segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Os rostos da nova Ucrânia

As biografias não oficiais dos três Vice – Primeiros – Ministros

Anatoliy Kinakh: O Primeiro Vice – Primeiro – Ministro

Nasceu em 1954 em Moldova, na aldeia ucraniana Bratushany, que foi fundada no século XVII, pelos cossacos de Hetman ucraniano Bohdan Hmelnickiy.
Em 1978 foi graduado pela Universidade Naval de Leninegrado.
Em 1981, Anatoliy Kinakh começou trabalhar na Fábrica naval de Tallinn (Estónia), em 1984 mudou-se para a cidade ucraniana de Mykolaiv (Nikolaev), onde trabalhou na empresa “Okean”.
Em 1990 Anatoliy Kinakh é eleito pela primeira vez para o Parlamento da Ucrânia.
Em 1992 ele é representante do primeiro Presidente ucraniano Leonid Kravchuk, na província de Mykolaiv (com funções de Governador Civil) e em 1994 torna-se o Chefe do Conselho Autárquico Regional.
Em 1995 torna-se Vice – Primeiro – Ministro, responsável pela Política Industrial, em 1996 ele é conselheiro do Presidente Leonid Kuchma, sobre as questões da política industrial.
No fim de 1996 é eleito como Presidente da União dos Industriais e Empresários da Ucrânia, no mesmo tempo é assistente do Presidente do Partido Nacional Democrático (NDP). Nas eleições legislativas de 1998, Kinakh é o número cinco nas listas de NDP, todavia ele consegue ser eleito para o Parlamento no circuito majoritário. No Parlamento, ele lidera o Comité da Política Industrial.
Em 29 de Maio de 2001, Kinakh é eleito como Primeiro – Ministro da Ucrânia com 239 votos à favor. Ele acaba de substituir o Viktor Yushenko, demitido pelo Presidente Kuchma. Já em Novembro de 2001 Kinakh também é demitido. Anatoliy Kinakh nunca mostrou a pretensão de se tornar um jogador independente: “O Primeiro – Ministro é um gestor do Estado, que assinou o contrato com o Presidente”, - afirmava ele.
Em 2002 Kinakh é o número dois em bloco eleitoral de Kuchma “Pela Ucrânia Unida”, mas uma vez eleito, ele renuncia o lugar no parlamento e passa chefiar o Governo. No dia 16 de Novembro de 2002, Kuchma demite o governo de Kinakh e nomeia como Primeiro – Ministro, o ex – cadastrado Yanukovich.
Kinakh concorreu na 1ª volta das eleições presidenciais de 2004, sendo a primeira figura de regime, que deu o seu parecer público negativo sobre o Yanukovich: “pessoa com o passado criminal não deve se tornar o Presidente da Ucrânia” .
A si próprio, Anatoliy Kinakh caracteriza como: “nascido no Leste, director com experiência de trabalho e dos altos níveis do Poder, crítico das autoridades, mas não radical e nem nenhum esquerdista”.
Na segunda volta das eleições, Kinakh disse que: “apoiava o candidato que não usava os métodos injustos da luta política”, - escolhendo Viktor Yushenko.
Durante a Revolução Laranja, Anatoliy Kinakh era o chefe do Comité dos Greves.
Anatoliy Kinakh era considerado, um dos quatro possíveis candidatos ao posto de Primeiro Ministro da Ucrânia, perdendo a corrida para a número dois da Revolução Laranja – Yulia Timoshenko.

Anatoliy Kinakh possui um terreno de aproximadamente 600 metros quadrados, apartamento de 267 m. q., casa de campo de 35 m. q., garagem de 50,9 m. q., carro ligeiro Toyota e uma conta no banco de 20.581 UAH (3.883 USD). O seu último salário era de aproximadamente 35.419 UAH (7.437 USD) por ano.
Anatoliy Kinakh vive na baixa de Kyiv, conhecida como Podil. Os seus hobbies são pesca, convívios familiares, leitura de ficção cientifica e artigos sobre a astrofísica, música dos Beatles e Pink Floyd.
É casado, a esposa, Marina Kinakh costuma desempenhar as funções da sua secretária de imprensa.
Tem três filhas: Sofia de três anos, Natalia e Zoia do casamento anterior.


Oleh Rybachuk: Vice – Primeiro – Ministro da Integração Europeia

Nasceu no dia 22 de Abril de 1958.
Graduado pela Universidade Nacional de Kyiv Taras Shevchenko, pelo Departamento dos Estudos Romano – Germânicos da Faculdade de Filologia. Segunda graduação pelo Instituto de Economia Nacional.
Trabalhou cinco anos na Índia, para a companhia de petróleo “Zarubezhneftestroy”. Voltando da Índia, empregou-se no “Kyivbirzhbank” (Banco da Bolsa de Kyiv). Mais tarde, entrou nos quadros do Banco Nacional da Ucrânia (NBU), onde criou e encabeçou o Departamento das Relações Exteriores.
Vadym Hetman, o primeiro Presidente do NBU, na Ucrânia independente, apresentou Oleh Rybachuk ao Viktor Yushenko em 1992. Quando Viktor Yushenko tornou-se Presidente do Banco, Rybachuk fiz uma pós – graduação de 8 meses nos EUA e Grã Bretanha pelo programa da Universidade de Georgetown.
Durante o seu trabalho no NBU, Rybachuk disse que foi “convidado para ser Presidente dos cinco maiores bancos do país”, algo que sempre recusou. No mandato de Viktor Yushenko como Primeiro – Ministro (Dezembro de 1999 – Maio de 2001), Rybachuk era o seu chefe do pessoal.
Depois da demissão do governo de Yushenko, em Maio de 2001, Rybachuk assinou um contrato de três anos como Vice – Presidente do “Banco do Mar Negro do Comercio e Desenvolvimento”, baseado em Tessalonika (Grécia). Mas voltou à Ucrânia seis meses depois, apesar do usufruir na Grécia um salário de cerca de 100.000 USD por ano.
Na Ucrânia, Rybachuk foi responsável de formar a quota de Viktor Yushenko na lista geral da Coligação eleitoral “Nossa Ucrânia” nas eleições de 2002. Rybachuk era o número 29 da lista, que conseguiu eleger 98 deputados. No Parlamento, Rybachuk era o líder parlamentar do grupo “Razom” (Juntos) que ele próprio considerava “a gema do ovo da Nossa Ucrânia”, que tinha deputados com várias sensibilidades da esquerda, centro e da direita.
Mais tarde, Rybachuk tornou-se o gestor da sede política do Viktor Yushenko, líder parlamentar da Coligação e Chefe do subcomité das finanças e bancos. Viktor Yushenko caracteriza o Oleh Rybachuk como “pessoa que não tolera as coisas imorais”.
Jornalistas consideram Oleh Rybachuk, como a pessoa “mais adequada” na “Nossa Ucrânia”. Rybachuk possui uma enorme facilidade de comunicação e não perde o bom humor, mesmo nos momentos mais dramáticos da campanha eleitoral. Também, Rybachuk, era a pessoa que durante os dias de Revolução Laranja mantinha os contactos com as forças de segurança, através destes contactos ele obteve as gravações que provavam que o Governo de Yanukovich falsificou as eleições.
O Vice – Primeiro – Ministro planeia assinar o tratado de associação União Europeia – Ucrânia já neste ano, conseguindo tornar o país como membro da UE em pleno direito, em 2010.
“Nos estamos prontos para preencher todos as categorias formais de Copenhaga, (pré – requisitos para negociações com a UE) no período de um ou dois anos”, “Yushenko tornou-se Presidente, então a Ucrânia pode tornar-se membro da União Europeia. É a missão desta Presidência”, - disse Rybachuk. Pare este efeito, Oleh Rybachuk apadrinhou uma ONG nacional, “Centro da Europa”* que tem por objectivo preparar os esquemas de integração da Ucrânia na UE com ajuda dos especialistas estrangeiros.

Rybachuk vive nos arredores de Kyiv, na localidade de Pliuty, onde ele comprou o terreno com o crédito do BNU. Ele também possui um apartamento em Kyiv, que comprou com dinheiro que ganhou na Índia.
Índia também influenciou o seu modo de vida: no seu regresso à Ucrânia, Oleh Rybachuk deixou de fumar e já vários anos não come a carne.
Casado, tem um filho e uma filha.


Mykola Tomenko: Vice – Primeiro – Ministro dos Assuntos Humanitários

Nasceu em 1964 na aldeia de Kanivci, na província ucraniana de Cherkasy.
Entre o 1983 e 1985 cumpriu o Serviço Militar Obrigatório no Afeganistão.
Em 1989 é Graduado pela Universidade Nacional de Kyiv Taras Shevchenko, Faculdade de História.
Em 1992 obteve o nível de Ph.D com o tema “A visão de lugar do Estado nos programas dos partidos e nas suas actividades quotidianas no tempo presente na Ucrânia (analise histórico – político)”.
Desde 1992 Tomenko é o chefe do Departamento das ciências políticas no Instituto Nacional Operacional e da Auto Governação, subordinado ao Gabinete do Conselho dos Ministros da Ucrânia. Ao mesmo tempo, Tomenko é chefe do Direcção de informação e analítica do Ministério da Nacionalidade e Migrações e Vice – Presidente da Associação dos Jovens Políticos da Ucrânia.
Desde 1994 até 1998 Mykola Tomenko desempenhava as funções de Vice – Presidente do Fundo ucraniano “Perspectivas ucranianas” que fazia acompanhamento político – analítico das campanhas eleitorais e dos projectos políticos no país. Tomenko também era Director do Instituto das Sociedades Pós – Comunismo e Chefe do Departamento de politologia na Universidade Nacional Academia de Kyiv – Mohyla. Como politólogo, Tomenko alcançou grandes níveis da notoriedade, tentando conciliar o seu estatuto de cientista com o seu desempenho político.
Em Março de 1998, Mykola Tomenko era o candidato à Parlamento ucraniano número 15 na lista do partido “Reformas e Ordem”, mas não chegou a ser eleito.
Desde Maio de 1998, Tomenko lidera Instituto da Política.
Desde Fevereiro de 2000 até Março de 2001 ele torna-se chefe do Bureau de informação e imprensa na Administração Estatal (Câmara) de Kyiv. Como o responsável dos serviços, Tomenko dedicou muita atenção às novas tecnologias de informação. Sob a sua responsabilidade, Câmara criou o jornal “Gazeta à Kyiv”, reformou os jornais já existentes: “Vechirniy Kyiv”, “Khreshatyk” e “Kyivskiy Region”.
Em Maio de 2002, Tomenko foi eleito para o Parlamento da Ucrânia como número 62, pela lista da Coligação “Nossa Ucrânia”. Durante a campanha eleitoral ele era o estratego, ideólogo e analista político da Coligação.
Desde Junho de 2002 Tomenko tornou-se Chefe do Comité de liberdades de expressão e de informação no Parlamento – único Comité parlamentar, encabeçado pelos deputados da “Nossa Ucrânia”. Em Outubro de 2002, Tomenko escreveu uma carta pública ao Kuchma, onde chamava a atenção do Presidente sobre a questão das directrizes preparados na Administração do Presidente que ditavam as “regras de jogo” aos órgãos da comunicação social do país. No dia 4 de Dezembro de 2004, Tomenko tomou a parte activa em primeiras audições parlamentares intituladas: “Sociedade, média, poder: liberdade de expressão e censura na Ucrânia”.
Em Fevereiro de 2004, general ucraniano Valeriy Kravchenko, escolheu Mykola Tomenko, para tornar públicos, os documentos sensacionais que provavam que Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), espiava cidadãos ucranianos na Alemanha. Como resultado, Tomenko foi ameaçado pelo Procurador Geral do país com responsabilidade criminal por divulgar os “secretos nacionais”.
No inicio do 2004, Tomenko publicou no jornal de Internet “Ukrainska Pravda” os documentos do Departamento do Estado da Ucrânia, sobre o dinheiro retirado do Orçamento do Estado, gasto no tratamento particular do Presidente Kuchma na cidade alemã de Baden – Baden .
Foi o Tomenko que chamou a atenção do público ao facto de Yanukovich escrever no seu CV que tem o grão académico de Proffessor. Tomenko também tornava públicas as tecnologias sujas usadas pela equipa de Yanukovich no trato com a média.
Foi o Mykola Tomenko ofereceu a primeira vitoria à Revolução Laranja, quando conseguiu apoio do presidente da Administração Estatal (Câmara) de Kyiv Oleksander Omelchenko. Major Omelchenko apoiou a Revolução, declarando já no dia 22 de Novembro de 2004 que reconhece o Viktor Yushenko como único legitimo presidente da Ucrânia. Depois disso, Omelchenko ofereceu o r/chão da Administração para uso dos populares que bloqueavam o centro de Kyiv em apoio ao Viktor Yushenko.
Mykola Tomenko é autor dos livros políticos “A base de teoria e da política”, “A história da constituição da Ucrânia” e “ABC da política ucraniana”. Alem disso ele é autor do livro intitulado: “Teoria do amor ucraniano”. O prefácio do livro foi escrito pelo Viktor Yushenko. No livro, Tomenko diz que: “a minha formula é: o ideal do amor ucraniano é a aspiração de ganhar o amor, não de o perder”.
Tomenko sempre afirmou que não é devoto à política, mas que poderia trabalhar na área de publicidade, para tornar as marcas registadas e os brands no país, mais ucranianas.
Tomenko é fã da musica moderna ucraniana e do desporto.
É casado, tem filho Pavlo de 4 anos.

Fonte: www.pravda.com.ua

* O nome da ONG “Centro da Europa”, apadrinhada pelo Vice – Primeiro – Ministro da Integração Europeia Oleh Rybachuk é uma homenagem ao facto pouco conhecido no Mundo lusófono do que o Centro geográfico da Europa é situado na Ucrânia Ocidental, nos montes Cárpatos, entre as cidades de Tiachiv e Rahiv.

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