preguiçoso não escreveu sobre a presença de militares estrangeiros na parada militar em Moscovo no dia 9 de Maio último (o jornalista da RTP/Lusa, Evgeny Mouravitch, na sua reportagem à RTP “se esqueceu” de mencionar os militares da Polónia).

Mas mesmo – mesmo esquecidos foram os militares ucranianos que pisaram o chão moscovita. Nomeadamente, pela Praça Vermelha passou o destacamento especial da Academia de Exército Hetman Petro Sahadachniy da cidade de Lviv.

O que fez me lembrar dos seguintes versos do poeta Oleh Olzhych:

Com coração sedoso avidamente caça
O toque de trombeta que chama p’ra batalha
Ainda passarão pelas ruas de Moscovo
Centenas nossas com a marcha rija!

Obrigado ao joanerges

Emigração ucraniana na Sibéria

Os ucranianos provenientes da Ucrânia Central, começaram emigrar para o Extremo Oriente siberiano em 1883, sensivelmente na mesma altura, quando os seus irmãos da Ucrânia Ocidental (Galiza Ucraniana) iniciaram a emigração para Brasil e Canada.
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Na sua nova pátria, os ucranianos formaram a famosa região de “Zeleniy Klyn” (Quinhão Verde), que como várias outras manifestações do espírito ucraniano, foi brutalmente exterminado pelo Moscovo nos anos 1920.
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A capital do Quinhão Verde é a cidade de Vladivostok, a actual base da armada russa do Pacífico. Hoje essa frota vai apodrecendo, as empresas fecham. Os moradores da região se consideram esquecidos por Moscovo, por isso emigram para as cidades da Rússia Central. A recente campanha de proibição de importação de automóveis com o volante à direita aprofundou o sentimento anti – moscovita na região. Cerca de 90% dos automobilistas locais escolhem os carros fabricados no Japão ou na Correia do Sul, muita gente dependia do comércio destes carros e dos seus acessórios.

Por isso quando os moradores do Vladivostok se manifestaram pacificamente contra as medidas adoptados pelo Kremlin, este mandou para a região a polícia de choque de Moscovo. O poder central já não confiava no zelo dos oficiais locais. Até os jornalistas sentiram a “garra” moscovita, OMON prendia os jornalistas para impossibilitar a propagação dos “maus exemplos” na imprensa:
http://www.youtube.com/watch?v=lu2KWbUXvOc

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O Consulado Geral da Ucrânia fica no centro da cidade, o Cônsul, Olexander Danylchenko (na foto) tem imenso trabalho, a área da sua jurisdição representa cerca de 6% de todo o território do nosso planeta!

Em 2008 foi celebrada a data “redonda”, o 125º aniversário da chegada dos primeiros pioneiros ucranianos. Eles vieram de barco, saíram das províncias ucranianas de Poltava e Chernihiv, na Ucrânia estes camponeses sofriam da falta de terra. Enquanto na Ucrânia o camponês médio possuía 2,2 hectares de terra arável, no extremo oriente recebia cerca de 110 hectares, além do auxílio financeiro para a mudança e a colonização.

Primeiramente, os ucranianos assentavam na costa, mas com o aparecimento do caminho-de-ferro, as aldeias ucranianas foram “migrando” para o ocidente, contornando a China, numa espécie de quinhão. Dai o nome, “Quinhão Verde”.

No início do século XX, os ucranianos representavam cerca de 60% da população desta região. Mas os processos de assimilação (e nem sempre a assimilação natural), são imparáveis. Se em 1989 cerca de 185.000 cidadãos de região de Primorski se declararam ucranianos, em 2002, já eram apenas 94.000. Por comodismo as pessoas se declaram russos, apenas nas zonas rurais alguns entusiastas cuidam de tradições ucranianas.

Uma destas entusiastas é a chefe do Centro da Cultura Ucraniana de Vladivostok, “Horlytsya” (Sousa), Sra. Tetiana Tkachenko. Foi ela que organizou a poderosa feira popular ucraniana na cidade de Ussuriysk. No caminho entre Vladivostok e Ussuriysk, é possível encontrar várias aldeias com os nomes tipicamente ucranianos: Nova Poltava, Novo Myrgorod, Kyivka…

A situação parecida foi testemunhada pelo escritor ucraniano Mykola Trublaini, que visitou a região ao bordo de quebra-gelos, “Fyodor Litke” em 1929. Nas suas reportagens ele escrevia que em alguns distritos do Extremo Oriente, os ucranianos representavam entre 50 à 80 porcento da população local.

As actuais autoridades russas não fazem grande coisa para garantir os direitos sócio – culturais da minoria étnica ucraniana, mas também não dificultam em demasia, que já por si é uma grande ajuda. Os ucranianos falam a língua com um fortíssimo sotaque regional, preservam a sua memória colectiva.

O que mais une os ucranianos, é a canção popular, onde há três ucranianos, já existe um coro, toda a gente canta: jovens, velhos, mesmo aqueles que já perderam qualquer ligação a Ucrânia. Os melhores entre os melhores, participam no festival local “Canção de Rouxinol”, infelizmente, o festival é raramente visitado pelos seus congéneres da Ucrânia.

Mas não só de canção vivem os ucranianos, eles também editam uma revista literária, o historiador Vyacheslav Chornomaz estuda a história do “Quinhão verde”. Nos anos 1920 do século passado, no Extremo Oriente existiam “O Conselho Distrital Ucraniano de Vladivostok”, “O Conselho Regional Ucraniano do Extremo Oriente”, que se reuniam em “Congressos Ucranianos do Extremo Oriente”.

Neste contesto é muito característica a biografia do activista ucraniano Yuri Hlushko-Mova, um dos promotores da vida ucraniana no Extremo Oriente. Na primavera de 1919, Yuri Hlushko-Mova forma o batalhão dos cossacos livres ucranianos, mais tarde encabeça o Secretariado Ucraniano do Extremo Oriente.

O próprio Hlushko-Mova lembrava aqueles tempos com muito humor:

De manha acordas, vestes o avental do varredor de rua e começas a varrer em redor do edifício do Secretariado. Chegam 8 horas, e tu, já totalmente aprumado estás sentado no gabinete governamental no alto posto do primeiro – ministro. Chega a hora das visitas às embaixadas diferentes, – vestes a casaca, o cilindro, colocas as luvas, entras na carruagem e se diriges à embaixada japonesa. Desta maneira, teve que ser o varredor, o primeiro – ministro e o embaixador”.

Hoje em dia os ucranianos assistem por satélite o canal ucraniano da TV “Inter”, única fonte de informação sobre a Ucrânia. Na cidade de Magadan, o líder da comunidade ucraniana local, Bohdan Pyrig, ergueu o monumento do Taras Shevtchenko, o primeiro na região.

Fonte:
http://mykolap.livejournal.com/221311.html
Ler o testo integral do artigo em ucraniano

p.s.
Algumas das fotografias usadas, são da autoria da chefe do Centro da Cultura Ucraniana de Vladivostok “Horlytsya”, Sra. Tetiana Tkachenko (na segunda foto).

sábado, maio 08, 2010

Gabriele Köpp: 14 dias violada por soldados soviéticos

Ler a introdução do livro em alemão (PDF)
Em 1945 a alemã Gabriele Köpp tinha apenas 15 anos, mas a violência à que foi sujeita durante as fatídicas duas semanas, marcou todo o resto da sua vida adulta. Ela foi repetidamente violada por soldados soviéticos, sendo virgem e não tendo nenhum conhecimento prévio sobre o sexo.

O livro que ela escreveu sobre o seu passado traumático se chama "Warum war ich bloss ein Mädchen?" ("Porque eu tinha que nascer menina?", ISBN 9783776626292; 16,95 Eur).

Aos 80 anos, Gabriele Köpp tem problemas com sono, por vezes, simplesmente não consegue comer. Aos 15 anos, ela foi repetidamente violada por soldados soviéticos, sendo virgem e não tendo nenhum conhecimento prévio sobre o sexo.

Como conta a revista alemã "Spiegel", o seu livro é o primeiro testemunho do género. Embora ainda nos anos 1950 foi publicado um livro autobiográfico intitulado A Woman in Berlin da jornalista Marta Hillers (o livro foi reeditado em 2003 e em 2008 deu a origem ao filme Anonyma – Eine Frau in Berlin). Mas o nome da autora só foi revelado após a sua morte, na altura dos acontecimentos ela tinha cerca de 30 anos e não se sabe se passou pessoalmente pelo inferno das violações ou se retrata as experiências alheias.

Outra história é de Gabriele Köpp, ela escreve sobre si mesma, as vezes sem conseguir compreender ou repensar o sucedido. Ela não consegue obter as palavras para descrever a violação, ela escreve sobre o “local de terror”, “caminho para o inferno”, chama os violadores de “animais” e “canalhas”.

Mulheres – vítimas da guerra

A revista "Spiegel" escreve que não existem os dados exactos sobre a quantidade de mulheres alemãs violadas pelo exército soviético, o número que aparece em várias publicações aponta para dois milhões de mulheres. Segundo a investigação do Dr. Philipp Kuwert, o especialista de traumas e o chefe do Departamento de Psiquiatria e Psicoterapia do Hospital universitário de Greifswald, a idade média das vítimas de violações soviéticas era de 17 anos e cada mulher foi violada em média 12 vezes. Quase metade das vítimas possui os sindromas pós – traumáticos, incluindo os pesadelos, tendências de suicídio, anestesia emocional. Cerca de 81% destas mulheres adquiriram o efeito negativo directo sobre a sexualidade.

A historiadora Birgit Beck-Heppner escreve que os soldados soviéticos usavam as violações para intimidar as populações alemãs, mostrando que o seu governo e exército já não lhes conseguiam garantir a segurança. Por isso, muitas destas violações eram executados em público.

Duas semanas de terror

Gabriele Köpp e a sua irmã fugiram de casa no dia 26 de Janeiro de 1945, porque o exército soviético aproximou-se à sua cidade. Eles entraram em uma carruagem do comboio de mercadorias que se dirigiu à zona já ocupada pelos soviéticos. Durante o bombardeamento da linha-férrea, Gabriele saiu do comboio pela janela, a sua irmã ficou por trás. Nunca mais se soube alguma coisa sobre ela.

Gabriele chegou à uma aldeia, onde foi encontrada por um soldado soviético, que vasculhava com uma grande lanterna nas mãos, na procura de mulheres. Isso foi apenas a primeira violação.

A jovem se escondeu em uma casa, onde foi encontrada por um outro soldado e também violada. Após isso, ela foi violada por mais um soldado. No dia seguinte, dois soldados a puxaram para o coral, onde a violaram. Na parte da tarde, ela entrou em um quarto, cheio de mulheres – refugiadas, mas de lá foi levada primeiramente pelos soldados, depois pelo oficial.

Todo este inferno durou duas semanas certas, 14 dias.

Quinze meses depois, Gabriele Köpp encontrou a sua mãe em Hamburgo, que logo a mandou ficar calada sobre as violações, embora disse que se Gabriele quiser, ela poderia escrever sobre a sua experiência traumática no diário. Algo que a jovem começou fazer logo a seguir.

A “doença russa”

Gabriele Köpp lembra na conversa com o jornalista de "Spiegel" que a sua menstruação parou por completo durante os 7 anos. Naquela época era um sintoma bastante comum entre as alemãs e era chamado pelos ginecologistas de “doença russa”.

Quanto Gabriele Köpp é perguntada se conheceu o amor, se teve alguma vez as relações sexuais, ela responde: “Não, não tive nada disso. Para mim existia apenas uma coisa – a violência”.

Recentemente, Gabriele Köpp também começou a pintar. Alguns das suas pinturas estão pendurados em casa. Uma das telas mostra as etapas negras da sua vida: o quadro é cheio de cruzes, caveiras, por cima está escrito “26 de Janeiro de 1945”. Uma outra tela é preenchida pelas corações pintadas com a gama de cores fortes. Como escreve "Spiegel", este tipo de pintura é bastante comum entre as meninas de 15 anos…

Ler o artigo completo em inglês:http://www.spiegel.de/international/germany/0,1518,680354,00.html

Ler também:
Exército Vermelho violava até as mulheres russas, libertadas dos campos de concentração

sexta-feira, maio 07, 2010

PACE reconhece o Holodomor

Numa resolução adoptada no dia 28 de Abril último, a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (PACE) condenou firmemente “as políticas cruéis do regime estalinista”, que desencadearam a Grande Fome, em 1929, nas áreas produtoras de cereais da ex – União Soviética, culminando em 1932-1933.
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PACE “rejeita decididamente qualquer tentativa de justificar essas políticas mortais, por qualquer meio”, para os parlamentares, essas políticas foram deliberadamente conduzidas pelo regime soviético, e são comparáveis à um “crime contra a humanidade", porque levaram à morte de “milhões de pessoas inocentes em Belarus, Cazaquistão, Moldova, Rússia e Ucrânia, que eram partes da União Soviética”. A Assembleia sublinha que, na Ucrânia, que sofreu mais, estes trágicos acontecimentos são referidos como Holodomor (fome politicamente motivada) e são reconhecidas pela legislação da Ucrânia como um acto de genocídio contra os ucranianos.
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Embora esses eventos podem ter particularidades em diferentes regiões, como é apontado no relatório da Mevlüt Çavusoglu (Turquia, EDG), os resultados foram os mesmos em toda a parte: milhões de vidas humanas foram sacrificadas para o cumprimento das políticas do regime estalinista. PACE recomenda que se estabeleça uma verdade plena, não tendenciosa, nem politizada sobre esta tragédia humana, e que essa verdade se torna pública. A Assembleia congratula-se com o importante trabalho já realizado em Belarus, Cazaquistão, República da Moldova, Rússia e, em especial na Ucrânia, a fim de facilitar o acesso aos arquivos, e insta com as autoridades competentes desses países para abrir todos os seus arquivos e facilitar o acesso dos mesmos para todos os pesquisadores, inclusive de outros estados.

O original de Resolução:
http://assembly.coe.int/ASP/NewsManager/EMB_NewsManagerView.asp?ID=5503&L=2

O original do texto adoptado:
http://assembly.coe.int/Main.asp?link=/Documents/AdoptedText/ta10/ERES1723.htm

O Extermínio dos Ucranianos pela Grande Fome:
http://www.youtube.com/watch?v=4DH9Qntlq2U

Ver o filme Katyn (versão integral legendada em português):
http://video.google.com/videoplay?docid=-2080155985610903776

Obrigado ao Dr. Luís M. Ribeiro (Portugal)

quarta-feira, maio 05, 2010

Dez razões para amar a Ucrânia

A revista ucraniana Korrespondent.net no seu último número apresentou a sua própria lista de 10 maiores feitios e 10 maiores problemas da sociedade ucraniana.

A Ucrânia pode orgulhar-se do alto nível de literacia dos seus concidadãos. Segundo os dados da ONU de 2009, 99,7% dos ucranianos adultos sabem ler e escrever. É uma taxa superior da Alemanha, França, Espanha e Grã – Bretanha.
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Os cidadãos da Ucrânia podem compram no mercado os produtos cultivados sem o uso de pesticidas, suplementos hormonais ou da engenharia genética. Estes produtos às vezes são menos atraentes na aparência e não podem ser armazenados por longos períodos de tempo, mas esses alimentos tem o gosto melhor, e mais importante, são mais úteis para o organismo.

O aluno médio ucraniano sabe muito mais do que os seus pares europeus, enquanto os jovens ucranianos têm a oportunidade de iniciar a carreira profissional na especialidade antes da formatura. Aos 30 anos, os ucranianos tendem a ocupar posições mais elevadas do que, por exemplo, os seus jovens checos e alemães.

Entre os méritos da sociedade ucraniana pode ser mencionada a tranquilidade nos locais públicos: os ucranianos vivem em um dos países mais seguros da Europa. Os habitantes de países ricos da Europa Ocidental estão expostas à violência na rua com muito mais frequência do que os ucranianos. Além disso, a Ucrânia é um país com baixo risco de ataques terroristas.

Outro bónus da Ucrânia é a liberdade de expressão. Ucrânia tem a maior índice de acesso à informação sobre os acontecimentos no país e no mundo entre os países do espaço pós – soviético. Embora a organização Freedom House coloca o país no grupo de “parcialmente livres”, ocupando o 117 º lugar entre os 195 países, mas no espaço pós – soviético, em termos da liberdade a Ucrânia perde apenas para os Estados Bálticos.

A revista também chama a atenção para as atraentes oportunidades de fazer o lazer no país: no Verão é o mar e a praia e no Inverno as montanhas cobertas de neve e pistas de esqui, e entre eles as florestas protegidas e estepes, e tudo isso dentro do mesmo país. Além disso, ao contrário dos países da UE, os ucranianos têm o acesso mais livre aos lugares naturais para fins recreativos.

Outro ponto forte da Ucrânia é a atitude amigável dos cidadãos, não só em relação aos seus vizinhos, mas também para os representantes de todas as outras nacionalidades e raças que vivem aqui ou visitando o país. Além disso, apesar da crise política, uma grave situação económica e à necessidade diária para fazer face às despesas, os ucranianos continuam ser um povo aberto, confiante e hospitaleiro.
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Fonte:
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Dez maiores problemas da sociedade ucraniana
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1. Grande número de abortos (um dos líderes da Europa).
2. Os números de propagação da SIDA (2° lugar na Europa após a Rússia).
3. Tuberculose: Ucrânia abriga 11% de todos os atingidos por essa doença na Europa.
4. Falta de homens: o homem médio ucraniano vive 62 anos, que é 12 anos menos do que a mulher média ucraniana.
5. Cancro: “graças” ao desastre de Chornobyl a Ucrânia divide na Europa o 2° lugar (com a Rússia), perdendo apenas para Hungria.
6. Alto nível de alcoolismo entre os jovens; problemas ecológicos; 2° lugar do mundo em número de cigarros fumados (após a Grécia); o país se tornou um exportador activo das pessoas raptadas para diversos tipos de exploração ilegal.
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Fonte:

domingo, maio 02, 2010

STOP Robbialac estalinista!

Recentemente, a empresa portuguesa de tintas Robbialac criou uma nova cor de tinta a que deu o nome de “Vermelho Estaline” (ler mais em http://stoprobbialac.blogspot.com/).

Para comprovar o tamanho da sua criatividade, pode-se dirigir ao catálogo dos produtos de Robbialac, disponível na Net:
http://www.robbialac.pt/folder/catalogo/ficheiro/1_catalogotintagemcolorizer2008.pdf
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Considero a essa decisão empresarial como uma cínica e sinistra tentativa de obter lucro, desprezando o sofrimento inimaginável, feito de sangue e de lágrimas, de milhões de vítimas do estalinismo na Europa Central e Oriental, Ásia Central e Cáucaso. Milhões de homens e mulheres que foram sumariamente executados, deportados das suas casas, injustamente presos ou assassinados pela fome (ver a última resolução da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa): http://assembly.coe.int/Main.asp?link=/Documents/AdoptedText/ta10/ERES1723.htm
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Não posso acreditar que os responsáveis da Robbialac desconheçam os horrores do Holodomor ucraniano, do massacre de militares e civis polacos em Katyn ou do sistema desumano dos campos de concentração soviéticos, genericamente conhecidos como GULAG.
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À luz do supracitado, assumo a decisão de não adquirir nenhum produto Robbialac, bem como de apelar à opinião pública para adoptar idêntico procedimento, até que a empresa retire do mercado a tinta genocidária, pedindo desculpas públicas por este ultraje.
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Caso concorde com essa opinião, por favor, contacte a Robbialac para demonstrar a sua posição cívica: robbialac@robbialac.pt; Telefone: + 351 21 994 77 00: Fax: + 351 21 994 77 94: Linha Verde: + 351 800 200 725.

A história na iReport CNN:
http://www.ireport.com/docs/DOC-438453

Visite o nosso blogue:
http://stoprobbialac.blogspot.com
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UPD: A empresa Tintas Robbialac S.A. reconsiderou a sua posição, retirando a tinta “Vermelho Estaline” do seu catálogo, que neste momento deixou de estar disponível na Internet.

sábado, maio 01, 2010

A Vergonha

A composição hip – hop do grupo Rolliks sobre o acordo inconstitucional entre a Ucrânia e a F. Russa.

Vídeo musical mostra que o sistema electrónico do parlamento ucraniano tinha registado a presença de 211 deputados no plenário. Destes, 236 (!) votaram ao favor da permanência da armada russa até 2042. A bandeira nacional foi usada pelos partidários de traição nacional para ocultar a vandalização parcial do sistema de votação: a ranhura, onde o deputado tem que inserir o seu cartão pessoal foi bloqueada, colocaram lá uma cartolina presa com a cola.

Como é possível conviver com este bando? Pressinto uma nova Koliyivschyna!

Ver no YouTube: