quinta-feira, outubro 29, 2009

Marinheiro de água doce quer dar a volta ao mundo

O biólogo marinho pela formação e carpinteiro de profissão em Portugal, ucraniano étnico Anatoly Benedistchuk largou a casa e família em Irkutsk, e está na Portela das Padeiras (Santarém – Portugal) a construir um veleiro, pretendendo partir para uma volta ao mundo solitária. A sua companheira, Maria Amável Ramo, a instrutora de condução já reformada, não o vai acompanhar na aventura.

Num pequeno descampado entre o casario da Portela das Padeiras, em Santarém, está um barco assente numa estrutura de madeira. Tem dez metros de comprimento e está pintado de azul e amarelo. Estamos no estaleiro improvisado de Anatoly Benedistchuk, um ucraniano de 61 anos, natural de Irkutsk, onde deixou a família e onde não pretende regressar. Sr. Anatoly veio para Portugal há dez anos e construiu a embarcação para viajar pelos oceanos até ao fim da sua vida.

O aventureiro tem barba branca e usa um lenço na cabeça que lhe dá um ar de velho lobo-do-mar, mas tirando a imagem pouco mais sabe de questões marítimas. E de construção naval foi aprendendo à medida que foi fazendo o barco. Começou mesmo às escuras e só mais tarde conseguiu ajuda de um amigo, que lhe mandou um projecto pelo correio.

“Trabalhava como guarda-florestal perto do Lago Baikal. Lá navegava com um pequeno barco, à vela ou com o auxílio do motor, mas nunca andei em alto mar, pelos oceanos, por isso resolvi vir à descoberta”, explica, enquanto verifica se os cabos que prendem o mastro estão colocados correctamente.

Veio para Portugal de autocarro. Mais de 10 mil quilómetros de viagem. Instalou-se em Almeirim e como tinha bastante jeito para trabalhos em madeira começou a trabalhar como carpinteiro. Mais tarde com a ajuda do antigo patrão, José António, a quem não se cansa de agradecer a ajuda, instalou-se na Portela das Padeiras e iniciou a construção do barco que, se tudo correr de feição, o há-de levar para longe. Já lá vão dois anos de trabalho.

O interior cheira a verniz e a tinta. Em cima de uma mesa, o “capitão” Anatoly tem um esquadro e compasso para calcular a sua localização nos mapas quando estiver no alto mar. Do lado esquerdo fica o quarto do viajante. A cozinha e a sala estão situadas ao meio do barco divididas por uma mesa de refeições. O barco é uma autêntica casa onde não falta fogão a gás, lava-loiça, casa de banho e arrecadação. O barco já possui o mastro e dois lemes, faltam três velas e o motor. Não quer companhia a bordo. Nem de pessoas nem de animais. A solidão não o assusta.

Anatoly Benedistchuk não parece muito preocupado com as questões burocráticas mas qualquer português avisado o poderia avisar que se arrisca a naufragar num mar de papelada antes de se fazer ao largo. Registo da embarcação, licença para permanecer no porto de mar, carta de marinheiro ou coisa que o valha, etc, etc, etc. Outro que não ele, pensaria nisso e teria dores de cabeça. Poderia até colocar a hipótese de o barco não navegar. Ele não. Um sonhador é um sonhador e para os sonhadores não há obstáculos. Mesmo assim deixa escapar um pedido. Necessita de um patrocinador. Uma empresa que acredite no projecto e que queira inscrever o seu logótipo nas velas do barco a troco de uma ajuda para a “bucha”.

As suas ideias são firmes e já as divulgou antes. Ir de porto em porto pelo mundo fora, desembarcar onde o deixarem desembarcar, trabalhar onde puder para ganhar para os reabastecimentos e deixar-se ir na crista do sonho, já que, como dizia o poeta: é pelo sonho que nós vamos!

Fonte:
http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=404&id=56447&idSeccao=6138&Action=noticia

terça-feira, outubro 27, 2009

As crónicas de inquisição soviética

Nos dias 27 de Outubro e 1, 2 e 3 de Novembro de 1937, na localidade de Sandarmokh (Carélia), o capitão do NKVD, Mikhail Matveev, fuzilou a inteira “Etapa de Solovki– 1111 prisioneiros da Cadeia Especial de Solovki, incluindo 290 ucranianos. O grupo de “nacionalistas ucranianos” – 134 pessoas foi fuzilado no dia 3 de Novembro.

As purgas mais numerosas da história da URSS, aprovadas pelo próprio Stalin, começaram no dia 5 de Setembro de 1937 e deveriam durar 4 meses (Diploma do NKVD da URSS № 00447). Na realidade, as purgas só terminaram no dia 15 de Novembro de 1938, após a deliberação do Bureão Político do Partido Comunista – VKP(b), ou seja, duraram mais de 15 meses.

Durante a campanha de terror, foram sentenciadas 681.692 pessoas, destas, 631.897 foram julgados pelas “troicas”, organismo repressivo extra judicial. Pelos dados da organização Memorial de Moscovo, foram presos 1.725.000 pessoas, fuzilados 815.000 pessoas. Na Ucrânia, segundo os dados oficiais, em 1936 foram presos 15.717 pessoas; em 1937 – 159.573; em 1938 – 108.006. Na totalidade, as repressões abateram-se sobre 2 milhões de pessoas.

Cada república, cada região, cada distrito recebia os limites de repressão de categorias I e II (I – fuzilamento, II – termo prisional, correlação 3 por 1). A acção das “troicas” perseguia todas as categorias dos inimigos: “kurkuli” (camponeses abastados), “insurgentes”, “elementos religiosos”, “espiões”, “trotskistas”, “diversionistas”, “nacionalistas”, etc. As purgas foram ordenadas até nos campos de concentração…

Nos dias 27 de Outubro e 1, 2 e 3 de Novembro de 1937, na localidade de Sandarmokh (Carélia), o capitão semi – analfabeto do NKVD, Mikhail Matveev, fuzilou a inteira “Etapa de Solovki” – 1111 prisioneiros da Cadeia Especial de Solovki, incluindo 290 ucranianos. O grupo de “nacionalistas ucranianos” – 134 pessoas foi fuzilado no dia 3 de Novembro.

Nas lista dos “nacionalistas ucranianos” estavam o poeta – neoclássico, o professor Mykola Zerov, o realizador teatral e criador do teatro “Berezil”, Les Kurbas, o dramaturgo Mykola Kulish, o historiador e académico Matviy Yavorskiy, os professores Volodymyr Chekhovskiy, Serhiy Hrushevskiy, os cientistas Stepan Rudnickiy, Mykola Pavlushkov, Vasyl Volkov, Petro Bovsunivskiy, o criador do serviço meteorológico da Ucrânia Soviética, holandês de origem, Oleksiy Vangengejm, o ministro das finanças da Ucrânia Soviética Mikhaylo Poloz, o ex-ministro da Educação da República Popular da Ucrânia (UNR) Anton Krushelnickiy e os seus filhos, Ostap e Bohdan (a filha Volodymyra foi fuzilada nas arredores de Leninegrado, os filhos Ivan e Taras em Dezembro de 1934 em Kyiv), os escritores Valerian Pidmohylny, Pavlo Filipovych, Valerian Polishuk, Hryhorii_Epik, Myroslav Irchan, Marco Voroniy, Mikhaylo Kozoris, Oleksa Slisarenko, Mikhaylo Yaloviy

Cada condenado era colocado de joelhos e o capitão Matveev disparava na nuca com o revolver. Os que sobreviviam eram assassinados com uma moca de ferro. Os ajudantes atiravam o corpo num buraco, cobriam com o ácido e o enterravam. De maneira que não podem ser identificados. Até agora…

No bosque de Sandarmokh está erguido o monumento com a frase: “Gente, não se matem uns aos outros”, foram colocados duas cruzes: ucraniano e polaco, um marco muçulmano. Foram identificados centenas de buracos, onde jazem cerca de 9.000 pessoas.

Em 2004 em Sandarmokh foi erguida uma grande cruz cossaca de granito, que dizia “Aos filhos assassinados da Ucrânia”. No dia 21 de Maio de 2007 Presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, assinou o decreto № 431/2007 sobre “As acções relacionadas com o 70º aniversário do Grande Terror – repressões políticas em massa de 1937 – 1938”. Apesar do decreto presidencial, o Gabinete dos Ministros não elaborou nenhum plano de acções. Mas o Instituto Ucraniano da Memória Nacional e Organização Memorial ucraniano, executaram um dos pontos do decreto, enviando em 2007 a expedição ucraniana aos locais de fuzilamentos em massa em Sandarmokh. Anteriormente, todo o trabalho era conduzido pelos cidadãos, nos últimos anos com o apoio financeiro do partido “Nossa Ucrânia” do Presidente Viktor Yushchenko.

A sociedade “Solovki Ucranianos” exorta os cidadãos da Ucrânia, todas as igrejas, aparecer no dia 2 de Novembro, Sexta – Feira, no cruzamento das ruas Prorizna e Pushkinska em Kyiv, junto ao monumento do Les Kurbas, para participar em um comício memorial e a cerimónia fúnebre em memória das vítimas das repressões soviéticas. Levem uma vela ou a coloquem na janela da sua casa.

por: Vasyl Ovsienko
http://memorial.kiev.ua/content/view/370

Ver a exposição virtual “Crónicas de inquisição soviética”:
http://memorial.kiev.ua/expo/eng/second.html

Aconselho também visitar a Enciclopédia de Solovki, reflectindo sobre o seguinte facto histórico: 316 pessoas passaram pela cadeia de Solovki nos séculos XVI – XIX, 300 pessoas foram fuzilados numa única noite de 28.10.1928:
http://www.solovki.ca/english/intro.php

segunda-feira, outubro 26, 2009

Holodomor estudado nas escolas de Argentina

O Holodomor ucraniano, será estudado nas escolas públicas da província argentina de Misiones, inserido na cadeira de Formação Ética e Cidadania. Desta maneira, a Argentina será um dos primeiros países do mundo, onde a tragédia ucraniana merecerá a atenção do currículo escolar.

El genocidio del que fue víctima el pueblo ucraniano y que se cobró la vida de más de 6 millones de personas, denominado Holodomor será un nuevo tema que se incluye en la currícula escolar misionera. Misiones se convierte así en el primer Estado provincial en el mundo que enseñará sobre los crímenes de cometidos contra el pueblo ucraniano durante los años 1921 al 1923; del 1932 al 1933 y de 1945 a 1946. El ministro de Educación confirmó que llevarán la propuesta al Consejo Federal de Educación para pedir que en todas las provincias argentinas se enseñe como se hará en Misiones.

La iglesia San Vladimiro, del barrio El Palomar – Avenida Rademacher casi Mitre – fue el escenario donde esta mañana, monseñor Sviatoslav Shevchuk, Auxiliar de la Eparquia Ucraniana en Argentina, entregó al ministro de Educación misionero, Hugo Passalacqua el material didáctico con el cual se incluirán en los contenidos pedagógicos, el Holodomor, conocido mundialmente como el genocidio del pueblo ucraniano.

Será para los espacios curriculares del Polimodal y en las áreas de Formación Ética y Ciudadana.

Monseñor Shevchuk dio un emotivo discurso donde recordó el dolor, la pena y el horror que vivieron tantos hermanos ucranianos bajo el dominio de las Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Recordó que el Holodomor fue una hambruna programada por el gobierno soviético, que se puede describir en tres etapas. La primera se resume en el aislamiento del territorio étnico de los ucranianos desde el punto de vista ideológico, informativo y militar. La segunda, en la confiscación forzada de todos los alimentos que tenía la gente y que producía la tierra; y finalmente dejar morir a la gente de hambre.

“Todos los sobrevivientes del Holodomor afirmaban que padecer hambre es peor que sufrir la guerra porque en la guerra algunos sobreviven pero de hambre mueren casi todos”, reseñó.

Shevchuk recordó las palabras del papa Juan Pablo II cuando manifestó que “el recuerdo de los acontecimientos dramáticos de un pueblo, además de ser en si mismo justo, resulta muy útil para suscitar en las nuevas generaciones el compromiso de ser, en toda circunstancia, centinelas vigilantes del respeto de la dignidad de todo hombre”.

Hizo hincapié en el objetivo de este emprendimiento es recordar para “sanar, para prevenir y para liberar”.

Así, dijo que con esperanza entregaba en manos de las autoridades el dolor de un pueblo, y que espera que los legisladores misioneros acompañen la propuesta, al tiempo que solicitó al ministro Passalaqcua que eleve la iniciativa al Consejo Federal de Educación. Del mismo modo reconoció al intendente de Posadas Orlando Franco, quien designó un espacio en la avenida costanera para que allí se construya el “Memorial del Holodomor”.

Al final de la ceremonia Passalaqcua agradeció el honor que la comunidad ucraniana le da a la provincial y aseguró que la propuesta será elevada al Consejo Federal de Educación que se reunirá en tres semanas.

“Vamos a recuperar la memoria para aprender de lo sucedido. Tenemos un ejército de 20 mil maestros y vamos a ponernos a trabajar para brindar una reivindicación al pueblo ucraniano que vive en Misiones. Nosotros como tierra del crisol de razas, para sanar, prevenir y liberar de las heridas en una sociedad compuesta por decenas de miles de hijos de ucranianos”, sostuvo el funcionario.

Fonte (foto e vídeo):
http://www.misionesonline.net/paginas/detalle2.php?db=noticias2007&id=144569

Obrigado ao Alejandro Cham

terça-feira, outubro 20, 2009

Andy Garcia no papel de Mikheil Saakashvili

O realizador americano – finlandês Renny Harlin (dirigiu Die Hard 2 e Cliffhanger), está a filmar a película sobre a guerra na Geórgia, ocorrida em Agosto de 2008.

As filmagens começaram no passado mês de Setembro, na região de Tsalka que realmente foi o palco da última guerra; as cenas de batalhas foram filmadas em Vardzia e Mtskheta. As cenas em que participa o actor Andy Garcia, que faz o papel do presidente Mikheil Saakashvili, foram filmadas na residência do chefe do estado georgiano em Tbilissi.

Uma das cenas actualmente em rodagem é o comício na avenida Rustaveli, onde em 2008 discursavam os líderes de vários países europeus, apoiando a independência e a integridade territorial da Geórgia. Um dos presentes era o presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko: http://www.youtube.com/watch?v=MLqn6z63X7g

O filme conta a história do jornalista americano e o seu operador da câmara, que se encontraram no território georgiano quando a guerra começou. Renny Harlin explica que o seu filme não será contra ninguém, apenas contra a guerra.

A estreia do filme é planeada para o Maio de 2010, nas principais papeis estarão os actores estrangeiros, como alemã Antje Traue ou veterano croata Rade Serbedzija (coronel Demidov).

O filme ainda não tem o título definitivo, neste momento é conhecido como Projecto sem o título do Renny Harlin / a guerra russo – georgiana” (Untitled Renny Harlin/Georgia-Russia War Project).

Fotos: © REUTERS / Irakli Gedenidze
http://cyxymu.livejournal.com/590080.html
UPD: Ontem, foi filmada a cena do comício, ocorrido em Agosto de 2008, quando 6 presidentes europeus viajaram até o Tbilissi, para apoiar a Geórgia, face à agressão russa. O amigo abkhazeti-dato providenciou o link, onde podemos ver estas filmagens (mais a entrevista com o realizador do filme, Renny Harlin):

segunda-feira, outubro 19, 2009

Um russo étnico na guerrilha ucraniana de UPA

Volodymyr Chermoshencev é um russo étnico, nasceu na região de Volga. Cedo perdeu o pai, que ao tentar proteger os escassos bens alimentícios da família (o regime soviético confiscava mesmo a comida que se encontrava nas casas das pessoas), foi assassinado pelos comunistas em frente do jovem.

Em 1933, Volodymyr tinha apenas 6 anos, a Holodomor fustigava a sua região, a família foi salva apenas pela proximidade da estepe, eles comiam os ratos, as lagartixas. A procura de uma vida melhor, com a mãe e a tia, fugiram para Ucrânia, mas em vez de encontrar o “celeiro da Europa”, testemunharam a terrível fome.

Em 1942 foi prezo pelos nazis e enviado à Alemanha, fugiu, foi preso mais uma vez, mas libertado pelos guerrilheiros do Exército Insurgente Ucraniano (UPA). Os guerrilheiros, primeiramente acharam que o rapaz, que falava apenas o russo, era um espião, mas rapidamente entenderam a sua situação e ele se tornou o ajudante do campo do comandante da centena do UPA de Dubno, Yuri Chukovskiy.
A guerrilha ucraniana combatia principalmente as tropas do NKVD, por causa dos massacres constantes contra as populações civis ucranianas. Em um destes combates, Volodymyr foi preso, os carrascos soviéticos lhe partiram dentes e várias costelas, cortaram os dedos com o alicate, tentando arrancar a informação sobre a guerrilha. Mas o jovem conseguiu fugir mais uma vez, voltando a Crimeia, onde vivia a mãe. Foi preso novamente, acusado de roubo de uva e a recusa de se juntar ao exército vermelho, foi sentenciado à 10 anos de campos de concentração. Os soviéticos não souberam sobre o seu passado guerrilheiro, senão ele seria fuzilado.
Slogan do UPA: Liberdade aos Povos! Liberdade à Pessoa!
Apenas após a Independência da Ucrânia, Volodymyr Chermoshencev contou toda a verdade sobre o seu passado guerrilheiro, a sua vida até mereceu um livro.

...a ocupação russa de 2014
Na sua chegada ao Ternopil em março de 2014
Por quase 50 anos Volodymyr Cheremoshentsev viveu na Crimeia nos arredores da cidade de Bakhchysarai. Na península faleceu a sua esposa e três filhos. Apesar das muitas saudades, a sua vida estava se compor. Até que em 2014 Crimeia foi ocupada pelo exército russo, com ajuda dos colaborantes locais.
Imediatamente após o “referendo”, o veterano ucraniano de 88 anos começou receber as ameaças graves, vindas dos membros das milícias separatistas: Sabemos que és russo e que também foste nacionalista ucraniano, eras banderista, serás julgado pela lei militar russa.

Os “valentões” insultavam o Sr. Volodymyr na rua, atiravam lhe as beatas e lhe cuspiam. Comportando-se de acordo com os melhores práticas e costumes do seu “mundo russo”.
O veterano do UPA não temia as ameaças, mas com a sua idade avançada não quis sofrer as humilhações às mãos da gente desonrada. Como tal, ainda em março de 2014 se mudou para Ucrânia continental, escolhendo a cidade de Termopil para viver o resto da sua vida tranquilamente: “eu não queria ficar enterrado na mesma terra com estes inimigos”.

A escolha da cidade de Termopil Sr. Volodymyr explica de seguinte forma: “é uma cidade sagrada da Ucrânia. Aqui começou UPA, as pessoas sabiam o que é Ucrânia”.
Na sua nova casa na cidade de Ternopil (2014)
Na cidade de Ternopil o veterano ucraniano recebe a sua reforma, aqui terá a nova casa aquele que sempre dizia: – Eu jurei amar a Ucrânia, o povo ucraniano. Eu até tenho o orgulho quando me chamam de banderista, eu sou banderista, não lutei por qualquer coisa, lutei pela Ucrânia! 

Bónus 
UPA: eles lutaram pela Independência da Ucrânia. Eles ganharam!
http://www.youtube.com/watch?v=TDaczdSiCpI

sexta-feira, outubro 16, 2009

A chefe do Estado mais sexy do mundo

A página Hottest Heads of State elaborou recentemente a sua lista dos chefes do estado mais sexy do Mundo. A primeira – ministra da Ucrânia, Yulia Timoshenko é o número um da lista. Xanana Gusmão aparece como o número 13 e José Eduardo dos Santos como o número 23.

Ver a lista completa:
http://hottestheadsofstate.wordpress.com/list

Bónus futebolístico:

Após ganhar a Andorra por 6:0 no campo de adversário, a Ucrânia ganhou o direito de disputar os jogos de play-off para o apuramento ao Campeonato do Mundo na África do Sul. O adversário da Ucrânia será conhecido hoje, dia 19 de Outubro (UPD: calhou-nos a Grécia, acho que podia ser pior...)

quinta-feira, outubro 15, 2009

Festival Giper Tatoo 2009 em Lviv

Nos dias 9 – 11 de Outubro, a cidade ucraniana de Lviv acolheu o 5º festival internacional de tatuagem, «Giper Tattoo 2009».

No festival participam cerca de 150 artistas da Ucrânia, Alemanha, França, Polónia, Moldova, Roménia e Rússia. O vencedor foi ucraniano Ihor Savchyn, esta é a sua segunda vitória, cinco anos atrás ele já ganhou o primeiro festival Giper Tattoo.

A página oficial do Festival:
http://www.gipertattoo.lviv.ua/index.html

Ver os trabalhos dos participantes:
http://community.livejournal.com/misto_lviv/893418.html

quarta-feira, outubro 14, 2009

Maior guerrilha do mundo celebra 67º aniversário

No dia de Pokrova, o Exército Insurgente da Ucrânia (UPA), um dos maiores e melhor organizados movimentos guerrilheiros do século XX, celebra o seu 67º aniversário. Entre 1942 e 1954, UPA activamente lutou pela Independência da Ucrânia contra duas forças de ocupação: Alemanha nazi e a URSS comunista.

A cidade ucraniana de Lviv foi o palco da marcha popular em apoio do UPA, onde lado a lado desfilaram os veteranos do UPA e as novas gerações de ucranianos, que exigem que a guerrilha ucraniana seja oficialmente reconhecida como a força que lutou pela independência do país e o seu ideólogo, líder da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN), Stepan Bandera, seja reconhecido como o herói nacional.

Na de Lviv também foi apresentada o mapa "UPA", editada com a tiragem limitada de 1.000 exemplares para celebrar o 50º aniversário da morte do Stepan Bandera e o 67º aniversário do UPA.

O mapa tem como a base os dados sobre a estrutura territorial do UPA em 1944, quando a guerrilha ucraniana era composta por 4 grupos chamados GVO (Circunscrição Militar Geral): “UPA – Norte”, “UPA – Ocidente”, “UPA – Sul” e “UPA – Leste”.

As actividades do UPA estendiam-se a todo o território da Ucrânia, incluindo os territórios étnicos de Crimeia e Kuban. A única diferença é a intensidade da luta militar: na Ucrânia da margem ocidental a luta era mais activa, no resto do território UPA usava os grupos pequenos, bastante móveis.

O mapa assinala os locais de principais batalhas vitoriosas do UPA (cerca de 50), contra todo o tipo dos ocupantes: NKVD soviético, exercito nazi e as unidades militares polacas em 1943 – 1947. Por exemplo, no território etnicamente ucraniano atrás da Linha do Curzon, existiam pelo menos duas repúblicas, onde a situação política, económica e militar era controlada pelo UPA.

O mapa revela os nomes de todos os nove generais do UPA, mencionando também o último insurgente ucraniano, que saiu do seu esconderijo apenas em 1991, após a proclamação da independência nacional ucraniana.

Durante os anos da luta, por fileiras do UPA passaram mais de 400.000 ucranianos, na auge da sua força, em 1944 a guerrilha contava com 100.000 homens e mulheres ucranianos (e de outras nacionalidades), que juraram morrer ou conseguir erguer a Ucrânia Independente.

Fonte:
http://mediastar.net.ua/kultura/3562-u-lvovi-pobachila-svit-mapa-peremozhnikh-boyiv.html

Documentos sobre UPA:
http://www.ssu.gov.ua/sbu/doccatalog/document?id=79308
http://proidysvit.livejournal.com/34422.html
http://kray.ridne.net/taxonomy_menu/6/105

UPA: eles lutaram pela Independência da Ucrânia. Eles ganharam!
http://www.youtube.com/watch?v=TDaczdSiCpI

terça-feira, outubro 13, 2009

A pátria de Clarice Lispector

O jornalista brasileiro Fabiano Possebon entrevista via e-mail a ucraniana Arzy Karimova. Ela mora na Crimeia e é professora de língua ucraniana. Quem desejar se corresponder com ela, em inglês ou ucraniano, o e-mail é: solnyshko (via: sombra)
Arzy, primeiramente, fale-me um pouco sobre a língua ucraniana...

A língua ucraniana pertence às chamadas línguas eslavas, da família indo-européia. O russo, o ucraniano, o bieolorusso, por exemplo, são idiomas-parentes, então se pode facilmente encontrar palavras correspondentes nestas línguas. Já quanto ao estudo desses idiomas, diria que pode haver alguns problemas, pois estas línguas têm como característica principal uma grande quantidade de sufixos e radicais. Mas, você pode ir aos poucos assimilando esses mecanismos assistindo programas de TV falados nesses idiomas.

Ler a entrevista completa:
http://www.jornaldemocrata.com.br/materias/read.asp?id=6873

Bónus turístico (os turistas russos na Turquia):
http://www.youtube.com/watch?v=ldfMqLHi2CU

segunda-feira, outubro 12, 2009

Yulia Timoshenko na Internet

A principal e mais real pretendente para se tornar o próximo presidente da Ucrânia, líder do bloco eleitoral BYUT, Yulia Timochenko, apostou seriamente na Internet, dando a cara por várias páginas suas, mais ou menos pessoais.

http://tymoshenkoua.livejournal.com – blogue na rede social Live Journal
(“… a minha equipa me ajudará manter o meu jornal…”

http://blog.tymoshenko.ua – blogue pessoal “sem a política”. Aqui a sua equipa irá falar sobre as questões aparentemente apolíticas: educação, marketing pessoal da Yulia Timoshenko, etc.

http://www.tymoshenko.ua – página oficial da Yulia Timoshenko, criada, como não podia deixar de ser, pela sua equipa…

Bónus futebolístico:
Ucrânia, após ganhar 1:0 a Inglaterra e caso ganhar a Andorra, mantém a esperança de se qualificar para o Campeonato do Mundo na África do Sul em 2010. Reportagem do jogo que teve lugar na 3ª maior cidade da Ucrânia, Dnipropetrovsk:
http://zik.com.ua/ua/news/2009/10/11/199693

sábado, outubro 10, 2009

Genocídio da nação georgiana

No dia 30 de Setembro, foi concluído o inquérito internacional sobre as responsabilidades recíprocas na guerra entre a Geórgia e a Federação Russa em Agosto de 2008. O inquérito, conduzido pela diplomata suíça Heidi Tagliavini, chefe da Comissão Independente Internacional de Apuramento de Factos no Conflito na Geórgia (IIFFMCG – CEIIG), foi patrocinado pelo Conselho da União Europeia.

A imprensa e os dirigentes russos, apressaram-se a declarar que o inquérito culpabilizava a Geórgia. Mas na realidade o inquérito sugere que as FA da Geórgia começaram o bombardeamento da cidade de Tshinvali na noite de 7 de Agosto de 2008 (uma afirmação discutível), após anos de provocações perpetuadas pela Federação Russa.

Neste momento, os resultados de investigação, em forma de Relatório, foram apresentadas às partes do conflito, ao Conselho da União Europeia, à OSCE e à ONU.

O Relatório em forma de PDF poderá ser consultado aqui:
http://91.121.127.28/ceiig/Report.html

http://91.121.127.28/ceiig/pdf/IIFFMCG_Volume_I.pdf (Volume I, 43 páginas, 3,7 Mb)
http://91.121.127.28/ceiig/pdf/IIFFMCG_Volume_II.pdf (Volume II, 441 página, 31,2 Mb)
http://91.121.127.28/ceiig/pdf/IIFFMCG_Volume_III.pdf (Volume III, 638 páginas, 24,8 Mb)

Investir em Geórgia!
http://www.investingeorgia.org

Genocídio patrocinado pelo Moscovo

“No dia 27 de Setembro de 2009 assinalou-se em toda a Geórgia o 16º aniversário do ataque dos separatistas da Abecásia contra a capital regional. Apoiados pelos “irmãos” russos e pela escória de todo o Cáucaso, separatistas tomaram a cidade de Sukhumi, capital da república autónoma georgiana.

Pelo censo populacional de 1989 na Abecásia viviam 17,8% dos abecases, 45,7% georgianos, 14,6% arménios, 14,4% russos, alem de gregos, ucranianos, estónios. Nenhum referendo ou as eleições livres poderiam dar a vitória aos separatistas, por isso foi tomada a decisão estratégica em exterminar os georgianos. Pois se “não há o povo, não há o problema”. Quem conseguiu, refugiou-se… A guerra foi terrível, os vizinhos e familiares lutavam com muita garra. Mas mesmo agora, os abecases estão em minoria, eles são menos numerosos do que os georgianos do distrito Gali (mingrelianos) ou do que os arménios. E se não fosse o apoio moscovita ao regime nazista do Bagapsh, hoje não se poderia falar da “independência” desta parcelinha da Geórgia.

Eu acredito que os georgianos voltarão um dia a Abecásia, porque é a casa deles. E ao contrário dos invasores russos, eles vão entrar nas suas próprias moradias”.

Fonte:
http://vaxo.livejournal.com/360943.html

“Dia 27 de Setembro de 1993 é uma data, cuja avaliação nunca conseguirá reunir o consenso entre os georgianos e abecases. Conversando sobre os temas abstractos muitas das vezes conseguimos encontrar a base comum, e até avaliando a guerra, podemos encontrar os pontos em comum, mas nesta questão tudo fica muito diferente. Para cada georgiano e cada morador da Geórgia, este dia é uma data trágica, dia quando dezenas de milhar de moradores de Sukhumi, salvando a si próprios e as crianças, foram correr fora da cidade, às montanhas, procurando o caminho até a Geórgia Central, os que ficaram, foram na sua grande maioria assassinados, apenas porque eram georgianos….”

Fonte:
http://cyxymu.livejournal.com/576189.html

“1999, localidade de Kobuleti na Adjara. Quase todo o tempo das minhas férias escolares, não conseguia entrar na água. Sabem porque? Assisto as crónicas dos acontecimentos na Abecásia, e na água estão os cadáveres, dezenas, centenas de cadáveres. Quem sabe quem eles são? Sejam georgianos, sejam abecases… isso é o luto de alguém, as lágrimas de alguém, a tragédia de alguém…

Minha amiga é refugiada (georgiana) de Abecásia. Até agora ela não vai ao mar. Já mais de 15 anos. Nem consegue olhar para o mar. Receia que o coração não aguentará. Até o dia em que voltará à casa, não visitará o mar. Fez a promessa.

Vocês ainda querem ter as férias baratas na Abecásia?”

Fonte:
http://ekser.livejournal.com/51639.html
Bónus:
Conheça melhor as belezas da Geórgia, aproveite para visitar ou fazer negócios neste país! http://www.youtube.com/watch?v=HFCufmgPFiA

Um triste bónus:
A Comissão Internacional de Investigação dos crimes contra a Humanidade de Estónia (criada onze anos atrás) editou a terceira parte dos seus conclusões, chamada: “A ocupação da Estónia pela União Soviética desde 1944” (em inglês, estónio e russo):
http://www.historycommission.ee/temp/index.htm

quinta-feira, outubro 08, 2009

Angola e o fim da URSS

O jornalista português José Milhazes, correspondente do jornal Público e da televisão SIC em Moscovo, lança em Portugal o livro que explica como a presença soviética em Angola (e na África Austral) contribuiu para o fim deste Império do Mal.

O enfoque deste livro, como o próprio título sugere, é uma tentativa, ensaiada pela primeira vez, de colocar em perspectiva uma série de questões altamente controversas, e em grande parte desconhecidas, sobre um passado ainda envolto em secretismo: o expansionismo militar soviético na África Austral, mais propriamente em Angola. Para tal, o autor acedeu a documentação dos arquivos soviéticos (russos) e entrevistou veteranos de guerra, bem como altas personalidades da política soviética. O presente volume oferece, assim, uma ampla gama de matérias para todos quantos se interessam pela ingerência soviética em Angola e até no Golfo da Guiné. Toda a sua estrutura se ampara, do princípio ao fim, em fontes soviéticas (russas), trazendo ao conhecimento dos leitores de língua portuguesa um debate que, pouco a pouco, apesar do difícil acesso às fontes, começa a despontar no firmamento das preocupações da intelligentsia russa e a dar os primeiros frutos: o de saber até que ponto a intervenção em África, ditada por objectivos geopolíticos e expansionistas, respondeu efectivamente aos interesses globais do Estado soviético (russo) e quais as causas do seu fracasso.

O lançamento terá lugar na livraria Círculo das Letras, na rua Augusto Gil, 15B, em Lisboa (entre a Av. de Roma e o Campo Pequeno), no dia 9, pelas 18h30.

p.s.
Para adquirir o livro, poderá entrar em contacto com a editora: http://www.novavega.pt
Preço: 16,80 €
ISBN: 9789726999287

quarta-feira, outubro 07, 2009

3 anos sem Anna Politkovskaia

Hoje, dia 7 de Outubro, completam-se três anos desde o assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaia, uma das poucas vozes na Rússia actual, que ousavam desafiar o poder autoritário de Kremlin.

Anna foi a autora do livro "Segunda (guerra) chechena" (2002), o relato honestamente cruel da carnificina perpetuada pelo Kremlin na Chechénia, com o aval implícito do Ocidente. O texto integral do livro poderá ser lido aqui em formato HTML ou em formato DOC.

Em 2007 Anna Politkovskaia escreveu o livro “A Rússia do Putin”, o texto integral do livro em russo poderá ser lido / descarregado AQUI. O livro foi primeiramente editado em 2004 na Grã – Bretanha, depois nos EUA, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Holanda, Itália, Japão, Noruega, Espanha e Suécia.

Após a sua morte, o jornal Novaya Gazeta reuniu todos os artigos da jornalista, que agora podem ser lidos AQUI.

Os assassinos da Anna Politkovskaia não foram encontrados até agora ...

Fonte:
http://tapirr.livejournal.com/2206473.html
UPD:
O nosso leitor lafourmiautodidacte envio nós um vídeo interessante, dedicado a liberdade de imprensa (em francês): http://video.moncinema.ch/video/iLyROoafM5Tx.html

Celebração dos 120 anos da Imigração Ucraniana ao Brasil

A comunidade ucraniana do Brasil lança o concurso que tem como objectivo a escolha de uma logomarca (logótipo) que identifique os 120 anos da imigração Ucraniana ao Brasil.

A logomarca visa atender às seguintes necessidades:

* Utilização em documentos oficiais e em páginas da Internet;
* Utilização em selos dos correios e moedas comemorativas;
* Utilização em materiais de divulgação de eventos, entre outros.

Inscrições (Gratuitas) até o dia 25 de Outubro de 2009

REGULAMENTO E INSCRIÇÕES:
e-mail: marcosnogas@onda.com.br
tpuk@onda.com.br
Telefone: (41) 9253-2333

Marcos Nogas
Coordenador da Comissão de Organização dos 120 Anos

Fonte:
Jornal “Hliborob” (O Lavrador), № 418 (3863), OUTUBRO 2009
BOLETIM INFORMATIVO DA SOCIEDADE UCRANIANA DO BRASIL
Al. Augusto Stellfeld, 795 – CEP 80410-140, Curitiba – Paraná – Brasil
Fone/Fax: (41) 3224-5597; e-mail:
subras@sociedadeucraniana.com.br

terça-feira, outubro 06, 2009

Morreu primeiro cosmonauta ucraniano

Pavló Popovych, o primeiro ucraniano no espaço, nasceu na localidade de Uzyn, distrito de Bilotserkivskyi, província de Kyiv.

Por isso a sua morte no dia 29 de Setembro findo, foi mais uma perda terrível, entre outras, sucedidas neste ano. Foi com muita pena. O monumento – busto de Popovych na rua de Popovych em Uzyn foi montado desde sempre, nas arredores da escola primária №4, hoje já não existente.

O “tio Pavló”, o 4º cosmonauta soviético, 6ª pessoa em órbita, 8ª pessoa no espaço aberto (desde 1999 é eleito o Presidente da União dos Cosmonautas Ucranianos) e a personagem do abecedário escolar ucraniano, foi e nos cá ficamos. Adeus, o primeiro e parece que o último homem, que cantou a canção ucraniana em órbita.

Cidadão russo desde o fim da URSS, o activista da comunidade ucraniana na capital moscovita (presidente honorário da Sociedade de Cultura Ucraniana Slavutych), ele será sepultado em Moscovo. Obviamente é um erro, mas talvez a sua família preferiu assim…

Fonte:
http://ledilid.livejournal.com/434850.html

Bónus:
A Comissão Internacional de Investigação dos crimes contra a Humanidade de Estónia (criada onze anos atrás) editou a terceira parte dos seus conclusões chamada “A ocupação da Estónia pela União Soviética desde 1944” (em inglês, estónio e russo):
http://www.historycommission.ee/temp/index.htm