quarta-feira, novembro 29, 2023

Ucrânia abate um major-general das forças russas de ocupação

Em 28 de novembro de 2023, foi liquidado na Ucrânia, o major-general russo Vladimir Zavadsky. Oficialmente o cupante russo foi vítima de uma mina terrestre, informação avançada pelos TG canais russos e confirmada pelas páginas russas mais generalistas.

Vladimir Zavadsky, nasceu em 1978. De agosto de 2018 a junho de 2021, foi comandante da Divisão Blindada de Guarda «Kantemirovskaya», a divisão de elite do exército russo, bastante despedaçada na guerra da Ucrânia. 

Consta que no momento de sua morte Zavadsky era o vice-conandante do 14º Corpo de Exército, o nome que os ocupantes russos deram ao conjunto das suas forças militares estacionadas em Donetsk. Ele foi o primeiro general russo morto por uma mina (UPD: os TG canais russos escrevem que general foi vítima de uma mina russa, colocada pelos próprios russos, nos arredores de localidade de Krynky, na margem esquerda da região de Kherson, para se defender das forças especiais ucranianas) e sétimo general russo com a morte confirmada, dos 12 generais russos eventualmente liquidados na Ucrânia, os restantes generais russos, abatidos na Ucrânia eram vítimas de mísseis ou de artilharia ucranianas. 

Bónus 

Os militares do Serviço da Guarda-fronteira da Ucrânia hastearam a bandeira ucraniana no posto de controlo/e “Budarky”, na fronteira com a federação russa. 

Os militares da Brigada “Cordão de Aço”, não se importando com os constantes bombardeios, entraram no território do posto de controlo/e “Budarky”, que fica na região de Kharkiv, e ergueram a bandeira ucraniana na torre mais alta da vila. 

Este posto de controlo/e está localizado diretamente na fronteira estatal e não funciona desde a invasão russa de grande escala, dia 24.02.2022.

segunda-feira, novembro 27, 2023

Fábrica russa de motores dos MBT explode em chamas

Explosão na Fábrica de Tratores de Chelyabinsk (ChTZ), uma das mais importantes unidades russas na produção de motores e, muito possivelmente, da recuperação dos MBT retirados do armazenamento de longa data.



Hoje, a ChTZ produz veículos militares com rodas e lagartas, bem como motores à gasóleo e os seus componentes, usados em tanques e obuzeiros autoprulsados russos (T-72, T-90, T-14, BMPT Terminator, etc.). Desde 2011 80% das ações da ChTZ são detidos pela fábrica Uralvagonzavod, o principal fabricante dos MBT russos.

O tal transformador que, na versão russa, causou toda essa explosão )

O Ministério de Situações de Emergência da rússia já afirmou que o incêndio foi originado pelo transformador que ardeu devido às causas naturais, versão francamente não confirmada pelos vídeos disponíveis, na fábrica ocorreu algo, muito parecido com uma forte explosão, seguida do incêndio.

Bónus

A secreta ucraniana SBU confirmou oficialmente, que os seus drones navais atingiram vários navios militares russos. O chefe do SBU, general Vasyl Malyuk, observou que a secreta civil ucraniana estava usando drones marinhos não somente para ataques ao Ponte da Crimeia, mas também para atacar navios russos da frota do Mar Negro.

Assim, no início de 2022, drones do SBU atingiram, com bastante sucesso, vários navios russos junto à Baía de Sebastopol, incluindo a fragata porta-bandeira «Almirante Makarov».

domingo, novembro 26, 2023

Jardim de infância ucraniano: cortesia portuguesa e russa

Uma pequena cópia do farol português de Santa Marta de Cascais foi instalada na vila de Irpin, nos arredores de Kyiv. Um jardim de infância foi destruído em Kyiv, por um drone russo... 

Recorde-se que em 2022 Irpin e Cascais assinaram um acordo de geminação e Cascais alocou 500 mil euros para a reconstrução do jardim de infância destruído pelos ocupantes russos. Os projéteis russos abriram um buraco na parede da instituição, quebraram todas as janelas e danificaram o pátio. Durante a ocupação da cidade, os ocupantes russos estiveram no prédio da pré-escola, o que gerou danos significativos no interior das instalações já reformadas, roubo de materiais de construção e diversos equipamentos. Hoje em dia, sobretudo graças à ajuda de Cascais, abriu este jardim de infância inclusivo. 

Em agradecimento por esta ajuda e pela amizade sincera entre Irpin e Cascais, foi erguido no território um pequeno farol de Santa Marta. Agora as crianças vão conhecer um pedaço de Portugal em Irpin (fonte). 

Por sua vez, o exército russo obteve uma outra vitória retumbante. Os drones russos, no seu ataque contra a capital ucraniana, em 25 de Novembro atingiram um jardim de infância em Kyiv, no bairro Solom´yanskiy. Dado que é díficil de imaginar que a inteligência russa confundiu jardim de infância com um alvo militar, pode-se dizer, com convicção triste, do que o ataque não teve outro significado senão terrorismo puro e flagrante. 

Após o ataque russo os moradores do bairro, o grupo de cidadãos Gatinhos de Solomyansky, mordores das casas vizinhas correram ao jardim de infância para separar os escombros, mover móveis e brinquedos infantis para a ala sobrevivente do edifício. Limparam, lavaram tudo, até lavaram o chão.










Hoje, muitos meios de comunicação publicaram um vídeo onde a diretora do jardim de infância apoia a professora do grupo «Sonechko» (Solezinho), cuja sala foi totalmente destruída. Ela disse palavras importantes de apoio: «Todos estão vivos. Esta é a coisa mais importante. Vamos reconstruir o nosso jardim de infância». 

Alias, os comentadores russos nem sequer escondem o objectivo dos bombardeamentos das cidades ucranianas: punição colectiva dos ucranianos, para forçar os cidadãos se revoltar contra as autoridades do Estado à fim de provovcar a crise e conflito na sociedade, que, na ótica dos ocupantes russos, poderá beneficiar as forças invasores. 

Até hoje a lógica dos ocupantes se mostrou profundamente errada, cada bombardeamento da infraestrututa civil apenas aumenta desejo ucraniano a) de vencer essa guerra; b) criar a distância cada vez maior para com os ocupantes russos, em termos políticos, económicos, sociais ou culturais.

Bónus

Um dos operadores do blindado russo filma como o blindado à sua frente é despedaçado pela artilharia ucraniana. Os restos do operador russo voaram direto para o objetivo da câmera.

Saúde aos envolvidos!

@kazansky2017

Ucrânia em 2023 vista pela revista Time

A revista Time publicou as 100 melhores fotos de 2023. Entre eles estão vários tiradas na Ucrânia.

- As mãos de um soldado ucraniano da 28ª brigada das FAU. A algumas centenas de metros das trincheiras de ocupantes russos (Maxim Dondyuk, NYT).

- Médicos ucranianos salvam / resgatam um soldado ferido perto de Bakhmut (Yuvhen Maloletka, AR).

- Crianças na cave do Hospital materno-infantil «Okhmatdit» em Kyiv (Nicole Tung, NYT).

- Um soldado ucraniano ferido termina o cigarro numa maca médica (David Guttenfelder, NYT).

- Uma família após uma explosão devido a um bombardeamento russo num bairro residencial em Pervomaiskyi (Olexandr Magula, AR).

- Tudo o que resta de um militar russo numa estrada na região de Donetsk (Tyler Hicks, NYT).

Perdas escondidas russas

Cidade russa de Kostroma, cemitério local, túmulos dos paraquedistas do 331º regimento da 98ª divisão aerotransportada russa. Eles participaram no assalto à cidade ucraniana de Hostomel, a famosa operação russa de «tomar Kyiv em 3 dias». Em resultado morreram muitos deles, alegadamente «pela pátria e pela fé». O autor do vídeo diz que a sua morte não foi em vão. Ele sabe perfeitamente que foi, dado que exército russo fugiu de Kyiv, forçado, pelas FAU de abandonar a região da capital. O que esqueceram os russos, de Kostroma e de outros lugares longínquos, na Ucrânia e a razão de terem que morrer pela sua fé num país que não era deles continua ser um enigma...

sexta-feira, novembro 24, 2023

Ucranianas: vítimas, sobreviventes e vencedoras da guerra russa na Ucrânia

Oksana Stolyuk, de 49 anos, foi morta pelos ocupantes russos na aldeia de Klavdieve-Tarasove em 30 de março de 2022. Apenas mais uma vítima ucraniana vinda do triángulo da morte na região de Kyiv: Bucha-Borodyanka-Hostomel. 

Naquele dia, ela e sua filha mais velha, Kateryna, não estavam longe de casa - estavam na rua, à telefonar aos parentes. Quando Oksana e Kateryna voltavam ao apartamento, ouviram-se tiros. A filha caiu na vala e a mãe não teve tempo de reagir. Ela foi ferida nos pulmões. Tentaram levar Oksana Stolyuk ao hospital, mas ela morreu no caminho. 

Oksana era natural de Klavdieve-Tarasove. Trabalhou num café, era vendedora numa loja. Em 2019,  sofreu dois derrames e foi obrigada a abandonar o trabalho por problemas de saúde. 

«Mãe nos criou sozinha. Ela tinha um caráter forte. Ela adorava tricotar, tecer com miçangas. Ela fez capas para assentos de carro. Foi assim que desenvolvi minhas mãos», disse Ksenia, a filha da ucraniana morta. 

A invasão russa em grande escala encontrou Oksana na sua aldeia natal. Eles não queriam sair de casa com a filha Kateryna. 

“No dia 30 de março de 2022, minha mãe me ligou primeiro e disse que está tudo bem: dizem que os tanques (russos) estão andando, mas parece que está um pouco mais calmo. E então ela ligou para meu irmão, que estava no serviço. Depois disso, mãe e irmã foram para casa. Moramos perto da autoestrada/rodovia de Varsóvia, havia franco-atiradores russos por perto, começaram a atirar... No dia seguinte, minha mãe foi enterrada perto do hospital, em um cemitério. Já no final de maio, foram enterrados novamente no cemitério mais próximo de casa”, acrescentou Ksenia. 

Oksana Stolyuk deixa duas filhas, um filho, uma irmã mais velha, mãe e sobrinhos.

A militar ucraniana virou o rosto da nova coleção da marca ucraniana Gasanova 

Ruslana «Sima» Danilkina, que perdeu a perna na guerra, estrelou a coleção O Ano do Dragão.



Esta coleção é a expressão de gratidão, uma homenagem ao valor, força e devoção dos heróis ucranianos. Ruslana Danilkina, uma notável heroína das Forças Armadas da Ucrânia, tornou-se o rosto da marca. A sua história é um exemplo de coragem e determinação, bem como um lembrete comovente de que, apesar dos feriados, os ecos da guerra ressoam nos nossos corações, explica a descrição do brand. 

Fonte: Huevy Kyiv 18

Acidente na estação nuclear de Zaporizhia

Em 16 de novembro, ocorreu um vazamento de emergência de reagentes do primeiro circuito para o segundo circuito na unidade de energia nº 5 da central nuclear de Zaporizhzhia, temporariamente controlada pelos ocupantes russos. 

Desde início da guerra, em 24.02.2022, os ocupantes russos usam, de forma irresponsável uma das maiores centrais nucleares da Europa para chantagem nuclear à Ucrânia e ao mundo. Os ocupantes violaram o modo normal de operação da Central Nuclear, garantido pelos funcionários ucranianos. 

O pessoal russo, que está, de forma ilegal, nas instalações ucranianas, mostra-se completamente incompetente. Este é o segundo acidente na instalação em três dias. A interferência dos russos na operação da Central pode levar a perdas de integridade dos tubos do gerador de vapor e até mesmo à situação de emergência de maior escala. 

A única forma de evitar uma catástrofe é forçar os russos a abandonar a central nuclear e restaurar o controlo da Ucrânia e o acesso irrestrito à AIEA.

sexta-feira, novembro 03, 2023

O que as FAU precisam para derrotar rússia

O comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, general Valery Zaluzhny deu entrevista ao The Economist, onde explicou o que precisa para derrotar a rússia. A tecnologia é a chave à medida que a guerra se tornou “posicional”.

A ameaça de transição para uma guerra posicional é um sério desafio para Ucrânia. A procrastinação é benéfica para os ocupantes russos, pois lhes dará a oportunidade de restaurar e aumentar seu potencial militar. Portanto, nas realidades modernas, é extremamente importante estar atento às condições para a possível ocorrência de tal situação e evitá-la em prol da vitória ucraniana.

Abstrato do texto:

As Forças Armadas da Ucrânia necessitam de capacidades e tecnologias militares essenciais. O mais importante deles é o poder aéreo. O controlo/e dos céus é essencial para operações terrestres em grande escala. Isso inclui aeronaves tripuladas e drones.

A rússia mantém atualmente uma vantagem significativa sobre a Ucrânia no céu, o que dificulta o avanço das tropas ucranianas.

A segunda prioridade da Ucrânia: meios de guerra radioeletrónica. “A guerra eletrônica é a chave para a vitória na guerra dos drones”, enfatiza o general.

A rússia modernizou as suas forças de guerra eletrónica, criando um novo tipo de forças armadas e desenvolvendo 60 novos tipos de tais equipamentos. A federação russa é agora mais forte neste aspeto do que a Ucrânia. Embora a Ucrânia tenha construído muitos dos seus próprios sistemas de defesa eletrónica, também precisa de maior acesso à inteligência eletrónica dos aliados.

A terceira tarefa é o fogo de contrabateria, ou seja, a destruição da artilharia inimiga. Nesta guerra, os disparos de artilharia, mísseis e foguetes representam 60-80% de todas as tarefas militares. Quando a Ucrânia recebeu pela primeira vez armas ocidentais no ano passado, os militares ucranianos tiveram bastante sucesso na deteção e combate à artilharia russa. No entanto, a eficácia de tais armas diminuiu drasticamente devido ao aprimoramento dos equipamentos de guerra eletrônica russos.

O fogo da contrabateria da rússia também melhorou, acrescenta Zaluzhnyi. Isto se deve em grande parte ao uso de munições Lancet, que funcionam em conjunto com drones de reconhecimento, e ao aumento na produção de projéteis de alta precisão que podem ser guiados por corretores de solo.

Ucrânia conseguiu alcançar a paridade com a Rússia graças a armas de fogo mais precisas, embora em quantidades menores. Mas não pode durar muito. “E precisamos que os nossos parceiros nos enviem melhores equipamentos de reconhecimento de artilharia que possam localizar armas russas”, diz o comandante-em-chefe.

A tecnologia para a desminagem é a quarta tarefa. Dada a extensão dos campos minados russos, que se estendem até 20 quilómetros em alguns locais, mesmo os fornecimentos ocidentais revelaram-se inadequados. A rússia reabastece rapidamente os campos minados quando as forças ucranianas os desminam, disparando novas minas à distância.

Ucrânia precisa de sistemas de projeção de fumo para ocultar as ações das suas unidades de desminagem e de sensores semelhantes a radares que utilizam impulsos de luz invisíveis para detetar minas no solo. As forças ucranianas também encontrariam canhões de água, munições cluster ou motores a jato úteis de aeronaves aposentadas para passar pelas barreiras das minas sem passar pelo subsolo. Além disso, são úteis novas formas de escavadeiras de túneis.

A quinta e última prioridade é a construção de reservas ucranianas. Ucrânia tem uma capacidade limitada para formar reservas dentro das suas próprias fronteiras. Os soldados posicionados na frente são difíceis de dispensar. A
rússia também pode atacar instalações de treino. Além disso, existem lacunas legais que permitem às pessoas evitar as suas obrigações.

Ler o texto em inglês:

https://www.economist.com/by-invitation/2023/11/01/the-commander-in-chief-of-ukraines-armed-forces-on-what-he-needs-to-beat-russia (só para os assinantes)

https://news.yahoo.com/war-entering-stage-ukraine-needs-190338010.html (abstrato)