terça-feira, outubro 02, 2007

Holocausto Ucraniano lembrado no Brasil

O senador Heráclito Fortes, presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), abriu no dia 25.09 de 2007, na Biblioteca do Senado, exposição em memória dos 75 anos do Holodomor – morte pela fome na Ucrânia, promovido, entre os anos 1932 e 1933, pelo governo totalitário stalinista da URSS. O genocídio de 10 milhões de ucranianos, entre os quais muitas crianças, foi negado pela antiga URSS durante longos anos e só foi oficialmente reconhecido na Ucrânia por ocasião do 15º aniversário de sua independência, em 24 de Agosto de 2006.
Actualmente 14 países já reconheceram oficialmente o Holodomor, entre os quais Canadá, Estados Unidos, Polónia, Hungria e Estônia, e mais recentemente, Peru e Espanha, conforme informou o embaixador da Ucrânia no Brasil, Volodymyr Lákomov. A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados aprovou moção de reconhecimento do genocídio. Em breve, o Senado Federal deverá fazer o mesmo.
Heráclito disse que o episódio marcou toda uma geração pelo mundo afora, ressaltando que, ao reverenciar a memória das vítimas, a exposição de gravuras cumpre o papel de alertar o mundo para que se repitam factos dessa natureza. O senador acrescentou que factos como esses – "demasiadamente chocantes" – são trazidos à memória para que se estimule a fraternidade nas relações. Recordou que o Holodomor, que significa "matar pela fome", foi responsável pela morte de milhares de pequenos lavradores, com "reflexos inquestionáveis sobre a nação ucraniana".
O parlamentar citou as palavras do presidente da Ucrânia, Viktor Yuschenko, na Organização das Nações Unidas (ONU) em 2005, que dão, segundo ele, uma demonstração da preocupação do povo ucraniano em evitar a perda da memória histórica, pois grande parte das testemunhas da grande fome já morreram: "O mundo deve saber a verdade sobre todos os crimes contra a humanidade. Somente dessa forma teremos a certeza que a indiferença nunca mais irá atrair os criminosos".
O embaixador da Ucrânia, Volodymyr Lákomov, afirmou que espera que a exposição – composta de gravuras de artistas ucranianos e norte-americanos sobre o tema – "abra os caminhos dos corações para que conheçam esta parte triste da história da Ucrânia".
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As vítimas da grande violação dos direitos humanos cometida contra a população da Ucrânia, durante o Holodomor foram lembradas, na última semana, no Congresso Nacional Brasileiro. O deputado Eduardo Sciarra (Democratas-PR) aprovou, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, um requerimento de moção que reconhece como genocídio as atrocidades cometidas naquele período. A moção segue agora para o Governo Federal para o devido registro do reconhecimento. O “Holodomor”, também conhecido como “Grande fome da Ucrânia”, ocorreu durante os anos de 1932 e 1933, durante o governo de Stalin, e estima-se que neste período, de 7 a 10 milhões de pessoas tenham sido torturadas até a morte pela fome, sendo mais de um terço desse número formado por crianças. Para o deputado, o “Holodomor”, onde tantas pessoas morreram, “é uma tragédia que envergonha a população mundial. O reconhecimento pelo Congresso Nacional e pelo Governo Brasileiro, mais do que um acto de solidariedade tardio com o povo ucraniano, é uma forte manifestação em favor da liberdade contra qualquer tipo de tirania” afirmou. O reconhecimento como genocídio ou crime contra a humanidade é uma homenagem àquela população e já existe em diversos lugares, como Estados Unidos, Canadá, Estônia, Argentina, Austrália, Itália, Hungria, Lituânia, Geórgia e Polónia.
Eduardo Sciarra

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